Post on 17-Nov-2018
“....o brincar não significa apenas recrear, é muito mais,
caracterizando-se como uma das formas mais complexas que
a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o
mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas
recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida. Assim,
através do brincar a criança pode desenvolver capacidades
importantes como a atenção, a memória, a imitação, a
imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de
áreas da personalidade como afetividade, motricidade,
inteligência, sociabilidade e criatividade”.
OLIVEIRA, Vera Barros de (org). O brincar e a criança do nascimento
aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
O jardim II é uma sala muito dinâmica, onde os alunos têm muita
personalidade e gostam de participar de todas as decisões, sejam as mais
simples, como para o questionamento: “como faremos a capa do livro da
vida?”; e as mais complexas: “temos apenas 3 cores de cada massinha e não
teremos como dar para todos a cor que mais gostam. Como podemos resolver
isso?”
É uma turma que adora desafios, desde adivinhar o ajudante pela
primeira letra do nome, até descobrir quantos somos na sala, descontando os
faltosos, ou encontrar as letras ou o Pomelo que se esconderam.
Gostam muito de brincar! São muito unidos e muito amigos! Receberam
com muito carinho os novos amigos que foram chegando no decorrer do
semestre.
E que semestre. Vivenciamos, experimentamos, descobrimos e
pesquisamos muitas coisas.
Relatório de grupo – 1º semestre/2017
Turma: Jardim II Professora: Maryana Mognon Pereira Professora auxiliar: Carla Pitarello Coordenadora: Lucy Ramos Torres
Começamos o ano com a apresentação do tema do ano na Escola...
“Transformação: movimento contÍnuo e permanente”. Tivemos uma
apresentação dinâmica e muito lúdica onde os alunos puderam observar a
transformação de um pedaço de papel: a partir de um retângulo foi se
transformando em um cobertor... depois em um chapéu... que virou um barco...
que foi se remodelando e ganhando outros significados até se transformar em
uma camiseta! Após a apresentação foi realizada uma conversa com os
alunos, onde puderam expor o que entenderam e tentar adivinhar a palavra-
chave do tema do ano. Foi muito enriquecedor!
A partir desta apresentação, ainda na primeira semana relembramos o
que havia acontecido e decidimos fazer a transformação do papel para o
chapéu. Os alunos participaram muito! Cada um queria fazer seu chapéu e só
pediram ajuda quando realmente precisaram.
As semanas se seguiram e logo tivemos a oportunidade de brincar e
festejar em grupo. Tivemos o carnaval, um momento de muita animação,
interação com as outras turmas e que aproveitamos demais!
Dias depois desse evento, inspirados pelo tema Transformação,
recebemos a visita da mãe da aluna Bianca, que veio nos ensinar como
transformar o papel de um jeito diferente e muito interessante. Os alunos se
envolveram bastante na proposta trazida.
E com mãos hábeis transformamos pequenos pedaços de papel em
dobraduras, nas quais desenhamos um corpo, em diferentes posições (com as
mãos para cima e para o lado, e os pés também). Ao final, com os desenhos
prontos, podíamos mudar a posição do corpo conforme mexíamos na
dobradura.
Instigada por essa turma tão dinâmica e curiosa, trouxe para as
crianças, o livro POMELO CRESCE, de Ramona Badescu.
Os alunos gostaram muito da história e do personagem, que é um
elefantinho que percebe que está crescendo e conta suas observações,
descobertas e dúvidas sobre como será durante e depois que crescer.
“O universo infantil é cheio de faz-de-conta e a criança sempre
leva para o imaginário seu mundo real. Daí a importância de
que desde pequenas sejam estimuladas a amarem os livros
como forma de incentivar seu potencial criativo”.
http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacao-escolar/a-crianca-
leitura.htm
Fizemos uma roda da conversa e cada aluno contou sobre a parte que
mais gostou da história e resolvemos observar algumas coisas que o Pomelo
nos mostrou na história.
Começamos descobrindo novas cores, misturando as cores primárias.
Foi uma atividade muito envolvente, na qual os alunos puderam sentir a
textura da tinta com as mãos e observar a transformação a partir da mistura
das cores.
Uma das partes da história que os alunos gostaram bastante foi quando
o Pomelo comparava seu tamanho com os elementos do ambiente que ele
convivia. Com o barbante, medimos o tamanho das crianças e observamos as
diferenças colocando-os uns próximos aos outros. Os alunos antecipavam as
respostas, colocando suas hipóteses de qual é o maior aluno da sala, o menor;
quem era maior e menor comparando com o seu tamanho.
