Post on 20-Jul-2015
Estudo do livro de Yvonne do Amaral Pereira
elaborado pelo grupo de Estudo de terças-feiras
da Sociedade Espírita Renovação
em 26.08 e 02.09.2014
Focaliza a vida de Espíritos que, desde os tempos de Roma,
encarnaram em conjunto, sendo sua última existência verificada na
França, o que foi relatado no romance "Nas voragens do pecado".
Ressalta a aplicação da lei de causa-e-efeito, descrevendo os
personagens centrais e identificando-os com a existência passada. O
romance se passa por volta de 1680, no governo do Rei Luís XIV,
abordando o amor espiritual de companheiros que encarnam com a
tarefa de auxiliar aos Espíritos endividados. Enfoca a união dos
Espíritos comprometidos na busca do reajuste que, levados pelas
tendências inferiores, envolvem-se em novos dramas. Relata tramas,
culminando com a fraqueza moral de um dos protagonistas, que
busca o suicídio como fuga para seus problemas e o seu despertar
em desequilíbrio no Plano Espiritual. Conclui com o reencontro dos
personagens no Plano Maior, preparando-se para nova reencarnação,
na procura de reparação dos seus graves desvios da lei de Deus.
Ruth Carolina
Século XVI
Na metade do século XVII , houve reunião espiritual para
planejamento da reencarnação de RUTH e LUIS , e se
juntaria a eles o Príncipe Frederico de G. Três voluntários
haviam emigrado para o cenário terreno: Carlos Felipe I,
Carlos Felipe II e Dama Blandina retornariam para
apaziguar a consciência de cumplicidade. Juntara ao grupo
Monsenhor de B e Reginaldo de Troulles. Tratava-se de
Espíritos ainda moralmente prejudicados pelas PAIXÕES,
e que precisavam de etapas novas de progresso, à exceção
de Carlos Felipe I e Carlos Felipe II, almas cândidas, em
franco ressurgir para a redenção. Os demais
representantes da família reencarnariam em outras
localidades.
Prepararam-se, pois, as entidades reencarnantes, e
atingiram a Terra.
Luís de Narbonne como o Cavaleiro Henri Numiers
Ruth-Carolina como Berthe de Sourmeville-Stainesbourg
Carlos Felipe I como o Padre Rômulo
Carlos Felipe II como o professor Padre Antoine Thomas
Monsenhor de B. como o camponês Arnold Numiers, pai
de Henri.
Príncipe Frederico como o Barão Louis de Stainesbourg,
primo de Berthe
Dama Blandina como a camponesa Marie Numiers, esposa
de Arnold e mãe de Henri
Reginaldo de Troulles como Ferdnand de Görs, Conde de
Pracontal.
E novo drama de paixões e aventuras desencadeou-se nos cenários
da Terra, próprio, como tantos outros, de um planeta de provas e
expiações, onde reencarnam réprobos e delinquentes.
Esse grupo de Espíritos havia-se reunido na encarnação, na
Bélgica, para os trabalhos de reconciliação de hostilidades antigas
na fraternidade recíproca.
Não era, pois, de lei que os fatos que se desenrolaram fossem
obrigatórios.
Eles, tiveram causa nas paixões incontroláveis daqueles que não
souberam cumprir o dever consigo próprios e com aqueles que os
circundavam.
Foram, pois, inteiramente responsáveis, perante a LEI de DEUS,
pelos acontecimentos que se sucederam.
Muitas vezes, sofremos, na vida terrena não propriamente a força
de uma punção, mas a consequência de erros cometidos na mesma
existência vigente.
“Se não perseverardes no Bem e no Amor a Deus, podereis delinquir, pois a Terra é
eivada de paixões que vos poderão atingir e desviar da rota que devereis trilhar. A
carne atraiçoa muitas vezes a vontade do Espirito” (16).
“Berthe de Sourmeville, a desventurada causadora do drama que enche nossas
páginas, e triste lição àqueles que desviam do caminho da justiça para perder-se nos
lamaçais do egoísmo e demais paixões. (165)
“ Ainda esta em tempo, Berthe! E seja qual for o erro que cometas eu te ajudarei a te
libertares dele. ... é o amigo leal, o conselheiro que desde tua infância se habituou a
zelar por ti que te vem suplicar que, se algo perturba a serenidade do teu lar, que te
esforces por reagir contra a tentação e o mantenhas respeitável e feliz como até aqui.
