Post on 14-Jul-2020
Produtos para laringoscopias, desinfecção e
esterilização
Enfª Doutoranda: Elaine F. Lasaponari
Escola Enfermagem da Universidade de São Paulo
130 de agosto 2018
Declaração de ausência de conflito de interesses
2
Declaro não possuir qualquer tipo de vínculo ou interesse conflitante cominstituições, organizações ou pessoas que possam de alguma forma sebeneficiar com as informações aqui apresentadas.
Introdução
• O processamento de materiais em unidades de saúde complexa objetivoevitar qualquer evento adverso relacionado ao seu uso...
• Na atualidade...não somente a transmissão...
3
Microrganismos causadores de
infecções
ProdutosTóxicos
Eventos adversos associados a resíduos
de material imunológico de um paciente para outro
(Padoveze;Graziano,2011)
Conceitos microbiológicos
• Endotoxinas- bactérias gram-negativas-> possuem uma parede celular composta demulticamadas.
4
Ruptura da parede celularbacteriana e o lipopolissacarídio é
liberado para o ambiente
ENDOTOXINA(febre e resultar na lise de células
sanguíneas)
Reações pirogênicas->
devido a presença de endotoxina que
não foi inativada
Lipídio A
tóxico
Reduzir no máximo a quantidade de
microrganismos presentes no
material=> Limpeza eficiente e qualidade
da água
(AAMI,2007)
Conceitos microbiológicos
• Biofilmes- comunidade séssil (vivem fixos, sem locomoção) caracterizada por células que sãoaderidas irreversivelmente a um substrato- matriz de substâncias extracelulares poliméricas.
5Fonte: imagem do google
AdesãoMultiplicação eProdução da matriz
Aumento da diversidade microrganismo
->Impede a ação de detergente, desinfectantes, esterilizantes;
->Auxilia na resistência microbiana;
->Difícil remoção na prática do processamento
A eficácia dos
detergentesavaliamação=
sujidade ressecada
(Donlan,2006; Vickery,2004)
Classificação do Produto Para Saúde: segundo Spaulding
Spaulding ,1968
Material crítico: entra em contato com os vasos sanguíneos ou tecidosLivres de microrganismos. Exemplo: instrumental
Esterilização
Material semicrítico: entra em contato com a mucosa ou pele não íntegra.Exemplo: materiais de assistência ventilatória
Material não crítico: entra em contato com a pele íntegra.Exemplo: manguito de P.A
Desinfecção
Limpeza
RDC Nº 15, de 15 de março de 20127
Parágrafo único- Produtos para saúde semicríticos utilizados na assistência ventilatória, anestesiae inaloterapia devem ser submetidos à limpeza e, no mínimo, à desinfecção de nívelintermediário, com produtos saneantes em conformidade com a normatização sanitária, ou porprocesso físico de termodesinfecção, antes da utilização em outro paciente;
Art.13- Produtos para saúde utilizados na assistência ventilatória e inaloterapia, NÃO poderão sersubmetidos à desinfecção por métodos de imersão química líquida com a utilização de saneantesa base de aldeídos.
Ordem decrescente de resistência intrínseca dos microrganismos aos germicida
Resistente
8Susceptível
Príon (encefalopatias espongiformes)
Esporos ( Bacillus, C. difficile) Esterilização
Coccidia ( Cryptosporidium)
Micobactérias(M.tuberculosis,M avium) Desinfecção de alto nível ( Aldeídos e Ácido Peracético)
Cistos (Giárdia)
Vírus pequenos,não envelopados( poliovírus)
Trofozoítas (Acanthamoeba)
Bactérias Gram-negativas (Pseudomonas)
Fungos (Candida, Aspergillus)
Vírus grandes, envelopados (enterovírus,adenovírus)
Desinfecção de nível intermediário(Álcool 70%, Hipoclorito de Sódio 1%, Cloro Orgânico e Fenol
Sintético)
Bactérias Gram-positivas ( S.aureus,
Enterococos)
Vírus lipídicos envelopados(HIV, HBV)
Desinfecção de baixo (Quartenário de Amônia , Hipoclorito de Sódio 0,2%)
(Modificado a partir de Rutala e Weber,2008, MacDonnel e Russel,1999)
Processamento de Príons
Produtos utilizados na laringoscopia
9Fonte: Imagens google
Broncofibroscópio flexível
Laringoscópio óptico Tru View
Broncofibroscópio rígido
Glidescope
Laringoscópio convencional lâminas retas e curvas
Lâmina flexível
Lâmina descartável
Airtraq
Laringoscópios
• Os laringoscópios são dispositivos constituídos por aço inoxidável e/ou latão,
termorresistentes, que são utilizados na laringoscopia para obtenção de uma via
aérea definitiva.
