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ERA DAS REVOLUES
A REVOLUO FRANCESA
Prof Wesley Soares
ROTEIRO
OBJETIVOS1.
O CONCEITO2.
REVOLUO FRANCESA:ANTECEDENTES E CONJUNTURASO PROCESSO REVOLUCIONRIO (1789 1799)
3.
IMPACTOS DA REVOLUO FRANCESA4.
1. OBJETIVOS
A construo histrica e aplicao
do conceito de Revoluo
O processo da Revoluo Francesa inserido nos
processos revolucionrios entre os sculos XVIII e XX
Os impactos da Revoluo Francesa
no mundo Contemporneo
Analisar:
2. O CONCEITO
Escrita pelo historiador britnico Eric Hobsbawm, a obra A Era das Revolues foi publicada em 1962 e analisa, sobretudo, a Revoluo Francesa e a Revoluo Industrial, bem como seus impactos na sociedade contempornea.
Ao longo da Histria, a misria tem provocado muitos
motins, mas em regra no provoca revolues.
(GAXOTTE, Pierre. La Rvolution Franaise. Paris: Librairie Arthme Fayard, 1957, pp. 31-54.)
Ento, o que Revoluo?
2. O CONCEITO
Revoluo
grande transformao, mudana sensvel de qualquer
natureza, seja de modo progressivo, contnuo, seja de
maneira repentina;
movimento de revolta contra um poder estabelecido, e
que visa promover mudanas profundas nas instituies
polticas, econmicas, culturais e morais.
(Dicionrio Houaiss da lngua portuguesa, Editora Objetiva)
2. O CONCEITO
2. O CONCEITO
Construo histrica do conceito
Conceito relativamente recente: Renascena
do latim revoluto, nis: ato de revolver
Significado: o lento, regular e cclico movimento dos astros celestes;
A ideia impacta a poltica: ordem poltica obedece as leis de ordem universal;
XVII: na poltica, o termo Revoluo compreendido como retorno a um estado antecedente de coisas, uma ordem preestabelecida que outrora foi perturbada;
Revoluo inglesa de 1688-1689: restaurao da monarquia.
2. O CONCEITO
Construo histrica do conceito
Transformao do conceito
Formulaes tericas iluministas re-significam o termo;
Da mera restaurao de uma ordem perturbada pelas autoridades f na possibilidade da criao de uma nova ordem;
Revoluo Americana de 1776: guerra de libertao nacional;
Da busca da liberdade nas velhas instituies criao de novos instrumentos de liberdade;
Portanto, durante a Revoluo Francesa que se verifica a mudana decisiva do conceito de Revoluo.
Superar a Tradio e dar lugar Razo;
2. O CONCEITO
Construo histrica do conceito
Transformao do conceito
...s se pode falar de Revoluo, quando a mudana se verifica com vistas a um novo incio, quando se faz uso da violncia para constituir uma forma de governo absolutamente nova e para tornar real a formao de um novo ordenamento poltico, e quando a libertao da opresso visa pelo menos instaurao da liberdade... (Hannah Arendt, 1963)
Karl Marx (sc. XIX): Revoluo ocorre quando h uma ruptura com a velha ordem poltica, social e econmica, dando lugar a novos padres de relaes sociais que tm por princpio assegurar a liberdade e a igualdade social entre os homens.
2. O CONCEITO
Construo histrica do conceito
Em termos dialticos:
Sntese
Anttese
Tese
2. O CONCEITO
Antecedentes e conjunturas
A Frana de Lus XVI e a magnfica fachada de Versalhes: uma dissimulao da crise
Moral
Financeira (Corte e Aparelho Estatal)
Socio-econmica
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
Antecedentes e conjunturas: crise moral
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
A Revoluo est nos Espritos antes de passar prtica
Revoluo Francesa: ponto de partida ou de chegada?
A contestao suscitada pelos ideais iluministas
Poder absoluto da Monarquia
Religiosidade catlica e do fanatismo religioso
Desigualdades entre os homens (os 3 Estados ou Estamentos)
Mercantilismo
Difuso dos ideais iluministas
Fisiocracia e liberalismo
Formao da opinio pblica
Antecedentes e conjunturas: crise financeira do Estado
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
Guerras
Forte endividamento do Estado e da Corte
Despesas da corte
Maria Antnia Josefa Joana de Habsburgo-Lorena: um smbolo de impopularidade da Corte Francesa
Costumes suntuosos dissimulam a grave crise financeira
Clero e Nobreza, os Privilegiados, eram isentos de impostos
Propostas de solues
Turgot e Necker e as Reformas Fisiocratas: taxar a Nobreza
Recusa parlamentar do 1 e 2 Estamentos
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
Antecedentes e conjunturas: crise scio-econmica
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
O mundo em 1789 era essencialmente rural e impossvelentend-lo sem assimilar este fato fundamental. (HOBSBAWN, Eric)
Fome: queda na produo de alimentos
Violncia no campo
Abertura aos manufaturados ingleses
Burguesia enriquecida: um Estado pobre num pas rico
Exrcito sublevado: privilgio da Nobreza sobre o alto escalo
Clamores pelos Estados Gerais
Agitao popular nas ruas
Agitao no Parlamento
O Processo Revolucionrio: eventos preliminares
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
Meados de 1788
A Corte prope fechar o Parlamento
O Parlamento proclama a Monarquia Constitucionalista Francesa
Necker convoca os Estados Gerais
Maio/1789: aberto os Estados Gerais
A Grande questo: como se dar a representao de cada Estamento? Voto por ordem ou proporcional?
