Post on 06-Jun-2020
MARTA VIEIRA ABRÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RISCOS EMPRESARIAIS: posicionamento corporativo e
relacionamento com o desempenho financeiro nas empresas líderes em sustentabilidade no mercado brasileiro.
Orientador: Prof. Celso Funcia Lemme D.Sc. em Administração de Empresas
RIO DE JANEIRO
Agosto 2011
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós‐Graduação em Administração, Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Administração
1
MARTA VIEIRA ABRÃO MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RISCOS EMPRESARIAIS: posicionamento corporativo e
relacionamento com o desempenho financeiro nas empresas líderes em sustentabilidade no mercado brasileiro.
Aprovada por: _______________________________________________ Prof. Dr. Celso Funcia Lemme, DSc. – Orientador (COPPEAD/UFRJ) _______________________________________________ Prof. Dr. Peter Herman May (CPDA/UFRRJ) _______________________________________________ Prof. Dr. Roberto Schaeffer (PPE‐COPPE/UFRJ)
RIO DE JANEIRO
Agosto 2011
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós‐Graduação em Administração, Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Administração
2
Abrão, Marta Vieira . MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RISCOS EMPRESARIAIS: posicionamento corporativo e relacionamento com o desempenho financeiro nas empresas líderes em sustentabilidade no mercado brasileiro./ Marta Vieira Abrão. – Rio de Janeiro, 2011. 100 f: il . Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio de Janeiro ‐ UFRJ, Instituto de Pós‐Graduação em Administração – COPPEAD, 2011 . Orientador: Celso Funcia Lemme 1. Sustentabilidade Corporativa. 2. Riscos Empresariais. 3. Mudanças Climáticas. 4. Desempenho Financeiro e Valor da Empresa. 5. Informações Corporativas ‐ Teses. I. Lemme, Celso Funcia (Orient.).
3
Para Maria Izabel, Afonso, Raquel e Gabriel.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por estar aqui e poder contribuir na geração de conhecimento acadêmico.
Agradeço também à minha mãe, Maria Izabel Vieira Abrão, por ter confiança
nas minhas escolhas, pelo suporte emocional e pelo apoio incondicional. Mãe você é a
minha rocha. Muito obrigada por tudo.
Ao meu pai, Afonso Maria Abrão, pelas longas conversas e debates sobre os
mais diferentes temas. Cada assunto, o mais diverso que fosse, contribuiu para
construir minha capacidade crítica e analítica que são parte da minha pessoa e do meu
trabalho.
À minha irmã, Raquel Vieira Abrão Rezende, por me mostrar que tudo o que
fazemos reflete um pouco do que nós somos. Espero que esta pesquisa me torne uma
pessoa um pouco melhor.
Ao meu namorado, Gabriel Costa Queiroz, pelo carinho que sempre me
oferece, pelo apoio e presença em todos os momentos e, principalmente, pelo
respeito que tem por mim e pelo meu trabalho.
Ao meu orientador, Celso Funcia Lemme, pela seriedade com que trabalha,
pelas diretrizes que me deu, pela competência no que faz e, principalmente, pelo
grande homem que é.
Aos meus amigos, novos e antigos, que sempre me ajudaram a escapar da
tensão e da pressão do estudo com um pouco de diversão.
5
“A ideia revolucionária que define a fronteira entre os tempos modernos e o
passado é o controle do risco: a noção de que o futuro é mais do que um impulso dos
deuses e que homens e mulheres não são passivos diante da natureza.”
Peter L. Bernstein
(Against the Gods: The remarkable story of Risk, p. 1)
6
RESUMO
Abrao, Marta Vieira. MUDANÇAS CLIMÁTICAS E RISCOS EMPRESARIAIS: posicionamento corporativo e relacionamento com o desempenho financeiro nas empresas líderes em sustentabilidade no mercado brasileiro. Orientador: Celso Funcia Lemme. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ; 2011. Dissertação (Mestrado em Administração).
As mudanças climáticas afetam a sociedade e o mercado brasileiros. No âmbito
corporativo, há um grande número de relatórios e publicações de sustentabilidade. O teor
dessas informações, assim como o seu relacionamento com o desempenho financeiro e a
geração de valor para a empresa são questões que merecem a atenção dos seus gestores,
analistas financeiros e investidores. Esta pesquisa mapeia os principais riscos empresariais
associados às mudanças climáticas percebidos por empresas líderes em sustentabilidade no
Brasil. Além disso, ao analisar o posicionamento que elas declaram tomar diante desses riscos,
este estudo verifica se as informações publicadas por elas são capazes de orientar decisões de
investimento e criação de valor para a empresa. Os resultados do estudo revelam que, apesar
de perceberem riscos relacionados às mudanças climáticas no mercado, as empresas não
conseguem relacionar seu desempenho socioambiental com o desempenho financeiro
corporativo em suas publicações. Cabe estabelecer uma diretriz para as publicações, a fim de
que as empresas alinhem o conteúdo publicado às expectativas de investidores e analistas
financeiros.
Palavras‐chave: Sustentabilidade Corporativa; Riscos Empresariais; Mudanças Climáticas; Desempenho Financeiro e Valor da Empresa; Informações Corporativas.
7
ABSTRACT
Abrao, Marta Vieira. CLIMATE CHANGES AND CORPORATE RISKS: corporate positioning and its connection with the financial performance of the sustainability leader companies of the Brazilian market. Orientador: Celso Funcia Lemme. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ; 2011. Dissertação (Mestrado em Administração).
Climate changes affect the Brazilian society and its market. In the corporate sphere,
there is a great number of reports and publications on sustainability. The contents of these
publications, as well as their connection with the company’s financial performance and
corporate value creation, are issues that must be often analyzed by managers, financial
analysts and investors. This research finds and lists the main corporate risks related to climate
changes perceived by the sustainability leader companies in Brazil. It also verifies if the
information they publish are able to orient investment decisions and corporate value creation.
The results show that, even though the companies realize the existence of corporate risks
related to climate changes, they don’t succeed on connecting their environmental and
financial performances. It is necessary to establish guidelines to corporate publishing, so that
the companies can align their contents to the investors and financial analysts’ expectations.
Keywords: Corporate Sustainability; Corporate Risks; Climate Changes; Financial Performance and Corporate Value; Corporate Information.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Estudos que relacionam DSA e DFC .............................................................................. 29
Figura 2 Função de valor hipotética ............................................................................................ 32
Figura 3 Sustentabilidade corporativa segundo a abordagem TBL ............................................. 34
Figura 4 Etapas da pesquisa ........................................................................................................ 43
Figura 5 Quantidade de fatores de risco dividida pelo número de empresas do setor .............. 61
Figura 6 Frequência absoluta consolidada por empresa ............................................................ 62
Figura 7 Variação de frequência absoluta dos fatores de risco intra‐setor ................................ 63
Figura 8 Distribuição das informações por nível no total das empresas .................................... 66
Figura 9 Quantidade de informações de nível 4 por empresa .................................................... 68
Figura 10 Distribuição das informações nível 4 por setor ........................................................... 69
Figura 11 Comparação: frequência absoluta X nº informações nível 4 ...................................... 70
Figura 12 Frequência de informações de nível 1 ........................................................................ 71
9
LISTA DE TABELAS Tabela 1 Tipologia para o relacionamento entre DSA e DFC ...................................................... 32
Tabela 2 Empresas por setor da amostra .................................................................................... 42
Tabela 3 Empresas por setor do CDP .......................................................................................... 44
Tabela 4 Empresas por setor da avaliação das medidas ............................................................. 46
Tabela 5 Valores máximos da MVR por classe por empresa ...................................................... 51
Tabela 6 Classes de risco com suas respectivas quantidades de fatores .................................... 54
Tabela 7 Total de citações dos fatores por classe ....................................................................... 55
Tabela 8 Resultado das frequências absoluta e relativa das empresas por classe de risco ....... 56
Tabela 9 Frequência absoluta de empresas nas classes de risco por setor da economia .......... 56
Tabela 10 Frequência relativa de empresas nas classes de risco por setor da economia .......... 58
Tabela 11 Mapa padrão de riscos genéricos ............................................................................... 60
Tabela 12 Soma das notas de nível das informações por classes e por setor da economia ....... 64
Tabela 13 Notas relativas de nível da informação por classe por setor da economia ................ 65
Tabela 14 Quantidade de informações de cada nível por setor ................................................. 67
Tabela 15 Fatores que obtiveram nota 4 por classe ................................................................... 69
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABRAPP Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar
ANBIMA Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais
APIMEC Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais
BM&FBovespa Bolsa de Valores Mercadorias e Futuros de São Paulo BSC Balanced Scorecard CALPERS California Public Employees’ Retirement System CCRIF Seguro de Risco Compartilhado para Catástrofes no Caribe CDP Carbon Disclosure Project Ceres‐ACCA Coalização do Grupo Ceres e da Association of Chartered
Certified Accountants CFC Clorofluorcarbono CVM Comissão de Valores Mobiliários DFC Desempenho Financeiro Corporativo DJSI Dow Jones Sustainability World Index DSA Desempenho Socioambiental FGV Fundação Getúlio Vargas GEEs Gases do Efeito‐Estufa GRI Global Reporting Initiative IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa ID Identificação IFC International Finance Corporation IPCC International Pannel for Climate Changes ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial MBR Matriz Binária de Riscos MMA Ministério do Meio Ambiente MVR Matriz de Valor de Riscos OECD Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento ONU Organizações das Nações Unidas P&D Pesquisa e Desenvolvimento SAM Sustainable Asset Management SRI Socially Responsible Investment Stern Review Stern Review on the Economics of Climate Change TBL Triple Bottom Line UNEP United Nations Environment Programme VPL Valor Presente Líquido
11
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
1.1 O PROBLEMA ......................................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA ...................................................................................................... 15
1.3 RELEVÂNCIA .......................................................................................................................... 16
1.4 DELIMITAÇÃO ........................................................................................................................ 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................. 18
2.1 INFORMAÇÃO E VALOR DA EMPRESA ................................................................................... 18
2.2 GESTÃO DE RISCOS E CRIAÇÃO DE VALOR ............................................................................ 19
2.3 SUSTENTABILIDADE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: RISCOS E OPORTUNIDADES ..................... 21
2.3.1 Riscos físicos ...................................................................................................................... 23
2.3.2 Riscos regulatórios ............................................................................................................ 24
2.3.3 Riscos comportamentais e de investimento .................................................................... 25
2.4 RELACIONAMENTO ENTRE DESEMPENHO FINANCEIRO E O SOCIOAMBIENTAL .................. 27
2.4.1 A hipótese do impacto social e a hipótese do trade‐off .................................................. 30
2.4.2 A hipótese da disponibilidade de recursos e o oportunismo .......................................... 30
2.4.3 A hipótese da relação sinergética ..................................................................................... 31
2.4.4 Consolidação das hipóteses de relacionamento .............................................................. 31
2.4.5 Quantificação de práticas qualitativas de sustentabilidade ............................................ 34
2.5 INICIATIVAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE LIDERANÇA EM SUSTENTABILIDADE ........................ 37
2.5.1 Carbon Disclosure Project (CDP) ....................................................................................... 37
2.5.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) ................................................................... 38
2.5.3 Dow Jones Sustainability World Index (DJSI) ................................................................... 39
2.5.4 Guia Exame de Sustentabilidade ...................................................................................... 40
3 METODOLOGIA DA PESQUISA ........................................................................................... 41
3.1 UNIVERSO E AMOSTRA ......................................................................................................... 41
3.2 FONTES E PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ........................................................ 42
3.2.1 Mapeamento dos riscos de mudanças climáticas ............................................................ 43
3.2.2 Análise dos impactos financeiros dos riscos mapeados .................................................. 45
3.2.2.1 Frequência dos riscos mapeados .................................................................................... 47
3.2.2.2 Relacionamento dos riscos mapeados com a geração de valor para a empresa ........... 48
3.3 PROCEDIMENTOS PARA TRATAMENTO DE DADOS .............................................................. 49
3.3.1 Identificação da frequência dos riscos mapeados ........................................................... 49
3.3.2 Grau de associação da informação com a geração de valor para as empresas .............. 50
3.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ESCOLHIDO ................................................................................. 52
12
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 54
4.1 MAPEAMENTO DOS RISCOS ASSOCIADOS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS .............................. 54
4.2 FREQUÊNCIA DOS RISCOS MAPEADOS ................................................................................. 55
4.3 RELACIONAMENTO DAS INFORMAÇÕES PUBLICADAS COM GERAÇÃO DE VALOR .............. 64
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 78
APÊNDICE 1 EMPRESAS DA AMOSTRA EM ORDEM ALFABÉTICA POR SETOR ........................ 83
APÊNDICE 2 EMPRESAS DA AMOSTRA DO CDP EM ORDEM ALFABÉTICA POR SETOR ........... 84
APÊNDICE 3 EMPRESAS DA AMOSTRA FINAL EM ORDEM ALFABÉTICA POR SETOR .............. 85
APÊNDICE 4 FATORES DE RISCO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS MAPEADOS NO CDP .............. 86
APÊNDICE 5 MATRIZ BINÁRIA DE RISCOS (MBR) .................................................................. 87
APÊNDICE 6 MATRIZ DE VALOR DE RISCOS (MVR) ................................................................ 94
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
As ações antrópicas geram mudanças climáticas em função da emissão de gases
do efeito‐estufa (GEEs), principalmente pela queima de combustíveis fósseis, uso da
terra e da agricultura (IPCC, 2007)1. A emissão de GEEs aumenta desde os tempos pré‐
industriais, sendo que teve um crescimento de cerca de 70% entre os anos de 1970 e
2004(IPCC, 2007)2.
