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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
COLEGIADO DE ENFERMAGEM
CENTRO DE ESTUDOS DE SAÚDE DO SEMI-ÁRIDO
UBIRATAN OLIVEIRA DE ARAUJO
LEVANTAMENTO DOS ESTUDOS REALIZADOS
COM A PAPAÍNA NO PERÍODO DE 2008 A 2011
SENHOR DO BONFIM
2012
UBIRATAN OLIVEIRA DE ARAUJO
LEVANTAMENTO DOS ESTUDOS REALIZADOS
COM A PAPAÍNA NO PERÍODO DE 2008 A 2011
Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia – Campus VII.
Orientadora: Enfermeira Especialista Thaisy Luzia Campos Fernandes
Co-orientadora: Dra. Maria de Fátima Brazil dos Santos Souto
SENHOR DO BONFIM
2012
UBIRATAN OLIVEIRA DE ARAÚJO
LEVANTAMENTO DOS ESTUDOS REALIZADOS
COM A PAPAÍNA NO PERÍODO DE 2008 A 2011
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem pela Universidade do Estado da Bahia – Campus VII.
Aprovado em:______/_____/_____
Banca de Examinadores
Enfermeira Esp. Thaisy Luzia Campos Fernandes
Orientadora
Dra. Maria de Fátima Brazil dos Santos Souto
Membro da Banca
Enfermeira Esp. Antônia Adonis Callou Sampaio
Membro da Banca
Dedico este trabalho a minha família; minha mãe Marinalva,
meu pai Antônio Genário e meus irmãos Welder e Wesley.
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse concluir
mais uma etapa da minha vida;
Ao Professor Luiz Roberto Moreira, por me ajudar na realização desta pesquisa;
A Professora Thaisy Luzia Campos Fernandes, minha orientadora;
A amiga e Professora Dra. Fátima Brazil, minha co-orientadora, jamais esquecerei
todo o teu empenho, este mérito também é seu, visto a sua constante orientação e
dedicação, apoio, paciência, credibilidade e compreensão que me proporcionou;
A banca examinadora pela presença e disposição para avaliar o Trabalho de
Conclusão de Curso.
Aos amigos que fiz durante o curso, pela verdadeira amizade que construímos em
particular aqueles que estavam sempre ao meu lado (Poliana Dantas, Samuel
Gonçalves) por todos os momentos que passamos durante esses quatro anos e
meio, meu especial agradecimento. Sem vocês essa trajetória não seria tão
prazerosa;
Aos amigos e irmãos, Filipe Rislle de Araujo e Jeferson Almeida por terem toda a
paciência comigo e por acreditarem em mim, sempre.
A Tissianny Katiuche pelo companheirismo, meu infindável obrigado. Bem como
seus Pais; Ninha e Edmilson, sendo uma segunda família para mim.
Aos amigos e colegas de jornada na graduação, pelo apoio, dias e horas
inesquecíveis nestes anos.
A meus pais por me incentivarem em todos os momentos de minha vida e nunca me
julgarem. O meu amor por vocês é incondicional.
Muito grato a todos.
RESUMO
A papaína é reconhecida pela sua eficácia na aceleração do processo cicatricial de feridas, de diversas etiologias, favorecendo o processo cicatricial por meio da estimulação da angiogênese, promove a manutenção do meio úmido, ambiente favorável à cicatrização das feridas (MONETTA, 1998, apud FERREIRA, 2005). Também é reconhecida pela sua eficácia como agente desbridante, anti-inflamatório e bactericida no tratamento de lesões da pele não agredindo tecidos sadios. Este estudo, foi realizado por meio de uma revisão de literatura, e teve como objetivo verificar estudos realizados na literatura nacional e indexados nos Bancos de Dados de SCIELO e LILACS, sobre a utilização da papaína no tratamento de feridas. Foram analisados cinco artigos de 2008 a 2011. Constatou-se reduzida produção científica e ausência de estudos com forte evidência do efeito terapêutico da papaína em feridas, sendo necessárias mais pesquisas com desenhos experimentais para a efetiva comprovação de sua eficácia.
DESCRITORES: Papaína, Tratamento, Feridas, Revisão.