Também fizemos uma atividade a qual cada aluno colocou sua idade
com os pedaços de papel crepom que amassamos, trabalhando a coordenação
motora fina.
E numa manhã ensolarada, o Jardim II recebeu um amigo muito
especial, que veio embalado numa sacola verde e que os alunos, com o tato,
tiveram que tentar descobrir qual seria este amigo. Ficaram muito animados
com a chegada o elefantinho Pomelo, que chegou para ajudar e participar das
atividades do nosso projeto, que o grupo intitulou “Pomelo”.
Uma das atividades, foi a experiência do plantio de três sementes de
alimentos diferentes: uma raiz (beterraba), um fruto (tomate cereja) e uma erva
(salsinha), para observar qual nasceria primeiro.
A sala se envolveu bastante! Fizemos um livro com as observações do
plantio e crescimento dos alimentos plantados.
Depois que as sementes cresceram, conversamos com a professora
Marina (professora de Tecnologia do Meio ambiente na Escola do Sítio), que
junto com os alunos, cuida da horta, para agendarmos um dia para
replantarmos os alimentos.
Os alunos gostaram muito desse momento, e foram ajudados pelos
alunos mais velhos nesse replantio.
Finalizamos com uma foto coletiva muito animada!
Apresentei à turma um vídeo falando sobre os elefantes. Foi muito
interessante descobrirmos quanto um elefante pode pesar, sua alimentação e
que eles comem muito! Ficamos surpresos ao saber o tempo que dura a
gestação de um elefantinho: 22 meses.
A partir deste vídeo, começamos a pesquisar novas informações sobre
os elefantes e vimos que, como eles têm bebês que nascem da barriga das
elefantas, são mamíferos. Iniciava assim a ampliação e a relação da pesquisa
com os conhecimentos prévios.
“O contato da criança com o ensino de Ciências nas séries
iniciais é extremamente pertinente, uma vez que, crianças
dessa faixa etária são naturalmente curiosas, investigativas e
observadoras, demonstram bastante interesse em conhecer o
mundo que a cerca, a partir dos estímulos recebidos através do
dos professores e dos seus métodos de trabalharem com
esses interesses”.
https://pedagogiaaopedaletra.com/a-relevancia-do-ensino-de-
ciencias-na-educacao-infantil-desafios-e-conquistas/
Os alunos ficaram muito animados com as informações e com as
curiosidades dos animais. Vimos na Biblioteca, na revista “Ciência Hoje”
algumas curiosidades sobre os mamíferos. Uma das pistas para se descobrir
um, são suas pegadas. Imagine de um elefante então! Qual seria o tamanho da
sua pegada?
Resolvemos fazer nossas pegadas e ver qual o tamanho de nossos pés.
Pudemos observar e comparar o tamanho dos pés dos alunos.
Também fizemos o carimbo de nossas mãos. Descobrimos que podemos
transformá-los em animais. Os registros ficaram muito criativos.
Aproveitando o tema do ano, reutilizamos uma embalagem de amaciante
para transformá-la em um elefante. Foi um dia muito animado, no qual os
alunos puderam colocar sua criatividade para trabalhar. Nasciam assim, os
amigos do Pomelo.
Os pais gostaram das nossas criações, então decidimos pedir para que
os pais ajudassem seus filhos, desenhando mais elefantes, para decorar nosso
mural. O resultado não poderia ter sido melhor!
Depois de tantos amigos rodearem nossa sala, eles foram embora para
casa das crianças... e o amigo Pomelo ficou se sentindo sozinho novamente...
Então, porque não chamarmos outros animais para fazerem companhia para
ele?
Foi um dia muito esperado e que nossa turma trouxe seus animais de
pelúcia para brincarem.
Como nossa turma é muito curiosa, fomos à biblioteca e pesquisamos
vários livros sobre os animais: além dos mamíferos, os répteis, anfíbios e as
aves. Descobrimos que os novos amigos do Pomelo fazem parte de toda essa
diversidade de espécie de animais.
Gostaram tanto, que começamos a emprestar estes livros para mostrar
às nossas famílias.
A ampliação de vocabulário especifico é fundamental no
desenvolvimento infantil, aproxima o conhecimento prévio com o conhecimento
geral e a cultura.
Após todas estas novas descobertas, fomos relembrar o que sabíamos
sobre os elefantes, e fizemos um lindo painel com vários elefantes, com seus
alimentos e o habitat o qual vivem.
Para fechar nosso projeto, fizemos uma sacola com a participação dos
alunos, carimbando e transformando suas mãos em animais para guardarmos
nossas atividades, tanto do projeto, como que fizemos em nosso dia-a-dia.