Nobreza e Clero: ordem (cada Estado, um voto)
Terceiro Estado: proporcional, um homem, um voto, com duplicao do Terceiro Estado
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
SOCIEDADE ESTAMENTAL FRANCESA EM 1789
PRIMEIRO ESTADO: ALTO CLERO E BAIXO CLERO
SEGUNDO ESTADO: NOBRESA CORTESA, PALACIANA E TOGADA
TERCEIRO ESTADO: BURGUESIA, CAMPONESES E SANS CULOTTES
O Processo Revolucionrio: eventos preliminares
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
junho/1789
17 - O Terceiro Estado se declara em Assembleia Nacional, com direito a deliberaes nas finanas
20 O Juramento da sala do jogo da Pela mediante ameaa real de dissoluo do Terceiro Estado caso imponha o voto proporcional
24 Maioria do Clero junta-se ao Terceiro Estado
25 Parte da Nobreza toma assento na Assembleia Nacional: o Rei Lus XVI ganha tempo e solicita ajuda tropas estrangeiras; a intransigncia do Monarca inquieta a populao parisiense
O Processo Revolucionrio: eventos preliminares
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
julho/1789
11 Necker exonerado
12 A notcia da exonerao do fisiocrata Necker chega a Paris
o A notcia entendida como medida da mxima intransigncia da Corte e instaura-se um ambiente de anarquia em Paris, percebendo que a Monarquia prepara-se para a luta armada contra o Terceiro Estado
o Eleitores do Terceiro Estado formam uma milcia para controlar a anarquia, mas veem-se sem armas
O Processo Revolucionrio: eventos preliminares
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
julho/1789
14 Tomada da Bastilha
o Inicialmente, a ideia no era a de tomar o poder
o Sob o lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, a multido corre atrs de armas
o Como Priso, a Bastilha estava praticamente desativada, mas armazenava um arsenal dos exrcitos franceses
o A Queda da Bastilha, ento depsito de armas, torna-se elemento central da Revoluo por ser um smbolo do Absolutismo na Frana
o A Bastilha, um smbolo do passado feudal e absolutista, pouco a pouco demolida pela populao
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
julho/1789
A violncia da Tomada da Bastilha, em que guardas foram violentamente mortos e decapitados, no condenada pelos deputados e torna-se padro de ao das revoltas e uma tradio da Revoluo
Instaura-se uma violenta revolta popular, onde multides matavam e expropriavam bens da Nobreza
Lus XVI no pode mais controlar a revolta e toma as primeiras medidas para tentar acalmar a populao
o Revogao do regime feudal sobre os camponeses
o Abolio dos privilgios tributrios sobre Clero e Nobreza
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
Agosto/1789
A Assembleia Nacional Constituinte proclama a Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado
o O respeito pela dignidade das pessoas
o Liberdade e igualdade dos cidados perante a lei
o Direito propriedade individual
o Direito de resistncia opresso poltica
o Liberdade de pensamento e opinio
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
Outubro/1789
A famlia Real obrigada a mudar-se de Versalhes a Paris
o Marat, o amigo do povo, escreve uma critica feroz sobre uma suntuosa festa realizada no palcio de Versalhes, onde os monarcas teriam debochado da Revoluo
o Diante das palavras de Marat, exige-se que o Rei mude-se para Paris
o A populao estava profundamente descontente por suas condies miserveis e temerosa pela possibilidade das tropas do Rei invadirem Paris
o O palcio violentamente invadido, guardas decapitados e os monarcas obrigados mudarem-se para Paris
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1791
A Assembleia Nacional Constituinte conclui a Carta
o Igualdade jurdica entre os indivduos
o Fim dos privilgios do Clero e Nobreza
o Liberdade de produo e de comrcio (sem a interferncia do estado)
o Liberdade de crena
o Separao entre Estado e Igreja (Estado Laico)
o Nacionalizao dos bens do clero
o Diviso da administrao do Estado nos Trs poderes: Legislativo, Executivo e Judicirio
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1791
Lus XVI no aceito a perda do poder conspira contra a revoluo, contando com nobres emigrados e monarcas da ustria e Prssia
A Contrarrevoluo tentava organizar um exrcito que invadisse a Frana
Lus XVI foge da Frana para unir-se aos contrarrevolucionrios, mas reconhecido, capturado e preso