ABSTRACT
Papain is recognized for its effectiveness in accelerating the healing process of wounds of various etiologies, favoring the healing process by stimulating angiogenesis, promotes the maintenance of the medium moist environment for wound healing (MONETTA, 1998, apud Ferreira , 2005). It is also recognized for its effectiveness as a debriding agent, anti-inflammatory and antibacterial for treating skin lesions not attacking healthy tissues. This study was conducted through a literature review, and aimed to verify studies in literature and indexed in the databases LILACS SCIELO and on the use of papain in the treatment of wounds. We analyzed five articles from 2008 to 2011. It was found reduced production and lack of scientific studies with strong evidence of the therapeutic effect of papain wound, requiring further research with experimental designs for the actual evidence of its effectiveness.
KEYWORDS: Papain, Treatment, Wounds, Review.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Comparativo entre as porcentagens das formas de
apresentação da papaína utilizadas nos artigos analisados
19
Figura 02 – Comparativo entre as porcentagens das publicações
analisadas que comprovaram a eficácia no uso da papaína
21
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Caracterização dos artigos 13
Quadro 02 - Quadro comparativo entre os autores com as formas de
apresentação da papaína
19
Quadro 03 - Quadro comparativo entre os autores com as
concentrações e eficácia da papaína
20
Quadro 04 - Quadro comparativo entre os autores na utilização /
emprego e forma de utilização da papaína
22
LISTA DE ABREVIATURAS
°C Grau Celsius
ATCC American Type Culture Collection
LILACS Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
ml Mililitros
SCIELO Scientific Electronic Library Online
UP Úlcera por pressão
μl Microlitro
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 12
REVISÃO DE LITERATURA 13
CONCLUSÃO 23
RECOMENDAÇÃO 24
REFERÊNCIAS 25
12
INTRODUÇÃO
Atualmente, com o contínuo avanço tecnológico, existem no mercado vários
produtos tópicos utilizados para o tratamento de feridas, porém, com um custo
elevado, sendo que no Brasil a seleção de produtos para o cuidado de feridas sofre
grande influência econômica devido ao valor do salário mínimo e o baixo poder de
aquisição de grande parte da população, assim, a papaína devido seu baixo custo,
tem sido utilizada pelo enfermeiro para o tratamento de diversas feridas (FERREIRA
et al., 2005).
Ferreira et al., (2005) também afirmam que os processos de cicatrização tecidual,
são fundamentais para a sobrevivência dos seres vivos, de um modo geral, alem
disso que os processos de cicatrização, só se tornam completos depois que tenha
sido devidamente controlada a resposta inflamatória, e removidos os detritos
necróticos de maneira suficiente para permitir o crescimento do tecido de
granulação, portanto o uso da papaína é indicado em todas as fases do processo de
cicatrização de feridas sempre que o organismo não consegue eliminar estes
detritos teciduais.
Por tudo isto, nesta revisão foram incluídas publicações disponíveis no site SCIELO
e LILACS que atenderam os critérios de inclusão de ser publicado no período de
2008 a 2011, e de desenvolver aplicação de papaína no tratamento de feridas e/ou
seus efeitos/eficácia no tratamento destas, ser realizada in vivo ou in vitro e serem
publicações completas, escritas na Língua Portuguesa, no Brasil.
Foram utilizados os descritores: papaína x tratamento x feridas. Sendo localizados
vários artigos, dos quais, após uma primeira análise dos títulos e conteúdo dos
respectivos resumos, foram selecionados apenas cinco que atenderam aos critérios
de seleção.
13
REVISÃO DE LITERATURA
Considerando-se o levantamento bibliográfico realizado e o objetivo proposto na
presente investigação dos cinco trabalhos, o primeiro foi publicado em 2008, três
referem-se ao ano de 2009 e o último é relativo a 2010. Em relação ao tipo, todos se
enquadram como artigos, quais foram publicados pela Revista Eletrônica de
Enfermagem e Revista Paraense de Medicina. Quanto ao aspecto clinico, três
aplicaram o método diagnóstico, um o estudo de caso e um o estudo experimental,
como demonstra o Quadro 01.
Quadro 01 - Caracterização dos artigos
ANO AUTOR TÍTULO PERIÓDICO TIPO / ASPECTO
CLÍNICO
2008
Ferreira, Adriano Menis; Watanabe, Evandro; Nascimento, Andresa Piacezzi; Andrade, Denise de; Ito, Izabel Yoko.