Atualmente, estes efeitos estão se intensificando e ganhando relevância social,
econômica e política. As possíveis consequências para a população em geral fazem
com que a mídia, as corporações e os governos criem espaços para debater o tema: as
mudanças climáticas, suas causas e os impactos que podem decorrer de seu
agravamento (MARENGO, 2006).
Embora o tema ocupe um grande espaço na mídia nacional e internacional, as
informações transmitidas ao público são, em geral, concisas e imprecisas. Isto
prejudica o discernimento da população – principalmente dos tomadores de decisão –
com relação à situação presente e aos efeitos que poderão gerar no futuro
(MARENGO, 2006). Ao mesmo tempo, apesar de superficial, a divulgação do tema
evidencia a crescente conscientização dos governos e indivíduos quanto às mudanças
climáticas e questiona os modelos de gestão de empresas que não inserem variáveis
climáticas em seus processos decisórios.
Diante desta afirmativa, julga‐se relevante, para fins introdutórios, buscar
informações não‐acadêmicas, fontes provenientes da mídia empresarial e corrente, a
fim de tentar contextualizar o ambiente em que os analistas financeiros, investidores e
gestores das empresas obtêm uma grande parte das informações que utilizam no
momento da tomada de decisão.
1Esta declaração está nas contribuições do grupo I integrante do Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, painel criado pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988.
2Esta declaração está nas contribuições do grupo III integrante do Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change.
14
Não é possível ter certeza de quais serão as consequências das mudanças
climáticas, entretanto, sabe‐se o suficiente para entender que a mitigação de seus
riscos deve ser vista como um investimento (STERN, 2006). É necessário examinar as
evidências dos impactos econômicos das mudanças climáticas em si e compreender as
implicações de se emitir GEEs na atmosfera.
A partir da realização de cenários de mudanças climáticas de longo prazo3,
projetam‐se perdas de renda na América Latina que podem variar de 12%, em caso de
mudanças leves, a mais de 50%, em um contexto mais severo (OLIVEIRA, 2010). É
importante, portanto, criar políticas e ações que promovam sinais positivos e superem
as falhas de mercado, tendo o patrimônio e a mitigação dos riscos provenientes de
mudanças climáticas como diretrizes.
Nesse contexto, apresentam‐se os mecanismos que abordam as
externalidades4 climáticas geradas pelas organizações, como, por exemplo, o mercado
de créditos de carbono e as iniciativas propostas pelo protocolo de Kyoto. Assim, uma
estratégia de emissões de GEEs torna‐se imperativa para as empresas que visam a
influenciar políticas que estão por vir e, também, a reagir às já impostas (HOFFMAN,
2004).
As organizações já percebem vantagens no desenvolvimento de práticas
sustentáveis. Uma evidência é o fato de que, durante o apogeu da crise financeira
mundial de 2008 (subprime), não houve reduções nem cortes em ações voltadas ao
meio ambiente e à sustentabilidade (ÁVILA, 2010). Pode‐se inferir, portanto, que há no
mercado a percepção da existência de riscos na não‐adoção de práticas sustentáveis.
Ressaltam‐se, assim, as possíveis abordagens diante das preocupações com os
riscos provenientes das atividades geradoras de GEEs: as empresas podem buscar
seguros contra os impactos gerados, ou podem assumir esses riscos e optar pelo auto‐
seguro. No último caso, elas podem mudar práticas em sua operação a fim de tentar
reduzir sua exposição, ou podem manter suas atividades inalteradas e assumir o risco,
arcando com os prejuízos caso ocorram.
3 Previsões estimadas para o ano de 2.100. 4 As externalidades são atividades que envolvem a imposição involuntária de custos ou de benefícios, isto é, que têm efeitos positivos ou negativos sobre terceiros sem que estes tenham oportunidade de impedi‐los e sem que tenham a obrigação de pagá‐los ou o direito de ser indenizados (STIGLER, 1975).
15
Em março de 2010, o Banco Mundial apoiou a implementação do Seguro de
Risco Compartilhado para Catástrofes no Caribe (CCRIF). Este seguro permite aos
países participantes acesso imediato a dinheiro no caso da ocorrência de um furacão
ou de um terremoto (OLIVEIRA, 2010). Atualmente, diante das catástrofes naturais que
ocorreram no Brasil nos anos de 2009, 2010 e 2011, discute‐se a criação de um fundo
nacional semelhante ao caribenho (SOUZA, 2011). Entretanto, esta é uma discussão
embrionária e recente que ainda não pode ser considerada uma realidade brasileira.
Segundo dados de dezembro de 2009, o número de apólices de seguros
ambientais no Brasil era de aproximadamente 20. Juntas elas movimentam cerca de 20
milhões de reais por ano, número pequeno em relação ao mercado total de seguros no
país – 96 bilhões de reais (PEDROZO, 2009). Apesar do grande potencial de
crescimento desse tipo de negócio e de o mercado acreditar numa expansão de 30%
dessa modalidade de seguro para 2010/2011 (PEDROZO, 2009), percebe‐se que as
empresas, atualmente, assumem os riscos ambientais e praticam o auto‐seguro.
Uma pesquisa realizada pela empresa Economist Intelligence Unit (apud
PEDROZO, 2009) avaliou 320 empresas na Ásia, Europa, Austrália e Estados Unidos no
ano de 2008. O resultado mostrou que cerca de um terço delas trata da questão do
risco ambiental quando planeja uma expansão geográfica. Além disso, mais de 40% das
companhias afirmaram que consideram o tema quando desenvolvem novos produtos
e serviços (PEDROZO, 2009).
Portanto, percebe‐se que a preocupação com as externalidades ambientais
geradas pelas empresas é uma realidade no mundo. Ao mesmo tempo, evidências
apontam que, no Brasil, as empresas optam pelo auto‐seguro e que buscam melhorar
suas práticas a fim de minimizar sua exposição aos riscos provenientes das atividades
geradoras de GEEs. Torna‐se, então, relevante estudar como as empresas quantificam
esses riscos e quais abordagens tomam diante dos resultados obtidos.
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
O objetivo desta pesquisa é mapear os principais riscos associados às mudanças
climáticas percebidos pelo mercado brasileiro. Além disso, ao analisar o
posicionamento que as empresas declaram tomar diante desses riscos, objetiva
verificar se as informações publicadas por elas são capazes de orientar decisões de
16
investimento e criação de valor para a empresa, associando o desempenho ambiental
com o desempenho financeiro corporativo.
Com isso, a pesquisa visa a atingir dois públicos‐alvos: os gestores das
empresas, pela identificação dos riscos e impactos nos modelos de gestão, e os
investidores, através da observação de como esses riscos são confrontados e
publicados, a fim de saber se essas atitudes são capazes de agregar valor à empresa.
A fim de alcançar os objetivos principais desta pesquisa, são abordadas as
seguintes perguntas, relativas ao objetivo central da dissertação:
Quais são os principais riscos empresariais associados às mudanças
climáticas percebidos no mercado brasileiro?
As empresas medem os impactos financeiros desses riscos em seu
valor? Se sim, essas medições realmente relatam adequadamente os
possíveis impactos financeiros que podem afetar as empresas?
1.3 RELEVÂNCIA
A presente pesquisa trata de alguns temas que tocam tanto a comunidade
acadêmica quanto a corporativa. Inicialmente, aborda a sustentabilidade corporativa,
mais especificamente, a preocupação com a emissão de gases do efeito‐estufa na
atmosfera. O aumento da temperatura global pode afetar desde elementos básicos da
vida das pessoas até a renda da população em nível mundial. Estes impactos se
refletem no acesso à água, na produção de alimentos, na saúde e no ambiente (STERN,
2006). Cabe às organizações se preocupar com o desempenho sustentável de suas
atividades.