(83 /84). (Oportunidade ignorada de voltar a boa rota traçada no Espaço)
“Berthe pouco progredira, mantivera-se estacionária como espírito, cultivando o
egoísmo e abrigando as más paixões no coração. Com efeito, não é fácil a um
Espírito endurecido no erro reformar-se” (168 /169)
“Como todos os pecadores orgulhosos, ela atribuía os próprios erros à ação de
outrem, considerando-se vítima e não Cúmplice.” (169).
Berthe ... passou por longo período de sono, até que despertou com forças bastante
para tudo compreender e iniciar a própria reeducação sob tutela de dedicados
amigos” (204)
Berthe reencarnara em Flandres a fim de redimir-se , mas reincidira no crime
de traição, não se redimira, antes agravava a situação praticando erros mais
nefastos .(205)
Lei de causa e efeito é inexorável, dando a cada um segundo suas obras. “ ...
“entretanto, tudo poderá ser aliviado, dependendo do teu proceder diário”
(211)
“Os grandes erros cometidos durante a vida planetária não podem ser
reparados no Além. Será necessário o recurso decisivo da reencarnação”.
(207)
“ A reencarnação é bendito ensejo que Deus vos concede a fim de vos
reabilitardes do mal praticado e não sofrer eternamente... Esta concessão está
na Lei Natural do Progresso e não deveis rejeita-la... Não obstante, sois livres
de escolher o gênero das lutas pelos testemunhos, o local, a família onde
reencarnareis, e ate o pais onde vivereis. Se no entanto, não quiserdes partir
agora vossa vontade será respeitada. ...( 210)
“Sei que sou uma desgraçada. Nada escolho, nada posso escolher. Entrego-
me à lei de Deus. (211)
Luiz de Narbonne
Século XVI
Século XVII, nos arredores de Flandres (província da Bélgica),
novamente reencarnaria uma falange de espíritos afins, ligados por
um sentimento de amor, mas um amor que em muitos ainda era
primitivo e precisava ser trabalhado.
Grandes responsabilidades!!!
Mas todos tinham possibilidade de vencer se perseverassem no
bem, no amor... no dever legítimo que impulsiona a vontade a
resistir as paixões primevas e aos imperativos dos instintos que a
carne ainda impõe e que levam muitos espíritos aos piores
desatinos, esquecendo-se dos compromissos e responsabilidades
assumidos no plano espiritual.
A todos haveria o auxílio.... mas caberia a cada um ouvi-los e segui-
los...
A cada um seria dado segundo suas obras....
“CADA CRIATURA É RESPONSÁVEL PELO QUE LHE
ACONTECE, DEVENDO INVESTIR TODOS OS ESFORÇOS E
HABILIDADES NA COMPREENSÃO DOS OBJETIVOS
EXISTENCIAIS, ASSIM EQUIPANDO-SE DE FORÇAS PARA AS
BATALHAS QUE SÃO NECESSÁRIAS PARA O
ENGRANDECIMENTO DA VIDA”
Nesse contexto reencarnara Luis de Narbonne... agora Cavaleiro de Numiers.
Nascera na aldeia de Stainesbourg, pacato vilarejo com imponentes pinheiros
tomado por flores e casarios modestos que envolviam os transeuntes naquela
aurora de paz!
Filho único de camponeses abastados... recebeu instrução militar... tornou-se
soldado, cavaleiro.... alto, forte como um Hércules... não era belo, mas possuía
os traços dos homens vigorosos da época.
Seus olhos refletiam o seu ser ... conflitos e desequilíbrios que lhe dominavam a
alma... porém, estranhamente esses mesmo olhar se enternecia até a meiguice, a
humildade quando da lembrança de sua “amada” e de seu protetor.
Era genioso sem ser mau.
Honesto e incapaz de uma desonra, exigindo de suas relações qualidades
similares.
Qualidades que o faziam ser respeitado e que o conduziam a atos de verdadeira
filantropia cristã, sob o entendimento de que o mais forte deveria proteger o
mais fraco.
Todavia.... declarava-se ateu.
“O HOMEM DE GÊNIO, QUE SE LANÇA À REALIZAÇÃO DE
ALGUM GRANDE EMPREENDIMENTO, TRIUNFA, SE TEM FÉ,
PORQUE SENTE E SI QUE PODE E HÁ DE CHEGAR AO
OBJETIVO QUE TEM EM VISTA, E ESSA CERTEZA LHE DÁ
UMA FORÇA IMENSA (...). ENFIM, COM A FÉ, NÃO HÁ MAUS
PENDORES QUE NÃO SE CONSIGA VENCER”
Fora irmão colaço de Louis... amigos criados desde a infância.
