Post on 30-Oct-2014
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A Teoria Ética de Kant
Escola Secundária de Bocage
Profª Júlia Martins | Fev 2011
Ética Kantiana#. Uma ética deontológica
Ética deontológica – porquê?
Defende que o valor moral de uma acção reside em si mesmo e não nas suas consequências
na sua intenção
Valor moral das acções�.
Porque sem conhecermos as intenções dos agentes não podemos determinar o valor das acções.
Na verdade, uma acção pode não ter valor moral apesar de ter boas consequências.
Kant defende que o valor moral das acções dependeunicamente da intenção com que são praticadas.
Porquê?
Valor moral das acções�.
Quando o propósito do agente é cumprir o dever pelo dever.
Quando é que a intenção tem valor moral ou é boa?
O que é o dever?
DEVER�.
Dever é o puro respeito à lei moral, é aquilo que temos a obrigação de fazer.
Acções #
#em conformidade com o dever
#por dever
#contrárias ao dever.
DEVER�.O cumprimento do dever é o
único motivo em que a acção se baseia
#por dever
Não roubar porque esse acto é errado e não porque posso ser
castigado.
EXEMPLO:
Uma acção moral�.
É uma acção que cumpre o dever por dever#
O que é uma acção com valor moral?
Cumpre o dever sem “segundas intenções”, liberto das inclinações
Deveres como não matar inocentes indefesos, não roubar ou não mentir devem ser cumpridos porque não os respeitar é absolutamente errado.
Acções e intenções#algumas conclusões
1. A mesma acção pode ser praticada com diferentes intenções: posso ajudar um amigo por compaixão, para obter um benefício ( por exemplo, para ficar bem visto) ou por sentir que tenho esse DEVER;
2. Para determinar o valor de uma acção é preciso saber a intenção com que foi praticada;
3. Segundo Kant, ajudar um amigo sótem valor moral se isso tiver sido feito em nome do DEVER
Obrigações particulares e lei moral�.
1. Obrigações morais particulares como não mentir, não roubar ou não matar pessoas inocentes , têm em comum o facto de as suas máximas serem universalizáveis;
2. Esta característica comum reflecte a nossa obrigaçãomoral básica: agir segundo máximas que possam ser usadas/aplicadas por todos;
3. Esta obrigação moral é o fundamento de todas as nossas obrigações morais particulares.
4. Trata-se do IMPERATIVO CATEGÓRICO ou LEI MORAL.
Imperativo categórico�.
1.O DEVER MORAL apresenta-se aoser humano sob a forma de um IMPERATIVO CATEGÓRICO e expressa-se de forma incondicionada�
2. O IMPERATIVO CATEGÓRICOdeve ser UNIVERSALIZÁVEL
As duas fórmulas mais importantes do Imperativo Categórico#
Age de tal maneira que uses
a humanidade, tanto na tua pessoa
como na pessoa de qualquer outro,
sempre e simultaneamente como fim
e nunca simplesmente como meio
Age apenas segundo uma
máxima tal que possas ao mesmo
tempo que ela se torne lei universal
Fórmulas do Imperativo Categórico# um exemplo
A não aplicação da 1ª fórmula conduzia à ausência de confiança. Épreciso que Bernardo confie na Eva, para poder ser enganado por ela. Mas se souber que todos mentem, não confiará em ninguém�e Bernardo não iria emprestar o dinheiro à Eva. Não vale a pena Eva prometer porque Bernardo não irá acreditar em nada que ela diga. Logo, Bernardo não lhe iria emprestar o dinheiro se a máxima de Eva fosse uma lei universal.
Eva precisa de dinheiro. Pediu algum dinheiro emprestado a Bernardo com a promessa de lho devolver. No entanto, já tinha a intenção de não lhe devolver o dinheiro.
A não aplicação da 2ª fórmula faria com que Eva estivesse a usar Bernardo como um meio para resolver um problema e não como alguém que merece respeito, consideração. Eva pensou utilizar Bernardo para resolver uma situação financeira grave sem qualquer respeito pela pessoa de Bernardo.