Atividade antibacteriana in vitro de géis com diferentes concentrações de papaína
Rev. ele. enf. Artigo/Diagnóstico
2009
Lima, Manfrini Barbosa de; Matins Filho, Eduardo dos Santos; Carvalho, Raimundo Gladson; Brito Junior, Lacy Cardoso de.
Estudo in vitro da ação bactericida e/ou bacteriostática da papaína.
Rev. para. med.
Artigo/Diagnóstico
2009
Rocha, Rita Patricia de Avelar; Gurjão, Wagner Sarmento; Brito Junior, Lacy Cardoso de.
Cicatrização de úlceras teciduais não infectadas tratadas com papaína
Rev. para. Med.
Artigo/Estudo Experimental
2009
Rangel, Elaine Maria Leite; Calin, Maria Helena Larcher.
Uso das diretrizes para tratamento de úlcera por pressão por enfermeiros de um hospital geral
Rev. ele. enf. Artigo/Diagnóstico
2010
Carvalho, Fagnei Ivison Corrêa; Silva, João Paulo Nascimento e; Bittencourt, Margarete Carréra; Brito Junior, Lacy Cardoso de.
Uso de papaina no tratamento de lesões ulcerativas de pacientes portadores de pé diabético: relato de cinco casos
Rev. para. med.
Artigo / Estudo de Caso
14
Realizando a análise das profissões dos autores, tratando-se do primeiro autor de
cada artigo, três são enfermeiros e dois são biomédicos. Embora o cuidado com as
feridas sejam realizados principalmente por enfermeiros, não é exclusivo desta área
profissional.
Cabe destacar que, além dos trabalhos que atenderam aos critérios deste estudo, foi
incluído o estudo realizado por Ferreira et al., (2005) que permitiu uma comparação
contribuindo para o enriquecimento da discussão sobre o estudo da papaína.
Ponderando a produção examinada, todos os autores entram em consonância ao se
tratar da definição de Papaína. Todos os trabalhos consideram a acepção de
Monetta (1987), qual diz que originada do látex das folhas e frutos do mamão verde
adulto Carica papaya Linn, a papaína é uma enzima proteolítica empregada na
indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica, cujo sítio ativo é portador de um
radical sulfidrila, pertencente ao aminoácido cisteína essencial para sua atividade
enzimática, tornando-se difícil sua associação com outra solução terapêutica, uma
vez que ela sofre oxidação pela substituição do enxofre.
Dantas e Jorge (2003, apud LIMA et al., 2009), integram afirmando que a papaína é
uma enzima proteolítica de origem vegetal, que tem a sua molécula composta por 17
aminoácidos diferentes e apresentação comercialmente sob a forma liofilizada, tem
como principais fatores adversos a sua inativação ao contato com agentes
oxidantes, ferro, e a longos períodos de exposição ao ar; e como efeitos benéficos
de seu uso têm-se suas ações debridante, antiinflamatória, bactericida e
bacteriostática, aceleradora e modeladora do tecido de granulação e dos processos
de cicatrização tecidual, reduzindo a formação de quelóides. O mesmo autor
também enfatiza que além de poucos efeitos colaterais, a papaína tem a sua
utilização associada aos baixos custos financeiros.
Carvalho et al., (2010) e Rocha, Gurjão e Brito Junior, (2009) mencionam Sanchez
(1993), quando adicionam que a papaína é, após seu preparo, é um pó de cor
leitosa, com odor forte e característico, lembrando enxofre, sendo solúvel em água e
glicerol, mas praticamente insolúvel no álcool, éter e clorofórmio; é inativada ao
reagir com agentes oxidantes como derivados de iodo, água oxigenada e nitrato de
prata, luz e calor, sendo de fácil degradação, devendo ser mantida em lugar fresco,
seco, ventilado e protegido.
15
No Brasil, Monetta (1987, apud FERREIRA et al., 2005) foi a primeira autora a
publicar os resultados da utilização da papaína no tratamento de feridas, utilizando,
inicialmente, a fruta in natura e, posteriormente, a solução de papaína. No entanto,
Ferreira et al. (2008), no seu próprio trabalho também expõe que o uso da papaína
já é consagrado na literatura internacional desde a década de 50 e que tal enzima
tem sido empregada em diversos tipos de feridas com pacientes de diferentes
características e faixas etárias, sendo que grande parte dos trabalhos, analisados
pela autora, demonstram sua ação positiva na estimulação do processo de
cicatrização e ausência de efeitos colaterais.
