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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO
CENTRO TECNOLGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICA
PROJETO DE GRADUAO
PLANO OTIMIZADO DE INSPEO DE MEDIO DE
ESPESSURA COM BASE NA MATRIZ DE RISCO DAS
REGIES INTERNAS DE UMA CALDEIRA DE
RECUPERAO - PROPOSTA
ELDER COSTA SOEIRO
FBIO ALVES ANTONIOLLI
VITRIA ES
12/2005
ELDER COSTA SOEIRO
FBIO ALVES ANTONIOLLI
PLANO OTIMIZADO DE INSPEO DE MEDIO DE
ESPESSURA COM BASE NA MATRIZ DE RISCO DAS
REGIES INTERNAS DE UMA CALDEIRA DE
RECUPERAO - PROPOSTA
Parte manuscrita do Projeto de Graduao
dos alunos Elder Costa Soeiro e Fbio Alves
Antoniolli, apresentado ao Departamento de
Engenharia Mecnica do Centro Tecnolgico
da Universidade Federal do Esprito Santo,
para obteno do grau de Engenheiro
Mecnico.
VITRIA ES
12/2005
ELDER COSTA SOEIRO
FBIO ALVES ANTONIOLLI
PLANO OTIMIZADO DE INSPEO DE MEDIO DE
ESPESSURA COM BASE NA MATRIZ DE RISCO DAS
REGIES INTERNAS DE UMA CALDEIRA DE
RECUPERAO - PROPOSTA
COMISSO EXAMINADORA:
___________________________________ Prof. MsC Oswaldo Paiva Almeida Filho
Orientador
___________________________________ Prof. MsC Rogrio Silveira de Queiroz
Examinador
___________________________________ Prof. DsC Joo Luiz Marcon Donatelli
Examinador
Vitria - ES, 22/ 12/ 2005
i
DEDICATRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos pais e familiares, amigos, namoradas,
professores e alunos do Curso de Engenharia Mecnica pelo apoio e compreenso que nos foi
dispensado durante estes anos de graduao.
ii
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Tcnico de Inspeo Srgio Sthal por ter contribudo com sua
experincia profissional e motivao que foram de fundamental importncia para a realizao
deste trabalho.
Aos inspetores especializados em caldeiras de recuperao, aos membros do Comit
de Caldeiras de Recuperao do Brasil e aos coordenadores da Fbrica de Celulose em estudo.
E a Deus por ter nos proporcionado a oportunidade de ter realizado e concludo este
Estudo.
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1 Caldeira Cornovaglia ............................................................................................ 20
Figura 2-2 Caldeira Locomotivas e Locomveis.................................................................... 22
Figura 2-3 Caldeira Escocesa ................................................................................................. 23
Figura 2-4 Exemplo de caldeira aquatubular de tubos retos ................................................... 24
Figura 2-5 Caldeira aquatubular de tubos retos ...................................................................... 24
Figura 2-6 Caldeira de circulao forada com recirculao ................................................. 27
Figura 2-7 Caldeira de La Mont e W. Workauf de circulao natural, porm com tubulo
ligado tubos de grande dimetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de
tubos com dimetros menores. ............................................................................................... 28
Figura 3-1 Caldeira de Recuperao com indicao das principais regies ........................... 30
Figura 3-2 Funcionamento esquemtico de um aparelho de ultra-som .................................. 49
Figura 3-3 Realizao do teste de ultra-som........................................................................... 50
Figura 3-4 Aparelho medidor de espessura por ultra-som...................................................... 52
Figura 3-5 Caractersticas Tcnicas das Caldeiras de Recuperao ....................................... 53
Figura 3-6 Dados tcnicos das Caldeiras de Recuperao ..................................................... 54
Figura 4-1 Curva de tendncia do Painel 35 - Elevao 55.420 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 64
Figura 4-2 Curva de tendncia do Painel 2 - Elevao 61.890 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 64
Figura 4-3 Curva de tendncia do Painel 11 - Elevao 58.890 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 65
Figura 4-4 Curva de tendncia do Painel 4 - Elevao 64.890 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 65
Figura 4-5 Curva de tendncia do Painel 23 - Elevao 67.890 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 66
Figura 4-6 Curva de tendncia do Painel 5 - Elevao 55.420 B para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 66
Figura 4-7 Curva de tendncia do Painel 11 - Elevao 58.700 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 67
Figura 4-8 Curva de tendncia do Painel 33 - Elevao 61.700 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 67
iv
Figura 4-9 Curva de tendncia do Painel 16 - Elevao 64.700 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 68
Figura 4-10 Curva de tendncia do Painel 35 - Elevao 67.745 para o Superaquecedor
Tercirio - SF .......................................................................................................................... 68
Figura 4-11 Curva de tendncia do Painel 32 Ponto A para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 71
Figura 4-12 Curva de tendncia do Painel 32 Ponto B para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 71
Figura 4-13 Curva de tendncia do Painel 31 Ponto C para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 77
Figura 4-14 Curva de tendncia do Painel 16 Ponto D para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 77
Figura 4-15 Curva de tendncia do Painel 31 Ponto E para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 78
Figura 4-16 Curva de tendncia do Painel 6 Ponto F para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 78
Figura 4-17 Curva de tendncia do Painel 25 Ponto G para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 79
Figura 4-18 Curva de tendncia do Painel 5 Ponto H para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 79
Figura 4-19 Curva de tendncia do Painel 25 Ponto I para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 80
Figura 4-20 Curva de tendncia do Painel 14 Ponto J para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 80
Figura 4-21 Curva de tendncia do Painel 20 Ponto K para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 81
Figura 4-22 Curva de tendncia do Painel 21 Ponto L para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 81
Figura 4-23 Curva de tendncia do Painel 29 Ponto M para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 82
Figura 4-24 Curva de tendncia do Painel 29 Ponto N para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 82
v
Figura 4-25 Curva de tendncia do Painel 21 Ponto O para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 83
Figura 4-26 Curva de tendncia do Painel 30 Ponto P para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 83
Figura 4-27 Curva de tendncia do Painel 33 Ponto Q para o Superaquecedor Tercirio
- Curvas ................................................................................................................................... 84
Figura 4-28 Curva de tendncia do Painel 9 Ponto R para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 84
Figura 4-29 Curva de tendncia do Painel 28 Ponto S para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 85
Figura 4-30 Curva de tendncia do Painel 6 Ponto T para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 85
Figura 4-31 Curva de tendncia do Painel 35 Ponto T para o Superaquecedor Tercirio -
Curvas ..................................................................................................................................... 86
Figura 4-32 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 12 para o Nariz ............................... 92
Figura 4-33 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 30 para o Nariz ............................... 92
Figura 4-34 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 110 para o Nariz ............................. 93
Figura 4-35 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 140 para o Nariz ............................. 93
Figura 4-36 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 15 para o Nariz ............................... 94
Figura 4-37 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 54 para o Nariz ............................... 94
Figura 4-38 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 86 para o Nariz ............................... 95
Figura 4-39 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 112 para o Nariz ............................. 95
Figura 4-40 Curva de tendncia do Ponto A3 Tubo 51 para o Nariz ............................... 96
Figura 4-41 Curva de tendncia do Ponto A3 Tubo 138 para o Nariz ............................. 96
Figura 4-42 Curva de tendncia do Ponto B1 Tubo 27 para o Nariz ............................... 97
Figura 4-43 Curva de tendncia do Ponto B1 Tubo 47 para o Nariz ............................... 97
Figura 4-44 Curva de tendncia do Ponto B1 Tubo 133 para o Nariz ............................. 98
Figura 4-45 Curva de tendncia do Ponto B2 Tubo 128 para o Nariz ............................. 98
Figura 4-46 Curva de tendncia do Ponto B2 Tubo 142 para o Nariz ............................. 99
Figura 4-47 Curva de tendncia do Ponto B3 Tubo 19 para o Nariz ............................... 99
Figura 4-48 Curva de tendncia do Ponto B3 Tubo 37 para o Nariz ............................. 100
Figura 4-49 Curva de tendncia do PT Tubo 65 1000 mm acima do Teto de Segurana104
Figura 4-50 Curva de tendncia do PT Tubo 120 1000 mm acima do Teto de Segurana104
vi
Figura 4-51 Curva de tendncia do PF Tubo 1 1000 mm acima do Teto de Segurana 105
Figura 4-52 Curva de tendncia do PLE Tubo 20 1000 mm acima do Teto de Segurana105
Figura 4-53 Curva de tendncia do PLE Tubo 170 1000 mm acima do Teto de
Segurana .............................................................................................................................. 106
Figura 4-54 Curva de tendncia do PLD Tubo 25 1000 mm acima do Teto de Segurana106
Figura 4-55 Curva de tendncia do PLD Tubo 155 1000 mm acima do Teto de
Segurana .............................................................................................................................. 107
vii
LISTA DE TABELA
Tabela 3-1 Etapas do teste hidrosttico .................................................................................. 47
Tabela 4-1 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 55.420 ...................................................................................................................... 60
Tabela 4-2 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 61.800 ...................................................................................................................... 60
Tabela 4-3 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 58.890 ...................................................................................................................... 60
Tabela 4-4 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 64.890 ...................................................................................................................... 61
Tabela 4-5 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 67.890 ...................................................................................................................... 61
Tabela 4-6 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 55.420 B .................................................................................................................. 61
Tabela 4-7 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 58.700 ...................................................................................................................... 62
Tabela 4-8 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 61.700 ...................................................................................................................... 62
Tabela 4-9 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 64.700 ...................................................................................................................... 62
Tabela 4-10 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF
Elevao 67.745 ...................................................................................................................... 63
Tabela 4-11 Material e dimenses do Superaquecedor Tercirio - SF ................................... 63
Tabela 4-12 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto A ................................................................................................................................... 70
Tabela 4-13 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto B ................................................................................................................................... 70
Tabela 4-14 Material e dimenses do Superaquecedor Tercirio - Curvas ............................ 70
Tabela 4-15 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto C ................................................................................................................................... 72
Tabela 4-16Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto D ................................................................................................................................... 72
viii
Tabela 4-17 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto E ................................................................................................................................... 72
Tabela 4-18 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto F .................................................................................................................................... 72
Tabela 4-19 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto G ................................................................................................................................... 73
Tabela 4-20 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto H ................................................................................................................................... 73
Tabela 4-21 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto I ..................................................................................................................................... 73