Também fizemos animais com o biscuit e decoramos nossa sala com
móbiles, com ideia dos nossos alunos.
Brincar com massinha de modelar e criar em três dimensões contribui no
processo de aprendizagem das crianças. Através da massa de modelar a
criança usa a imaginação, cria e por sua vez materializa os pensamentos que
tem.
Falando em atividades do dia-a-dia, no decorrer deste semestre e, junto
as atividades do projeto, fizemos muitas outras coisas.
” A descoberta das letras que afinal existem. E se juntam. E formam palavras que dizem coisas.
Coisas que podem ser do lugar da poesia. Porque a poesia tem um lugar onde acontece
e que pode ser de todos os lugares. E se pode ler devagarinho
como quem saboreia um gomo de laranja ao sol num banco de jardim
ou muito depressa como quem não lê mas sabe que o vento correndo faz um frio bom
nas faces da gente.”
Maria Alberta Menéres
Explorar, reconhecer e nomear as letras do seu nome e do nome dos
amigos foi uma das atividades que desenvolvemos esse semestre.
Tudo começou com a caça às letras. A professora auxiliar escondeu as
letras pelo pátio da escola e, em roda, conversei com os alunos sobre seus
nomes e o que os formam...as letras! Então, disse que essas letras estavam
escondidas e precisávamos achá-las. Os alunos se animaram muito com a
proposta e saíram pelo pátio à procura das letras. Quando já havíamos
encontrado a maioria, juntamos e juntos fomos observando quais faltavam...
quantas faltavam.
Após esta atividade, iniciei o uso da chamadinha, recurso utilizado para
que os alunos começassem a reconhecer o seu nome.
A fim de que observassem não apenas o seu nome, mas o dos amigos e
as diferenças das letras iniciais e finais, propus que tivéssemos um ajudante do
dia, todos os dias. A descoberta desse ajudante começou feita pela letra inicial.
Com o tempo, fui dando outras pistas, como o número de letras do nome.
Também fizemos o calendário coletivo, construído com os alunos,
pensando o nome em que estamos, os dias da semana, inserindo os números
e fazendo as contagens regressivas para algum dia especial, como o dia das
mães, festa junina... ou mesmo para o final do mês.
Outra atividade diária é o momento da leitura, no qual são apresentados
os diversos gêneros textuais: contos de fadas, fábulas, poemas, histórias com
rimas, livros informativos, histórias em quadrinhos, revistas... Com isso, os
alunos tem acesso ao mundo da leitura, adquirindo o comportamento leitor e o
estímulo à procura dos diversos gêneros para leitura.
Também começamos o compartilhamento do livro da vida com as
famílias. Foi organizado de forma que os alunos levassem para casa na ordem
alfabética. Esse recurso possibilitou muitos questionamentos por parte dos
alunos, como: como decidimos quem leva primeiro, no caso dos alunos que
possuem a mesma letra inicial?
Essas atividades diárias ajudam no desenvolvimento cognitivo, lógico
matemático, na motricidade, no lúdico e social.
“... a criança ao vivenciar contato com livros, jornais, cartazes da rua, embalagens de brinquedos ou alimentos; ao presenciar seus pais escrevendo, lendo uma carta, comentando sobre algum assunto que leu em uma revista; ela esta inconscientemente recebendo informações sobre a função social da escrita, facilitando a compreensão”. Ferreiro, Emilia (1995). Reflexões sobre alfabetização. 24ª ed. São Paulo.
Brincamos com os blocos lógicos e tangram, relembramos os nomes das
formas geométricas, às transformamos em outras formas e desenhos; fizemos
estimativas e classificação com as tampinhas; brincamos de caça às letras;
descobrimos o nome dos ajudantes do dia pela letra inicial e final; completamos
o calendário com o dia do mês.
Jogamos, compartilhamos, desenvolvemos nosso raciocínio lógico-
matemático, nossa criatividade e imaginação, nossa coordenação motora e a
interação social com muitas brincadeiras, brinquedos, jogos, massinha e
fantasias que usamos.
“ A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do
processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora
da boniteza e da alegria”. Paulo Freire
Nosso semestre foi produtivo!
Agora é hora de descansar, recarregar a bateria que o 2º semestre logo
chegará cheio de novas descobertas.
Referências:
Ferreiro, Emilia (1995). Reflexões sobre alfabetização. 24ª ed. São Paulo. http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacao-escolar/a-crianca-leitura.htm https://pedagogiaaopedaletra.com/a-relevancia-do-ensino-de-ciencias-na-educacao-infantil-desafios-e-conquistas/ OLIVEIRA, Vera Barros de (org). O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.