Pieper e Caliri (2003), citado tanto por Ferreira et al., (2008) quanto por Rangel e
Calin, (2009), trazem uma ressalva, de que vale destacar que pacientes que têm
reação alérgica ao látex podem apresentar similar reação à papaína, apesar de a
substância auxiliar na remoção de exsudatos inflamatórios e restos necróticos ou
purulentos, reduzindo o período de reparação do tecido, além de não prejudicar o
tecido sã ao redor da lesão. Monetta (1987, apud FERREIRA et al., 2005)
complementa o mecanismo de ação, afirmando que a papaína também facilita a
contração e a aproximação dos bordos da ferida, tornando o tecido lesionado mais
próximo da estrutura original e com um melhor resultado estético.
Outra peculiaridade, abordada nos artigos, é seu poder antiinflamatório,
bacteriostático e bactericida. A papaína quebra qualquer proteína que contém
resíduos de cisteína, e tal propriedade torna-a não seletiva, uma vez que muitas
proteínas, incluindo fatores de crescimento, contêm resíduos de cisteína
(MONETTA, 1987, apud FERREIRA et al., 2005). Falanga (2002, apud FERREIRA
et al., 2005) acresce que o colágeno não contém resíduos de cisteína, assim, não
sofre ação da papaína, e por ser uma enzima proteolítica, a papaína teria a
capacidade agir destruindo o tecido sadio, no entanto, isso não ocorre devido à
presença de uma antiprotease plasmática, a α1 anti-tripsina, que impede sua ação
proteolítica em tecidos considerados normais, fato que não acontece no tecido
desvitalizado, já que este não possui esta antiprotease.
Analisando de forma individual a metodologia utilizada pelos cinco autores referidos
neste estudo ficam demonstradas diferenças entre eles:
16
Ferreira et al., (2008) objetivaram determinar a atividade antibacteriana in vitro
de géis com diferentes concentrações de papaína frente às bactérias padrão:
Staphylococcus aureus (ATCC 6538) e Echerichia coli (ATCC 10538), bem
como 4 Pseudomonas aeruginosa hospitalares. Alíquotas de 2,0ml dos
inóculos bacterianos (metade da escala 1,0 de McFarland) foram semeadas
em duplicata na superfície de placas de Petri. Os géis com as diferentes
concentrações de papaína foram gotejados na superfície dos meios de cultura
pela técnica de gotejamento e a incubação realizada a 35ºC por 24 horas. A
leitura dos resultados da atividade antibacteriana foi efetuada pela
mensuração dos halos de inibição ao redor das gotas dos géis de papaína.
Apenas o gel de papaína a 10% foi capaz de inibir o crescimento do S. aureus
e de 2 P. aeruginosa. Em conclusão, Ferreira et al., (2008) apresentaram a
ação proteolítica da papaína sobre os tecidos mortos, porém apenas a
formulação em gel a 10% apresentou essa atividade;
Lima et al., (2009) objetivaram avaliar a atividade bactericida e/ou
bacteriostática de soluções de papaína, em diferentes volumes, à 2%, 4%,
6%, 8%, 10%, 16% e 20% em culturas de S. aureus, P. aeruginosa,
Enterococcus faecalis, Klebsiella pneumoniae e Salmonella typhi, obtidas e
identificadas de materiais biológicos provenientes de pacientes atendidos em
um laboratório particular de Belém - Pará. Para isso, foi colhidas amostras de
cada uma das colônias de bactérias e realizado o repique das mesmas para
tubos de ensaio contendo caldo Casoy, até obter-se uma suspensão com
turbidez correspondente a 0,5% na escala de McFarland, denominada
suspensão-mãe. Foram, então, preparados 08 tubos contendo 1,8ml de caldo
Casoy, um grupo para cada espécie de bactéria e, em seguida, feito o repique
de 200μl da suspensão-mãe em cada tubo. Posteriormente, adicionou-se
200μl, 400μl, 500μl, 1ml ou 2ml de solução de papaína nas concentrações a
serem analisadas. Os controles foram realizados somente com as
suspensões bacterianas, sem papaína, incubados a 37ºC por 24 horas. Após
