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REABILITAÇÃO DA 2ª CIRCULAR
PROJECTO DE ARQUITECTURA PAISAGISTA
LICENCIAMENTO / OUT 2015
MEMÓRIA DESCRITIVA - [ R2C PAI LIC MD ]
REABILITAÇÃO DA 2ª CIRCULAR | PROJECTO DE ARQUITECTURA PAISAGISTA | OUTUBRO 2015
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INDICE
1 . INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3
2 . DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO ................................................................................... 9
2.1. GEOMETRIA................................................................................................................................. 9
2.2. ARBORIZAÇÃO ............................................................................................................................ 9
2.3. REVESTIMENTOS ..................................................................................................................... 11
2.4. PORMENOR CONSTRUTIVO DO SEPARADOR ...................................................................... 13
2.5. PERFIS TRANSVERSAIS-TIPO ................................................................................................. 15
2.6. PERFIS LONGITUDINAIS .......................................................................................................... 17
2.7. REGA .......................................................................................................................................... 19
3 . LISTA DE DESENHOS.................................................................................................. 20
4 . EQUIPA TÉCNICA ........................................................................................................ 21
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1. INTRODUÇÃO
Ilustração 1 - Integração na cidade de Lisboa
A presente proposta refere-se ao projeto de Arquitetura Paisagista para a criação de um separador central
plantado em toda a extensão da segunda circular [2Circular] em Lisboa.
A 2Circular, ao longo dos seus 8km, é a soma de três avenidas urbanas:
- Avenida Eusébio da Silva Ferreira, entre o início do IC19 e o acesso da Estrada da Luz;
- Avenida General Norton de Matos, entre o acesso da Estrada da Luz e o viaduto do Campo Grande;
- Avenida Marechal Craveiro Lopes, entre o viaduto do Campo Grande e a rotunda da Encarnação.
A segunda circular aguardava uma intervenção de reabilitação das suas características viárias tendo em
vista a sua manutenção, sustentabilidade futura e segurança rodoviária. Esta intervenção esteve num
primeiro momento simplesmente associada à reabilitação dos elementos físicos de base, como o
pavimento, iluminação, sinalética e alteração da geometria de algumas ligações que se encontram
desajustadas da evolução da dinâmica do tráfego nos últimos anos.
O processo iniciou-se integrado numa política da CM Lisboa que defende a alteração do carácter
estritamente viário da 2Circular, tornando-a progressivamente um arruamento urbano. A ideia é a de
gradualmente reduzir o caráter de barreira hoje verificado que dita a existência de duas zonas da cidade a
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norte e a sul da 2Circular. Reduzir a velocidade e recusar a 2Circular como via rápida de atravessamento da
cidade em alternativa à CRIL.
Por vezes não nos apercebemos que a 2Circular já hoje inclui diversos acessos pedonais, nomeadamente
para aceder às paragens de transportes públicos que existem ao longo do seu percurso, a redução da
velocidade e uma maior interação com a as redes da mobilidade suave, peões e bicicletas é uma tendência
que se pretendia prosseguir.
Considerou-se também que a alteração do carácter deveria integrar as restantes valências desejadas para
um qualquer outro arruamento urbano, nomeadamente a possibilidade de associar uma crescente
naturalização, com a introdução de mais superfícies vivas e arborização.
Associando todos estes objetivos programáticos, a intervenção passou a integrar um separador central
plantado de 3,5m entre a Av. De Berlim e Benfica. Esta opção é conseguida essencialmente pela redução
das larguras das vias, que por si só é indutora da redução de velocidade. A intervenção inicialmente focada
na reabilitação de pavimentos agrega agora uma ambição maior, a de integrar também um canal arborizado
desde Chelas até Monsanto, alterando a prazo a via rápida para uma alameda urbana.
O aumento da naturalização associada à via reforça ainda a continuidade da Estrutura Ecológica Municipal,
ao longo de um corredor possível, entre Monsanto e o Corredor Verde Oriental do Vale de Chelas.