Imperativo categórico�
1. Se o Henrique decidir não roubar o medicamento , para não ir preso, a sua acção é conforme ao dever, uma vez que na sua base está o medo das consequências�
2. Se o Henrique optar por não roubar o medicamento�. Age por dever�age de acordo com o IMPERATIVO CATEGÓRICO uma vez que roubar não se pode tornar lei universal.
Retomando o dilema de Henrique� jáanalisado na aula.
Imperativos Hipotéticos�
1. Uma obrigação, uma acção é hipotética quando implica condições;
Exemplo:Tenho a obrigação de estudar para os exames de acesso
a Medicina se quero ser médico.
2. Está implícito um desejo do agente#
Boa vontade�
Só uma vontade que se submeta de forma incondicionada ao DEVER moral pode ser designada, com propriedade, como uma BOA VONTADE
Vontade autónoma e heterónoma
A vontade submete-se a autoridades que não a razão.
Ao agir por dever obedeço à voz da minha razão e nada mais
O cumprimento do dever não é motivo suficiente para agir tendo de se invocar razões externas como receio das consequências, o temor a Deus, etc..
É uma vontade puramente racional, que faz sua uma lei da razão, que diz a si mesma “Eu quero o que a lei moral exige.”
(ão é uma boa vontade.É uma boa vontade.
Vontade que não cumpre o dever pelo dever.Vontade que cumpre o dever pelo dever.
Vontade heterónomaVontade autónoma
A Razão formula de forma totalmente incondicionada, a lei moral e o ser humano deve orientar as escolhas morais pela ideia de DEVER que assenta na obediência a essa Lei, a priori e essa obediência não é uma limitação da liberdade, mas, pelo contrário, a garantia de que somos livres na nossa acção� uma vez que nos guiamos pela Razão e não pelas inclinações ou impulsos egoístas.
Kant defende que a moral não éaxiológica, ou seja, não depende de valores ( pois estes estão ligados àcultura de cada sociedade).
A razão é superior aos valores e permite ao homem submeter-se a uma legislação que ele próprio cria ao guiar-se exclusivamente pela sua Razão�
Críticas à ética Kantiana
Só nos oferece o enquadramento que revela a estrutura dos juízos morais sem ajudar em nada os que estão perante tomadas de decisão morais efectivas. Dá pouca ajuda às pessoas que tenham decidir o que devem fazer (�) a teoria de Kant não oferece soluções satisfatórias para muitas questões morais.Não consegue responder a muitos dos conflitos entre deveres. Se,por exemplo, eu tenho o dever de dizer sempre a verdade e também o de proteger os meus amigos, a teoria de Kant não me poderá mostrar o que deverei fazer quando estes deveres entram em conflito. Se um loucoCom um machado me perguntasse onde está o meu amigo, a minha primeira reacção seria mentir-lhe. Dizer a verdade seria fugir ao meu deverde proteger o meu amigo. Mas, por outro lado, segundo Kant, dizer uma mentira, mesmo numa situação-limite como esta, seria uma acção imoral: tenho o dever absoluto de nunca mentir.
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia
1.É Vazia.
Críticas à ética Kantiana
Kant afasta as emoções ( compaixão, simpatia, piedade, etc�) como irrelevantes para a moral: a única motivação apropriada para a acção moral é o sentido de DEVER. Sentir compaixão pelos mais necessitados (�) não tem, para Kant, nada a ver com a moral. Pelo contrário, muitas pessoas pensam que há emoções distintamente morais - tais como a compaixão, a simpatia e o remorso – e separá-las da moral, como Kant tentou fazer, será ignorar um aspecto centraldo comportamento moral.
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia
2. Aspectos Implausíveis
Não dá atenção às consequências da acção.(�) em alguns casos, as consequências das acções parecem relevantes para uma apreciação do seu valor moral: pense como se sentiria em relação a uma babysitter que tentasse secar o seu gato no microondas. [ a sua intenção tinha sido boa]
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia