Post on 05-Jul-2015
TEXTO revisional de literatura brasileira
São os filhos do deserto Onde a terra esposa a luz. Onde voa em campo aberto A tribo dos homens nus… São os guerreiros ousados,
Que com os >gres mosqueados Combatem na solidão…
Homens simples, fortes, bravos… Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão. ALVES, Castro. Navio negreiro. São Paulo: Ediouro, 2001. Fragmento.
QUESTÃO 01 revisional de literatura
(Professor Márcio Moraes) Assinale a alterna>va INCORRETA com relação ao sen>do expresso pelos versos transcritos.
a) Há uma visão an>té>ca nos versos, em que se colocam em oposição duas terras distantes.
b) O tempo do ontem e do hoje aparecem, respec>vamente, com a ideia de liberdade e escravidão.
c) A imagem do índio, implícita no quarto verso, comprova a ineficácia da escravidão indígena, por isso a necessidade de recorrer aos negros africanos. d) O úl>mo verso traz a imagem desumanizada do negro no contexto escravocrata.
SOLUÇÃO COMENTADA revisional de literatura
Não há referência alguma aos índios no fragmento transcrito. Marque-‐se a alterna>va “c”.
QUESTÃO 02 revisional de literatura
(Professor Márcio Moraes) Todas as caracterís>cas abaixo se aplicam a Castro Alves, EXCETO:
a) U>lização de recursos es>lí>cos sonoros em seus versos. b) Poesia voltada para a problemá>ca social. c) Recorrência a apóstrofes, as quais chamam a atenção do leitor. d) Defesa da segregação racial em prol dos negros.
SOLUÇÃO COMENTADA revisional de literatura
Não há defesa da segregação racial, mas sim da igualdade entre os povos na poesia de Castro Alves.
TEXTO revisional de literatura brasileira Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar...
ALVES, Castro. Navio negreiro. São Paulo: Ediouro, 2001. Fragmento.
Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!
QUESTÃO 03 revisional de literatura
(Professor Márcio Moraes) Tendo como base a leitura das estrofes acima, marque o comentário INCORRETO.
a) O uso de re>cências contribui para gerar o sen>mento de espanto e de horror diante de tão infame quadro.
b) Na primeira estrofe, há um exemplo de hipérbole, que visa a intensificar o mardrio dos negros.
c) A referência intertextual à Divina comédia traz uma analogia ao inferno descrito na obra do italiano. d) Para entreter os marinheiros, os negros >nham o hábito de dançar após serem cas>gados com açoites.
SOLUÇÃO COMENTADA revisional de literatura
O costume referido na alterna>va “d” é totalmente infundado e absurdo.
TEXTO revisional de literatura brasileira
Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-‐me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?! Ó mar, por que não apagas Co'a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão!
ALVES, Castro. Navio negreiro. São Paulo: Ediouro, 2001. Fragmento.
QUESTÃO 04 revisional de literatura
(Professor Mário Moraes) Assinale o comentario INCORRETO acerca do fragmento lido anteriormente.
a) Esta estrofe inicia e termina a quinta parte do poema. b) Deus não ouve o clamor dos escravos, pois são seres desgraçados pelo sinal do pecado. c) A escravidão é a mancha que maculou o mar, cujo azul espelha o céu. d) O eu lírico evoca elementos naturais de força, como tempestades, tufões e o próprio mar, no desejo de ver ex>nta a prá>ca do tráfico de escravos.
QUESTÃO 05 revisional de literatura
(Profesor Márcio Moraes) Todas as afirmações estão corretas acerca do poema “Navio negreiro”, de Castro Alves, EXCETO
a) O poema também explicita a voz de um poeta que se coloca como sujeito de seu tempo e lança mão dos ideais de liberdade contra o corvo da escravidão que manchava toda a peisagem das terras americanas. b) A linguagem do poema expressa a grandiosidade e o drama de um “eu” que se sente indignado com os sofrimentos e com o horror.
c) As terras africanas figuram como espaço da “liberdade”, enquanto que o Brasil figura como o lugar do ca>veiro, por isso o eu lírico externa a rebeldia do escravo numa luta sanguinária pela sua liberdade e pela sua dignidade em terra estrangeira. d) Os contrastes entre céu e mar são explorados quando os homens são representados como livres no passado, e agora escravos no porão do navio que os conduz para um des>no certo: a escravidão e a morte.