Ruth Carolina .... Berthe de Soumeville. Sua amiga... sua paixão de
outra vida.
Enamoraram-se e novamente se casaram. Novas vidas.... antigos
destinos...
03 primeiros anos do enlace matrimonial.... a aura do amor parecia
derramar suas bênçãos sobre essa união.
Porém... todo erro há de ser liquidado.
Erros de outras vida e da mesma vida.
Mais uma vez o sentimento desenfreado de “amor” pela bela Berthe
lhe acometeu em atitudes irrefletidas... o ciúme, a posse, a
necessidade de exercer o domínio sobre aquele ser “angelical” lhe
conduziu a humilhação de um suposto contendor.
Porém nunca se sabe o que as palavras e atitudes impensadas
podem acarretar...
“... USA A BONDADE NAS TUAS CONSIDERAÇÕES EM
RELAÇÃO ÀS DEMAIS PESSOAS COM AS QUAIS CONVIVES OU
NÃO. (...) A PALAVRA É PORTADORA DE GRANDE PODER,
TANTO PARA ESTIMULAR, CONDUZIR À PLENITUDE, ASSIM
COMO PARA GERAR SOFRIMENTO, DESTRUIÇÃO E
AMARGURA...”
O suicídio.... a futura obsessão...
Casamento realizado sob ódio de um ser
espiritual... consequências que iriam advir....
Naquele lugarejo onde parecia reinar a paz...
retorna Louis...
E Berthe, Ruth... novamente se deixa
envolver.... as preocupações.... os conselhos
para que os compromissos no plano espiritual
fossem cumpridos... as promessas... a intuição
... nada ouvido... tudo esquecido.
“O PRESSENTIMENTO... É O CONSELHO ÍNTIMO E OCULTO DE UM ESPÍRITO
QUE VOS QUER BEM. TAMBÉM ESTÁ NA INTUIÇÃO DA ESCOLHA QUE SE HAJA
FEITO. É A VOZ DO INSTINTO. ANTES DE ENCARNAR, TEM O ESPÍRITO
CONHECIMENTO DAS FASES PRINCIPAIS DE SUA EXISTÊNCIA, ISTO É, DOS
GÊNEROS DAS PROVAS A QUE SE SUBMETE (...) OS ESPÍRITOS PROTETORES
OBJETIVAM UNICAMENTE O NOSSO PROCEDIMENTO MORAL (...) MAS QUASE
SEMPRE TAPAIS OS OUVIDOS AOS AVISOS SALUTARES E VOS TORNAIS
DESGRAÇADOS POR CULPA VOSSA”
Novamente a traição... o engano... o
abandono...
Cavaleiro de Numiers.... novamente
humilhado, desonrado, angustiado...
A raiva, o desespero, a saudade lhe
retornavam do passado e, mais uma vez, lhe
dominavam.
E a fé que poderia lhe servir de auxílio... lhe
faltou.
Tristeza, dor, sofrimento...
“SENDO A TERRA O ‘PLANETA DAS PROVAS E EXPIAÇÕES’, OS QUE NOS
VINCULAMOS ÀS SUAS MATRIZES, CONSTITUINDO A SUA
HUMANIDADE, ESTAMOS SOB O CRIVO DE MIL NECESSIDADES QUE
NOS IMPELEM A SEGUIR, BUSCANDO LIBERTAÇÃO. O SOFRIMENTO,
PELA NOSSA PRÓPRIA RESPONSABILIDADE, FAZ-SE O AGUILHÃO QUE
DESPERTA O ESPÍRITO E O IMPELE A MARCHA”
Mas nunca se está só! E os afetos espirituais de outra vida
lhe vieram em auxílio.
Ida para a França... novo trabalho... nova vida?
Mas a lei do resgate é imperativa! A oportunidade do
refazimento dos compromissos assumidos é sempre
oferecida!
E novamente o destino coloca essas duas almas
comprometidas no mesmo cenário, a fim de lhes
possibilitar a modificação de suas vidas.
Mas a vontade de se transformar ainda era pequenina.
E diante do novo encontro, novamente Luis de Narbonne...
Cavaleiro de Numiers.... deixa-se dominar pela ilusão...
pela paixão desenfreada... pelo amor possessivo.