Esta pesquisa também aborda o valor econômico das empresas e o impacto
que as informações publicadas têm sobre ele. As informações disponíveis no mercado
são utilizadas por gestores e investidores com fim de orientação para decisões de
alocação de recursos. Neste contexto, cabe avaliar se as publicações de
sustentabilidade divulgadas pelas empresas podem ser relacionadas com o seu
desempenho financeiro, contribuindo para melhores decisões e gerando valor e,
última instância.
17
A pesquisa examina, em seguida, o relacionamento entre o desempenho
financeiro corporativo (DFC) e o desempenho socioambiental (DSA). As organizações
investem em sustentabilidade, logo, é importante entender como esses investimentos
estão relacionados com o resultado da empresa como um todo, a fim de manter as
finanças corporativas atrativas a investidores em geral, além de evitar gastos
filantrópicos supérfluos.
O trabalho também trata de riscos. São raras as decisões que podem ser
tomadas livres de incertezas, por isso a análise de riscos é uma atividade constante nos
mais diversos segmentos econômicos. É necessário, assim, entender quais são os riscos
climáticos percebidos pelas empresas no Brasil, como elas os enfrentam e se as
informações por elas publicadas são relevantes diante das necessidades analíticas dos
tomadores de decisão.
Em resumo, este trabalho é relevante porque se propõe a avaliar as
informações sobre os impactos dos riscos empresarias associados às mudanças
climáticas no desempenho das organizações brasileiras, assim como revelar o
posicionamento das empresas diante desses riscos.
1.4 DELIMITAÇÃO
O presente trabalho avalia apenas empresas atuantes no território brasileiro.
Além disso, são estudados dados e relatórios de sustentabilidade referentes aos anos
de 2008, 2009 e 2010, dando preferência sempre ao mais recentemente divulgado.
Caso os relatórios analisados apontem para outros relatórios, estes últimos são
avaliados. Caso contrário, a pesquisa será restrita aos documentos e sites indicados na
metodologia de pesquisa.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 INFORMAÇÃO E VALOR DA EMPRESA
A definição de valor da empresa é uma questão presente na rotina dos agentes
econômicos, seja na condição de comprador, de vendedor ou, ainda, de avaliador de
uma empresa ou de um investimento (MARTINS, 2010). Deste modo, a busca por um
modelo capaz de determinar, com alguma segurança, o valor de um empreendimento
é uma necessidade dos investidores no Brasil e no mundo.
De acordo com Damodaran (1997), o investidor não deve pagar por um ativo
mais do que ele realmente vale. Apesar de esta afirmação parecer intuitiva, o autor
afirma que ela é frequentemente esquecida e redescoberta pelas mais diversas
gerações e mercados. Portanto, é importante saber determinar com alguma certeza o
valor de uma empresa ou de um investimento.
Os métodos de valoração de empresas e investimentos são baseados na
capacidade que eles possuem de gerar valor para o investidor. Para este fim, as
avaliações dessas oportunidades utilizam, em sua maioria, métodos de fluxo de caixa
descontados a valor presente. O Valor Presente Líquido (VPL) é a ferramenta mais
utilizada pelas grandes empresas na análise de investimentos (COPELAND &
ANTIKAROV, 2001). Então, uma empresa é capaz de criar valor, não apenas
conseguindo lucros maiores, mas também eliminando riscos e sendo mais eficiente
(ASSAF NETO, 1999).
Percebe‐se, então, que é necessário buscar informações para o cálculo do valor
de uma empresa. Relatórios financeiros, anúncios de investimentos, publicações sobre
tecnologias disruptivas, declarações sobre reduções ou aumento de custos, entre
outros, são exemplos de informações que influenciam diretamente o valor de uma
firma (COPELAND, 1994).
Um dos pilares da Moderna Teoria de Finanças, a Hipótese da Eficiência de
Mercado afirma que a cotação da ação de uma determinada empresa na bolsa de
valores reflete as informações disponíveis a respeito dessa organização no mercado.
Dessa forma, novas informações afetarão seu peço, seja de maneira mais rápida ou de
maneira mais lenta (SALLES, 1991). A rapidez e precisão com que essa reflexão ocorre,
19
determina a forma da eficiência do mercado. A classificação de eficiência mais utilizada
prevê três formas de eficiência: fraca, semi‐forte e forte (FAMA, 1970).
Portanto, é fato que, independentemente da forma de eficiência do mercado,
as informações públicas afetam o valor das empresas. Muitas dessas informações são
auto‐declaradas, logo, cabe refletir sobre o conteúdo que as empresas fornecem para
o mercado sobre seu desempenho e a eficiência com a qual este conteúdo pode
impactar no valor da empresa.
2.2 GESTÃO DE RISCOS E CRIAÇÃO DE VALOR
O valor de mercado de uma corporação está relacionado à qualidade das
decisões de investimento, financiamento, giro, margem, volume de atividade,
produtividade, entre outros (BACIC, DA SILVEIRA & FERREIRA DE SOUZA , 2010). Estes
aspectos, por sua vez, são envolvidos e influenciados por diversos tipos de riscos que
podem ser financeiros, estratégicos ou operacionais.
Segundo Bacic, Da Silveira e Ferreira de Souza (2010, p. 50), de uma forma
generalizada, risco pode ser definido como “uma medida de dispersão dos possíveis
resultados que a firma pode obter em relação ao retorno médio esperado, associados
a uma distribuição de probabilidade”.
Diante dessa afirmação, confere‐se ao risco tanto um caráter negativo, que
tradicionalmente é associado a este conceito, como um aspecto de oportunidade,
referente a exposições positivas que podem levar a inovações e a maiores
rentabilidades. As ações corporativas devem, portanto, ser pautadas com vistas à
otimização da relação retorno‐risco, sendo fundamental uma gestão que trate de
maneira adequada os elementos propulsores de risco (DAMODARAN, 2009).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (2007),
os riscos são classificados de duas formas: quanto às origens dos elementos que levam
ao ambiente de incerteza e quanto à sua natureza.
Na perspectiva que analisa as origens das incertezas, os fatores geradores de
risco são separados em externos e internos à firma. No primeiro grupo, são
considerados os eventos econômicos, políticos, sociais, setoriais e até mesmo
climáticos, que impactam o quadro competitivo, institucional/legal, organizacional e
20
tecnológico que a corporação se encontra. A característica básica destes elementos é o
fato de a empresa não ter capacidade de alterá‐los, somente de administrá‐los.
O segundo grupo é o risco interno à firma, também conhecido como risco do
negócio. Ele advém de práticas que ocorrem dentro da corporação no intuito de criar
vantagens competitivas frente aos concorrentes e elevar o seu valor de mercado
(IBGC, 2007). Este grupo engloba desde ações na área de compras até a política de
vendas da empresa, permeando questões sobre tecnologia, marketing, alavancagem
operacional, gestão de custos e de qualidade, dentre outros. O grau de importância de
cada um desses fatores depende das características da empresa e de seu setor de
atuação.
Já na perspectiva que avalia a natureza dos riscos, é possível separá‐los em
estratégico, operacional e financeiro (IBGC, 2007). O primeiro, segundo Carlton (1999),
surge de um possível desalinhamento entre o planejamento estratégico da empresa e
de seu resultado efetivo, advindo, por exemplo, de inovações tecnológicas inesperadas
introduzidas no mercado.
O risco operacional, por sua vez, tem base em falhas humanas, problemas de
sistemas, gerenciamento e até mesmo da ocorrência de eventos externos que podem
impactar a produção, as vendas e o ativo da corporação (IBGC, 2007). Por fim, o risco
financeiro está associado à possibilidade de perdas no mercado financeiro. Jorion
(apud BACIC, DA SILVEIRA & FERREIRA DE SOUZA, 2010) separa o risco financeiro em
cinco elementos:
risco do mercado: é proveniente das oscilações nos preços dos ativos
com os quais a empresa trabalha, seja uma commodity, taxa de câmbio
ou taxa de juros (ou ambas);
risco de crédito: é associado à possibilidade da contraparte (cliente ou
fornecedor) não honrar o contrato estabelecido;
risco de liquidez: é associado tanto à falta de liquidez do ativo no
mercado, que leva ao estabelecimento de preços diferentes daqueles
considerados de mercado, quanto aos problemas de caixa da empresa
que acarretam falta de pagamento à contraparte;
21
risco legal: é proveniente de ações não amparadas pela lei nacional ou
por acordos internacionais. Também pode ser chamado de risco
regulatório;
risco operacional: é proveniente de falhas humanas ou de sistemas,
conforme já descrito.
Logo, já que o risco é um fator inerente à empresa, sua correta identificação,
mensuração5, tratamento e monitoramento das ações mitigadoras são fundamentais
para a geração de valor para a firma (BACIC, DA SILVEIRA & FERREIRA DE SOUZA,
2010). Entretanto, a realização dessas atividades não é trivial: os fatores de risco não
são facilmente identificáveis e muitas vezes são interdependentes, influenciando
simultaneamente diferentes áreas da organização. Consequentemente, a decisão de
gerenciar, ignorar ou explorar os riscos é bastante complexa (CARLTON, 1999).
A fim de elucidar a complexidade supracitada, ressalta‐se um dilema decisório
no tratamento dos riscos em uma empresa. Ao mesmo tempo em que a administração
de todos os tipos de risco não é um investimento atrativo – pois leva a uma
rentabilidade muito próxima daquela de um ativo livre de risco – a exposição
inadequada a alguns eventos pode levar ao fim da atividade de uma empresa
(DAMODARAN, 2009; OKOROH GOMBERA & ALANI, 2002).
Diversas mudanças nos mercados financeiros têm propiciado diversos
instrumentos e estratégias de gestão do capital e do risco para as corporações não
financeiras no sentido de incorporar valor (CARLTON, 1999). Alternativamente, a
administração financeira pode ignorar tal risco ou adotar comportamento ativo,
explorando os movimentos de mercado mediante transações especulativas ou
modificando suas práticas operacionais e de investimento. A opção pelo auto‐seguro é
mais recorrente no mercado brasileiro, conforme já citado nesta pesquisa.
2.3 SUSTENTABILIDADE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: RISCOS E OPORTUNIDADES
Saltzman, Steger e Ionescu‐Somers (2005, p. 2) definem sustentabilidade
corporativa: uma “resposta corporativa voltada ao lucro para questões sociais e
ambientais que são causadas pelas atividades primárias e secundárias das
5 A correta mensuração dos riscos deve avaliar os possíveis impactos nos fluxos de caixa, com a inclusão da parte intangível da corporação (BACIC, DA SILVEIRA & FERREIRA DE SOUZA, 2010).
22
organizações”. O Dow Jones Sustainability Index (DJSI, 2009) também a define:
“abordagem de negócios que cria valor aos acionistas no longo prazo, através de
aproveitamento de oportunidades e do gerenciamento de riscos que derivam de
aspectos econômicos, sociais e ambientais”. Então, verifica‐se que a sustentabilidade
corporativa se manifesta por iniciativas sociais e ambientais de empresas que visam à
exploração de oportunidades e à minimização dos riscos a partir da mitigação ou da
adaptação dos processos da empresa para a solução dessas questões.
