Post on 17-Apr-2015
Projeto Educação e Relações Raciais: apostando na
participação da comunidade escolar
Realização: Ação Educativa
Apoio: União EuropéiaContrapartida da Ação Educativa: Save the
Children/UK e Instituto C&A
Ação Educativa e a questão racial
• Somos uma organização da sociedade civil que atua há 15 anos pelo direito humano à educação e os direitos da juventude.
• Nascemos vinculados ao movimento da educação popular latino-americana.
• Em educação, atuamos do desenvolvimento de experiências comprometidas com metodologias participativas e ativas nas escolas à influência nas políticas da educação básica. E com essas contribuições que entramos na questão racial.
• No início dos anos 2000, começamos um processo interno de adensamento sobre a questão racial no conjunto de nossa organização.
• Destaques: o Concurso Negro e Educação, o monitoramento da mídia sobre a questão racial em educação, a Consulta sobre as Relações Étnico-Raciais (em conjunto com CEERT e Ceafro), livro relações raciais em EJA, além de ações nas áreas de Juventude e de Cultura da Periferia. A presença de ativistas do movimento negro em nossa organização.
Entendemos que...• a desigualdade racial é questão estruturante do desafio da
democracia brasileira.• o movimento negro é o protagonista histórico dessa luta e que o
enfrentamento do racismo deve ser uma pauta assumida pelos diferentes setores da sociedade, em especial, por aqueles e aquelas que atuam pela democratização do Estado brasileiro, pelo enfrentamento das profundas desigualdades e valorização efetiva da nossa diversidade de país.
• a lei 10.639/2003 é uma grande conquista de reparação à população negra, mas que deve ser assumida de forma mais efetiva pela política educacional como constitutiva do direito humano à educação de qualidade de todos e todas.
• a implementação da lei 10.639 possibilita descontrução/revisão das nossas identidades e do entendimento da nossa história de país e exige rupturas no processo de ensino-aprendizagem.
Quais são as conquistas?
• O marco legal – estimulou e garantiu mais força e legitimidade a iniciativas no país. Mais força à agenda racial em educação e condições de pressão e controle social. A diversidade e visibilidade de experiências de educadores(as) em escolas (o papel dos prêmios).
• O acúmulo de reflexão/produção de conhecimentos e práticas dos movimentos negros.
• A abertura de alguns sistemas municipais e estaduais para abordar a questão racial.
• A entrada de outros atores em cena.• A criação de coordenadorias no MEC e nas secretariais
municipais e estaduais de educação.
Quais os entraves?
• Vinculados ao racismo – a negação do problema, o mito da democracia racial e o racismo institucional, a utilização da diversidade para despolitizar/diluir a agenda racial (mas a diversidade também é possibilidade), o racismo institucional.
Que vão além do racismo
– O modelo de expansão do acesso à educação pública (destaque a situação do professorado)
– A estrutura do Estado para dar conta das questões vinculadas à diversidade
– As limitações do financiamento pouco sensível às iniquidades– A fragilidade da gestão democrática e do controle social em
educação– A avaliação dos sistemas centrada em rendimento/cobertura
sem abarcar indicadores que mergulhem nas iniquidades– A falta do regime de colaboração (União, Estados e municípios)– A fragmentação e descontinuidade das políticas de formação
inicial e continuada e das instâncias de coordenação de políticas intra-governos
Aposta metodológica da Ação Educativa
• Diminuição da resistência e investimento na organização do trabalho escolarPROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR PARA A CONSTRUÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ESCOLAR que articule
- educação anti-racista no cotidiano- currículo- valorização da cultura negra• Construção de um ambiente favorável ao trabalho para
a promoção da igualdade racial na escola.
Objetivo Geral
• Contribuir para a promoção da igualdade racial nas escolas brasileiras e a implementação da lei 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade do estudo da história e da cultura afro-brasileira e africana na educação básica.
Objetivos Específicos
• Desenvolver uma metodologia de promoção da igualdade racial nas escolas, que envolva toda a comunidade escolar (educadores, alunos, comunidade) e favoreça a transformação do currículo e das práticas escolares.
• Desenvolver materiais de apoio que promovam o reconhecimento adequado da desigualdade racial na educação como problema social a ser enfrentado no âmbito das relações cotidianas e por meio das políticas públicas.
• Convidar um grupo de 30 escolas a experimentar por um ano a metodologia e o uso de materiais de apoio.