O ódio, a raiva que o dominavam, o desejo do fim daquele
ser que tanta dor lhe causara, eram efêmeros... pois não
conseguia Numiers odiar aquela mulher...
Todavia, embora houvesse o desfazimento dos sentimentos
que o angustiavam não conseguia sublimar o seu amor... o
que tanto precisava!
Mais uma vez... a ilusão.... a traição...o sofrimento....a
revolta...
Porém não teve Numiers força para superar...
O egoísmo na destinação de seus sentimentos o cegavam,
pois não enxergava os demais afetos que o cercavam.
Assim, embora nunca lhe faltassem almas queridas a seu
favor....o livre arbítrio é definidor!
E Numiers se suicidou.
“O SUICÍDIO É O COMEÇO DO MAIOR TORMENTO QUE E A CRIATURA
HUMANA PODE SOFRER, PORQUE DESCOBRE QUE DEPOIS DE MATAR
SEU CORPO FÍSICO ELA CONTINUA VIVA... PORÉM SOZINHA, E SEM
SOCORRO ALGUM, DESCOBRE QUE SEUS MALES SÓ SE AGRAVARAM E
QUE INFELIZMENTE COMETEU UM DOS MAIORES CRIMES QUE A
CRIATURA PODE COMETER, TIRAR UM EMPRÉSTIMO DE DEUS QUE
SERVIRIA PARA A EVOLUÇÃO DE SEU ESPÍRITO”
E mais uma vez... anos de sofrimento, de dor...
O despertar no além túmulo amplia a consciência de si
mesmo... e Numiers pode perceber que a vida não cessará
que a dor continuara...
10 anos vagando sentindo as consequências de seus atos
impensados... a lembrança do ato atentatório contra si
mesmo o atormentavam...
Precisava sofrer os resultados de suas ações irrefletidas....
A cada um será dado segundo sua obra...
Após anos de amarguras, mais uma vez o arrependimento,
a autoculpa.... mas precisava Numiers superar, resgatar... e
aceitar as consequências da sua atitude inculta...
“A PASSAGEM DOS ESPÍRITOS PELA VIDA CORPÓREA
É NECESSÁRIA PARA QUE ELES POSSAM CUMPRIR,
POR MEIO DE UMA AÇÃO MATERIAL, OS DESÍGNIOS
CUJA EXECUÇÃO DEUS LHE CONFIA”
Numiers ... Luis de Narbonne errara, errara
muito, mas sempre por amor... ainda que um
amor doentio que precisava ser trabalhado,
precisava ser sublimado.
Mais uma chance, uma oportunidade... sem
escolhas... difíceis provações lhe foram
traçadas ... mas o amor familiar jamais o
desamparara.
Então, novamente reencarnara Numiers, entre
os entes em que precisava ... para aprender a
verdadeiramente amar e assim se libertar!
Príncipe Frederico
Século XVI
Herdara da mãe uma debilidade profunda que
ameaçava lhe roubar a vida.
Marie Numiers tornou-se sua ama de campo e
passara a viver no castelo como em sua casa, mas
sempre com seu pequeno Henri. Louis, portanto,
criara-se ao lado de Henri.
Criado junto a prima Berthe e muito afeiçoado a ela,
prometeu a mãe protege-la. Com a morte da esposa
querida, o Barão Frederich se abateu e adoecendo
foi aconselhado a viajar. Pediu ao filho Louis que o
acompanhasse. Este concordou, mas queria levar
Berthe, ao que o pai não deixou.
Louis deseja seguir no aprendizado das belas artes. O pai
se refugiava no Sul da França para após uma tuberculose,
desencarnar. Louis se vê desamparado, sem recursos com
más terras e castelos hipotecados aos primos e não manda
mais notícias ou mesada ao Padre Romulo.
O jovem refugia-se no convento na Holanda e aí torna-se
culto. Para, cuidar da vida própria sai do convento e inicia
vida artística. Louis pensa em buscar Berthe mas passam-
se os anos e ele não vai buscá-la. Louis torna-se secretário
particular do Conde Ferdnand de Görs que o leva para
Flandres. E assim alguns meses após a chegada a Bruges,
Louis pede licença ao Conde para visitar a terra natal, onze
anos após sua partida, disposto a cumprir sua promessa de
matrimônio com a prima Berthe.