Poucas questões ambientais podem ser consideradas uma ameaça financeira
tão generalizada a investidores como as mudanças climáticas. As respostas de políticas
internacionais direcionadas à redução das emissões, assim como aos demais riscos
ambientais conhecidos, exigem que os administradores financeiros se preocupem em
avaliar como seus investimentos podem ser afetados pelos riscos e oportunidades de
carbono (INNOVEST, 2007).
O aumento da temperatura global pode, comprovadamente, gerar impactos e
custos econômicos significativos (STERN, 2006). Um estudo realizado pelo Tesouro
Britânico, o Stern Review on the Economics of Climate Change (2006), utilizou
diferentes técnicas para analisar custos e riscos macroeconômicos decorrentes das
mudanças climáticas. Os resultados da pesquisa levam a uma conclusão clara: os
custos de uma ação de mitigação rigorosa e antecipada são sobremaneira inferiores
aos custos econômicos da falta de ação.
Diante do cenário apresentado pelo relatório, ressaltam‐se movimentos
internacionais no sentido da mitigação das externalidades ambientais geradas pela
atividade corporativa. Questões como protocolo de Kyoto, comércio de emissões,
agenda 21, governança corporativa, investimentos comunitários e microfinanças
(microcrédito) ganharam um espaço significativo nas discussões de governos e
investidores em todo o mundo (RENNEBOOG, 2008).
No contexto brasileiro, o estudo Economia do Clima, inspirado no relatório
Stern e realizado por um conjunto de renomadas instituições de pesquisa do país em
2010 concluiu que o impacto da mudança do clima, o PIB do país pode ser reduzido de
0,5% a 2,3%, em relação a cenários estabelecidos para o Brasil, baseados naqueles
23
criados pelo IPCC6. Antecipados para valor presente com uma taxa de desconto de 1%
ao ano, estas perdas podem ficar entre R$ 719 bilhões e R$ 3,6 trilhões, o que
equivaleria a pelo menos um ano inteiro de crescimento nos próximos 40 anos.
Segundo o mesmo estudo, haveria uma perda média anual para o cidadão
brasileiro em 2050 entre R$ 534 (ou US$ 291) e R$ 1.603 (ou US$ 874). O valor
presente em 2008 das reduções no consumo dos brasileiros acumuladas até 2050
ficaria entre R$ 6.000 e R$ 18.000, representando de 60% a 180% do consumo anual
per capita atual.
É, portanto, essencial ressaltar que, para o investidor, o importante não é a
ocorrência da mudança climática em si, mas sim os possíveis riscos e oportunidades
decorrentes delas (KERSCHNER & GERAGHTY, 2007). Por isso, o conhecimento desses
riscos e oportunidades possui grande valia. Na busca por este conhecimento,
Kerschner e Geraghty (2007) separam e classificam os fatores de risco climático em
três grupos distintos:
1. riscos físicos;
2. riscos regulatórios; e
3. riscos comportamentais e de investimento.
2.3.1 Riscos físicos
Segundo o relatório de mudanças climáticas elaborado por Kerschner e
Geraghty para o Citigroup (2007), os riscos físicos são relacionados às consequências
físicas das mudanças climáticas, ou seja, à temperatura, à precipitação e aos ventos.
Apesar de essas mudanças se tornarem mais aparentes no longo prazo, muitas delas já
podem ser observadas atualmente: invernos e verões mais quentes nos Estados
Unidos, secas na Austrália e na Espanha e um aumento da frequência de furacões
intensos no Golfo do México.
As consequências dos impactos físicos podem afetar diretamente o mercado
local. Invernos e verões mais quentes nos Estados Unidos podem levar a um declínio
na demanda líquida por gás natural no país. O aumento da frequência de furacões
6 Cenários gerados para a economia brasileira simulados sem mudança do clima e com mudança do clima segundo cenário climático A2 e B2 do IPCC, respectivamente.
24
intensos no Golfo do México pode gerar uma redução da cobertura a clientes nessa
área pelas companhias de seguros e resseguros, beneficiando negócios fora dessa
região. Já as condições de seca na Espanha e na Austrália podem aumentar
significativamente o preço dos produtos agrícolas da região (KERSCHNER & GERAGHTY,
2007).
No Brasil, o estudo Economia do Clima (2010) indica que as regiões mais
vulneráveis à mudança do clima no Brasil seriam a Amazônia e o Nordeste. Sendo que
na Amazônia, o aquecimento pode chegar a 7‐8°C em 2100, acarretando em uma
alteração radical da floresta amazônica: a redução de cerca de 40% da cobertura
florestal e a consequente “savanização” da região. No Nordeste brasileiro, por sua vez,
as chuvas tenderiam a diminuir 2‐2,5 mm/dia até 2100, causando perdas agrícolas em
todos os estados da região. O déficit hídrico reduziria em 25% a capacidade de
pastoreio de bovinos de corte, favorecendo assim um retrocesso à pecuária de baixo
rendimento.
O mesmo estudo de 2010 aponta, ainda, que o declínio de precipitação afetaria
a vazão de rios em importantes bacias para a geração de energia do Nordeste, como a
do Parnaíba e a do Atlântico Leste, podendo reduzir as vazões em até 90% entre 2070
e 2100. Isto ocasionaria perdas expressivas para a agricultura em todos os estados,
com exceção dos mais frios no Sul‐Sudeste, que passariam a ter temperaturas mais
amenas.
2.3.2 Riscos regulatórios
Os riscos regulatórios estão relacionados à legislação e à regulação imposta
pelos governos dos países e pela comunidade internacional. Atualmente, há uma
tendência à regulação de emissões de gases do efeito‐estufa, que variam desde
convenções internacionais patrocinadas pelas Organizações das Nações Unidas (ONU)
até legislações específicas nos países. Empresas, principalmente as com operações
internacionais, estão sujeitas aos mais variados padrões e regulamentações de
emissão em seus mercados (KERSCHNER & GERAGHTY, 2007).
De acordo com Kerschner e Geraghty (2007), algumas implicações decorrentes
desses riscos regulatórios podem afetar as empresas. Os setores de energia,
transporte e automobilístico são mais comprometidos, devido ao fato de essas
25
atividades serem eminentemente geradoras de GEEs. Entre as iniciativas regulatórias
encontram‐se uso obrigatório de fontes de energia renováveis e de combustíveis
alternativos.
Um exemplo desse impacto ocorre quanto litigadores e legisladores são
impelidos a criar regulações rígidas para atividades que notadamente sejam emissoras
de GEEs, como o protocolo de Montreal, referente aos poluentes que afetam a
camada de ozônio (UNEP, 1990). Multas e punições a organizações que não sigam as
premissas de respeito ambiental podem levar a grandes prejuízos, assim como
benefícios decorrentes de subsídios doados aos ambientalmente amigáveis podem
gerar uma vantagem competitiva para as organizações.
O estudo Economia do Clima (2010) mostra alguns impactos das ações
regulatórias no curto prazo no Brasil. O estudo mostra que o impacto de uma taxação
do carbono entre US$ 30 e US$ 50 por tonelada de carbono reduziria as emissões
nacionais entre 1,16% e 1,87% e resultaria em uma queda no PIB entre 0,13% e 0,08%.
Ao mesmo tempo, o estudo toma como referência o Plano Nacional de Energia 2030 e
aponta que o potencial estimado de redução de emissões pode alcançar 1,8 bilhão de
toneladas de CO2 acumuladas no período 2010‐2030. O estudo mostra que ao se
descontar este fluxo a uma taxa de 8% ao ano, o custo estimado é negativo, ou seja, há
um benefício de US$ 34 bilhões em 2030, equivalentes a US$ 13 por tonelada de CO2.
2.3.3 Riscos comportamentais e de investimento
Os riscos comportamentais são de mais difícil mensuração e suas implicações
são menos previsíveis. Eles tratam de uma alteração no comportamento de
determinado stakeholder devido a uma percepção da existência de riscos causadores
de impactos prejudiciais ao clima. Essas percepções, ou mesmo especulações, podem
prejudicar ou impulsionar os negócios da empresa, dependendo de sua natureza. Os
principais grupos de interesse capazes de afetar o resultado da empresa a serem
considerados como fatores de risco comportamental são os consumidores, os
litigantes, os investidores e mesmo as próprias corporações (KERSCHNER & GERAGHTY,
2007).
Consumidores podem mudar seu comportamento de compra diante da
percepção de um impacto ambiental positivo ou negativo. O abandono do consumo de
26
um determinado produto devido à maior conscientização ambiental – como, por
exemplo, o caso de aerosóis e clorofluorcarbonos (CFCs) no final do século XX – pode
causar grandes prejuízos aos fabricantes desses produtos (KERSCHNER & GERAGHTY,
2007). Ao mesmo tempo, a adesão ao consumo de alimentos e materiais com selo de
garantia de ecoeficiência é capaz de impulsionar empresas que adotam essas práticas.
Os investidores, por outro lado, podem ter reações diversas diante da
percepção de riscos de impactos sobre o clima. Estas reações podem variar desde a
exigência por transparência das empresas investidas, até a opção por investimentos
apenas em fundos que sejam socialmente e ambientalmente responsáveis (MCKINSEY,
2009). Alguns dos maiores fundos de pensão do mundo e também do Brasil, por
exemplo, têm interesse crescente em investimentos socialmente responsáveis (SRI): é
o caso do California Public Employees’ Retirement System (CALPERS), o maior fundo de
pensão do mundo, e o da PREVI, um grande fundo nacional (MATTAROZZI & TRUNKL,
2008).
As corporações, por fim, sofrem pressões provenientes dos demais
participantes do mercado e devem lidar com essas novas demandas, mudando seus
padrões de operação (KERSCHNER & GERAGHTY, 2007).
Portanto, ratifica‐se que a questão de investimentos diante das mudanças
climáticas no cenário atual não se restringe à ocorrência ou não do aquecimento
global, mas também às reações de uma grande variedade de entidades (governos,
corporações, investidores e clientes) às ameaças percebidas nas mudanças climáticas
que geram riscos e oportunidades de curto e longo prazo.