esta incubação foi feito o repique de cada tubo para placas de Petri contendo
Ágar Cled e incubação a 37ºC por 24 horas. Com os resultados, Lima et al.,
(2009) evidenciaram crescimento bacteriano em todas as placas semeadas,
17
concluindo que não foi observado efeito bactericida ou bacteriostático, in vitro,
associado à papaína;
Rocha, Gurjão e Brito Junior (2009) objetivaram estudar os aspectos
histológicos da cicatrização de lesões ulcerativas assépticas tratadas com
soluções de papaína. O estudo experimental utilizou-se de ratos Wistar
(n=18), machos, adultos, que após procedimento cirúrgico, para a retirada de
uma seção quadrada de pele da região cervical, foram distribuídos em dois
grupos: Grupo I - Controle (n=9), sem tratamento; Grupo II – Tratados (n=9),
com tratamento com soluções de papaína de 10%, 6% e 4%, de acordo com
as características morfológicas macroscópicas das lesões. A análise
histológica das áreas lesadas, coradas com Hematoxilina-eosina e tricrômico
de Masson, foi realizada com 7, 14 e 21 dias. Os resultados verificaram que a
papaína auxiliou na modulação do processo inflamatório; formação e
amadurecimento do tecido de granulação, e organização das fibras
colágenas; acelerando a proliferação e organização da epiderme nas lesões
ulcerativas em todos os dias estudados. Rocha, Gurjão e Brito Junior (2009)
concluíram que estes dados reforçam e complementam pesquisas que
relacionam os efeitos cicatrizantes da papaína sobre lesões ulcerativas
principalmente por facilitar a organização do tecido de granulação e
possivelmente por modular a resposta inflamatória;
Rangel e Calin (2009) objetivaram identificar a freqüência do uso das
diretrizes para o tratamento da úlcera por pressão (UP) por enfermeiros de
um hospital geral no interior do estado de São Paulo. O estudo realizado foi
transversal de caráter descritivo com análise quantitativa de dados com
amostra de 25 enfermeiros. Para a coleta de dados utilizou-se um
instrumento, construído a partir das diretrizes para o tratamento da UP. As
questões foram relacionadas aos tipos de intervenções usadas pelos
enfermeiros para o tratamento da UP em estágio I, II, com necrose e com
tecido de granulação. Para UP em estágio I, 24 (96%) enfermeiros sempre
realizavam a mudança de decúbito. Nas úlceras em estágio II a utilização de
óleos vegetais na ferida era realizada sempre por 10 (40%) enfermeiros e o
curativo de hidrocolóide nunca era utilizado por 12 (57,1%) enfermeiros. Em
UP com necrose a limpeza com povidine era realizada por 4 (17,4%)
18
enfermeiros às vezes. Para o desbridamento, 16 (64%) às vezes utilizavam
papaína e 15 (60%) às vezes utilizavam colagenase, os resultados revelaram
redução do tecido necrosado utilizando papaína/uréia (95,4%) quando
comparado com a colagenase (35,8%) durante quatro semanas. Em úlceras
com tecido de granulação sempre era utilizado o soro fisiológico por 25
(100%) enfermeiros. Rangel e Calin (2009) concluiram que houve variação
nas práticas para o tratamento da UP e falta de adesão às diretrizes;
Carvalho et al., (2010) objetivaram testar os efeitos cicatrizantes e
debridantes de soluções de papaína a 2%, 4%, 6% e 10% sobre lesões do pé
diabético. Para isso foram estudados cinco pacientes de ambos os sexos,
com feridas de etiologias variadas, não responsivas ao tratamento
convencional, internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto da
Universidade Federal do Pará. Com os resultados, Carvalho et al., (2010)
demonstraram que a papaína mostrou-se capaz de promover a debridação e
estimular a cicatrização tecidual com baixos custos e efeitos colaterais. Uma
vez que, a escolha deste tratamento foi capaz de reduzir o risco de
amputação dos membros acometidos.