Louis aceita hospedar-se na herdade dos Numiers e era
respeitado pelos aldeões que achavam que ele sabia honrar
a memória dos pais tão queridos por todos. Sua afeição
por Henri conservara-se inalterável. Henri feliz com
presença de Louis oferece-lhe todos os préstimos até as
terras doadas por sua mãe. Mas Louis recusou. O jovem
preocupado nota que a presença da prima lhe desperta
novamente toda paixão por ela. E temeroso procura
sempre a companhia de Henri porque nota ser
correspondido.
O Conde Louis medita que seria melhor partir. Mas Louis
não se animou a deixar a herdade dos Numiers.
A FUGA
Nas horas de meditação Louis sentia-se sobressaltado. A
consciência acusava-o do erro que praticava e ele, que
agora possuía a mulher que amava, não era feliz como seria
se esperar. Era inevitável a desgraça no solar de Louis de
Stainesbourg e ele o sabia.
O DUELO
Sentia-se sereno. Depois de dolorosamente vibrar, seus
nervos se aquietaram sob a injunção do inevitável.
Murmurou para Berthe ”estás perdoada, querida amiga da
minha infância”. E foi ao encontro de Fernand, pelas mãos
de quem morreu, pedindo perdão a Henri Numiers,
compreendendo as leis de justiça.
Louis desviou-se da boa rota traçada no Espaço, antes da
reencarnação, e errou: fraco, invigilante, imprudente ele
arrojou-se nos braços da uma felicidade fictícia, que sua
ingenuidade supusera real.
A passagem para o Além fora violenta e era difícil o
despertar, embora não doloroso. Alguns dias após o
desenlace recuperou a lucidez; apoderou-se de tristeza
infinita. Era um remorso atroz que nada aplacava. Não
culpara Fernand pelo duelo que o vitimara e perdoava-o.
Rogava por um meio de reparar o mal praticado contra
Henri, pedindo a oportunidade de ama-lo, protegê-lo e de
sacrificar-se por ele; Sua mãe veio em seu socorro.
Na erraticidade, a mãe de Louis diz que ele precisa
reparar/reconciliar-se com Henri. Que 2 séculos não serão
o suficiente para que Henri deixe de sofrer. Para que Louis
reencarne ligado a fortes laços de parentesco, é necessário
que Henri concorde. Caso Henry se negue, a Lei facultar-
lhe-á o direito de reparar em outrem, nas mesmas
condições que ele, o que a Henri deves.
Na reunião com os mentores espirituais, Louis solicita
reencarnar como irmão de Henri e, seu convite é aceito
pelos mentores e, também, por Henri.
O sofrimento de Louis foi provocado por sua falta de
firmeza de caráter, pois se deixou levar pelo desatino de
Berthe e sua consciência o atormentava pois sabia do erro
cometido.
“A dor é o resultado do conflito. Ela ocorre quando duas
direções opostas coexistem numa personalidade. A direção das
forças universais criativas orienta-se para a luz, para a vida, para o
crescimento, o desdobramento, a afirmação, a beleza, o amor, a
inclusão, a união e o prazer supremo. Sempre que essa direção é
contrariada por outra, cria-se a dor, mas o desequilíbrio é um tipo
especial de tensão causada pela direção oposta. É isso que causa
o sofrimento. [...]A direção negativa e destrutiva não seria tão
feroz e tão difícil de superar se o princípio do prazer não estivesse
ligado a ela. Você se encontra na posição de não querer separar-se
do prazer precário que retira da indulgência para os sentimentos e
as atitudes destrutivas. Isso pode evoluir sutilmente,
insidiosamente e inadvertidamente quando um indivíduo começa
a seguir numa direção saudável e construtiva.”
O sofrimento do sofrimento é resultado das aflições que ele
mesmo proporciona.
Apresenta-se sob dois aspectos: físico e mental, na imensa área
das patologias geradoras de doenças. Nesse caso, o sofrimento é
como uma doença e resultado dela.
As origens do sofrimento estão sempre, portanto, naquele que o
padece, no recôndito do seu ser, nos painéis profundos da sua
consciência.
Ao lado das origens cármicas do sofrimento, surgem as causas
atuais, quando o homem o busca mediante a irresponsabilidade, a
precipitação, a prevalência do egoísmo que incita à escolha do
melhor para si em detrimento do seu próximo.
O perdão das falhas alheias luariza a paisagem íntima clareando
as sombras da angústia insistente que bloqueia a alegria de viver,
produzindo sofrimentos injustificáveis.