Há indícios de que um desempenho ambiental superior pode, de fato, melhorar
os níveis de risco, a lucratividade e a performance das ações de companhias
(INNOVEST, 2007), sendo as mudanças climáticas, talvez, o principal fator de risco
ambiental da atualidade. É possível elencar pelo menos quatro motivos para que os
riscos associados às mudanças climáticas sejam parte integrante da avaliação dos
investidores no momento da decisão de suas aplicações (INNOVEST, 2007):
há evidências crescentes de que a performance superior na gestão de
riscos ambientais é correlacionada a um desempenho financeiro
superior e à maior criação de valor para o acionista;
27
as variações no “desempenho de carbono” entre empresas do mesmo
setor não são claras nem bem compreendidas pelos analistas
financeiros e acionistas. Como resultado, os riscos associados às
emissões de carbono e o seu potencial de valor permanecem ocultos;
no longo prazo, o potencial de perdas se tornará ainda mais
significativo, dado que os mercados de capitais se sensibilizam com as
consequências financeiras e ambientais das questões associadas às
mudanças climáticas; e
há fortes evidências da existência de aumentos significativos no nível de
preocupação e de intervenção do investidor corporativo com relação às
questões de mudanças climáticas em suas empresas investidas.
Esta última tendência pode ser mais bem exemplificada pela formação de três
diferentes grupos de investidores institucionais: o Carbon Disclosure Project (CDP), o
Investor Network on Climate Risk e o Institutional Investors Group on Climante Change.
Esses grupos possuem ativos de mais de 50 trilhões de dólares e agregam mais de 300
investidores institucionais (INNOVEST, 2007).
No Brasil, de acordo com o relatório publicado pela McKinsey & Company
(2009), as principais atividades emissoras de GEEs são o desflorestamento e a
agricultura. Contudo, a pecuária, construção civil, geração de energia, enfim, todos os
setores da economia, podem contribuir na redução dos impactos e dos riscos
decorrentes de suas atividades.
2.4 RELACIONAMENTO ENTRE DESEMPENHO FINANCEIRO E O SOCIOAMBIENTAL
De acordo com a perspectiva econômica neoclássica, os gastos corporativos em
causas sociais são uma violação da responsabilidade da gerência com os investidores,
dado que esses gastos não geram riqueza aos acionistas (FRIEDMAN, 1962). Esta visão,
porém, é contestada por diversos autores.
Um grupo de autores acredita que a responsabilidade da gerência se estende
além da perspectiva neoclássica e inclui causas que beneficiam diversos grupos de
interesse no longo prazo. Lins e Wajnberg (2007) afirmam que sustentabilidade
corporativa não necessariamente significa maiores custos, processos mais burocráticos
e menores retornos financeiros. Não obstante, a sustentabilidade é calcada em uma
28
visão de negócios onde desempenho socioambiental é positivamente correlacionado
ao desempenho econômico‐financeiro. Esta é uma mudança de paradigma que
prioriza a perenidade e a perpetuidade da organização (LINS & WAJNBERG, 2007).
A teoria dos stakeholders corrobora essa nova visão, integrando‐a com a
neoclássica: o acionista é um dos muitos grupos afetados que devem ser considerados
pelas organizações em seu processo decisório (RUF et al, 2001). Segundo a teoria,
todos os grupos com interesses legítimos na atividade de uma organização afetam o
seu resultado, sendo que não há distinção de prioridade entre eles (DONALDSON &
PRESTON, 1995).
Por sua vez, Jensen (2010) entende que a sociedade e o meio ambiente são
grupos que afetam diretamente os resultados de uma empresa, dessa forma eles
devem ser considerados no momento da decisão sobre a maximização do valor da
firma. Conclui‐se, então, que o desempenho socioambiental da organização e deve ser
considerado na avaliação de seu valor.
Busca‐se, assim, evidenciar a relação entre o desempenho financeiro
corporativo (DFC) e o desempenho socioambiental (DSA), para que seja possível
entender como as ações socioambientais afetam o valor das corporações.
A existência de uma relação entre o DFC e o DSA é amplamente debatida na
comunidade acadêmica (ARLOW & GANNON, 1982; COCHRAN & WOOD, 1984;
WADDOCK & GRAVES, 1997; ORLITZKY, 2001). Este debate é relevante, pois, ao mesmo
tempo em que algumas ações voltadas à sustentabilidade tendem a gerar impactos
negativos no DFC, outras podem gerar consequências positivas (COCHRAN & WOOD,
1984).
Segundo Saltzman, Steger e Ionescu‐Somers (2005), os trabalhos acadêmicos
que tratam do relacionamento entre o desempenho socioambiental e o desempenho
financeiro corporativo podem ser classificados em duas categorias principais: estudos
teóricos e estudos empíricos.
Os estudos teóricos buscam gerar modelos explicativos da sequência causal e
da direção do relacionamento entre o DSA e o DFC. Estes estudos geram, então,
diversas hipóteses a serem testadas posteriormente por estudos empíricos. Os estudos
29
empíricos, por sua vez, podem ser instrumentais – testando os teóricos quantitativa ou
qualitativamente –, ou meramente descritivos das práticas de sustentabilidade em
determinados negócios (WAJNBERG & LEMME, 2009).
A figura 1, a seguir, representa a linha de raciocínio de Saltzman, Steger e
Ionescu‐Somers (2005) com relação aos estudos que visam a relacionar o DFC e o DSA.
Partindo do objetivo principal, que é o relacionamento entre o DFC e o DSA, até os
modelos efetivos dos estudos quantitativos.
Figura 1 Estudos que relacionam DSA e DFC
Fonte adaptado de SALTZMAN, STEGER & IONESCU‐SOMERS (2005)
Os trabalhos acadêmicos publicados até hoje apresentam conclusões
divergentes com relação à causalidade entre os dois desempenhos estudados.
Wajnberg e Lemme (2009) atribuem algumas causas relacionadas às premissas e aos
dados utilizados nos trabalhos, dentre elas: divergências nas formas de medir o
desempenho socioambiental; limitações amostrais devido à indisponibilidade de dados
e o uso de diferentes medidas para análise de desempenho financeiro.
Outros fatores, relacionados a metodologias e modelos de pesquisa, que
também podem ser causas da discrepância de conclusões são a falta de testes
empíricos sobre conceitos e definições utilizados; falta de testes de significância e
controle sobre as interações entre as diversas variáveis sendo utilizadas,
principalmente nos estudos iniciais; e a dificuldade de estabelecer a relação de
causalidade entre o DFC e o DSA, ou seja, determinar se é o desempenho
30
socioambiental que determina o desempenho financeiro ou se é o financeiro que gera
o socioambiental (WAJNBERG & LEMME, 2009).
Apesar das divergências existentes nos resultados das pesquisas, há certo
consenso na comunidade científica de que existe algum tipo de relacionamento entre
o DSA e o DFC (SALEH, ZULKIFLI & MUHAMAD, 2009). O arcabouço teórico desses
estudos é baseado em hipóteses de relacionamento. Vale, portanto, entendê‐las,
assim como as tipologias de relacionamento que elas implicam.
2.4.1 A hipótese do impacto social e a hipótese do trade‐off
A hipótese do impacto social baseia‐se na teoria dos stakeholders. Ela defende
que a evolução favorável do desempenho social conduz a uma melhor imagem da
empresa favorecendo o seu DFC (PRESTON & O’BANNON, 1997). A ausência de
resposta às expectativas dos não‐acionistas pode conduzir a maiores custos e/ou a
menores lucros devido ao aumento dos riscos associado à empresa (CORNELL &
SHAPIRO, apud MARQUES & TEIXEIRA, 2008). Desta forma, os acionistas são, por fim,
prejudicados.
A hipótese do trade‐off, em contrapartida, propõe um raciocínio contrário ao
do impacto social, argumentado que a melhoria do desempenho socioambiental da
empresa pode gerar custos desnecessários para a organização e prejudicar, por fim, o
DFC (PRESTON & O’BANNON, 1997). Assim, a melhoria do desempenho
socioambiental acarretaria somente destruição de valor para o acionista.
2.4.2 A hipótese da disponibilidade de recursos e o oportunismo
A hipótese da disponibilidade de recursos defende que há uma relação positiva
entre o DSA e o DFC. Porém, diferentemente da hipótese do impacto social, esta
hipótese afirma que as empresas apenas estarão dispostas a empreender políticas
socialmente responsáveis quando existirem recursos específicos destinados para isso
(MARQUES & TEIXEIRA, 2008). McGuire et al. (apud MARQUES & TEIXEIRA, 2008) e
Preston e O’Bannon (1997) testaram esta hipótese e obtiveram evidências estatísticas
significativas de sua validade.
Por sua vez, a hipótese do oportunismo estabelece que as organizações
utilizam os investimentos sociais como artifício para justificar perdas financeiras. Dessa
31
forma, quando o resultado contábil de uma empresa é favorável, os gestores tendem a
aumentar os ganhos de curto prazo reduzindo os custos sociais. Inversamente, quando
o desempenho econômico da empresa é fraco, os gestores tendem a melhorar o
desempenho social incorrendo em custos com ações socialmente responsáveis. Eles,
então, atribuem os maus resultados apenas aos investimentos feitos nessas ações
(MARQUES & TEIXEIRA, 2008).
2.4.3 A hipótese da relação sinergética
De acordo com Preston e O’Bannon (1997) e Waddock e Graves (1997), existem
efeitos sinergéticos entre o DSA e o DFC. A hipótese da sinergia positiva sugere a
existência de um ciclo virtuoso entre as duas variáveis (WADDOCK & GRAVES, 1997):
um alto DSA pode conduzir a um melhor DFC que, por sua vez, pode levar a um melhor
DSA.
Percebe‐se, então, que a hipótese da sinergia positiva é uma combinação das
hipóteses do impacto social e da disponibilidade de recursos. Já a hipótese da sinergia
negativa considera que o relacionamento do DFC e do DSA é um ciclo vicioso inverso
ao da sinergia positiva. Ela integra, assim, as hipóteses do trade‐off e do oportunismo.
Esse efeito pode ocorrer nos dois sentidos, partindo do DSA ou do DFC. Pela
análise de regressão e correlação realizada por Waddock e Graves (1997), conclui‐se
que o DSA depende do DFC (disponibilidade de recursos) e que a natureza da relação
entre as variáveis é positiva.
Além disso, verifica‐se uma dependência do DFC em relação ao DSA (impacto
social), sugerindo que um bom desempenho nas questões de natureza social pode
impulsionar o desempenho financeiro corporativo.
2.4.4 Consolidação das hipóteses de relacionamento
A Tabela 1, adaptada do trabalho de Wajnberg e Lemme (2009), apresenta o
alinhamento das hipóteses de relacionamento entre o DSA e o DFC anteriormente
apresentadas, assim como suas respectivas perspectivas de causalidade. Com isso,
espera‐se consolidar as hipóteses e seus relacionamentos.