Tabela 4-22 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto J .................................................................................................................................... 73
Tabela 4-23 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto K ................................................................................................................................... 74
Tabela 4-24 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto K ................................................................................................................................... 74
Tabela 4-25 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto M .................................................................................................................................. 74
Tabela 4-26 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto N ................................................................................................................................... 74
Tabela 4-27 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto O ................................................................................................................................... 75
Tabela 4-28 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto P .................................................................................................................................... 75
Tabela 4-29 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto Q ................................................................................................................................... 75
Tabela 4-30 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto R ................................................................................................................................... 75
Tabela 4-31 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto S .................................................................................................................................... 76
Tabela 4-32 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas
Ponto T ................................................................................................................................... 76
Tabela 4-33 Material e dimenses do Superaquecedor Tercirio - Curvas ............................ 76
ix
Tabela 4-34 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto A1 ................................... 88
Tabela 4-35 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto A2 ................................... 89
Tabela 4-36 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto A3 ................................... 89
Tabela 4-37 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto B1 ................................... 90
Tabela 4-38 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto B2 ................................... 90
Tabela 4-39 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto B3 ................................... 91
Tabela 4-40 Material e dimenses do Nariz ........................................................................... 91
Tabela 4-41 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de
Segurana PT .................................................................................................................... 102
Tabela 4-42 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de
Segurana PF .................................................................................................................... 102
Tabela 4-43 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de
Segurana PLE.................................................................................................................. 102
Tabela 4-44 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de
Segurana PLD ................................................................................................................. 103
Tabela 4-45 Material e dimenses dos pontos localizados a 1000 mm acima do Teto de
Segurana .............................................................................................................................. 103
Tabela 4-46 Rotinas da Inspeo de Espessura na Caldeira de Recuperao em Estudo .... 109
Tabela 4-47 Plano Proposto para Rotinas de Inspeo de Medio de Espessura (MEUS) 111
x
SUMRIO
DEDICATRIA ..................................................................................................................... I
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... II
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... III
LISTA DE TABELA .......................................................................................................... VII
SUMRIO .............................................................................................................................. X
RESUMO ........................................................................................................................... XIII
INTRODUO ................................................................................................................. XIV
1 PRODUO DE CELULOSE................................................................................ 15
1.1 PTIO DE MADEIRA ............................................................................................... 15
1.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ..................................................................... 15
1.2 LINHA DE PASTA ..................................................................................................... 16
1.2.1 COZIMENTO E LAVAGEM ........................................................................... 16
1.2.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ....................................................... 16
1.2.2 DEPURAO................................................................................................... 16
1.2.3 DESLIGNIFICAO COM O2 ........................................................................ 17
1.2.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ....................................................... 17
1.2.4 BRANQUEAMENTO....................................................................................... 18
1.2.5 PLANTA QUMICA ......................................................................................... 18
1.3 SECAGEM E ENFARDAMENTO ............................................................................ 18
1.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ..................................................................... 19
2 CALDEIRAS GERAL .......................................................................................... 19
2.1 Caldeiras Flamotubulares ............................................................................................ 19
2.1.1 Classificao ...................................................................................................... 19
2.1.1.1 Caldeira Vertical .................................................................................. 20
2.1.1.2 Caldeira Horizontal ............................................................................. 20
2.2 Caldeiras Aquatubulares .............................................................................................. 23
2.2.1 Classificao ...................................................................................................... 23
2.2.1.1 Caldeiras de Tubos Retos .................................................................... 24
2.2.1.2 Caldeiras de Tubos Curvos .................................................................. 25
2.2.1.3 Caldeiras com Circulao Forada ...................................................... 26
2.2.2 Aplicao e Utilizao das Caldeiras Aquotubulares........................................ 28
xi
3 CALDEIRAS DE RECUPERAO ...................................................................... 29
3.1 INTRODUO TERICA ........................................................................................ 29
3.2 INSPEO PERIDICA EM CALDEIRAS DE RECUPERAO ........................ 32
3.2.1 Generalidades .................................................................................................... 32
3.2.1.1 Objetivo e Campo de Aplicao desta Recomendao ....................... 32
3.2.1.2 Princpios e orientaes gerais para a inspeo de caldeiras de
recuperao de lcalis [4] ................................................................................ 32
3.2.2 Preparativos ....................................................................................................... 34
3.2.3 Exame Interno ................................................................................................... 36
3.2.3.1 Lado de gases ...................................................................................... 36
3.2.3.2 Lado de gua e vapor ........................................................................... 41
3.2.4 Exame Externo .................................................................................................. 42
3.2.4.1 Parte exterior da caldeira ..................................................................... 43
3.2.4.2 Acessrios e rgos perifricos caldeira........................................... 43
3.2.5 Testes Complementares ..................................................................................... 46
3.2.5.1 Teste Hidrosttico ................................................................................ 46
3.2.5.2 Teste das vlvulas de segurana .......................................................... 47
3.3 MTODO DE ENSAIO POR ULTRA-SOM ............................................................. 49
3.3.1 PRINCPIOS BSICOS DO MTODO .......................................................... 49
3.3.1.1 Introduo: ........................................................................................... 49
3.3.1.2 Finalidade do Ensaio ........................................................................... 50
3.3.1.3 Campo de Aplicao ........................................................................... 50
3.3.2 Limitaes em Comparao com outros Ensaios .............................................. 51
3.3.3 APARELHAGEM ............................................................................................. 52
3.4 CARACTERSTICAS TCNICAS DA CALDEIRA DE RECUPERAO DA
EMPRESA DE CELULOSE EM ESTUDO E APLICAO DESTE TRABALHO...... 53
3.4.1 Breve histrico da Caldeira de Recuperao em Estudo ................................... 54
4 ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 57
4.1 HISTRIO DE INSPEO DE MEDIO DE ESPESSURA E CURVAS DE
TENDNCIAS .................................................................................................................. 57
4.1.1 SOBRE AS CURVAS (LINHAS) DE TENDNCIA ...................................... 57
4.1.2 O que so linhas de tendncia?.......................................................................... 57
4.1.3 Segurana das linhas de tendncia .................................................................... 57
xii
4.1.4 Tipos de Linhas de Tendncia ........................................................................... 58
4.1.4.1 Linear ................................................................................................... 58
4.1.4.2 Logartimica ........................................................................................ 58
4.1.4.3 Polinomial ........................................................................................... 58
4.1.4.4 Potncia ............................................................................................... 58
4.1.4.5 Exponencial ......................................................................................... 59
4.1.5 HISTRICO DOS PONTOS ANALISADOS DO SUPERAQUECEDOR
TERCIRIO NA LINHA DO SOPRADOR DE FULIGEM .................................... 60
4.1.5.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio do superaquecedor
tercirio na linha do soprador de fuligem utilizadas para a determinao da
Matriz de Risco ............................................................................................... 64
4.1.6 HISTRICO E CURVAS DE TENDNCIAS DOS PONTOS
ANALISADOS DO SUPERAQUECEDOR TERCIRIO CURVAS ................... 69
4.1.6.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio das curvas do
superaquecedor utilizadas para a determinao da Matriz de Risco ............... 71
4.1.6.2 Exemplos de curvas de tendncia da regio das curvas do
superaquecedor utilizadas para a determinao da Matriz de Risco ............... 77
4.1.7 HISTRICO DOS PONTOS ANALISADOS DO NARIZ.............................. 87
4.1.7.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio do Nariz utilizadas para a
determinao da Matriz de Risco .................................................................... 92
4.1.8 HISTRICO DOS PONTOS ANALISADOS ACIMA DO TETO DE
SEGURANA (1000 mm) ....................................................................................... 101
4.1.8.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio das curvas do
superaquecedor utilizadas para a determinao da Matriz de Risco ............. 104
4.2 Rotinas da Inspeo de Medio de Espessura (MEUS) X Tempo de Parada .......... 108
4.3 Anlise Crtica ........................................................................................................... 109
4.4 Proposta do novo plano de inspeo ......................................................................... 110
5 CONCLUSO ........................................................................................................ 111
6 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 112
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................. 112
xiii
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de apresentar um novo plano de inspeo de medio de
espessura (MEUS) baseado em risco e adequao ao uso para gerenciar a integridade
estrutural das Caldeiras de Recuperao de uma indstria de papel e celulose.
feita uma anlise quantitativa do risco para as diversas regies localizadas no
interior da caldeira de recuperao, atravs de anlises estatsticas de curvas de tendncias e
de recomendaes do Comit de Caldeira de Recuperao do Brasil, avaliando a
probabilidade de falha.