Considerando a própria fragilidade, o indivíduo deve conceder-
se a oportunidade de reparar os males praticados, reabilitando-se
perante si mesmo e perante aqueles a quem haja prejudicado.
Monsenhor de B.
Século XVI
Monsenhor de B, pai adotivo de Luis de Narbone, reencarna
aspirando viver ao lado de seu amado filho para todo o sempre, que
agora viria como seu filho legítimo Henri de Numiers.
Arnold abastado camponês da Aldeia de Stainsbourg, protegido
pelos Barões de Stainsbourg do qual foi fiel seguidor e pai de Henri
de Numiers. Os Barões agradecidos por salvarem a vida de seu filho
Barão Fredérich, eleva Arnold a categoria de intendente ou seja
administrador de suas propriedades.
O Barão de Stainesbourg partiria para a Europa , junto de seu filho
Louis, para se tratar, e como Berthe era uma menina muito frágil,
não aguentaria a viagem, então ela é confiada temporariamente aos
Numiers, sendo que esta leva por doação o sobrenome Stainesbourg
e a quantia suficiente para o seu trato e sua educação.
Passado alguns anos Henri filho de Arnold e a filha do Barão criada
por eles se casam.
Depois de três anos Frederich de Stainsbourg volta à aldeia e Berthe
descobre que aquele (Louis) era seu grande amor (depois de Thom)
e foge com ele.
Arnold se enfurece vendo o filho querido sofrer e diz: Ele é um
covarde que se deixa morrer por paixão, sem coragem para reagir a
aquela situação, Arnold faz um juramento: “juro que no próprio
inferno que a infame se esconda, lá mesmo eu irei buscá-la para
beber o sangue maldito e vingar a desgraça desse filho que eu
desprezo pela sua covardia”.
Arnold que na encarnação anterior fora Monsenhor B, já não
gostava de Berthe (ou seja Ruth Carolina) para ser esposa de Luis
de Narbone (agora Henri Numiers) essa antipatia só se agravava
nessa encarnação, depois de tudo que ela fez a Henri o levando ao
suicídio.
Arnold se desesperava até a demência diante do cadáver mutilado
de seu filho, que ele mesmo encontrara.
Arnold dizia blasfêmeas no auge do desespero vendo sepultarem os
despojos de Henri e de volta a sua casa dizia:
“Oh Berthe de Stainesbourg, Berthe de Stainsbourg não morrerei
sem te encontrar, assassina de meu filho! E o crime que cometeste
nele eu cometerei em ti, ainda que vá buscar no palácio dos Reis”.
Depois desses acontecimentos pai Arnold entregara-se a
embriaguez, corroído pelo desgosto, ficava fora de casa por
dias.
O gado abandonado ou era furtado pelos forasteiros, como
ele acumulou dívidas os aldeões apoderarem-se de terras
em pagamento da dívida
Arnold deixou-se levar pelos arrebatamentos das paixões
esquecendo não apenas os sábios conselhos dos amigos do
espaço, mas também os propósitos que trouxeram ao
aceitar os novos testemunhos da reencarnação.
Passados dez anos de desolação, coberto de dores e
angústias, pai Arnold nunca mais trabalhara em sua antiga
propriedade e isso foi a ruína, com esse abandono os
senhores de Stainsbourg tomaram a propriedade de volta.
Agora pai Arnold enfermo, tinha as faculdades
mentais alteradas e vivia perambulando pelas
aldeias como mendigo, a procura de Berthe a fim de
executar sua vingança.
Quando Berthe adoeceu e se encontrava na torre do
Presbitério, pai Arnold rodeava dia e noite em volta
só aguardando a hora de fazer sua vingança, porém
Berthe veio a falecer e Arnold Numiers não
conseguira praticar sua projetada vingança.
Já no plano espiritual, em reunião para decidir sua
nova reencarnação, Arnold foi aconselhado a
perdoar Berthe, mas não quis, fugiu e seu livre
arbítrio foi respeitado.
Carlos Felipe II
Era um varão de pouco mais de trinta anos de
idade. Nascera em certa aldeia de Provença, de
família nobre, mas sem grandes patrimônios.
Órfão de pai aos cinco anos de idade, sua mãe,
paupérrima, confiara-o aos monges de Saint-
Sulpice, para que se educasse e tomasse ordens [...].
Romulo fora seu mestre no convento [...].
Ordenando-se, Antoine Thomas tornara-se também
professor, pois era senhor de grande cultura
intelectual e artística, exercendo sua profissão não
somente entre os nobres, mas repartindo-se
também a beneficio dos menos favorecidos da
sociedade. [...]