32
Tabela 1 Tipologia para o relacionamento entre DSA e DFC
Sequência causal
Direção do relacionamento Positivo Negativo
DSA ‐‐‐> DF Impacto social Trade‐off DF ‐‐‐> DSA Disponibilidade de recursos Oportunismo DSA <‐‐‐>DF Sinergia Positiva Sinergia negativa
Fonte adaptado de WAJNBERG & LEMME (2009)
Van der Laan, Van Ees e Van Witteloostuijn (2008) afirmam, sob a ótica das
hipóteses apresentadas, que a afinidade entre DFC e DSA depende da natureza das
relações entre os stakeholders e a empresa. Eles justificam, também, a partir da teoria
dos prospectos de Kahneman e Tversky7, que o impacto do DSA negativo comparado
ao positivo é assimétrico, isto é, espera‐se que a percepção do impacto de um DSA
desfavorável no DFC seja mais intensa do que a de um bom DSA no DFC.
A figura abaixo, retirada do trabalho de Kahneman e Tversky (1979), representa
graficamente a assimetria do impacto percebido diante de um desempenho negativo
ou positivo. Apesar de a figura representar uma função de valor hipotética, é possível
perceber que, para um investidor, a percepção de perda de valor diante de um
prejuízo é muito mais intensa do que a percepção de acréscimo de valor ante um
ganho de mesma proporção.
Figura 2 Função de valor hipotética
Fonte KAHNEMAN & TVERSKY (1979)
7 Kahneman e Tversky (1979) – Prospect Theory: An Analysis of Decision under Risk.
33
Embora ainda não seja possível descrever uma clara relação de causalidade
entre o DSA e o DFC, há fortes evidências de que os acionistas e os gerentes das
organizações, bem como os analistas financeiros, necessitam incorporar ambos em
suas análises de investimentos.
Uma expressão dessa incorporação nos critérios de decisão de investimentos é
o conceito do Triple Bottom Line (TBL), ou tripé da sustentabilidade (ELKINGTON,
1998). Segundo o TBL, a fim de superar os desafios atuais do mercado e gerar valor é
preciso ter bom desempenho em três esferas: econômica, social e ambiental.
A esfera econômica trata do lucro da empresa, ou seja, do resultado econômico
tradicionalmente buscado pelos investidores e gestores. Este é o pilar tradicional do
tripé e é alinhado com o conceito neoclássico de se buscar a saúde financeira da
empresa. Contudo, o TBL assume que o lucro isoladamente não garante a
sustentabilidade do negócio, é necessário considerar os outros dois aspectos do tripé
(ELKINGTON, 1998).
A esfera social refere‐se ao tratamento do capital humano de uma empresa ou
sociedade. Não basta que a organização se restrinja a observar a adequação à
legislação trabalhista e à remuneração justa do trabalho, é necessário pensar em
outros aspectos, tais como o bem‐estar e a saúde do trabalhador e de sua família
(ELKINGTON, 1998). Além disso, o autor afirma que é imprescindível avaliar os
impactos sociais econômicos e culturais que a atividade da firma tem nas comunidades
e nos arredores. Aqui, devem ser avaliados, também, problemas gerais da sociedade
como educação, violência e até o lazer.
Por fim, a esfera ambiental se refere ao capital natural de uma empresa ou
sociedade. Assim como nas outras esferas, é importante pensar em questões que
afetem o meio‐ambiente no pequeno, médio e longo prazo. A princípio, toda atividade
econômica tem impacto ambiental negativo, logo a empresa ou a sociedade deve
pensar em formas de mitigar e compensar essas externalidades (ELKINGTON, 1998). É
importante ratificar, contudo, que a busca pela sustentabilidade ambiental é vinculada
ao cumprimento e à adequação da empresa à legislação ambiental vigente no país em
que atua e a vários princípios discutidos mundialmente, como o Protocolo de Kyoto.
34
Uma organização, portanto, é sustentável e gera valor quando consegue,
simultaneamente, alcançar prosperidade econômica, qualidade ambiental e justiça
social. A figura abaixo representa o conceito do TBL em suas três dimensões,
apresentando o foco de cada um dos pilares do tripé e ressaltando, por fim, o caminho
para a sustentabilidade corporativa (ALMEIDA, 2006).
Figura 3 Sustentabilidade corporativa segundo a abordagem TBL
Fonte ALMEIDA (2006)
Assim, a melhoria no desempenho socioambiental pode gerar ganhos
financeiros para as empresas tanto no curto prazo – como a comercialização de
créditos de carbono –, quanto de longo prazo, que contribuem para o sucesso
contínuo e perene da organização. Uma situação onde melhorias socioambientais
estão ligadas primariamente a perdas econômicas viola um dos tripés do TBL, e não é
sustentável (LINS & WAJNBERG, 2007).
2.4.5 Quantificação de práticas qualitativas de sustentabilidade
Diversos autores propõem metodologias para quantificar práticas de
sustentabilidade. Arx e Ziegler (2008), Jacobs et al. (2008) e Cavalcante et al. (2009)
usam o desempenho das ações de empresas na bolsa de valores para associar seus
DSAs e DFCs. Nesta abordagem, Mahler et al. (2009) verificaram que empresas com
práticas de sustentabilidade desempenharam acima da média no mercado durante a
35
crise subprime8. Há, ainda, a percepção de que fatores como transparência e prestação
de contas geram valor e reforçam os laços com os stakeholders (LINS, MORENO &
LOMONACO, 2009).
McWilliams e Siegel (2000), em contrapartida, sugerem que um modelo de
avaliação de desempenho de sustentabilidade que não controla investimentos em
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) gera resultados viesados sobre a performance
corporativa. De acordo com os autores, empresas que buscam desenvolvimento
sustentável visam também a uma estratégia de diferenciação, o que envolve
investimentos complementares em P&D.
Epstein e Wisner (2001), por sua vez, afirmam que a metodologia do Balanced
Scorecard (BSC), além de ser utilizada para exercer uma determinada estratégia
corporativa, pode ser utilizada para implantar estratégias de sustentabilidade,
associando seus objetivos às ações e aos desempenhos. Além disso, os autores
mencionam indicadores utilizados por empresas líderes de mercado que auxiliam no
processo de gestão para a sustentabilidade, como por exemplo, custos referentes a
processos trabalhistas, número de devoluções de produtos, entre outros.
Já Epstein e Roy (2003) apresentam um mapa de relacionamento que ajudam
os gerentes a operacionalizar estratégias corporativas sustentáveis. Eles analisaram 20
relatórios corporativos públicos a fim de avaliar as medidas e sistemas usados pelas
organizações que relacionam as ações de sustentabilidades ao desempenho financeiro
de longo prazo.
Em sua análise, os autores dividiram as práticas para a sustentabilidade em
quatro tipos: meio‐ambiente, saúde e segurança dos funcionários, comunidade,
funcionários. A partir disso, eles verificaram como estas práticas eram relatadas,
classificando cada uma delas em quatro níveis de associação com o desempenho
financeiro: desde descrições qualitativas até descrições monetizadas sobre os
benefícios dos investimentos. O resultado da pesquisa revela que, embora as
empresas busquem associar iniciativas socioambientais com o desempenho financeiro,
8Os autores analisaram a desempenho do Dow Jones Sustainability Índex (DJSI) e do Goldman Sachs SUSTAIN focuslist no período do apogeu da crise financeira do subprime.
36
poucas empresas conseguem construir um caso de negócios, ou seja, um business
case9, claro para a sustentabilidade.
Cabe ressaltar que, segundo Epstein e Roy (2003), a única forma de integrar os
aspectos socioambientais na estratégia empresarial é a partir da identificação da
justificativa de negócios (business case) para o desempenho socioambiental. Este
modelo tem direcionadores integrados de sustentabilidade corporativa e de
desempenho financeiro, que são organizados em cinco grandes grupos: estratégia
corporativa e de unidade de negócios, ações de sustentabilidade, desempenho de
sustentabilidade, reação dos stakeholders e desempenho corporativa financeira.
Em outra abordagem, Knox, Maklan e French (apud WAJNBERG & LEMME,
2009) analisaram os relatórios de 150 empresas líderes do índice FTSE4Good,
avaliando, com escalas de 5 pontos, 6 hipóteses geradas por estudos anteriores. Uma
destas hipóteses associa a responsabilidade social corporativa com o desempenho
financeiro. A conclusão dos autores é que esta associação é limitada às empresas de
grande porte. As empresas de médio e pequeno porte tendem a não fazer esta
associação.
O relatório divulgado pela Ceres‐ACCA (apud WAJNBERG & LEMME, 2009)
corrobora essa última conclusão após avaliar os melhores relatórios de
sustentabilidade no ano de 2006 nos Estados Unidos, Canadá e México. De acordo com
o relatório, a maior parte das publicações analisadas falhou em mostrar os ganhos
financeiros resultantes da incorporação da sustentabilidade no negócio.
Por sua vez, a iniciativa voluntária Global Reporting Initiative (GRI) desenvolveu
um suplemento que sugere uma série de indicadores que devem ser utilizados em
relatórios para auxiliar a medição do desempenho socioambiental de instituições.
Nessa linha, Saltzman, Steger e Ionescu‐Somers (2005) propõem uma abordagem
genérica para evidenciar alguns dos principais motivadores que revelam os benefícios
das práticas de sustentabilidade:
9 A construção do business case parte do principio que a partir das informações publicadas pelas empresas é possível obter dados monetizados de investimentos, gastos e receitas. Diante de um caso de negócio é possível determinar o valor de uma empresa ou operação (EPSTEIN & ROY, 2003).
37
redução de custo devido à melhoria do desempenho ambiental e de
saúde e segurança;
aumento de receitas através de ganho de participação de mercado
devido aos novos produtos ambientalmente amigáveis; e
efeitos positivos sobre os intangíveis (valor da marca, reputação,
retenção de talentos, acesso ao capital e gerenciamento de risco).
Percebe‐se, portanto, que a identificação e a mensuração de estratégias
ambientais e sociais não são simples, pois ambas as estratégias estão ligadas no longo
prazo, existindo, assim, alto nível de incertezas e impactos difíceis de serem
quantificados (EPSTEIN e ROY, 2003).
2.5 INICIATIVAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE LIDERANÇA EM SUSTENTABILIDADE
Segundo Lins e Wajnberg (2007), um importante aspecto no comportamento
sustentável de uma organização é a divulgação da sua performance socioambiental. A
transparência da empresa quanto à sua conduta nessa dimensão é um indicador do
seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável. Os autores ressaltam,
ainda, a importância da divulgação de informações socioambientais como requisito
necessário para ingresso no Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa e no
Dow Jones Sustainability Index da Bolsa de Nova York.
Cabe, nesse sentido, apresentar algumas das principais iniciativas para
identificação de empresas líderes em sustentabilidade no mercado, assim como suas
origens, objetivos e importância. O conhecimento dessas iniciativas é fundamental
para entendimento da presente pesquisa.