O poder transferido s lideranas revolucionrias, cuja figura de destaque era a do jacobino Robespierre, o incorruptvel
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1792
A vitria sobre o Exrcito austro-prussiano pelas tropas francesas na Batalha de Valmy fortalece a Revoluo e seus lderes burguesa decidem proclamar a Repblica em 22 de setembro de 1792
A Assembleia Constituinte torna-se Conveno Nacional, cuja misso era de elaborar uma nova constituio para a Frana
As foras polticas que se destacavam
o Girondinos: alta burguesia, moderados
o Jacobinos: pequena e mdia burguesia; o proletariado de Paris. Posio radical na defesa dos interesses do povo
o Grupo da Plancie: apoiavam aqueles que estivessem no poder
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1792
Introduo da guilhotina (a navalha nacional) para execuo da pena de morte aplicada aos inimigos da Revoluo
Mtodo proposto pelo francs Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814), contra os macabros mtodos medievais de execuo
Guillotin considerava o mtodo de execuo mais humano do que os mtodos medievais, pois a morte atravs deste mtodo seria instantnea e a punio, uma condio necessria e absoluta dava-se, portanto, atravs de uma morte decente
Marat, o amigo do povo, elogia a inveno
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1793
Liderados por Robespierre (o incorruptvel), os jacobinos pregavam a condenao morte do rei sob acusao de traio a Revoluo, como smbolo de nascimento da Repblica
Lus XVI foi julgado e guilhotinado em janeiro, mesmo sob apoio dos girondinos, provocando revoltas internas e uma reorganizao das foras absolutistas estrangeiras
Marat, defensor do sangue, assassinado por Charlotte Corday
Criados o Comit de Salvao Pblica e o Tribunal Revolucionrio: com Robespierre a frente, foram responsveis pela morte na guilhotina milhares de pessoas consideradas inimigas da Revoluo
Instaura-se a poltica do Terror
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
A morte de Marat por Jacques-Louis David (1793)
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1793
Ditadura jacobina, liderada por Robespierre
Poltica de destruio dos smbolos identificados ao Antigo Regime e instaurao de novos smbolos associados aos valores da Revoluo
o Marat ascende de mrtir santo
o Substituio da toponmia crist por nomenclaturas identificadas aos cones revolucionrios
o Institui-se um novo calendrio em substituio ao calendrio gregoriano (cristo)
o substituio da deidade crist pela Deusa da Razo (1794)
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1794
O governo de Robespierre pautou-se por tentar equilibrar-seentre vrias tendncias polticas, fossem aquelas identificadas coma alta burguesia ou aquelas prximas as aspiraes das camadaspopulares
Georges Jacques Danton, exmio e popular orador, amigo deRobespierre, preocupado com as ameaas externas, defendia que oTerror j no era mais necessrio e deveria ser revogado, mas
Robespierre, preocupado com os inimigos internos, defendia apermanncia do Terror e colocava-se contrrio s guerras externas
Robespierre conspira contra Danton e o leva a guilhotinajuntamente com os dantonistas. Instaura-se o Grande Terror
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1794
A instituio do Festival do Ser Supremo a 6 de junho de 1794,com o culto Deusa da Razo, faz cessar a guilhotina naquele dia
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
O Processo Revolucionrio: 1789 - 1799
3. O PROCESSO DA REVOLUO FRANCESA
1794
O decreto torna-se estopim para que se levantem desconfianas edescontentamentos s polticas de Robespierre
Antecipando ataques diante de potenciais inimigos internos,Robespierre declara possuir uma lista de integrantes da Conveno,que seriam inimigos da Revoluo, porm, ele no cita os nomes
Sentindo-se ameaados ao verem-se como potenciais integrantesdaquela lista, os Deputados da Conveno, aliados ou opositores,depem Robespierre e o levam guilhotina, aps este tentarsuicdio
Com a morte de Robespierre em 27 de julho de 1794, morre oTerror, o que, na verdade, a maioria j desejava
4. IMPACTOS DA REVOLUO
Impactos imediatos
Reorganizao da sociedade francesa
Guerras e lutas por Independncia nas Amricas
Impactos de Longa Durao
As democracias no mundo contemporneo
As Revolues no mundo contemporneo