Amava Berthe desde sua infância, quando lhe
ministrava as letras e a música. “Não a desejava
como minha mulher; desejava, sim, a sua presença
em minha vida, o seu sorriso e os seus afagos;
desejava ser amado por ela á face de Deus, com a
pureza com que a amava, vê-la fiel e submissa aos
meus conselhos, aos ditames da lei de Deus.
Antoine sabendo ser amado por Berthe antes dos
seus esposais, recolhera-se, agora, ao mais
completo isolamento; fugira, por assim dizer, do
convívio da aldeia, a fim de se conservar afastado
dela, evitando possíveis expansões futuras.
Quando Louis retorna abalando as estruturas do
casamento feliz o Padre Thom se reaproxima na
tentativa de guia-la, orienta-la e tenta convencê-la a
resignar-se, voltando-se para Deus; sem sucesso. E
com a fuga de Berthe o padre passa a prestar
assistência á Henri.
Após o assassinato de Ferdnand de Gors, Romulo e
Thom escondem Berthe em um aposento humilde e
tratam-na com desvelo paternal; mas não
conseguiram pacificar a mente da infeliz mulher.
Na erraticidade, Padre Thom não perdia tempo:
Visitava Berthe frequentemente, instruindo-a
quanto à conduta que devia observar. Falava-lhe da
necessidade de procurar Deus e iniciar o trabalho
dos resgates necessários. Pois, era um espírito
delinquente, e quanto antes iniciasse a
aprendizagem, muito mais fácil seriam as
reparações terrenas futuras.
No que consistia o aprendizado: Prática do bem,
exercício da caridade, Estudo das Leis Divinas que
ele infligira, no exame de consciência que a levaria a
emendar-se e, à vontade de expiar o passado no
trabalho de realizações edificantes.
Na reunião com os mentores espirituais, Thom ofereceu-se para
auxiliar Berthe, no que fosse possível, pedindo permissão para
reencarnar ao lado dela, como irmão mais velho. O que foi
concedido.
O seu sofrimento não era causado por sua má conduta ou por ter
uma consciência pesada mas porque acompanhava a vida as pessoas
que amava e que apesar de os aconselhar não seguiam os seus
conselhos.
Então sofre porque não pode evitar o sofrimento alheio.
Do texto da aula anterior a parte que identifica o Antoine é:
A educação calcada nos valores ético-morais, não-castradores, que
estimula a consciência do dever e da responsabilidade do indivíduo
para com ele próprio, para com seu próximo e para com a vida,
equipa-o de saúde emocional e valor espiritual para o trânsito
equilibrado pela existência física.
Reginald de
Troulles
Século XVI
Alemão, rico, poderoso, tinha 40 anos "bem vividos", era
solteiro e dado a conquistas amorosas; excêntrico; era
exímio esgrimista (era época de duelos, onde os nobres
não podiam ser desafiados sem aceitar);tornou-se paternal
com os amigos.
Admirador da intelectualidade, embora homem de armas,
protegeu o amigo Louis Frederych —artista pobre
tornando-o seu secretário particular ( para organizar
festas,escrever poemas e discursos, restaurar pinturas, etc);
sendo que este pelos afazeres de trabalho que o
sobrecarregavam se via obrigado a passar temporadas no
campo, ficando afastado da esposa Berth, que por sua vez,
vivia os prazeres nas festas e reuniões de Ferdinand,
tornando-se seu par constante
Ferdinand apaixonou-se por Berth e redobrou os favores
concedidos a ela e o esposo Louis tentando conquistá-la
pela generosidade. Sua intenção era torná-la sua amante
uma vez que nessa época isso era comum.Mas Berth não
amava Ferdinand, embora aceitasse a vida principesca
propiciada por ele.
Um dia o Conde cansou-se da esquiva de Berth que era fiel
ao marido e lhe confessara amá-lo com sinceridade , e
retirou a proteção de ambos intentando conquistá-la pela
penúria. Demitiu o amigo Louis, deixou de convidá-los
para festas e reuniões e de comprar as peças teatrais de
Louis , sendo imitado por todos os fidalgos de Burges. A
situação do casal tornou-se humilhante e a miséria batia à
porta. Tentaram vender objetos , mas a custo apenas os
comerciantes judeus aceitavam comprar.