2.5.1 Carbon Disclosure Project (CDP)
O Carbon Disclosure Project (CDP) foi lançado em 2000, com o objetivo de
informar aos investidores sobre importantes riscos e oportunidades decorrentes de
mudanças climáticas, e informar às empresas as preocupações dos acionistas sobre o
impacto do tema na valorização da empresa. Além disso, o CDP solicita, em nome dos
investidores institucionais, informações relacionadas com o impacto das mudanças
climáticas no desempenho de algumas das maiores empresas abertas do mundo
(GONZALEZ, 2007).
38
O CDP obtém as informações a partir do envio de questionários para as
empresas. No Brasil, há 42 empresas participantes. O CDP tornou‐se expressivo no país
em 2006 quando o CDP‐4, primeira edição brasileira do relatório, foi elaborado. As
respostas das empresas estão disponíveis no site do CDP junto com relatórios de
análise das informações colhidas realizados pela própria equipe do CDP, sendo a
maioria dos questionários abertos ao público.
2.5.2 Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)
A tendência mundial de os investidores procurarem empresas socialmente
responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos levou, em 2005, a
BM&FBovespa a criar um índice referência de ações (“benchmark”) para os
investimentos socialmente responsáveis, o ISE – Índice de Sustentabilidade
Empresarial. Este índice foi criado em conjunto com as seguintes instituições:
Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP),
Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA,
antiga ANBID), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado
de Capitais (APIMEC), Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC),
Insternational Finance Corporation (IFC), Instituto ETHOS e Ministério do Meio
Ambiente (MMA).
O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações
de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a
sustentabilidade empresarial e também atuar como promotor das boas práticas no
meio empresarial brasileiro. Para avaliar o desempenho das 150 ações mais
negociadas da BM&FBOVESPA quanto aos aspectos de sustentabilidade, a Fundação
Getúlio Vargas (FGV) – instituição contratada com expertise nessas questões –
desenvolveu um questionário que parte do conceito do TBL para aferir os seus
desempenhos. Além dos princípios do TBL, o questionário trata de mais três grupos de
indicadores (CENTRO DE ESTUDOS EM SUSTENTABILIDADE, 2009):
critérios gerais (que questiona, por exemplo, a posição da empresa
perante acordos globais e se ela publica balanços sociais);
critérios de natureza do produto (que questiona, por exemplo, a posição
da empresa perante acordos globais, se a empresa publica balanços
39
sociais, se o produto da empresa acarreta danos e riscos à saúde dos
consumidores, entre outros);
critérios de governança corporativa.
O preenchimento do questionário – que tem apenas questões objetivas – é
voluntário e demonstra o comprometimento da empresa com as questões de
sustentabilidade. As empresas com melhor desempenho compõem a carteira final do
ISE.
2.5.3 Dow Jones Sustainability World Index (DJSI)
O Dow Jones Sustainability Index (DJSI), lançado em setembro de 1999, é o
primeiro índice mundial de desenvolvimento sustentável e foi criado a partir da
associação do Sustainable Asset Management (SAM) – sociedade suíça de gestão de
ativos – com a Dow Jones (DJSI, 2009). O DJSI tem como objetivo acompanhar a
desempenho de empresas líderes em sustentabilidade corporativa nos seus
respectivos setores.
As empresas elegíveis estão entre as 2.500 maiores companhias do Dow Jones
Global Index. As inclusões/exclusões das empresas são realizadas anualmente e o
critério de seleção é best‐of‐class, sendo que a SAM publica e marca a mercado o
Índice, cujo rebalanceamento é realizado trimestralmente (DJSI, 2009).
O DJSI é derivado dos indicadores tradicionais do Dow Jones, tendo a mesma
metodologia de cálculo, revisão e publicação destes índices. O índice possui a abertura
de cinco indicadores especializados que excluem, respectivamente, indústrias ligadas a
álcool, jogo, fumo, armamentos e todos os quatro setores anteriores (DJSI, 2009).
A avaliação do DJSI é composta por 57 questões genéricas e também por
questões específicas para cada setor (DJSI, 2009). Para a classificação das companhias
é feita uma avaliação de sustentabilidade, através da análise das três dimensões do
TBL: econômica, social e ambiental.
Observa‐se que a dimensão econômica do questionário DJSI é basicamente
voltada para questões de ordem estratégica, que são relativas à forma como a
empresa é gerida. No que diz respeito à dimensão ambiental, o DJSI avalia a estrutura
40
organizacional voltada para a gestão ambiental. A dimensão social trata de temas
relativos a funcionários, fornecedores e comunidade.
As companhias–alvo do índice representam as 10% melhores (considerando
critérios de sustentabilidade) do Dow Jones Global Index (DJSI, 2009); porém, as 13%
melhores dentro de cada setor são elegíveis. A base do Índice foi estabelecida em
1.000 pontos, relativos ao valor de mercado das ações em 31 de dezembro de 1998. A
participação de cada setor no DJSI é limitada a 20% da composição do índice (DJSI,
2009).
2.5.4 Guia Exame de Sustentabilidade
Em 2007, o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV‐EAESP (CES‐FGV) foi
convidado pela Editora Abril a elaborar uma nova metodologia de avaliação do
desempenho de empresas para o Guia EXAME de Sustentabilidade, em substituição ao
Guia EXAME de Boa Cidadania Corporativa, que foi publicado de 2000 a 2006.
O processo tem como objetivo destacar as empresas pelo conjunto de suas
práticas em todas as dimensões da sustentabilidade empresarial. Nova edição do Guia
foi lançada em outubro de 2008 e elegeu pela primeira vez a Empresa Sustentável do
Ano. Os questionários preenchidos pelas empresas têm por base a metodologia
elaborada pela FGV.
Essa metodologia compreende um levantamento sobre compromissos,
transparência e governança corporativa ‐ com questões elaboradas pelo Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) ‐ e sobre o desempenho da empresa sob
aspectos econômico‐financeiros, sociais e ambientais (GUIA EXAME DE
SUSTENTABILIDADE, 2009). Na primeira etapa são selecionadas as empresas que se
destacaram no questionário. Na segunda etapa as empresas são analisadas por um
conselho formado por oito especialistas, indicados pela Revista Exame.
A partir da revisão aqui apresentada, é desenvolvida, então, a metodologia da
pesquisa, conforme apresentado no capítulo que se segue.
41
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 UNIVERSO E AMOSTRA
O universo de dados da presente pesquisa é constituído pelas empresas que
atuam no mercado brasileiro e dispõem de informações públicas sobre práticas de
sustentabilidade. As empresas que compõem o universo de pesquisa não são,
necessariamente, brasileiras, mas todas atuam no mercado nacional.
A partir deste universo, é criado um filtro para a seleção da amostra a ser
estudada. Inicialmente, consideram‐se as iniciativas para identificação de empresas
líderes em sustentabilidade. Assim, a amostra analisada neste trabalho é composta por
empresas que participam, no ano de 2010, de pelo menos uma das iniciativas descritas
no item 2.4 deste trabalho, quais sejam:
Carbon Disclosure Project (CDP);
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores,
Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa);
Dow Jones Susutainability Index (DJSI); e
Guia Exame de Sustentabilidade (de 2007 a 2009).
Parte‐se da premissa de que as empresas que fazem parte desse grupo seguem
os padrões e diretrizes estabelecidos nos mercados nacional e internacional como
referência para publicação em sustentabilidade. Uma das preocupações com a
amostra é a garantia de que os dados coletados sejam idôneos e rastreáveis.
Além disso, é premissa deste trabalho que as empresas podem ser classificadas
segundo seus setores de atuação. Para tal fim, é utilizada como referência a
classificação proposta pelo sistema de análise de fundos e ações Economática. Então,
as classificações por setor da presente pesquisa são inspiradas na proposta da
ferramenta aqui citada.
Assim, diante do filtro de seleção de empresas e dos setores considerados, são
escolhidas 60 empresas de 15 setores da economia. A quantidade de empresas por
setor é apresentada na tabela 2 a seguir. A lista completa das empresas e seus
respectivos setores é apresentada no apêndice 1.
42
Tabela 2 Empresas por setor da amostra
Setor da economia Quantidade de
empresas Alimentos e Bebidas 4 Bens de consumo 3 Construção 3 Energia elétrica 15 Finanças e seguros 9 Logística 1 Mineração 2 Móveis 2 Papel e celulose 3 Petróleo e Gás 2 Química 1 Saúde e saneamento 3 Siderurgia e metalurgia 5 Tabaco 1
Telecomunicações 6
Conforme será explicado no detalhamento dos procedimentos metodológicos,
a pesquisa é constituída de duas etapas. Na primeira, apenas as empresas
participantes do CDP são avaliadas. Na segunda, todas as empresas constituintes da
amostra são estudadas.
3.2 FONTES E PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS
Todos os dados coletados para a realização da presente pesquisa são de origem
secundária e constituem informações públicas. São consideradas informações públicas
os relatórios anuais das empresas estudadas, assim como seus relatórios de
sustentabilidade e divulgações de informações em seus websites. Quaisquer relatórios
e informação referenciados nas fontes supracitadas que sejam de domínio público
também são considerados fontes de dados para esta pesquisa.
Este trabalho é constituído de duas etapas subsequentes: o mapeamento dos
riscos de mudanças climáticas relevantes para as empresas no país e a análise dos
impactos financeiros gerados por esses riscos. A figura 4 a seguir esquematiza as
etapas da pesquisa e os objetivos específicos a que cada um se propõe.
43
Figura 4 Etapas da pesquisa
É importante ressaltar que, em cada uma das etapas, são realizados filtros
adicionais na amostra inicialmente delimitada. Cada um desses filtros é descrito em
detalhes na explanação do método da respectiva etapa.
3.2.1 Mapeamento dos riscos de mudanças climáticas
A primeira etapa da pesquisa, o mapeamento dos riscos climáticos relevantes
para as organizações no Brasil, tem por objetivo identificar os fatores de risco
relevantes para a gestão das empresas e agrupá‐los em classes de risco que melhor
correspondam às suas similaridades. A fim de alcançar este objetivo, busca‐se,
inicialmente, obter uma lista com os fatores de risco citados pelas empresas em seus
relatórios públicos. Para a realização do mapeamento dos riscos climáticos, portanto,
elege‐se o questionário do CDP como fonte principal de informações.
A referência para a adoção da metodologia supracitada é o trabalho de Leal e
Carvalhal da Silva (2005), que utiliza um método semelhante para criar um indicador
da adoção de práticas de governança corporativa no Brasil e no Chile. Para tal fim, eles
selecionam as melhores práticas de governança corporativa estabelecidas pelos
manuais da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OECD) e da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – referências em práticas de governança.
A partir da listagem obtida, eles realizam análises para tentar medir a qualidade
total das práticas de governança do maior número possível de empresas nos dois
países. Com isso, os autores conseguem analisar uma quantidade de itens que não é
tão pequena, a ponto de não capturar a natureza multivariada da governança
corporativa, nem tão grande a ponto de inviabilizar a aquisição de dados por torná‐la
44
difícil, longa e custosa. O presente trabalho se baseia na mesma diretriz que Leal e
Carvalhal da Silva, porém com foco na medição da relevância dos riscos climáticos para
o mercado brasileiro.