SOLUÇÃO COMENTADA revisional de literatura
Não há referências à luta dos escravos por sua liberdade. Marque-‐se a letra “c”.
TEXTO revisional de literatura
Existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-‐a transformar-‐se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa... chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto!...
Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga! Ex>ngue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga Levantai-‐vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares!
ALVES, Castro. Navio negreiro. São Paulo: Ediouro, 2001. Fragmento.
QUESTÃO 06 revisional de literatura
A leitura do momento histórico, polí>co e social é um dos pontos altos de “Navio negreiro”. Indique, dentre os períodos indicados abaixo, o que não aparece referido no fragmento transcrito.
a) A Era dos Descobrimentos. b) A Independência do Brasil. c) A Guerra do Paraguai. d) A Confederação do Equador.
SOLUÇÃO COMENTADA revisional de literatura
Não há menção, no fragmento citado, à Confederação do Equador. Marque-‐se a letra “d”. A referência à Guerra do Paraguai aparece na segunda estrofe [Tu que da liberdade após a guerra]. Os dois úl>mos versos da terceira estrofe, ao invocarem Colombo e Andrada, acabam por configurar diante do leitor as referências à Era dos Descobrimentos e à Independência do Brasil.
TEXTO revisional de literatura
São os filhos do deserto Onde a terra esposa a luz. Onde voa em campo aberto A tribo dos homens nus... São os guerreiros ousados,
Que com os >gres mosqueados Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos ... Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão…
ALVES, Castro. Navio negreiro. Fragmento. Disponível em: hmp://manoelneves.com.
QUESTÃO 07 revisional de literatura
Assinale a alterna>va correta com relação ao sen>do expresso pelos versos transcritos. a) Descreve a vida dos escravos nas fazendas. b) Saúda a liberdade decorrente da abolição da escravatura.
c) Salienta a integração dos negros com os índios.
d) Compara o negro livre, na África, com o negro escravizado no Brasil. e) Propõe que os homens se tornem escravos por quererem fugir do deserto.
SOLUÇÃO COMENTADA revisional de literatura
O único comentário per>nente em relação ao fragmento do poema é o transcrito na letra “d”.
TEXTO revisional de literatura
Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar...
ALVES, Castro. Navio negreiro. Fragmento. Disponível em: hmp://manoelneves.com.
QUESTÃO 08 revisional de literatura
(UFV) Aponte a alterna>va que NÃO se aplica ao texto:
a) O sonho dantesco a que se refere o poeta compõe-‐se de figuras humanas, os escravos. b) Sonho dantesco remete às cenas horríveis do “Inferno”, descritas na Divina comédia, de Dante Alighieri.
c) O sonho dantesco expressa a indignação do eu-‐lírico diante do desajuste opressor/oprimido da sociedade brasileira do século XIX.
d) A expressão sonho dantesco conota a recusa em admi>r que o que se via era real. e) O sonho dantesco é o resultado da inadaptação do poeta ao mundo, devido a seus conflitos exclusivamente interiores.
SOLUÇÃO COMENTADA revisional de literatura
A expressão em análise nesta questão intertextualiza com a Divina comédia, de Dante, e visa a expressar a indignação e o asco que o sujeito poé>co sente pela cena apresentada – o translado dos africanos [escravizados] para as terras americanas. No poema “Navio negreiro”, do qual se extraiu o trecho citado anteriormente, a expressão poé>ca se volta para o mundo exterior e não para a interioridade, apesar de que, para falar do sofrimento dos negros, o locutor construa um discurso altamente subje>vo e emocional. Marque-‐se, pois, a alterna>va “e”.