As soluções adotadas procuram minimizar o consumo de recursos, como a água e os trabalhos de
manutenção. A relativa exiguidade do separador implica sempre a existência de trabalhos de manutenção
mais ou menos regulares, como a monda de ervas daninhas, alguma substituição de plantas e a limpeza.
Alguma resposta para a redução destes trabalhos é conseguida pela escolha das espécies, de manutenção
reduzida, e pelas características de plantação permitindo corredores internos de deslocação para a
manutenção.
Relativamente ao consumo da água, a proposta defende a instalação de um sistema simples de rega para a
instalação da vegetação, não apenas nos dois primeiros anos usuais mas sim durante os primeiros cinco
anos, de modo a garantir um desenvolvimento consolidado das árvores e arbustos. Após este período o
sistema pode permanecer desligado sendo utilizado apenas em situações que os serviços camarários
julguem necessárias.
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Ilustração 2 – Eixo Norte-Sul - Situação atual (acima) e simulação com o separador central (abaixo)
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Ilustração 3 – Estádio Universitário - Situação atual (acima) e simulação com o separador central (abaixo)
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Ilustração 4 – Estádio Universitário - Situação atual (acima) e simulação com o separador central (abaixo)
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Ilustração 5 – Zona Benfica - Situação atual (acima) e simulação com o separador central (abaixo)
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2. DESCRIÇÃO DA INTERVENÇÃO
2 . 1 . GEO MET RI A
Ilustração 6 - Esquema das geometrias-tipo do separador
A 2Circular desde a Av. Do Brasil até ao termo poente de Lisboa percorre cerca de 8Km (7975ml).
A largura base do separador é de 3,5m, contudo, nem sempre é possivel mantê-la, sendo necessário
reduzir a sua largura para 1,5m em determinados contextos do trajeto.
O separador apresenta duas larguras e repetivas transições nas seguintes proporções:
- Separador com 3,5m de largura 66%
- Transições entre 3,5m < > 1,5m 7%
- Separador com 1,5m de largura 27%
2 . 2 . ARBO RIZAÇÃO
Ilustração 7 - Esquema da arborização
O separador arborizado é a tipologia base da intervenção no separador. No entanto, a plantação de árvores
só será possível nos troços em que o separador tem 3,5m (3,1m úteis de largura já descontando os lancis),
a profundidade de solo disponível é superior a 1,5m (excluindo-se assim os viadutos), quando não há
passagens aéreas, e fora dos corredores de aproximação dos aviões do aeroporto.
Para além dos contragimentos da largura também outro fator limita a plantação de árvores, a existência de
viadutos, que somam um comprimento de 1330m (≈17% do separador) ao longo de todo o trajeto.
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A 2Circular faz um transepto de nascente para poente percorrendo diversos territórios da cidade, com
condições edafoclimáticas diferentes, substratos geológicos diferentes e condições de exposição ao vento e
de humidade diferentes. Por outro lado, articula zonas da cidade, bairros construídos em períodos
temporais muito diferentes, com soluções de espaço público contrastantes, nomeadamente no que se refere
à tipologia de arborização e elencos de vegetação dominantes. Num primeiro momento julgámos possível
estabelecer algumas relações diretas entre as plantações da 2Circular e os bairros envolventes, mas
rapidamente percebemos que o conceito teria de trabalhar mais sobre a unidade do alinhamento no
separador dadas as múltiplas entropias que já integra, viadutos, infraestruturas, que por si só provocam
demasiadas descontinuidades.
Neste sentido, optou-se por garantir uma dominância no elenco da arborização (Lodão 70%) que
transmitisse alguma unidade ao trajeto, integrando contudo uma percentagem de outras espécies (outras
30%) que contrariem os problemas das plantaçõess monoespecificas, doenças e redução da
biodeversidade.
Celtis australis . Lódão-bastardo
[ corresponde a 70% do elenco selecionado]
Autóctone do Sul da Europa, Norte de África e Sudoeste da Ásia. Frequente no Sul da Península Ibérica, é
espontânea no centro e sul de Portugal.