• A laringoscopia é um procedimento invasivo em que há contato com mucosas,
saliva, e, por diversas vezes, sangue, que causam não apenas a contaminação da
lâmina, mas também do cabo do laringoscópio.
10Bruna CQM, et al. 2016; Telang R, et al. 2010.
Laringoscópios
• Diversos estudos evidenciaram contaminação cruzada, crescimento de microrganismos
potencialmente patogênicos, presença de sangue oculto em lâminas de laringoscópios
consideradas “prontas para uso”.
• Detectou-se que o procedimento operacional padrão (POP) realizado nos laringoscópios
de desinfecção com álcool a 70% p/v, após limpeza com detergente não havia sido
executado de forma correta, uma vez que foram encontradas secreções secas em torno
da lâmpada e na lâmina do laringoscópio .
11
Rutala WA, et al. 2008; Welch Allyn, 2014; Phillips RA,Monaghan WP. 1997.
12
Cabos são semi-
críticos
Limpeza e desinfecção de alto nível Rev SOBECC,2016
Comparação de eficácia e custo-efetividade de 0,55% de Ortoftaldeído e 2% de Glutaraldeídopara desinfecção de laringoscópios: um estudo piloto prospectivo
Método : -> 160 pacientes IOT;-> alocados em 2 grupos aleatoriamente;
Método : -> Após IOT-lâminas limpeza com água de torneira;->Glutaraldeído2%= 20 min.-> OPA 0,55%=10min.-> cabos –limpeza com clorexidina 0,5%.
Amostras : -> coletadas (4 pontos) e cultivados em sangue e ágar Mc Conkey.
Resultados : -> 240 amostras: 2 (0,8%) para cada grupo= crescimento de Stafilococcos
coagulase-negativos e Enterobacter.
Conclusão: Sugerido a utilização do OPA, pois é igualmente eficaz em comparação com o Glutaraldeído , com um menor tempo de contato.
Detecção de contaminação nos equipamentos de anestesia
14
Objetivo: Avaliar a presença de contaminação nosequipamentos anestésicos em S.O – Hospital do México
Método: Cada superfície ( aparelho de anestesia, monitor elaringoscópio), durante os períodos da manhã e tarde. Foisubmetida em 04 coletas para detecção de contaminaçãovisível de sangue, com adenosina trifosfato(ATP).
Resultados: Presença de Stafilococcus , sendo: 52% período damanhã e 67% no período da tarde.
Conclusão:� Avaliar políticas de limpeza, evitando os riscos de exposição
desnecessários;� Modificar condutas de educação- treinamentos
Desinfecção de laringoscópios: levantamento da prática
Índia , 2017
15
Índia , 2017
Em um Congresso de Anestesiologia foi aplicado um questionário com 13 perguntas aos anestesiologistas:250 congressistas=> 150 preencheram o questionário:
150
18 (12%)- utilizam apenas água torneira;132(88%)- utilizam agente , após enxague com água:132(51%)- solução com detergente;132(19%)- desinfectante ou germicida;132(12%)- toalha descartável embebida com álcool 70%
70%- utilizam álcool 70%18%- não utilizam nenhum agente9%- desconheciam o método utilizado3%- não responderam
Conclusão: variação no método de descontaminação.A consciência é significativa em relação a fonte potencial de infecção. Padronizar e implementar diretrizes!!!
