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Testes e Exames Português 12 – ASA / Proposta de correção 1.a Fase − 2015 1
EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO
Prova Escrita de Português – Proposta de correção
12.o Ano de Escolaridade
Prova 639/1.a Fase − 2015
Proposta de correção
GRUPO I
A
1 – Até ao portão da quinta, em S. Sebastião da Pedreira, o cravo foi transportado por “dois mariolas”,
auxiliados por paus, cordas e chinguiços. Aqueles, tendo sabedoria e experiência, ou, como diz o texto,
“ciência e arte”, sabiam distribuir o peso e combinar as forças, aproveitando “o molejo das cordas e do pau
para ritmar a passada”. Porém, a partir do portão, o transporte é feito por Baltasar e por Blimunda que, por
lhes faltar a experiência dos outros carregadores e por temer provocar danos no cravo que lhes parecia
frágil, tiveram muita dificuldade e foi necessário grande esforço para cumprir a tarefa.
2 – Enquanto Scarlatti procedia à afinação do cravo, tarefa meticulosa que necessitava de silêncio e de
concentração, “Baltasar entrançava vimes e Blimunda cozia velas”, tarefas que, por não produzirem
barulho, não interferiam no trabalho inicial do músico.
Nas visitas posteriores de Scarlatti, o som do cravo saia harmonioso sem haver necessidade, em várias
ocasiões, de se interromperem os trabalhos mais ruidosos, até porque o músico conseguia abstrair-se e era
como “se o rodeasse o grande silêncio do espaço onde desejara tocar um dia”.
3 − O comentário do narrador deveu-se ao espanto que as palavras do casal lhe causaram, uma vez que são
reveladoras de uma sabedoria invulgar, pelo menos em pessoas sem instrução. De qualquer modo, o
narrador destaca a importância do saber que a vida proporciona. Assim, Blimunda, como mais sonhadora,
não põe de parte a possibilidade de a passarola voar e de a música acompanhar o voo; em contrapartida,
Baltasar, para quem a vida tem sido madrasta, vê a empresa de voar como um desafio à morte e, por isso,
antevê o inferno, isto é, a desgraça e o sofrimento.
Deste modo, parece ser possível associar o sucesso do voo à música e o insucesso ao inferno.
4 – A humanização da música decorre do facto de ser capaz de preencher o vazio que a vida deixa no
sujeito poético (“A música do ser / Povoa este deserto”) além de conseguir comunicar com o “eu”(“Vêm
uma a uma / Na voz da guitarra”), dando-lhe sentido à vida que, sem a música, não era nada (“A música do
ser / Interior ao silêncio / Cria seu próprio tempo / Que me dá morada”).
5 – A música completa o sujeito poético e confere-lhe unidade, tal como se depreende em “O canto me
reúne”, “ E agora de mim / Não me separa nada / Quando oiço cantar / A música do ser”. Em suma, é a
música que lhe permite encontrar-se, conhecer-se e, deste modo, quebrar a nostalgia que dele se possa
apoderar.
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GRUPO II
Item Versão 1 Versão 2
1. (B) (D)
2. (C) (D)
3. (A) (C)
4. (C) (B)
5. (B) (C)
6. (D) (B)
7. (B) (A)
8. “a sabedoria dos odores”
9. complemento direto
10. (oração) subordinada (adverbial) concessiva
GRUPO III
Dada a natureza deste item, não se apresenta cenário de resposta, mas antes uma proposta de
planificação que pode orientar o trabalho de produção:
INTRODUÇÃO A constante presença de estímulos sensoriais na vida do ser humano
DESENVOLVIMENTO
1º argumento: A variedade sensorial apresenta-se como uma forma de conhecer
a realidade, de aprofundar o conhecimento
Ex(s).: Visão/audição/… (cinema/música/leitura/…)
2º argumento: Os apelos sensoriais são uma forma de persuadir e/ou manipular
os indivíduos
Ex(s).: As estratégias de marketing / os efeitos da publicidade
CONCLUSÃO O recurso equilibrado às sensações é fundamental, por isso deve evitar-se exageros
que possam causar danos