So propostos planos de inspees, sempre respeitando os prazos mximos
estabelecidos pela NR-13, de modo a manter o risco abaixo de um nvel tolervel,
possibilitando assim um melhor aproveitamento dos recursos de inspeo.
xiv
INTRODUO
As atividades de inspeo em equipamentos e componentes durante a vida til de
uma planta industrial demonstraram, ao longo dos anos, que as intervenes de manuteno
so distribudas sob a orientao de diversas premissas, como atendimento a requisitos legais,
disponibilidade dos equipamentos e minimizao dos riscos de falhas em operao. No caso
brasileiro, o atendimento legal vigente refere-se Norma Regulamentadora do Ministrio do
Trabalho NR13 Regulamentao de Segurana para Caldeiras e Vasos de Presso.
Portanto, o planejamento focado em inspeo baseada em risco deve respeitar
primordialmente os prazos mximos de campanhas definidos por esta norma.
Diferente da NR-13 que estabelece os prazos mximos entre inspees de caldeiras
e vasos de presso na Inspeo Baseada em Risco a periodicidade de inspees passa a ser
uma varivel entre as conseqncias de um acidente e a probabilidade deste acidente ocorrer.
A tendncia estatstica de concentrao do alto risco em uma Caldeira de
Recuperao de uma planta industrial fato observado na prtica. Com base nesta premissa,
para se reduzir o risco global, necessrio aplicar planos de inspeo diferenciados para cada
regio da caldeira. Verifica-se tambm que a efetividade destes planos pode aumentar com
um levantamento mais preciso dos riscos individuais das regies, criando inclusive
padronizaes para esta atividade. Com isto procura-se intensificar os gastos com manuteno
onde o risco alto e diminu-los onde o risco baixo.
Neste trabalho foi elaborado um plano otimizado de inspeo de medio de
espessura com base na matriz de risco das regies internas de uma caldeira de recuperao
(ex.: fornalha, superaquecedores,etc.), levando-se em considerao as recomendaes de
inspees observadas pelo Comit de Segurana em Caldeiras de Recuperao e a anlise de
tendncia baseada em histricos de inspeo para aplicao da inspeo baseada em risco
(IBR). Os resultados serviro para organizar e padronizar as definies de servios de
Inspeo da unidade.
15
1 PRODUO DE CELULOSE
O processo de produo de celulose envolve todas as reas diretamente ligadas
ao processamento da madeira para obteno da fibra. Essas reas so Ptio de Madeira,
Linha de Pasta e Secagem.
1.1 PTIO DE MADEIRA
O Ptio de Madeira a rea que recebe a madeira e comea a prepar-la para a
obteno da celulose. O abastecimento de madeira nas mesas receptoras
responsabilidade do Transporte e Movimentao de Madeira (PSM). A partir da, o
manuseio de madeira at a sua transformao em cavacos responsabilidade do Ptio
de Madeira.
Dentre as responsabilidades da equipe do Ptio de madeira, destacam-se:
Manuteno das pontes rolantes que descarregam as toras nas mesas
receptoras (a operao das pontes cabe equipe de Transporte e
Movimentao de Madeira PSM).
Operao e manuteno das mesas receptoras de madeira,
descascadores, picadores e peneiras, transformando as toras em cavacos
de dimenses apropriadas para a operao do Digestor.
Estocagem dos cavacos em pilhas para a alimentao do Digestor.
Processamento da casca proveniente do descascamento de toras em
dimenses apropriadas para queimar na Caldeira Auxiliar.
Processamento da madeira destinada gerao de energia e controle
das pilhas para alimentao das caldeiras auxiliares.
1.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS
Os principais equipamentos do Ptio de Madeira so:
Descascador
Picador
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1.2 LINHA DE PASTA
A linha de pasta engloba as etapas de Cozimento, Lavagem, Depurao da
Pasta Marrom, Deslignificao, Branqueamento e a Planta Qumica.
1.2.1 COZIMENTO E LAVAGEM
O cozimento tem a funo de transformar os cavacos de madeira em polpa,
atravs da dissoluo da lignina que compe a lamela mdia. Essa uma das etapas
mais importantes do processo, pois nela que sero definidas algumas das principais
caractersticas do produto final.
O cozimento feito por dois digestores contnuos.
A etapa de lavagem se resume na passagem da polpa cozida pelos difusores
atmosfricos, visando substituir o licor negro que foi transportado junto com a polpa por
um mais limpo.
1.2.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS
Os principais equipamentos do processo de cozimento e lavagem so:
Alimentador de alta presso
Digestor
Difusor radial
1.2.2 DEPURAO
A depurao consiste basicamente na separao das impurezas da madeira e
dos pedaos de cavaco que no foram devidamente cozidos no digestor, tais como ns e
outros materiais (areia, pedras, etc). Os rejeitos da depurao, dependendo de sua
natureza, so removidos do processo ou retornam para serem reprocessados. Depois de
depurada, a polpa uma massa homognea e marrom, pronta para ser branqueada.
papel da depurao tambm remover o restante do licor preto da massa (que no saiu
nos difusores), deixando a massa sem os produtos qumicos do cozimento e j sem a
17
lignina dissolvida, ou seja, deixa na massa apenas os produtos que s o branqueamento
consegue remover.
1.2.3 DESLIGNIFICAO COM O2
A deslignificao com oxignio d continuidade ao processo de deslignificao
iniciado no cozimento, mantendo a resistncia da pasta (viscosidade). As principais
vantagens resultantes do processo de deslignificao so:
Reduo de consumo de produtos qumicos no branqueamento.
Reduo de carga de efluentes no branqueamento.
Possibilidade de uso de seqncias de branqueamento ECF e TCF.
O processo de deslignificao com oxignio depende de vrios fatores como
espcie de madeira utilizada, tipo de cozimento, nmero Kappa na entrada, requisitos do
produto final e custos operacionais. A seletividade da deslignificao com oxignio
depende da temperatura, da carga de lcali, da quantidade de substncias dissolvidas
transferidas ao estgio de deslignificao, da consistncia de pasta e da presso do
oxignio. O grau de deslignificao obtido avaliado atravs de anlises do nmero
Kappa em amostras de pasta coletadas antes e aps o reator.
1.2.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS
Os principais equipamentos do processo de deslignificao com O2 so:
Bombas mc
Misturador
Reatores para oxidao
Prensa lavadora
18
1.2.4 BRANQUEAMENTO
A principal funo do branqueamento remover as impurezas que do cor
celulose.
Grande parte das caractersticas do produto final depende fortemente da
seqncia utilizada no branqueamento da pasta. Sendo assim, o branqueamento a
etapa mais importante no que diz respeito diferenciao dos produtos. Essa
diferenciao feita alterando-se os qumicos utilizados e algumas condies de
processo.
1.2.5 PLANTA QUMICA
A Planta Qumica produz o dixido de cloro (ClO2) e o dixido de enxofre
(SO2) que sero utilizados na etapa de branqueamento da celulose. A Planta possui 3
linhas de produo de dixido de cloro e uma de dixido de enxofre.
As linhas 1 e 3 de ClO2 utilizam o processo R10 (soluo de clorato de sdio)
para a produo, enquanto a linha 2 utiliza o R3 (soluo de clorato e cloreto de sdio).
As solues de clorato so fornecidas via tubulao pela Nexen.
A linha de produo de SO2 pode operar queimando o enxofre slido e depois
solubilizando o gs gerado, ou solubilizando o SO2 gasoso comprado. Hoje
preferencialmente o SO2 comprado.