16
Objetivo: identificar as taxas de contaminação bacteriana das lâminas e cabos nos carros de emergência.Método:140 cabos e71 lâminas (considerados “pronto uso”). Estudo em 02 hospitais-Korea.-Swabs-> considerados negativos: sem presença colônias na placa ágar-sangue, após 18h de incubação.Resultados: encontradas diferenças significativas de níveis de contaminação microbiana nos cabos.Conclusão: protocolos e políticas deverão ser revisados para padronização dos procedimentos.
AORN, 2014
Lâminas, recomenda-se a desinfecção de altonível ou esterilização de lâminas, de acordo com as recomendações do fabricante.
Os cabos, devem ser limpos e no mínimo, desinfecção de baixo nível, podendo também, ser submetidos a desinfecção de alto nível ou esterilização de acordo com as recomendações do fabricante.
Novas recomendações para limpeza e desinfecção
18
Desinfecção e Esterilização em Serviços de Saúde
Diretrizes diferentes em cada Instituição.� 40% dos cabos contaminados com sangue oculto;� 86% dos cabos “prontos para uso”->contaminados com patógenos
S. aureus e Acinetobacter.
� O ideal é que a lâmina e o cabo sejam submetidos a uma desinfecção de alto nível ou esterilização, mesmo se utilizado “capas protetoras”.
� Em 2007, no estado da California -> exigia-se que a lâmina e o cabo (sem baterias) fossem esterilizados em Peróxido de Hidrogênio.
� É preciso garantir que os métodos sejam compatíveis, conforme recomendação do fabricante.
� Teste de funcionalidade-> antes e após o processamento, sendo acondicionados em embalagens apropriadas , evitando assim, a recontaminação.
Rutala, Weber, 2016
19
Recomendações do fabricante
Recomendações do fabricante
20
21
Recomendações do fabricante
Referências
1. Bruna CQM, de Souza RQ, dos Santos Almeida AG, Suzuki K, Turrini RNT, Graziano KU. Laryngoscopehandles reprocessing: integrative review. Rev SOBECC. 2016; 21(1): 37-45.
2. Telang R, Patil V, Ranganathan P, Kelkar R. Decotamination of laryngoscope blades: is our practiceadequate? J Postgrad Med. 2010;56:257-261.
3. Rutala WA, Weber DJ, et al. Guideline for disinfection and sterilization in healthcare facilities. Centers forDisease Control and Prevention (CDC) Atlanta, USA. 2008.
4. Welch Allyn. Standard laryngoscope blade and handles assemblies: directions for use. New York, USA. 20145. Phillips RA, Monaghan WP. Incidence of visible and occult blood on laryngoscope blades and handles.
AANA J 1997; 65(3): 241-246.6. Qureshi T, Barbut F, Pernet P, Neyme D, Maury E, Offenstadt G. Laryngoscope handles in a medical
intensive care unit: the level of bacterial and occult blood contamination. J Hosp Infect 2008; 68(1): 94-95.7. Association for the Advancement of Medical instrumentation Technical Information (AAMI). Report n.34.
Water for the reprocessing of medical devices Arlington, Virginia; 2007.8. Donlan RM, Costerton JW. Biofilms:survival mechanisms of clinically relevant microorganisms. Clin
Microbiol Rev 2002; 15(2):167-93.9. Vickery K, Pajkos A, Cossart Y. Removal of biofilm from endoscopes: Evaluation of detergent efficiency.
American Journal Infection Control 2004;32(3):170-6.10.Brazilian National Agency of Sanitary Surveillance (ANVISA). Respiratory Tract Infections Guidelines for
Prevention of Infections Related to Health Care.22
23
Contato: elainelasaponari@usp.br