• Disseminar a metodologia, os materiais de apoio e outras informações sobre o tema.
Etapas
• Construção de uma experiência-piloto em quatro escolas;
• Elaboração do material de apoio– Indicadores de igualdade racial na escola;– Guia metodológico;– Vídeos (Educação e Relações Raciais e Diálogo
África do Sul e Brasil);– Kit de imagens da diversidade.
• Aplicação(recriação/adaptação) da metodologia e avaliação em 30 escolas;
• Disseminação.
Pontos de partida
• Acúmulo da Ação Educativa em metodologias participativas e de pesquisas/ações no campo da educação das relações étnico-raciais (concurso Negro e Educação, Consulta sobre Relações Étnico-Raciais (em parceria com CEERT/CEAFRO), atuação junto a grupos juvenis e de cultura, produção de materiais para EJA sobre a questão racial etc);
• Diálogo com experiências desenvolvidas por organizações e educadores do movimento negro brasileiro e com algumas experiências internacionais (EUA, Europa e África do Sul);
• Diálogo com experiências de outros campos da diversidade (principalmente do campo feminista).
Desafios• A conflitividade e as resistências envolvidas no debate sobre o
enfrentamento do racismo na educação e na sociedade;• Grande parte das experiências que tratam da questão racial na escola e da
implementação da lei 10.639/2003 ainda se restringe a iniciativas isoladas de um(a) ou mais educadores ou projetos pontuais de algumas escolas;
• Os programas e políticas de formação – quando existentes – não conseguem promover o enraizamento da questão na escola, para além dos(das) profissionais que participaram da formação;
• Entendimento que para se enfrentar as resistências e enraizar um trabalho de enfrentamento do racismo na escola é necessário partir de um forte processo de sensibilização que envolva todos/todas, contribua para o planejamento da ação escolar sobre a problemática e se articule ao fortalecimento da gestão democrática;
• O processo de sensibilização deve garantir as condições para que os processos de formação de profissionais de educação consigam repercutir no cotidiano escolar.
• A necessidade de uma maior articulação entre as experiências desenvolvidas nas escolas e as políticas públicas municipais, estaduais e federal.
Atuação de nossa organização - estratégia
• Contribuir junto a outros parceiros (principalmente do movimento negro):– Construção do Plano Nacional de Implementação da
lei 10.639/2003 (GT Interministerial);– Definição de referências para a implementação da lei
nas gestões municipais e estaduais;– Construção de propostas que ampliem o
enraizamento da temática no ambiente escolar.
Etapas
• INTRODUÇÃO:– Levantamento de informações preliminares de cada escola e comunidade;– Constituição de um grupo organizador responsável pelo projeto (composto por
todos os segmentos da escola);– Introdução ao tema (racismo, preconceito, discriminação etc)
• PAUTANDO O TEMA NA ESCOLA – Realização da Pesquisa Nepso (opinião);
• APROFUNDAMENTO DA REFLEXÃO SOBRE OS CAMINHOS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE NA ESCOLA
– Realização do Grupo de Diálogos;• CONSTRUÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ESCOLAR
– Construção do Mapa da Mina (levantamento dos recursos, experiências e possibilidades na escola)
– Realização do Seminário Escolar para a Construção do Plano de Ação;• IMPLEMENTAÇÃO
– Desenvolvimento do Plano;• AVALIAÇÃO processual + avaliação de impacto um ano depois.
Construção do Plano de Ação Escolar
• Quais os objetivos desta etapa?- Realizar o levantamento dos acúmulos, recursos,
metodologias e possibilidades existentes na escola para o tratamento da questão (Mapa da Mina);
- Identificar lacunas e necessidades das escolas;- Construir o Plano de Ação Escolar em Seminário
Escolar que dialogo com com o Plano Escolar Anual e com o PPP, articulado com as políticas municipais, estaduais e federal;
- Fortalecer um grupo referência (com familiares, educadores e estudantes) que seja guardião do Plano.
Plano de Ação Escolar
• Educação anti-racista
• (atitudes, relações)
Valorização Currículo
da cultura negra
Linha do projeto
30 ESCOLAS
Levantamento e constituição do grupo 4 escolas
Pesquisa de opinião na escola
Grupo de Diálogos
Seminário Plano de Ação
Seminário com 30 escolas
Acompanhamento e assessoria para implementação do Plano + testes/afinação dos materiais
CONSTRUÇÃO DOS MATERIAIS DE APOIO (em finalização)