1.3 SECAGEM E ENFARDAMENTO
A secagem compreende os processos de Depurao da Pasta Branqueada,
Formao da Folha, Secagem e Enfardamento da celulose.
A funo da Depurao remover as impurezas que possam ter sido
transportadas juntamente com a pasta branqueada. Depois de depurada a pasta seguir
para a mquina, onde ocorrer a formao e posterior secagem da folha.
Depois de secas as folhas de celulose so ento cortadas e agrupadas em fardos
de 250 kg que sero embalados e agrupados em uma unidade contendo 8 fardos (2
toneladas ao todo).
19
1.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS
Os principais equipamentos do processo de secagem e enfardamento so:
Depuradores pressurizados
Peneira vibratria
Planta de canisters (ciclone)
Caixa de entrada
Mesa plana
Primeira prensa - rolo pick-up
Segunda prensa
Terceira prensa superior e inferior
Secador
Torre de quebras
2 CALDEIRAS GERAL
2.1 Caldeiras Flamotubulares
Tambm conhecidas como Pirotubulares, Fogotubulares ou, ainda, como
Tubos de Fumaa, so aquelas nas quais os gases da combusto (fumos) atravessam a
caldeira no interior de tubos que se encontram circundados por gua, cedendo calor
mesma.
2.1.1 Classificao
Existem vrios mtodos de classificao das caldeiras flamotubulares (segundo
o uso, a capacidade, a presso, a posio da fornalha, a posio dos tubos, os tamanhos,
etc.). Adotaremos aqui dividi-las em:
20
2.1.1.1 Caldeira Vertical
do tipo monobloco, constituda por um corpo cilndrico fechado nas
extremidades por placas planas chamadas espelhos. So vrias as suas aplicaes por
ser facilmente transportada e pelo pequeno espao que ocupa, exigindo pequenas
fundaes. Apresenta, porm, baixa capacidade e baixo rendimento trmico.
So construdas de 2 at 30 m, com presso mxima de 10 kg/m, sendo sua
capacidade especfica de 15 a 16 kg de vapor por m de superfcie de aquecimento.
Apresenta a vantagem de possuir seu interior bastante acessvel para a limpeza,
fornecendo um maior rendimento no tipo de fornalha interna. So mais utilizadas para
combustveis de baixo poder calorfico.
2.1.1.2 Caldeira Horizontal
Podem possuir fornalha interna ou externa. Faz-se aqui uma descrio dos
diversos tipos de Caldeiras Horizontais.
CALDEIRA CORNOVAGLIA
Tem funcionamento simples, constituda por uma tubulao por onde
circulam os gases produtos da combusto, transmitindo calor para a gua, que o
circunda, por contato de sua superfcie externa. , em geral, de grandes dimenses
(maior do que 100 m), tem baixo rendimento trmico e, devido ao seu tamanho, tem
sua presso mxima limitada a 10 kg/m. Sua capacidade especfica varia de 12 a 14 kg
de vapor por m de superfcie.
Figura 2-1 Caldeira Cornovaglia
21
CALDEIRA LANCASHIRE
Tambm conhecida como Caldeira Lancaster, a evoluo da caldeira anterior,
possuindo 2 (s vezes 3 ou 4) tubules internos, alcanando superfcie de aquecimento
de 120 a 140 m. Alguns tipos atingem de 15 a 18 kg de vapor por m de superfcie de
aquecimento.
Tanto a Caldeira Cornovaglia, como a Lancashire, est caminhando para o
desuso devido s unidades modernas mais compactas.
CALDEIRAS MULTITUBULARES
A substituio dos tubules das caldeiras anteriores por vrios tubos de
pequeno dimetro deu origem caldeira flamotubular multibular. So encontradas com
duas ou trs voltas de chama, isto , os gases de combusto fazem duas ou trs voltas no
interior da caldeira.
Os dimetros dos tubos variam entre 2 a 4, de acordo com a aplicao.
No permitem o uso de fornalha interna, sendo completamente revestida de alvenaria.
Sua grande vantagem permitir a utilizao de qualquer combustvel, mas devido ao
alto custo do refratrio, despesas de manuteno e alto custo de instalao. Este tipo de
caldeira vem tendo sua aplicao industrial diminuda. Sua capacidade mxima de
600kg de vapor por hora com presso mxima de 16 kg/m.
CALDEIRAS LOCOMOTIVAS & LOCOMOVEIS
As caldeiras locomoveis so uma adaptao e modificao das caldeiras
locomotivas. Ainda que ideais por fcil mudana de local por serem portteis, elas tm
limitaes no servio estacionrio.
So multitubulares com a fornalha revestida completamente por dupla parede
metlica formando uma cmara onde circula gua, tendo um razovel custo de
construo. Possui vantagens de ser porttil, servio contnuo e excelente, com custo
mnimo em condies severas de trabalho, assim como uma grande capacidade de
produo de vapor em comparao com seu tamanho.
Tem como desvantagens a pequena velocidade de circulao de gua e grandes
superfcies metlicas. Suportam presses de 18 kg/m e chegam at 8000 kgVapor/h.
22
Tem aplicao em campos de petrleo, associados a mquinas de vapor na gerao de
energia, em serrarias, etc.
Figura 2-2 Caldeira Locomotivas e Locomveis
CALDEIRAS ESCOCESAS
o tipo mais moderno e evoludo de caldeiras flamotubulares,
No exige gastos com instalaes especiais ou custosas colunas de ao ou
alvenaria, bastando uma fundao simples e nivelada, as ligaes com a fonte de gua,
eletricidade e esgoto para entrar imediatamente em servio. Tm controle eletrnico de
segurana e funcionamento automtico arrancando to logo sejam ligados os
interruptores.
A caldeira consta de um corpo cilndrico que contm um tubulo sobre o qual
existe um conjunto de tubos de pequeno dimetro. Tem geralmente uma cmara de
combusto de tijolos refratrios na parte posterior, a que recebe os gases produtos da
combusto, e os conduz para o espelho traseiro.
Essas unidades operam com leo ou gs (banha derretida), sendo a circulao
garantida por ventiladores (tiragem mecnica). As unidades compactas alcanam
elevado rendimento trmico, garantindo 83%. So construdas at a mxima produo
de 10 tonV/h a uma presso mxima de 18 kg/m. Sua vaporizao especfica atinge
valores da ordem de 30 a 34 kgV/m, dependendo da perda de carga oferecida pelo
circuito.
23
Os gases circulam com grande velocidade, de 20 a 25 m/s, permitindo a
obteno de elevado ndice de transmisso de calor. A perda por radiao muito baixa,
no ultrapassando 1%.
Figura 2-3 Caldeira Escocesa
2.2 Caldeiras Aquatubulares
Tambm conhecidas como Caldeiras Tubos de gua ou Aquatubulares se
caracterizam pelo fato dos tubos situarem-se fora dos tubules da caldeira (tambor)
constituindo com estes um feixe tubular.
Diferenciam-se das Pirotubulares no fato da gua circular no interior dos tubos
e os gases quentes se acham em contato com sua superfcie externa.
So empregadas quando interessa obter presses e rendimentos elevados, pois
os esforos desenvolvidos nos tubos pelas altas presses so de trao ao invs de
compresso, como ocorre nas pirotubulares, e tambm pelo fato dos tubos estarem fora
do corpo da caldeira obtemos superfcies de aquecimento praticamente ilimitadas.
Os objetivos a que se prope uma caldeira aquotubular abrangem uma grande
faixa e em vista disto temos como resultado muitos tipos e modificaes, tais como
tubos retos, tubos curvos de um ou vrios corpos cilndricos, enfim a flexibilidade
permitida possibilita vrios arranjos.
2.2.1 Classificao
Como vimos as caldeiras aquotubulares poderiam ser classificadas de diversas
maneiras, mas iremos dividi-las em:
24
2.2.1.1 Caldeiras de Tubos Retos
Podendo possuir tambor transversal ou longitudinal, estas caldeiras so ainda
bastante utilizadas devido a possurem fcil acesso aos tubos para fins de limpeza ou
troca, causarem pequena perda de carga, exigir chamins pequenas, e porque tambm
todos os tubos principais so iguais necessitando de poucas formas especiais.
As Figuras 2-4 e 2-5 mostram dois exemplos de caldeiras aquatubulares com
tubos retos de tambor longitudinal e transversal respectivamente.
Os tubos de gua, normalmente de 4, so inclinados de aproximadamente 22,
sendo ligados nas extremidades aos coletores tambm chamados cmaras onduladas,
formando com o tubulo um circuito fechado por onde circula a gua que entra pela
parte inferior do tambor, desce pelo interior do coletor posterior e sobe pelos tubos
inclinados onde se forma o vapor. A mistura de vapor e gua ascende rapidamente pelo
coletor frontal retornando ao tambor onde tem lugar a separao entre o vapor e a gua.
Figura 2-4 Exemplo de caldeira aquatubular de tubos retos
Figura 2-5 Caldeira aquatubular de tubos retos
25
Estas caldeiras podem ser adaptadas produo de energia e possui um
aprecivel volume de gua, fator importante para vrias aplicaes. Sua superfcie de
aquecimento varia de 67 a 1.350 m, com presses de at 45 kg/m para capacidades
variando de 3 a 30 tVapor/h.
Seu inconveniente se restringe no fato de que os tubos terminam em coletores
cujas paredes devem estar em esquadro com a linha central dos tubos para que as juntas
de vapor possa se encaixar aos extremos dos tubos contra as paredes dos coletores, e por
possurem baixa vaporizao especfica, da ordem de 20 a 25 kg.Vapor/m.
2.2.1.2 Caldeiras de Tubos Curvos
A utilizao de vapor em centrais trmicas exigia geradores de grande
capacidade de produo e com isto as caldeiras de tubos curvos, devido sua ilimitada
capacidade de produzir vapor, tomaram uma posio de grande importncia para casos
desta natureza.
So compostas por tubos curvos ligados tambores e suas concepes iniciais
possuam quatro e at cinco tambores, sendo revestidos completamente por alvenaria.
Atualmente, por motivos de segurana, economia e para eliminar o uso de
peas de grande dimetro, o nmero de tambores foi reduzido a dois (2) e com um nico
tambor, sendo este ltimo aplicado a unidade de altas presses e capacidades. As
paredes de refratrio representavam um custo enorme das instalaes por isto
desenvolveram-se estudos quanto a um melhor aproveitamento do calor irradiado, e a
aplicao de paredes de gua veio eliminar o uso destes custosos refratrios.
Com o maior proveito do calor gerado, alem de reduzir o tamanho da caldeira,
promove-se uma vaporizao mais rpida e aumenta-se a vida do revestimento das
cmaras de combusto.
Este tipo de caldeira encontra uma barreira para sua aceitao comercial no que
se refere ao fato de exigirem um controle especial da gua de alimentao (tratamento
da gua), embora apresente inmeras vantagens, tais como, manuteno fcil para
limpeza ou reparos, rpida vaporizao, sendo o tipo que atinge maior vaporizao
especifica com valores de 28 a 30 kg.V/m nas instalaes normais, podendo atingir at
50kg.V/m nas caldeiras de tiragem forada.
26
2.2.1.3 Caldeiras com Circulao Forada
A diferena de pesos especficos da gua de alimentao fria, com a gua
aquecida e misturada com bolhas de vapor promove uma circulao natural da gua no
interior dos tubos. Fatores como incrustaes, variaes de carga, etc., acabam por
tornar-se obstculos a esta circulao, portanto, apesar de vrios cuidados tomados, no
se consegue uma circulao orientada, ou como chamada, uma circulao positiva.
Baseado nisto substituiu-se a circulao por gravidade pela circulao forada
por uma bomba de alimentao e com isto reduz-se o dimetro dos tubos, aumenta-se o
circuito de tubos e estes podem dispor-se em forma de uma serpentina contnua
formando o revestimento da fornalha, melhorando-se a transmisso de calor e
reduzindo-se o tamanho dos tambores, coletores e tornando mnimo o espao requerido.
Foi Mark Benson da Siemens alem o autor deste tipo de caldeira, que se
caracterizava pelo fato de no utilizarem bomba de recirculao ou tambor, trabalhando
com presses supercrticas, exigindo assim um controle rigoroso.
Aproveitando calor do superaquecedor (~4%) para a gua de alimentao, a
Sulzer apresentou seu modelo trabalhando com uma presso a 140 kgf/cm e com
sensveis aparelhos para controlar o superaquecimento desejado atravs do controle da
combusto e da circulao de gua.
Baseados no modelo da Sulzer, a La Mont e a Velox desenvolveram seus
modelos chamados de circulao favorecida por possurem uma bomba de
recirculao que trabalha no primeiro caso com presses superiores da caldeira de
40lb/pol em mdia, tendo aplicao satisfatria em caldeiras de recuperao
consumindo menos de 1% da energia produzida.
Na caldeira Velox, que alcana rendimento trmico de at 90% e por isto vem
adquirindo grande aceitao na Europa, os gases da cmara de combusto so
comprimidos de 1 a 2 kgf/cm por meio de um ventilador acionado por uma turbina a
gs que utiliza os gases de escape da caldeira. Devido a compresso, ha um aumento da
densidade dos gases e de sua velocidade at valores prximos a 200 m/s, melhorando-se
assim a transmisso de calor em alguns casos com coeficientes 15 vezes maiores que
nos casos comuns.
Por este motivo a caldeira requer aproximadamente l/4 do espao e pesa um
stimo (1/7) do valor de geradores convencionais de mesma capacidade de produo de
vapor. Outras vantagens atribudas a este tipo so uma resposta rpida aos controles e
27
rpida entrada em funcionamento (5 a 7 minutos), alcanando uma vaporizao
especifica de ate 500 kg.v/m.h.
A Figura 2-6 abaixo representa uma caldeira de circulao forada com
recirculao. O vapor produzido e a gua sem vaporizar entram em um cilindro vertical
no qual canais centrfugos dirigem a gua para o fundo e o vapor saturado sobe pelo
centro. A gua volta a entrar na bomba de circulao de onde injetada no gerador de
novo.
Figura 2-6 Caldeira de circulao forada com recirculao
Um gerador deste tipo produz aproximadamente 2.750 kg.v/h ocupando um
espao de 2,1 x 2,1m.
As caldeiras de circulao forada devido, entre outras coisas, a serem mais
leves, formarem vapor praticamente seco ou superaquecido e instantaneamente,
ocuparem menor espao e possurem grandes coeficientes de transmisso de calor,
pareciam tomar conta completamente do mercado, porm o seu uso apresentou certos
inconvenientes como super sensibilidade, paradas constantes por mnimos problemas,
etc., o que levou La Mont a elaborar juntamente com W. Vorkauf um outro tipo sem
bomba de alimentao (circulao natural), porm com tubulo ligado tubos de grande
dimetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de tubos com dimetros
menores (Figura 2-7). Este tipo teve grande aceitao dos usurios, pois aproveitou as
vantagens das caldeiras de circulao forada e eliminou os defeitos das mesmas.
28
Figura 2-7 Caldeira de La Mont e W. Workauf de circulao natural, porm com tubulo ligado tubos
de grande dimetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de tubos com dimetros menores.
2.2.2 Aplicao e Utilizao das Caldeiras Aquotubulares
As caldeiras tubos de gua perseguem os mesmos objetivos de uma caldeira
qualquer, isto , custo reduzido, compacta cidade, ser acessvel, tubos com forma
simples, boa circulao, coeficiente de transmisso de calor elevado e alta capacidade
de produo de vapor. Poderia se dizer que este tipo atinge todos ou quase todos dos
objetivos pretendidos, como por exemplo, a sua limpeza facilmente realizada pois as
incrustaes so retira das sem dificuldade utilizando um dispositivo limpa-tubo movido
com gua ou ar.
Possuem as mais variadas aplicaes industriais sendo tambm usadas para
caldeiras de recuperao e aplicaes martimas, tipo este estudado com maiores
detalhes por Engenheiros Navais. Porm, destacamos sua utilizao em centrais
trmicas onde trabalham com elevadas presses de ate 200 kg/m e capacidades
atingindo valores de aproximadamente 800 t.V/h.
Com respeito s grandes centrais trmicas, no e raro um alto consumo de
combustve1 e por isto qualquer aumento de rendimento, por menor que seja, torna-se
econmico mesmo se os investimentos aplicados forem grandes.
Em caldeiras de presses elevadas, devido aos grandes esforos aplicados, os
tambores resultam um custo muito elevado por isto conclui-se que seu nmero e
tamanho deva ser o menor possvel, e isto funo dos seguintes fatores:
29
Rendimento
Tipo de combustvel
Natureza da carga
Presso de trabalho
Ampliaes futuras
Espao disponvel e
Condies do clima
Em resumo, as caldeiras aquatubulares so empregadas quase exclusivamente
quando interessa obter elevadas presses grandes capacidades e altos rendimentos.
3 CALDEIRAS DE RECUPERAO
3.1 INTRODUO TERICA
As caldeiras de recuperao tm por funo a gerao de vapor a partir do licor
de negro e recuperar os qumicos utilizados no processo de cozimento.
As caldeiras de recuperao so caldeiras aquatubulares de fabricao especial,
desenvolvidas para a recuperao de produtos qumicos, queimando para isso o licor
rico em matria orgnica proveniente do processo de cozimento da madeira em um
ambiente redutor (pobre em oxignio). A fornalha destas caldeiras desenvolvida de
forma a facilitar a remoo e o resfriamento do smelt que composto de
aproximadamente 2/3 de Na2CO3 e 1/3 de Na2S, contendo tambm pequenas
quantidades de Na2SO4 e carbono.
O licor contendo cerca de 25% de gua pulverizado no interior da fornalha
por bicos que o transformam em gotculas. Essas gotculas devem ser grandes o
suficiente para prevenir seu arraste para as regies superiores da caldeira, e pequenas o
suficiente para que estejam secas antes de atingirem a camada de fundido evitando
assim o contato da gua com o smelt.
O licor negro queima em estgios sobrepostos, de maneira similar a outros
combustveis slidos e lquidos. Os quatro principais estgios so a secagem, a
devolatilizao (pirlise), a queima do carbono, e a coalescncia e reaes do smelt.
A parte orgnica do licor consiste de produtos degradados de lignina,
polissacardeos e alguns extrativos. Quando a temperatura das gotculas se aproxima de
30
200 C esses produtos comeam a sofrer degradao trmica, liberando CO2, CO, H2O,
H2S, NO, NH3, hidrocarbonetos leves, mercaptanas e outros compostos
organossulfurados. Esse processo chamado devolatilizao. O slido restante contm
material orgnico no voltil, principalmente carbono, juntamente com a maioria do
material inorgnico.
Ao final da etapa de devolatilizao cerca de 50% do carbono presente
inicialmente no licor se transforma em compostos volteis. O slido orgnico restante
na partcula passa ento a terceira etapa, juntamente com o material inorgnico, onde ir
reagir com oxignio, CO2 e vapor dgua e se transformar principalmente em CO
(monxido de carbono). No processo o sulfato reage com o carbono, o CO e hidrognio
e reduzido a sulfeto. A seguir so listadas as principais reaes que ocorrem na
camada de fundido e no smelt.
As Caldeiras de Recuperao tm duas funes principais, que so:
recuperao dos materiais inorgnicos presentes no licor negro e a combusto dos
constituintes orgnicos, de modo a gerar vapor para energia e para o processo.
Figura 3-1 Caldeira de Recuperao com indicao das principais regies
31
Caldeiras de Recuperao possuem duas diferentes sees principais: a seo
da fornalha e a seo de transferncia de calor. Toda mistura e combusto do
combustvel e do ar realizada na seo da fornalha, onde por volta de 40% da
transferncia de calor dos gases de combusto podem ser realizadas. A transferncia de
calor para a gua da caldeira para gerar vapor de alta presso ento finalizada na seo
transferncia de calor convectiva.
Seo da fornalha: a seo da caldeira onde so admitidos os sistemas de ar
primrio, secundrio e tercirio, em diferentes nveis, bem como o licor negro a ser
queimado. Suas paredes so construdas com tubulaes alinhadas verticalmente e
interligadas em suas extremidades, sendo que na extremidade superior ligam-se aos
coletores de vapor (que por sua vez se ligam ao balo de vapor) e na extremidade
inferior ao coletor de gua (que se ligam aos downcomers). As paredes da fornalha
possuem aberturas (atravs dos desvios de tubulaes) para portas de visita, sistemas de
alimentao de ar (primrio, secundrio e tercirio), para os bicos de asperso de licor e
para os queimadores de carga e partida.
O limite entre a seo da fornalha e a seo de transferncia de calor no existe
fisicamente, mas pode-se considerar na altura do nariz da fornalha (bullnose), cujos
objetivos principais so desviar os gases de sada, induzindo-os a passar pelo sistema de
superaquecedores e tambm proteger os superaquecedores da radiao intensa
proveniente da fornalha.
Seo de transferncia de calor: nessa seo, situada acima da fornalha, esto
os sistemas de superaquecedores, convectores (boiler bank) e de economizadores.
Os superaquecedores consistem em sistemas de tubulaes pela qual passa
vapor saturado proveniente do balo de vapor e, devido ao contato desta tubulao com
os gases quentes de sada, tero sua temperatura e presso elevado. Localizam-se a
frente dos convectores e acima do nariz da fornalha, possuindo quantidade de feixes de
tubulaes e arranjo distintos, dependendo do fabricante e da tecnologia adotada.
Os convectores encontram-se aps os superaquecedores e antes dos
economizadores. So compostos por feixes de tubulaes interligadas aos bales da
caldeira (dependendo da tecnologia utilizada tm-se 1 ou 2 bales) que recebem a gua
aquecida nos economizadores e trocam calor com os gases de combusto vindos dos
superaquecedores, atravs de um processo de circulao natural (conveco).
Os economizadores tambm so feixes de tubulaes que tm como objetivo
aquecer a gua de alimentao da caldeira em contracorrente com os gases quentes que
32
passaram pelos convectores, aproveitando ainda mais sua energia. Existem em nmero
de dois ou trs feixes, dependendo do fabricante e da tecnologia adotada.
3.2 INSPEO PERIDICA EM CALDEIRAS DE RECUPERAO
3.2.1 Generalidades
3.2.1.1 Objetivo e Campo de Aplicao desta Recomendao
Por razes de segurana, normas tcnicas e legais vigentes no Brasil
preceituam que caldeiras de qualquer tipo sejam inspecionadas com regularidade. Estas
normas estabelecem procedimentos, prazos, responsabilidades e demais requisitos para
estas inspees. H, contudo um reconhecimento geral, na indstria de celulose, de que
a segurana das caldeiras de recuperao de lcalis requer cuidados de inspeo que
transcendem as exigncias oficiais genricas para geradores de vapor, contidas nas
normas acima citadas. Com isto, configura-se a necessidade de que o escopo tcnico
aplicvel inspeo de caldeiras de recuperao esteja definido. O presente documento,
respeitando inteiramente os regulamentos oficiais vigentes, tem o objetivo de delinear e
complementar este escopo recomendvel de exames, de forma coerente com a
criticidade e o risco associado s caldeiras de recuperao de lcalis da indstria de
celulose.
3.2.1.2 Princpios e orientaes gerais para a inspeo de caldeiras de recuperao
de lcalis [4]
Deve ser elaborado e mantido pelo proprietrio da caldeira um
programa de inspeo documentado, detalhado e individual para cada
caldeira, levando-se em conta diferenas de concepo, idade,
condies de operao e outras particularidades. Este programa deve
ser continuamente revisado e atualizado, levando em considerao
novas observaes e experincias. Prioritariamente o programa deve
observar a conformidade aos requisitos legais, conforme enfatizado em
3.2.1.1.
33
Registros histricos de cada inspeo devem ser mantidos
documentados para futura referncia.
As inspees devem ser executadas por agente qualificado, podendo ser
pessoal prprio ou contratado.
Por ocasio das inspees, quaisquer anomalias j conhecidas pelo
proprietrio da caldeira devem ser reportadas ao inspetor comissionado
para os trabalhos.
Todas as especificaes, critrios e padres gerais de aceitao que
possam vir a ser necessrios (ex: descrio dos materiais, espessura
mnima de tubos, valores de ajuste de vlvulas de segurana,
parmetros do teste hidrosttico, etc.), devem estar prontamente
disponveis nestas ocasies, evitando dvidas e equvocos.
As inspees devem ser constitudas de exame interno, exame externo e
testes complementares. Cada uma destas etapas descrita neste
documento de forma sucinta, como orientao apenas. Cabe ao inspetor
utilizar sua experincia e conhecimento para determinar a extenso,
abrangncia e detalhamento das verificaes e ensaios a serem
aplicados. necessrio que sejam gerados relatrios escritos
conclusivos sobre os exames realizados e recomendaes deles
resultantes.
O inspetor dever certificar-se de que todos os reparos e modificaes
advindas das inspees sejam executados em conformidade com as
normas e cdigos de projeto e construo da caldeira, conforme
estabelecido pela legislao vigente.
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3.2.2 Preparativos
Procedimentos de segurana ocupacional prvios inspeo,
especialmente bloqueio e sinalizao dos itens cujo acionamento
acidental possa ser perigoso, devem ser rigorosamente providenciados,
com suficiente antecedncia.
Recomenda-se que se proceda uma verificao interna preliminar
limpeza da caldeira, de forma a observar as possveis incrustaes,
obstrues e depsitos excessivos, sua natureza e localizao, arranjo
do fundido remanescente, etc. Entretanto esta verificao deve ser
cercada das precaues de segurana exigveis, especialmente quanto
possvel queda de blocos de sulfato.
As cinzas remanescentes devem ser removidas por lavagem a alta
presso com gua quente. A lavagem deve ser estendida, inundando-se
a fornalha com gua atravs dos sopradores de fuligem e queimadores
de licor (bocais spray tm que ser removidos). A qualidade da limpeza
resultante deve ser cuidadosamente avaliada antes do encerramento
definitivo da lavagem, e antes que se iniciem quaisquer atividades de
manuteno na caldeira. Especial ateno deve ser dada remoo de
formaes de sulfato que eventualmente ficam presas ao teto, paredes e
painis aps a lavagem, evitando acidentes com sua queda durante os
trabalhos internos.
Todas as portas de visitas e outras aberturas da caldeira precisam ser
abertas. Aps a abertura das portas dos bales, ar frio deve ser insuflado
em seu interior para promover um resfriamento mais rpido.
Iluminao geral interna de baixa voltagem deve ser providenciada,
bem como luminrias manuais para todas as partes a serem localmente
examinadas.
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O teto de segurana precisa obrigatoriamente ser montado antes que
qualquer trabalho seja iniciado na fornalha baixa. Deve ser observada a
perfeita vedao entre as partes do teto de segurana e as paredes da
caldeira, garantindo que no haja aberturas que possam permitir a
queda de materiais na fornalha. essencial proceder-se a uma
cuidadosa inspeo das vigas e demais elementos que compem o teto
de segurana, antes de cada montagem e utilizao do mesmo.
Um andaime rgido e seguro deve ser erguido para possibilitar a
inspeo em toda a altura da fornalha, bem como em todas as linhas de
sopragem nos superaquecedores, at o teto. importante que o andaime
proporcione, quando possvel, fcil acesso entre os diferentes nveis dos
superaquecedores, e nunca obstrua bocas de visita. Plataformas devem
ser montadas nos funis de cinzas sob a bancada e economizador. O
acesso a outros stios de interesse alm dos citados, se solicitado pelo
inspetor comissionado, deve ser providenciado sem restries.
A limpeza mecnica e preparao das superfcies para inspeo e
ensaios devem ser feitas pelos meios adequados e com mximo
cuidado, a fim de se evitar a abraso excessiva dos tubos e
conseqentes perdas de espessura. Precaues especiais se aplicam ao
uso de jato de areia, pelas razes expostas.
recomendvel, especialmente se houver qualquer suspeita do
vazamento na caldeira, a execuo de um teste de estanqueidade na
mesma (com no mais que a presso de operao) no incio da parada,
antecedendo as inspees propriamente ditas. Esta providncia permite
evidenciar os possveis vazamentos em tempo hbil para sua correo,
evitando a sua constatao apenas no teste hidrosttico final.
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3.2.3 Exame Interno
O exame visual interno em uma caldeira de recuperao de lcalis deve ser
extensivo e detalhado, sendo recomendvel que seja executado anualmente. Abaixo so
descritos os procedimentos gerais para este exame.
3.2.3.1 Lado de gases
EXAME VISUAL
Os tubos da caldeira devem ser examinados visualmente com foco em
corroso, eroso, desalinhamento, deformaes, amassamento,
empolamento, inchamento, porosidade, trincas, rupturas, descolorao,
alteraes da textura do material, etc. Deve verificar os tubos tambm
quanto a danos mecnicos decorrentes de possvel interferncia fsica
indevida entre componentes da prpria caldeira, limpeza da caldeira
com instrumentos pontiagudos, colises com sopradores de fuligem,
queda de objetos pesados, etc. Tubos de cortina e do fundo da fornalha
so particularmente sujeitos a danos por queda de grandes formaes de
sulfato, que se desprendem das partes altas da caldeira.
Aletas, membranas, chapas de vedao tipo crotch-plate, grampos,
espaadores, suportes e outros elementos soldados devem ser
atentamente examinados quanto a possveis trincas, que podem se
propagar para os tubos. Este problema assume maior criticidade quando
ocorrido em locais passveis de contato gua-fundido. As aberturas das
bicas de fundido e bocais de ar primrio so, portanto, locais em que se
recomenda mxima ateno.
Caldeiras de um balo que possuam convector do tipo long-flow, assim
como certos tipos de economizadores longitudinais, apresentam s
vezes suscetibilidade a vibraes, e deve-se verificar a existncia de
trincas nos coletores, soldas e suportes.
37
Tubos compostos so sujeitos ocorrncia de trincas e eroso, devendo
ser examinados com este foco.
A pinagem protetora, quando existente, deve ser inspecionada,
controlando-se o comprimento remanescente dos pinos, uma vez que
estes se desgastam por ao de corroso e eroso. Outros elementos da
caldeira sujeitos a mecanismos similares de desgaste so bocais de ar de
combusto e queimadores.
Recomenda-se uma verificao amostral das condies dos tubos do
fundo da caldeira a cada cinco anos em caldeiras de fundo plano. Para
tanto podem ser abertas uma ou mais janelas pequenas (1 x 1 m, por
exemplo) no refratrio do piso, de forma a permitir uma verificao
visual dos tubos que compem o fundo, e a sua medio de espessura
conforme descrito no item 3.1.2. Para unidades com fundo inclinado a
inspeo nesta regio deve ser anual. Dada a diversidade de materiais,
tipos de tubos e formas construtivas de fundos de caldeiras de
recuperao, esta recomendao, aqui dada de forma genrica, devem
ser cuidadosamente adaptada s condies particulares da caldeira em
questo. Ateno especial deve ser dada aos tubos do fundo, dos cantos
em caldeiras que tenham sofrido redimensionamentos importantes de
capacidade devido a possveis alteraes de circulao (estas,
verificveis por tubos Pitot). Nota: extremo cuidado deve ser exercido
na remoo do refratrio, para evitar danos mecnicos aos tubos.
Suportes, tirantes, chicanas e grampos anti-vibrao devem ser
examinados quanto sua fixao, partes faltantes ou soltas, atritos e
interferncias indevidas.
Refratrios de um modo geral devem ser avaliados quanto ao seu
possvel desgaste, fragmentao, deteriorao, situao da ancoragem e
at mesmo se ainda permanecem nos locais originais.
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Recomenda-se fortemente que as bicas de fundido sejam substitudas a
cada campanha anual. Se isto no ocorrer por alguma razo,
imperioso submet-las a inspeo criteriosa incluindo ensaios no-
destrutivos para determinar sua espessura remanescente, e eventual
degradao (corroso, eroso e trincas), especialmente micro-trincas no
material do leito. Nota: bicas substitudas devem ser inutilizadas
imediatamente para evitar sua reutilizao, inclusive por terceiros, de
forma inadvertida ou mal-intencionada. As bicas usadas devem,
contudo, ser objeto de avaliao com vistas a informaes de interesse
para o histrico da caldeira (por exemplo, verificar se est havendo
trincas ou no).
O penthouse e o lower plenum devem ser examinados visualmente,
com foco no estado de elementos estruturais ali alojados, corroso em
geral, invlucros, isolamentos, possveis infiltraes e acmulos de
sulfato, estado de refratrios e selos, estado de termopares e conexes
de tubos Pitot. Especialmente deve ser verificada a condio de
coletores, distribuidores e tubos, e as conexes entre eles. Em alguns
tipos de caldeiras, necessrio inspecionar o sistema de suportao dos
superaquecedoes, quanto a trincas. Possveis vazamentos de fundido
devem ser pesquisados no plenum.
Inspeo similar descrita no item anterior, no que for aplicvel, deve
ser executada no vestbulo posterior ao nariz.
ENSAIOS NO-DESTRUTIVOS
Medies de espessura
Medies ultra-snicas de espessura peridicas so essenciais para controlar a
vida til dos tubos, detectarem desgastes anormais e confirmar a Presso Mxima de
Trabalho Admissvel (PMTA) da unidade. Abaixo so recomendadas linhas gerais para
um plano de prospeco ultra-snica para medio de espessura:
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Ressalta-se aqui, uma vez mais, que o plano deve ser individualizado para cada
caldeira, levando-se em conta sua concepo, idade, histrico de corroso, etc. As
medies de espessura devem ser sempre complementadas com uma cuidadosa inspeo
visual quanto a perdas de material dos tubos, por exemplo, com o uso de uma lanterna
em ngulo. As medies so feitas em um arranjo lgico de localizaes (exemplo: a
cada 6 metros, de 5 em 5 tubos), resultando em uma densidade de medies adequada a
cada caso, e para cada parte da caldeira. Vrios milhares de pontos podem ser
necessrios em uma inspeo, para proporcionar uma adequada avaliao da unidade.
O arranjo de medies tambm deve ser tal que permita boa repetibilidade dos ensaios
em inspees subseqentes. Tipicamente as medies de espessura so feitas a cada
ano. Este perodo, bem como a densidade de pontos, pode ser ajustado dependendo dos
resultados. Abaixo so recomendadas prticas para prospeco de cada parte da
caldeira.
Os tubos de fornalha so medidos entre 3 e 6 nveis ou elevaes,
dependendo do tipo de proteo contra corroso existente.
Prioritariamente so medidos os nveis de ar de combusto e
queimadores, e os tubos curvados ao redor das diversas aberturas da
fornalha. Em reas crticas recomendado que a medio seja feita em
trs pontos da semicircunferncia do tubo exposta aos gases, ao invs
de uma nica medio central. Partes como o nariz, que sabidamente
experimentam maior desgaste, tambm devem receber ateno especial
nas medies. As regies altas da fornalha e teto, em contrapartida,
geralmente apresentam baixas taxas de corroso e podem ser
examinadas com menor freqncia.
Os tubos de superaquecedores so medidos prioritariamente em partes
curvas. Contudo medem-se tambm partes retas, preferencialmente nas
linhas de centro de sopragem.
Os tubos de economizadores devem ser medidos com prioridade para as
partes inferiores, mais frias, e nas linhas de sopragem. Cuidado especial
deve ser tomado para verificar a chamada corroso do lado frio,
prxima ao invlucro, estendendo-se as medies ultra-snicas a estes
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locais se necessrio. Isto se aplica de forma especial quando o invlucro
estiver corrodo nas regies prximas s entradas de sopradores de
fuligem.
Os tubos de cortina so medidos em 2 a 5 nveis (este nmero pode ser
maior dependendo das caractersticas da cortina). As partes prximas s
penetraes das paredes, tubos curvados e trechos retos nas regies de
sopragem so os focos de interesse principal.
Os tubos de bancada devem ser medidos prximo aos bales, se for o
caso, em partes curvadas e nas linhas de sopragem
Tubos com sinais visuais evidentes de desgaste ou corroso anormais
devem ser medidos independentemente da sua localizao.
essencial verificar freqentemente a calibrao do aparelho, durante os
trabalhos de medio de espessura.
Outros ensaios no-destrutivos
Ensaios no-destrutivos clssicos so usados para evidenciar
descontinuidades em partes pressurizadas e estruturais. Abaixo so
dadas algumas recomendaes especficas do emprego destes ensaios,
tpicas nas inspees peridicas da caldeira de recuperao:
Lquidos penetrantes ao redor nas aberturas das bicas de smelt. Nas
fornalhas de tubos compostos, onde a experincia tenha mostrado uma
incidncia aprecivel de trincas, o ensaio tambm deve ser estendido s
portas de ar de combusto e demais aberturas da fornalha baixa.
Lquidos penetrantes em espaadores ou soldas de painis de screen,
quando o painel em questo tiver sido deformado por queda de blocos
de sulfato.
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Radiografia para controle da qualidade de eventuais soldas de
manuteno em partes pressurizadas. necessrio radiografar 100%
das soldas executadas em tubos de gua na regio da fornalha, assim
como em quaisquer outras localizaes que teoricamente possam
originar vazamentos para a fornalha.
Ensaio IRIS nos tubos do banco de conveco, quando houver suspeita
de reduo da espessura.
Outros ensaios no-destrutivos, ou os ensaios acima em localizaes
diferentes das citadas, devem ser aplicados segundo necessidades
especficas e/ou suspeitas levantadas nos exames visuais. Mtodos
especializados de ultra-som como B-Scan e o prprio IRIS, por
exemplo, so indicados para exame de grandes reas ou locais com
limitao de acesso.
3.2.3.2 Lado de gua e vapor
Por ocasio da inspeo peridica, a qualidade da gua de alimentao
(incluindo gua de alimentao principal, de reposio e dos
condensados que retornam caldeira) avaliada. Uma inspeo interna
nos bales e coletores torna isto possvel. No caso dos coletores, devem
ser removidos caps para possibilitar esta visualizao, e tambm ser
feita retirada de amostras dos depsitos internos e possveis detritos,
que sero analisadas por agente competente. Falhas ou deficincias da
camada de xido protetor, depsitos excessivos, corroso, pitting,
eroso, e outras irregularidades associveis qualidade da gua so,
portanto evidenciadas neste exame dos bales e coletores. Tambm
podem ser cortados trechos de tubos para permitir anlise dos depsitos
internos.
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Os internos do balo de vapor, nomeadamente defletores, telas
separadoras de umidade, tubulaes de alimentao de gua e de
dosagem de produtos qumicos, devem ser verificados quanto sua
adequada instalao e fixao, e ao seu estado geral. Observar nesta
ocasio a linha dgua no balo, o que fornecer indcios acerca do
controle de nvel no mesmo.
A inspeo nos bales, alm dos fatores acima, deve incluir o exame
quanto a trincas e rupturas. Ateno especial deve ser dada s
extremidades expandidas de tubos mandrilados e respectivas soldas de
selagem, recorrendo-se a ensaios no-destrutivos se necessrio. Isto se
aplica especialmente aps eventual lavagem qumica.
Investigao com foco em corroso e eroso nas partes em contato com
a gua, feita, por exemplo, por meio de radiografia se houver indcios
apontando para isto.
Recomenda-se, quando da inspeo do balo de gua, a instalao de
tampas nas aberturas dos downcomers, presas com correntes no lado
externo do balo, evitando-se que objetos caiam acidentalmente nestes
locais.
3.2.4 Exame Externo
O exame visual externo em uma caldeira de recuperao de lcalis tambm
deve ser extensivo e detalhado. Embora tenha menor abrangncia e profundidade que o
exame interno, pode ainda assim proporcionar informaes de grande relevncia ao
inspetor. Abaixo so dadas linhas gerais para o exame externo, subdividindo-o em: parte
exterior da caldeira, e acessrios e rgos perifricos.
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3.2.4.1 Parte exterior da caldeira
Deve ser feita uma inspeo cuidadosa na estrutura, buckstays, tirantes,
isolamento trmico, invlucros, portas, visores, instrumentos, windboxes, funis de
cinzas, escadas e corrimos, plataformas, pisos, vias de evacuao em emergncia,
sinalizao, etc. Recomenda-se periodicidade semestral para esta inspeo, que pode ser
conduzida com a unidade em operao.
3.2.4.2 Acessrios e rgos perifricos caldeira
Muitos destes itens requerem a parada da unidade para serem inspecionados. A
periodicidade recomendada , portanto anual, juntamente com o exame interno. Os
principais esto destacados abaixo:
Tanque de dissoluo: antes da limpeza, verificar quanto a acmulos
irregulares de fundido, que indicam deficincia da agitao. O estado
do costado deve ser avaliado externa e internamente. Se for construdo
em ao carbono revestido em ao inoxidvel, eventuais falhas deste
revestimento, expondo o substrato de ao carbono ao produto corrosivo,
devem ser pesquisadas, uma vez que daro origem a pontos de severa
corroso localizada. Devem ser examinados os agitadores com foco em
seus suportes de fixao (que podem ter trincas), estado das telas de
proteo e desgaste dos rotores. Inspecionar o estado e possveis
obstrues das linhas de licor verde, fragmentadores de licor verde a
vapor, chuveiros de recirculao e outros internos do tanque.
Sopradores de fuligem: inspecionar quanto ao alinhamento e possvel
existncia de trincas, corroso e eroso nas lanas, estas ltimas
ocasionadas geralmente por inadequada purga de condensado. Deve-se
adotar como procedimento a inspeo por gamagrafia (radiografia
utilizando raios gamas) nas soldas de lanas novas e reparos
executados, conferindo-lhes maior segurana contra defeitos que
poderiam causar o rompimento do tubo e sua projeo para o interior da
caldeira. Deve ser examinada por END com especial ateno a solda de
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unio entre as ponteiras e as lanas. Observar o estado das caixas de
selagem dos sopradores, montadas junto s penetraes nas paredes da
caldeira. Proceder tambm a uma verificao da estanqueidade das
vlvulas do sistema. Confiabilidade adicional quanto segurana dos
sopradores de fuligem pode ser alcanada executando-se testes
funcionais e dinmicos com os mesmos. O teste, conduzido a seco
durante a parada da unidade, feito inserindo-se completamente a lana
de cada soprador, enquanto um inspetor observa os seguintes aspectos:
(a) curso da lana, certificando-se que a mesma no se aproxima
demasiadamente, ou mesmo colide, com a parede oposta; (b) as
condies e funcionamento das chaves-limite e batentes mecnicos de
fim-de-curso, devendo a fixao (deste ltimo) ser verificada por
lquidos penetrantes; (c) o empeno ou descentralizao da lana ao
longo do percurso, com possveis atritos laterais com painis de tubos
adjacentes; (d) condies de desgaste e desalinhamento, bem como
rudos anormais, dos roletes de apoio da lana; (e) funcionamento
adequado do sistema de indexao, se existente.
Tanque de gua de alimentao e desaerador: devem ser examinados
com foco na qualidade da gua conforme descrito em 3.2 (1),
atentando-se para depsitos e a presena de materiais estranhos em seu
interior. Verifica-se tambm o estado dos internos do desaerador,
especialmente fixao das bandejas e bicos spray. De forma geral estes
vasos devem receber o mesmo tratamento de inspeo e END aplicvel
a vasos de presso em geral, inclusive com atendimento aos requisitos
legais.
Linha de gua de alimentao: est sujeita perda de espessura causada
por corroso acelerada por fluxo, podendo resultar em rup