Encontra-se sobretudo em linhas de água, margens de ribeiras e rios e prados húmidos, pois prefere os
solos ricos e húmidos, apesar de ser pouco exigente quanto ao solo, resistindo em solos secos calcários ou
siliciosos, inclusivamente pedregosos, até 1200m de altitude. Resiste a Verões longos e secos e ao vento.
Vive 200 anos em média.
É cultivada um pouco por todo o lado como árvore de arruamento, praças e jardins, fim para o qual tem
boas características. Oferece uma excelente proteção dos solos, nomeadamente aqueles com fortes
declives devido ao seu denso sistema de raízes.
Em Lisboa é a árvore de arruamento mais comum, constituindo os exemplares de lódão cerca de 20% do
total de árvores presentes na cidade. Tem-se revelado uma espécie que se adapta muito bem ao meio
urbano, tolerando alguma poluição, baixos teores de humidade do solo e mesmo alguma compactação do
mesmo, apresentando taxas de desenvolvimento muito superiores quando comparada com outras espécies
que partilham a mesma ecologia.
Acer sp. Bordo
Fraxinus angustifolia . Freixo-português
Olea europea var. sylvestris . Zambujeiro
Pinus halepensis . Pinheiro-de-Alepo
[correspondem a 30% do elenco selecionado]
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Com o objetivo de mitigar a dominância do Lódão, o elenco integra outras quatro espécies autóctones ou
subespontâneas em Portugal que estão bem adaptadas à situação edafoclimática de Lisboa.
2 . 3 . REVEST I MENTOS
Ilustração 8 - Esquema dos revestimentos
Este esquema permite-nos ter uma ideia de como será a distribuição das diferentes tipologias de
resvestimento do solo de acordo com os constrangimentos da arquitectura do separador e envolvente:
largura, altura de solo disponível, maior ensombramento devido às passagens aéreas e à presença de
árvores, etc.
Cerca de 70% da área do separador corresponde a revestimentos que estarão sob a copa das árvores, 9%
são troços em que o separador está abrangido pela área de segurança do aeroporto, onde as espécies
propostas terão de ter um crescimento inferior aos 4m de altura.
13% da área de solo do separador estará sobre viaduto ou em troços em que outros viadutos passam por
cima da 2Circular (casos do viaduto da Avenida Lusíada e do Eixo Norte-Sul), pelo que, independentemente
da largura útil do separador, as espécies escolhidas estarão adaptadas a uma menor disponibilidade de
solo.
Os restantes 8% da área de revestimentos serão em áreas onde o seprarador apresenta como único
constrangimento a sua largura reduzida. Aqui, o separador terá uma largura constante de 1.1m úteis em 7
troços com um comprimento total de 882m ou largura variável entre 1,1 e 3,1m correspondente aos troços
de transição, pelo que a vegetação escolhida deverá ter um porte que não exceda em demasia a largura do
separador.
Segue-se um elenco das espécies de arbustos propostas de acordo com a geometria do separdor.