Desta forma existe uma conformidade entre os autores quanto á utilização da
papaína no tratamento de feridas considerando sua ação no processo de
cicatrização. Na terapêutica de feridas, Ferreira et al., (2005) em sua revisão literária
conferiu que segundo De Paola et al., (1999) a papaína é utilizada sob várias formas
farmacêuticas como solução, gel e creme e em sua revisão, bem como os periódicos
analisados nesta pesquisa ficou demonstrado que os autores têm a preferência pela
utilização da solução de papaína (60%), diante sua facilidade de aplicação e
evolução da ferida, em decorrência das utilização do Gel (20%) e que o Creme não
foi empregado em nenhum dos estudos levantados, como indica o Quadro 02 e a
Figura 01.
19
Quadro 02 – Quadro comparativo entre os autores com as formas de
apresentação da papaína
AUTOR APRESENTAÇÃO TÍTULO
Ferreira et al., (2008) Gel Atividade antibacteriana in vitro de géis com diferentes concentrações de papaína
Lima et al., (2009) Solução Estudo in vitro da ação bactericida e/ou bacteriostática da papaína.
Rocha, Gurjão e Brito Junior (2009)
Solução Cicatrização de úlceras teciduais não infectadas tratadas com papaína
Rangel e Calin (2009) Não Especificada Uso das diretrizes para tratamento de úlcera por pressão por enfermeiros de um hospital geral
Carvalho et al., (2010) Solução Uso de papaina no tratamento de lesões ulcerativas de pacientes portadores de pé diabético: relato de cinco casos
Figura 01 – Comparativo entre as porcentagens das formas de apresentação
da papaína utilizadas nos artigos analisados
60%
20%
0%
20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Apresentação da papaína utilizada
Solução Gel Creme Não Especificada
Um ponto importante na análise da utilização da papaína na cicatrização de feridas é
comprovar sua eficácia na ação antibacteriana mediante a concentração empregada
da amostra entre os autores. Dessa forma os autores se diversificaram quanto suas
concentrações utilizadas como comprova o Quadro 03.
20
Quadro 03 – Quadro comparativo entre os autores com as concentrações e
eficácia da papaína
AUTOR CONCENTRAÇÃO
UTILIZADA DE PAPAÍNA (%)
EFICÁCIA
Ferreira et al., (2008) 1, 2, 3, 4, 6, 8 e 10 Comprovada Somente à 10%
Lima et al., (2009) 2, 4, 6, 8, 10, 16 e 20 Não Comprovada
Rocha, Gurjão e Brito Junior (2009) 4, 6 e 10 Comprovada
Rangel e Calin (2009) Não específica Comprovada
Carvalho et al., (2010) 2, 4, 6 e 10 Comprovada
Ferreira et al., (2005) em sua revisão literária também verificou que a terapêutica da
papaína depende antes de tudo da determinação da concentração de uso desta,
dessa forma, os autores a empregavam baseados na padronização realizada por
Monetta (1987), onde a determinação das concentrações dependem das
características da lesão, assim, em feridas secas ou com tecido de granulação, as
concentrações de papaína podem variar entre 2 e 4%; quando da presença de
exsudato purulento e/ou infecções, as concentrações de papaína podem variar entre
4 a 6%; e quando houver a presença de tecido necrótico abundante recomenda-se a
utilização de papaína na concentração de 10% após efetuar a escarectomia,
lembando que a substituição do curativo é indicada, em média, a cada 12 horas.
Dessa forma, ainda no Quadro 03, é possível verificar que apesar de haver uma
variação nas concentrações utilizadas, os autores de modo geral, também seguiram
os parâmetros de Monetta (1987), para efetuarem suas pesquisas. Contudo, Rangel
e Calin (2009) não informaram as concentrações utilizadas, mas realizaram uma
comparação entre a utilização da papaína com a colagenase, verificando que a
primeira promoveu uma redução do tecido necrosado em 95,4% enquanto a
segunda foi de apenas 35,8%.
Conforme a Figura 02 verifica-se que 60% das publicações analisadas comprovaram
a eficácia no uso da papaína em todas as concentrações empregadas, contudo
Ferreira et al., (2008) verificaram que apenas a formulação à 10% apresentou
21
eficácia. Contrapondo os outros autores, Lima et al., (2009) não observaram
evidências científicas decorrentes de estudos experimentais clínicos randomizados e
controlados do efeito bactericida o bacteriostático, in vitro, associado à papaína.
Figura 02 – Comparativo entre as porcentagens das publicações analisadas
que comprovaram a eficácia no uso da papaína
60%
20% 20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Eficácia no uso da papaína
Comprovada em todas as concentrações Comprovada somente à 10% Não Comprovada
Rangel e Calin (2009) juntamente com Carvalho et al., (2010) complementam que a
papaína já é aceita como agente cicatrizante no tratamento de feridas por facilitar a
organização do tecido de granulação e possivelmente por modular a resposta
inflamatória, assim, ambas as pesquisas realizaram o emprego da papaína em
feridas humanas, a primeira em úlceras teciduais e a segunda em úlceras por
pressão. Além do exposto, Rocha, Gurjão e Brito Junior (2009) completaram a
respeito da capacidade de redução do risco de amputação de membros acometidos,
além dos baixos custos e efeitos colaterais reduzidos, uma vez que estes verificaram
a atividade da papaína em lesões ulcerativas de ratos Wistar, como demonstra o
Quadro 04. O experimento com ratos também foi relatado por Ferreira et al., (2005)
em sua revisão, onde utilizou dois grupos (Papaína e Controle), o processo de
epitelização foi mais rápido no grupo Papaína do que no grupo Controle; a
quantidade de leucócitos foi sempre menor e o número de fibroblastos maior no
primeiro grupo.
22
Quadro 04 - Quadro comparativo entre os autores na utilização / emprego e
forma de utilização da papaína
AUTOR UTILIZAÇÃO / EMPREGO FORMA DE
UTILIZAÇÃO
Ferreira et al., (2008) In vitro Meio de Cultivo
Lima et al., (2009) In vitro Meio de Cultivo
Rocha, Gurjão e Brito Junior (2009)
In vivo (Ratos) Úlceras Não Infectadas
Rangel e Calin (2009) In vivo (Humanos) Úlcera Infectada
Carvalho et al., (2010) In vivo (Humanos) Úlcera Infectada
Ferreira et al., (2005) em sua abordagem não identificou nenhuma produção que
realizasse o emprego da papaína in vitro, contudo, neste levantamento Ferreira et
al., (2008) e Lima et al., (2009) utilizaram esta vertente, segundo mostra o Quadro
04. Visto que, o primeiro não identifica as fontes das bactérias, já o segundo informa
que as culturas de S. aureus, P. aeruginosa, E. faecalis, K. pneumoniae e S. typhi,
foram obtidas e identificadas de materiais biológicos provenientes de pacientes
atendidos em um laboratório particular de Belém – Pará.
23
CONCLUSÃO
Existem escassas produções científicas a nível nacional abordando a utilização da
papaína. Entre os autores discutidos nesse estudo concluímos que a papaína:
Auxilia na remoção de exsudato, reduzindo o período de reparação do tecido,
além de não danificar o tecido sadio ao redor da lesão;
Age degradando os restos teciduais e constituintes insolúveis do exsudato
inflamatório, estimulando precocemente a fibroplastia;
A papaína atua como debridante químico, promovendo o processo cicatricial,
aplicação bacteriostática, bactericida e antiinflamatória, além de proporcionar
alinhamento das fibras de colágeno, provocando desenvolvimento tecidual
uniforme;
Pode ser utilizada durante todas as fases da cicatrização, variando apenas
sua concentração, sendo que os efeitos satisfatórios estão sujeitos à
concentração utilizada.
24
RECOMENDAÇÃO
Entende-se que novas pesquisas são imprescindíveis, por se tratar de uma área de
atuação importante para o enfermeiro, uma vez que o mesmo é responsável pela
prática dos curativos e avaliação dos resultados. Contudo, é evidente que a
necessidade de maior conhecimento na realização dos cuidados com as feridas
parece despertar outros profissionais da área de saúde à pesquisa. Assim, tornam-
se necessários estudos conduzidos com maior rigor metodológico de forma a obter
evidências mais precisas de sua eficácia, nas diferentes formas de utilização, seja in
vivo ou in vitro. Além disso, o conhecimento adquirido poderá auxiliar na divulgação
de um produto de baixo custo, de fácil aplicação e com bons resultados na
cicatrização de feridas.
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REFERÊNCIAS
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