Post on 02-Jun-2015
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Escola: Escola Estadual Luiz Salgado Lima
Diretor(a): Joana Darc Arruda Gonçalves Ferraz
Endereço da Escola: Rua Cândida Maria Fajardo Lamoglia, nº 55. Maria Guimarães
França.
CEP 36700-000 Leopoldina-MG
SRE – Leopoldina
Por mares nunca dantes navegados: jogo de tabuleiro e ensino da Expansão
Marítima europeia no século XV
Professor Rodolfo Alves Pereira
prof.rodolfopereira@gmail.com
Introdução
O presente trabalho surgiu a partir da necessidade de tornar as aulas de História
mais atrativas e cativantes para os alunos do Ensino Fundamental.
Escolhemos as duas turmas do 7º ano da Escola, totalizando sessenta e três
alunos (63). Muitos deles apresentam problemas de indisciplina, além de pouco
interesse e baixo rendimento nos conteúdos curriculares da disciplina.
A partir dessa reflexão e da apropriação de resultados não satisfatórios, optamos
por desenvolver nas aulas oficinas para confecção de Jogos de Tabuleiros com as
temáticas históricas abordadas em classe.
Os jogos de tabuleiro existem desde a Antiguidade. Suas origens remontam à
Mesopotâmia e ao Egito Antigo por volta do ano 5000 a. C. e eles continuam presentes
em nossa sociedade até os dias atuais. Embora estejamos vivendo na época dos
videogames e dos jogos eletrônicos, os clássicos de tabuleiro (xadrez, Banco
Imobiliário, Jogo da Vida, War) ainda fazem parte do lazer de muitas famílias, crianças
e adolescentes, inclusive de nossos alunos. Eles são importantes instrumentos que
estimulam o raciocínio lógico, desenvolvem a inteligência emocional, a cooperação, a
disciplina e ajudam a melhorar o convívio social.
Devido ao caráter lúdico dos jogos de tabuleiro, percebemos que seu potencial
integrador e dinâmico poderia contribuir significativamente para consolidarmos a
aprendizagem do conteúdo de História prevista no Conteúdo Básico Comum (CBC).
Descrição da Experiência
Começamos o trabalho no 3º bimestre do corrente ano, com o estudo do tópico
do CBC de História, número 7, o qual prevê o seguinte: “Expansão econômica européia
e descobrimentos marítimos nos séculos XV e XVI”.
E destaca a seguinte habilidade: “ Analisar o processo da expansão econômica e
marítima européia nos séculos XV e XVI”.
Ministramos duas aulas expositivas e dialogadas, apresentando o contexto
histórico, o Mundo conhecido pelos europeus no início do século XV, o imaginário
coletivo acerca do desconhecido, os objetivos e as principais consequências que
resultaram do processo de expansão marítima promovido pelas nações da Europa.
Foram realizadas todas as atividades do livro didático adotado pela escola e a correção
dos exercícios em sala de aula.
Em seguida, explicamos aos alunos das turmas que iríamos elaborar um jogo de
tabuleiro sobre a Expansão Marítima, chamado “Jogo das Grandes Navegações”.
Solicitamos a formação de equipes, com quatro ou cinco estudantes, e pedimos que
trouxessem o material para a confecção do jogo, como cartolina, régua, tesoura, cola e
lápis de cor.
Com mais duas aulas, iniciamos a montagem dos jogos. Cada equipe recebeu um
guia com algumas orientações e sugestões, contendo também mapa do Mundo no século
XV, perguntas sobre a Expansão Marítima, bônus e obstáculos que deveriam ser
inseridos ao longo da trilha no tabuleiro.
Os alunos confeccionaram a trilha, tendo como referência o mapa histórico e o
oceano. A trilha era composta por uma rota marítima, que partia da Europa, contornava
a costa africana e chegava até a Ásia - a fonte das especiarias orientais desejadas pelos
europeus, percurso semelhante ao realizado pelos argonautas portugueses ao longo do
século XV. Foram elaborados cartões, com perguntas, bônus e obstáculos, moedas de
ouro com pontos para o jogador que respondesse corretamente às perguntas, peões e
dados. Na última aula, os grupos apresentaram o jogo e puderam jogar, se divertir e
aprender enquanto brincavam com a enriquecedora experiência de um jogo de tabuleiro.
O objetivo do jogo era chegar ao final da trilha, “navegando” pelo conteúdo da
disciplina.
Reflexão sobre o trabalho
O resultado dessa experiência foi muito bom, superando nossas expectativas,
pois vimos o quanto os alunos se envolveram com a proposta, que exigiu disciplina,
trabalho coletivo e a contribuição de todos para conclusão da tarefa.
A avaliação do trabalho ocorreu ao longo das etapas da experiência. Para isso,
observamos a participação dos alunos nas aulas, a realização das atividades do livro,
bem como a correção em classe, e a participação de cada um deles na criação e
utilização do jogo enquanto facilitador da aprendizagem.
Do ponto de vista pedagógico, o efeito surtido foi positivo. Notamos que houve
melhora significativa da aprendizagem, comprovada pelo bom rendimento dos
estudantes na avaliação interna sobre o assunto. Portanto, essa prática será mantida e
executada novamente no quarto bimestre letivo.
Referência Bibliográfica
DOMINGUES, J. E. História em documento: imagem e texto. 7º ano. São Paulo:
FTD, 2013.
FRANCO JR., Hilário. A idade média: nascimento do ocidente. São Paulo:
Brasiliense, 2001.
Conteúdo Básico Comum (CBC) de História no Ensino Fundamental do 6º ao 9º
ano do Ensino Fundamental. Disponível on-line em:
<http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?
id_projeto=27&id_objeto=38836&tipo=ob&cp=994d99&cb=&n1=&n2=Proposta
%20Curricular%20-%20CBC&n3=Fundamental%20-%206%C2%BA%20ao
%209%C2%BA&n4=Hist%C3%B3ria&b=s>
MARQUES, A. L. de V. Onde está Carmen Sandiego: a procura por novos desafios
na História. Disponível on-line: <http://www.anpuhpb.org/anais_xiii_eeph/textos/ST
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Acesso em 22 ago. 2014.
PEREIRA, R. A. Jogos e ensino. Disponível on-line em:
<http://acropolemg.blogspot.com.br/2014/08/jogos-e-ensino.html> acesso em 22 ago.
2014.
Anexo (Fotos: acervo pessoal do autor).