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SEPARADOR EM VIADUTOS E PASSAGENS AÉREAS
- Hh . Hedera helix (hera) [plantação em mancha] - Ia . Iris albicans (lírio-branco) [plantação em faixa] - Jf . Jasminum fruticans (jasmineiro-do-monte) [plantação em mancha]
SEPARADOR COM 1,5m [plantação em faixa]
- Cc . Cistus crispus (roselha-pequena)
- Ec . Euphorbia characias (trovisco)
- Ia . Iris albicans (lírio-branco)
SEPARADOR COM 3,5m NA ZONA DO AEROPORTO [plantação em faixa]
- M7 . Myrtus communis + Pistacia lentiscus + Quercus coccifera (murta + aroeira + carrasco)
SEPARADOR COM 3,5m [plantação em faixa]
- Bm . Buxus microphylla (buxo-anão) - Cv . Coronilla valentina-glauca (pascoinha) - Ec . Euphorbia characias (trovisco) - Ia . Iris albicans (lírio-branco)
- Mt . Myrtus communis ssp. tarentina (murta-anã) - Oa . Osyris alba (cássia-branca) - Ps . Prunus spinosa (abrunheiro) - Ra . Ruscus aculeatus (gilbardeira) - Tf . Teucrium fruticans (mato-branco)
SEPARADOR COM 3,5m | CONTAMINAÇÕES [ plantação em mancha]
- Cc . Cistus crispus (roselha-pequena) - Cm . Cistus monspeliensis (sargaço-escuro) - Cs . Cistus salvifolius (sargaço-manso) - Cv . Coronilla valentina-glauca (pascoinha) - Ls . Lavandula stoechas (rosmaninho) - Li . Lonicera implexa (madressilva) - Hh . Hedera helix (hera) - Mc . Myrtus communis (murta) - Oa . Osyris alba (cássia-branca) - Pl . Pistacia lentiscus (aroeira) - Ps . Prunus spinosa (abrunheiro) - Qc . Quercus coccifera (carrasco) - Vd . Vinca difformis (pervinca)
SEPARADOR DE TRANSIÇÃO ENTRE 3,5m E 1,5m [ plantação em mancha]
- M1 . Euphorbia characias + Osyris alba (trovisco + cássia-branca) - M2 . Euphorbia characias + Myrtus communis ssp. Tarentina (trovisco + murta-anã) - M3 . Coronilla valentina-glauca + Prunus spinosa (pascoinha + abrunheiro) - M4 . Buxus microphylla + Coronilla valentina-glauca (buxo-anão + pascoinha) - M5 . Buxus microphylla + Teucrium fruticans (buxo-anão + mato-branco) - M6 . Prunus spinosa + Ruscus aculeatus (abrunheiro + gilbardeira)
REVESTIMENTOS
- T . Trifolium sp. (prado de trevos) [sementeira]
- G . Gravilha
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2 . 4 . PO RMENO R CONSTRUTIVO DO SEPARADO R
Ilustração 9 - Pormenor tipo do separador
O pormenor-tipo permite-nos sintetizar todas os aspectos da construção do separador e descrever de que
modo o seu desenho permitirá a criação de condições para o desenvolvimento da arborização e dos
revestimentos plantados.
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O separador-tipo tem uma largura total de 3,50m. É contido por dois lancis de 20cm de espessura e espelho
de 35cm acima da cota de limpo do betuminoso. A largura útil de 3.10 entre lancis será preenchida por
composto de plantação numa profundidade que varia entre 0.9m, onde só existirem arbustos, e 1.65m nos
troços onde estarão plantadas árvores.
A superfície do terreno será plana e terá um rebaixamento relativamente ao lancil de 10cm, o que permitirá
alguma acumulação de água para favorecer a infiltração. Complementarmente são construidas duas
trincheiras em brita, que para além de ampliarem ainda mais a infiltração, garantem a porosidade ao ar
para alimentar de oxigénio o sistema radicular. Este sistema de arejamento e infiltração não é necessário
num ecosistema natural amadurecido, uma vez que um solo desenvolvido, vivo, apresenta uma estrutura
porosa que permite a mobilidade da água e do ar em profundidade e contraria a compactação. No caso dos
compostos vegetais fabricados é necessário aguardar a sua transformação, produzida pelas plantas e fauna
que acolhe, no sentido de contrariar a compactação e aumentar a permeabilidade.
O volume de solo disponível, é disposto em forma de pirâmide invertida de modo a que a introdução do solo
não comprometa a estabilidade das camadas de sub-base dos pavimentos mas permita prescindir de mais
contenções subsuperficialmente.
Abaixo de cada uma das trincheiras laterais de brita será colocada a tubagem da iluminação e da rede de
rega.
Nos troços em viaduto uma série os lancis de contenção alteiam 10cm no sentido de garantir uma caixa de
composto minima de 40cm.
Existe ainda uma outra situação atipica que corresponde à situação de transição entra o seprador de 3.5m e
o seprador de 1.5m, estes troços têm normalmente uma extensão próxima dos 75m.
Algumas variações ao pormenor-tipo do separador serão ilustradas no capítulo seguinte.
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2 . 5 . PERFI S TRANSVERSAI S -T IPO
Ilustração 10 - Separador regular com 3,50m de largura
Ilustração 11 - Separador de transição com 1,50m a 3,50m de largura
Ilustração 12 - Separador regular com 1,50m de largura
Este desenho permite-nos perceber como se altera o separador ao longo do trajeto de quase 8Km, que
adaptações ao perfil-tipo são necessárias em cada situação, alteração da largura disponível e ou da
profundidade.
Na solução padrão, ilustrada na primeira imagem, que se verifica em 53% da extensão da 2Circular, o lancil
faz um espelho de 35cm acima da cota de betuminoso e a largura útil do separador à superfície é de 3.10m.
Nestes 3.10m a profundidade de solo será de 1.56m sempre que houver oportunidade para plantação de
árvores.
Quando o novo traçado, devido à insuficiente largura do separador ou por questões pontuais como a
coincidência com a área de segurança às pistas do aeroporto, não permitir a plantação de alinhamentos de
lódão, a estrutura do separador será semelhante à descrita no parágrafo anterior, com uma profundidade de
solo de 90 e com uma largura útil variável entre 1.10, e 3.10m. Esta situação corresponde a 30% do total da
área de intevenção.
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Nos casos em que a segunda circular está em viaduto, o lancil faz um espelho de 45cm relativamente ao
betuminoso, garantindo-se assim uma altura mínima de solo de 40cm acima da camada drenante para
desenvolvimento de revestimento herbáceo-arbustivo. Esta situação acontece em cerca de 17% da
extenção da área de intervenção em 12 troços de comprimento variado, perfazendo um total de 1360m.
Volume de solo:
- Separador de 3.1m largura com árvores. [28,3m3/Árvore]
1.65m de profundidade | 3,54m3/ml
- Separador de 3.1m de largura sem árvores
0.90m de profundidade | 2,43m3/ml
- Separador de 1.1m de largura
0.90m de profundidade | 0.61m3/ml
- Separador de 1.1m de largura sobre viadutos
0.40m de profundidade | 0.44m3/ml
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2 . 6 . PERFI S LONGITUDI NAI S
Ilustração 13 - Secção longitudinal-tipo.
Ilustração 14 - Secção longitudinal na proximidade ao aeroporto
Os perfis longitudinais dão-nos uma ideia do ritmo de plantação e da sua relação com o ritmo de
implantação dos postes de iluminação. Na prática, o compasso de candeeiros define o compasso da
arborização.
Ainda que o afastamento entre candeeiros não seja constante, é possível distinguir um padrão de
aproximadamente 40-45m entre postes e quando este não se verifica, observam-se compassos múltiplos
destes valores. Definiu-se assim um compasso de plantação médio de 8m, corrigido caso a caso, pela
divisão da distância entre dois postes por 10, de forma a plantar cinco árvores entre cada dois postes.
Como regra, a plantação é maximizada entre postes, estabelecendo como equidistância mínima os 7m de
afastamento.Os troncos das árvores ficarão a um distância dos poste de iluminação igual ou superior a
3.5m.
Considera-se que esta distância é equilibrada no sentido em que permite o desenvolvimento das raízes dos
lódãos mais próximos dos maciços das luminárias, o desenvolvimento das copas sem que estas
prejudiquem o alcance da luz e sem que seja necessário um afastamento maior das árvores junto aos
postes, evitando-se assim comprometer a continuidade e regularidade dos alinhamentos arbóreos.
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Na zona do aeroporto, além de a arborização ser interrompida na área de segurança das pistas, verifica-se
que o ritmo de implantação dos postes de iluminação é menor, provavelmente em virtude de estes serem
mais baixos devido aos constrangimentos impostos pelas área de segurança. Neste troço de cerca de
3,3km de distância da 2Circular os postes têm um ritmo de implantação de apenas 30 a 35m. Observada
esta condicionante, optou-se pela plantação de 4 Lódãos entre postes, distribuidos iguamente entre si com
compassos que irão variar entre 7 e 8,4m. Esta tipologia acontecerá em apenas dois troços num total de
1km uma vez que os restantes 2,3km não serão arborizados devido a estarem na projecção do cone de
segurança ou em troços em que o separador tem apenas 1,10m de largura útil.
O perfil longitudinal na zona do aeroporto também nos permite perceber como será a transição da
profundidade de solo dos troços de separador onde há árvores para aquelas com plantação de arbustos e
herbáceas.
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2 . 7 . REG A
Ilustração 15 - Esquema das adoções de água ao separador
Como origem de água será utilizada a rede de distribuição da EPAL. Nos pontos mais convenientes serão
efetuadas ligações as quais serão equipadas com contador volumétrico. A ligação à rede será efetuada de
acordo com as prescrições técnicas da EPAL. Os pontos indicados em planta foram escolhidos em virtude
da proximidade à rede existente.
Atendendo a que alguns dos 11 pontos indicados poderão não constituir ligações viáveis por parte da
entidade gestora da rede, para servir de base ao presente estudo considerou-se que cada uma das ligações
servirá uma extensão, em média, de 1000m. A partir de cada um dos pontos de ligação será instalada uma
tubagem de PEAD DN75mm. Cada um dos ramais de 500m terá capacidade para conduzir um caudal até
10 m3/h com uma perda de carga aproximada de 0,6 bar (6 m.c.a.). Esta conduta será instalada
lateralmente dentro do separador central.
A partir desta conduta serão efetuadas tomadas em carga para a criação dos setores de rega. Cada setor
de rega terá uma electroválvula com solenoide de impulsos e uma válvula esférica para seccionamento.
Para comando das electroválvulas preconiza-se a instalação de 3 ou 4 programadores centralizados que
emitem sinal por cabo para descodificadores colocados em cada electroválvula ou conjunto de
electroválvulas. Para a alimentação eléctrica dos programadores perconiza-se a instalação de paineis
solares suportados nas colunas de iluminação.
Cada setor de rega deverá ser constituído por 4 troços de tubagem PEAD DN 20mm com um comprimento
médio de 60 metros, ao longo dos quais serão instalados micropulverizadores sobre conjuntos de elevador
e estaca. Cada um dos aplicadores cobrirá uma área semicircular com um raio de 1,5 m. Dada não se
efetuar uma plantação uniforme também não será implementado uma cobertura total. Contudo, prevê-se
que toda a área seja humedecida pela rega. Os micropulverizados serão reguláveis em caudal e alcance
estimando-se, para uma carga mínima de 0,5 bar e um alcance de 1,5 m, o caudal de 50l/h.
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3. LISTA DE DESENHOS
PEÇAS ESCRITAS
REFERÊNCIA
CONTEÚDO
R2C PAI LIC MD MEMÓRIA DESCRITIVA
PEÇAS DESENHADAS
Nº DESENHO DESENHO ESCALA
R2C PAI LIC 001 00 0 PLANO GERAL 1:10000
R2C PAI LIC 002 00 0 GEOMETRIA, ARBORIZAÇÃO E REVESTIMENTOS 1:10000
R2C PAI LIC 003 00 0 PORMENOR CONSTRUTIVO DO SEPARADOR 1:25
R2C PAI LIC 004 00 0 PERFIS TRANSVERSAIS -TIPO 1:150
R2C PAI LIC 005 00 0 PERFIS LONGITUDINAIS 1:100
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4. EQUIPA TÉCNICA
Arquitetura Paisagista (NPK, arquitectos paisagistas associados)
Coordenação
Arq.ª Paisagista - Leonor Cheis
Arq.º Paisagista - José Lousan
Arq.º Paisagista - José Veludo
Colaboração
Arq.º Paisagista – Filipa Branco
Arq.º Paisagista – Miguel Carvalho
Rede de Rega
Eng.º Alberto Freitas