Então ele enviou cartas a Berth propondo que se ela
o aceitasse traria de volta a prosperidade e atenções
de Burges, a que ela recusou. Até que o esposo sofre
um acidente no trabalho caindo de um andaime na
Capela em que fazia reparos. Sem recursos, Berth
não mais conseguia vender suas jóias porque o
Conde proibira até os judeus de empenhar ou
comprar e a penúria se abateu sobre seu lar. Então
Berth cede ao assédio de Ferdinand e se torna sua
amante em troca dos recursos para a saúde de Louis
e a sobrevivência de ambos.
Mais tarde Louis pinta um belo retrato de
Berth o qual é cobiçado por Ferdinand que
insiste em comprá-lo sem entretanto obter
sucesso. Mas por este interesse,o Conde
aproveita para lançar uma suspeita em
Louis que se choca e intimamente
compreende nisso uma confissão da relação
daquele com sua esposa. O insulto do
Conde induz Louis a desafiá-lo a um duelo
que culmina com a morte do desafiador.
Berth então entra em desespero pelo remorso, a
saudade e decepção, adoecendo e sofrendo
delírios,permanece reclusa por dois meses, alimentando
seu ódio por Ferdinand a quem responsabiliza
totalmente por sua desgraça , sem admitir os próprios
erros , até que planeja sua vingança.
Ferdinand por sua vez, apaixonado , cada vez mais
atraído pela mulher pela qual se julgava amado tornou-se
mal humorado e impaciente ,e insistiu em procurá-la por
cartas intencionando até desposá-la. Até que um dia
ela responde marcando encontro na casa dela , onde
o atrai para assassiná-lo por envenenamento,
cumprindo assim sua vingança.
Ferdinand era espírito medíocre , fraco, não era um
homem de todo mau, mas fruto dos valores de sua
época materialista e frívola : uma época sem moral,
de culto ao prazer, à boemia, aos prazeres da carne,
onde era comum tanto o deleite humano aos
alcoólicos , como as relações sexuais extraconjugais
como amantes. Amou sinceramente Berth e
desorientou-se por não ser amado por ela, de quem
não passou de um joguete em suas mãos. Ele não
teria proposto o duelo ,que era lícito na época , caso
não fosse desafiado para isso por Louis, uma vez
que jamais pensou em matá-lo. Morreu sem ódio no
coração, porém surpreso com a traição de Berth.
Estudamos na aula passada no capítulo "Viver a
Dor" que o sofrimento não é imposto por Deus ,
mas sim escolha de cada criatura e que, a
intensidade e duração dele estão de acordo com o
estágio espiritual em que ela se encontra. É bom
lembrar que nesta encarnação este espírito
envolveu-se com o mesmo grupo espiritual por
escolha própria, valendo-se de seu livre arbítrio, pois
fora isento disto pela espiritualidade , a qual
inclusive o alertou dos riscos de fazê-lo. Insubmisso
e voluntarioso, sem ser mau, era egoísta e não
media consequências para satisfazer os próprios
desejos. Dominado na ocasião por espíritos também
endurecidos , comparsas de boemia.
Na aula lemos sobre as causas atuais do sofrimento,
quando o homem pela irresponsabilidade e pelo
egoísmo busca o melhor para si em detrimento do
seu próximo. Vimos também dentre os tipos de
sofrimento, segundo Joanna de Ângelis, o
sofrimento da impermanência das coisas terrenas,
que foi o que aconteceu com Ferdinand, que para
desfrutar do prazer de viver seu amor com Berth
investiu tudo de si, violando todos os princípios da
lei divina , numa escala de valores invertidos, tendo
como base o prazer imediato. O resultado foi o mais
alto preço a pagar: a própria vida.
Desencarnado, vítima da vingança de sua amada,
permaneceu muito tempo moribundo, sofrendo os efeitos
do veneno, retorcendo-se com dores reflexas mentais do
corpo espiritual. Encontrado perambulando pelas ruas
acompanhado por corte de entidades nocivas como ele,
sem o mínimo de responsabilidade espiritual, foi acolhido
pelos sacerdotes do bem Rômulo e Thom ao que
agradeceu, mas não se percebeu com faltas a se
penitenciar, demonstrando temor à Verdade, procurando
enganar-se a si mesmo com modo de vida espiritual fictício
e indicando que demoraria a renovar-se. O caso deste
espírito , portanto será regido pela Lei Divina do
Progresso, através do trabalho, da dor , e do amor nas
sucessivas reencarnações.