A escolha do CDP como fonte de dados para o mapeamento dos riscos
climáticos deve‐se, portanto, ao fato de o questionário do CDP ser a fonte mais
adequada para tratar do tema e, também, o fato de ele disponibilizar os seus
resultados publicamente. Considera‐se, além disso, a razão de ser do CDP. Esta
iniciativa foi criada com o intuito de informar os investidores sobre as preocupações e
as ações das empresas quanto aos riscos de negócio associados às mudanças
climáticas. É importante citar que o CDP é escrito pelas próprias empresas, oferecendo
as informações sob a perspectiva da sua própria administração.
Diante do exposto, a amostra inicial necessita passar por um segundo filtro,
dado que nem todas as empresas selecionadas publicam relatórios no CDP e que
algumas delas pedem sigilo das informações publicadas. São, portanto, avaliados os
questionários de 34 empresas de 15 setores diferentes. As empresas que compõem a
amostra final desta etapa estão listadas no apêndice 2. O número de empresas por
setor desta mesma amostra é apresentado na tabela 3 abaixo.
Tabela 3 Empresas por setor do CDP
Setor da economia Quantidade de
empresas
Alimentos e bebidas 3
Bens de consumo 1
Construção 1
Energia elétrica 11
Finanças e seguros 2
Logística 1
Mineração 1
Móveis 1
Papel e celulose 2
Petróleo e Gás 1
Química 1
Saúde e saneamento 2
Siderurgia e metalurgia 1
Tabaco 1
Telecomunicações 5
45
Em síntese, o procedimento de coleta de dados desta primeira etapa é
constituído da leitura dos relatórios do CDP, identificando os riscos relevantes – com
sua alocação em uma planilha. Os dados analisados estão disponíveis no website da
iniciativa (CDP, 2010).
Cada risco identificado a partir do CDP é, a partir deste ponto, denominado
fator de risco. Após o levantamento dos fatores de risco, são definidas as classes de
risco sob as quais serão agrupados os fatores, dadas suas similaridades. Estas classes
são definidas a partir da conjugação e adaptação dos trabalhos de Bacic, da Silveira e
Ferreira de Souza (2010), IBGC (2007) e Kerschner e Geraghty (2007), referenciados no
item 2.3 deste trabalho.
3.2.2 Análise dos impactos financeiros dos riscos mapeados
A segunda etapa do trabalho, a análise dos impactos financeiros dos riscos
mapeados, tem dois objetivos: avaliar a frequência dos fatores e classes de risco
inicialmente mapeados nas publicações e analisar se as informações publicadas pelas
organizações sobre esses riscos permitem relacioná‐los com a geração de valor para as
empresas.
Para tentar alcançar ambos os objetivos é utilizada a estatística descritiva, mais
especificamente a distribuição de frequências. Acredita‐se que as frequências absoluta
e relativa dos fatores e classes de riscos mapeados evidenciam interpretações
relevantes da gestão dos riscos empresariais decorrentes das mudanças climáticas sob
a perspectiva do mercado brasileiro.
Leal e Carvalhal da Silva (2005), na pesquisa citada no item 3.2.1, criam um
índice para medir a prática da governança corporativa a partir de dados públicos, tais
como os formulários de preenchimento obrigatório demandados pela CVM ou os
relatórios anuais e periódicos das organizações. Seguindo esta diretriz, esta etapa do
trabalho consiste na avaliação dos websites e dos relatórios anual e/ou de
sustentabilidade corporativa das empresas. É importante ressaltar que qualquer outro
documento avaliado neste ponto é referenciado em pelo menos uma dessas fontes.
Neste ponto da pesquisa, cabe resgatar e utilizar a amostra inicialmente
descrita no item 3.1. Dado que os riscos empresariais decorrentes das mudanças
46
climáticas percebidos pelo mercado são identificados conforme o item 3.2.1, cabe
tentar avaliá‐los para todas as empresas que são referência em sustentabilidade no
Brasil. Foram eliminadas, no entanto, as empresas que não apresentam relatórios ou
informações públicas referentes ao ano de 2008 ou mais recentes.
Após o ajuste descrito acima, a amostra para esta etapa do trabalho fica
reduzida para 55 empresas de 15 setores distintos. As empresas e seus respectivos
setores estão listados no apêndice 3 deste trabalho. A quantidade de empresas por
setor da economia em que atuam é, por sua vez, exposta na tabela 4 a seguir.
Tabela 4 Empresas por setor da avaliação das medidas
Setor da economia Quantidade de
empresas
Alimentos e bebidas 4
Bens de consumo 3
Construção 2
Energia elétrica 13
Finanças e seguros 9
Logística 1
Móveis 2
Mineração 2
Papel e celulose 3
Petróleo e Gás 2
Química 1
Saúde e saneamento 3
Siderurgia e metalurgia 4
Tabaco 1
Telecomunicações 5
O procedimento para coleta de dados nesta fase é, portanto, a leitura dos
relatórios e websites das empresas supracitadas em busca dos fatores de risco
mapeados na primeira etapa da pesquisa. Conforme a presença dos fatores é
confirmada, anota‐se a sua frequência, assim como a contribuição que a informação
proporciona para a avaliação de valor da empresa. A identificação da frequência de
cada fator de risco e a verificação da sua contribuição de valor para a avaliação das
empresas são realizadas utilizando duas escalas distintas de medição que são descritas
a seguir.
47
3.2.2.1 Frequência dos riscos mapeados
A fim de identificar a relevância dos riscos mapeados na primeira etapa da
pesquisa, é utilizada uma escala de medição inspirada na que Leal e Carvalhal da Silva
(2005) descrevem em seu estudo. Para criar um indicador específico, medindo a
qualidade total das práticas de governança do maior número possível de empresas no
Brasil e no Chile, eles utilizam uma escala binária10. Após o levantamento das práticas
de governança corporativa, os autores elaboram 24 perguntas, de respostas sim ou
não, graduadas de acordo com a existência (1) ou ausência (0) de preocupação com o
determinado fator por parte da organização. A intenção dos pesquisadores era obter
um índice que fosse a soma das notas atribuídas a cada pergunta.
A similaridade de objetivos entre a atual pesquisa e o trabalho desses autores
conduz ao uso do mesmo procedimento. Contudo, como o escopo, a natureza e a
características dos dados deste trabalho são bastante distintos dos de Leal e Carvalhal
da Silva (2005), é imperativa uma adaptação em sua metodologia.
Os riscos associados às mudanças climáticas, diversamente das características
de governança corporativa, são distintos para atividades e setores diferentes da
economia. Por exemplo, empresas de energia enfrentam algumas questões similares
entre si, porém em grande parte diferentes das empresas do setor financeiro. Dessa
forma, para a avaliação dos riscos, utiliza‐se uma escala absoluta para riscos genéricos
– semelhante à de Leal e Carvalhal da Silva (2005) – e uma escala relativa, ponderada
por setor da economia, para fatores de riscos específicos.
Obtém‐se, como resultado dessa etapa, uma matriz na qual estão presentes os
fatores de risco climático reconhecidos pelo mercado brasileiro, agrupados em suas
classes de risco, e a presença desses riscos nos relatórios públicos das empresas da
amostra. Ressalta‐se que, neste ponto, é medida apenas a presença do risco nas fontes
de informação estudadas, independentemente da quantidade de vezes que ele
aparece ou da qualidade da informação exposta.
10 . Neste estudo, Leal e Carvalhal da Silva (2005) buscam identificar, por fim, uma causalidade entre as práticas de governança corporativa e os menores custos de capital / maior valoração de mercado das empresas.
48
Acredita‐se que são mais relevantes aqueles fatores de riscos que apresentam
maior incidência nos documentos analisados. A essa matriz é dado o nome de Matriz
Binária de Riscos (MBR)11. O tratamento posterior a ser dado à MBR é descrito no item
3.3 deste trabalho.
3.2.2.2 Relacionamento dos riscos mapeados com a geração de valor para a empresa
Conforme discutido na revisão bibliográfica, o risco é um fator inerente à
atividade empresarial, logo sua identificação e mensuração são pontos fundamentais
para a continuidade da atividade produtiva e para o acréscimo de valor a uma
organização (BACIC, DA SILVEIRA & FERREIRA DE SOUZA, 2010). Visando a avaliar a
capacidade de geração de valor para a organização, a mensuração dos riscos deve
englobar a análise dos possíveis impactos nos fluxos de caixa da firma, considerando
planos de contingência e perdas eventuais.
A fim de conhecer o impacto das informações publicadas pelas empresas em
seus relatórios e websites sobre os riscos de mudanças climáticas na avaliação de seus
fluxos de caixa, é utilizada a escala de Epstein e Roy (2003), também abordada na
revisão bibliográfica desta pesquisa. Especificam‐se, então, detalhes da escala
escolhida. Epstein e Roy (2003) separam as informações sobre sustentabilidade
presentes nos relatórios corporativos em quatro níveis, correspondentes ao grau de
associação com o desempenho financeiro corporatvo e geração de valor. Estes níveis
são detalhados a seguir:
nível 1: possuem caráter meramente descritivo. Não são quantificadas,
nem tampouco monetizadas12. Assim, pode‐se classificá‐las como
totalmente dissociadas do desempenho financeiro, não sendo possível
relacioná‐las com a geração de valor para a empresa;
nível 2: são quantificadas em termos físicos, porém não são
monetizadas. Essas informações, portanto, não podem ser diretamente
relacionadas ao desempenho financeiro e à geração de valor para a
empresa;
11 Esta nomenclatura é proposta pela própria autora. 12 Informações monetizadas são aquelas das quais é possível extrair o conhecimento de valores em dinheiro associados à determinada atividade, quais sejam, investimentos, despesas, economias ou receitas. Essas informações são capazes de revelar o impacto de uma atividade sobre o fluxo de caixa da empresa (EPSTEIN & ROY, 2003).
49
nível 3: são quantificadas e monetizadas, porém apenas parcialmente
associadas ao desempenho financeiro e à geração de valor, pois se
restringem a discorrer sobre determinada saída (investimentos e outras
despesas) ou entrada (receita ou economia) isolada no fluxo de caixa;
nível 4: são quantificadas e monetizadas. Referem‐se aos investimentos,
custos e receitas, isto é, a todos os impactos de determinada ação no
fluxo de caixa da companhia. São, portanto, diretamente associadas ao
desempenho financeiro e à geração de valor.
Obtém‐se como resultado dessa etapa uma segunda matriz, na qual são
expostos os níveis de cada informação para cada risco específico de cada organização
avaliada. A esta matriz denomina‐se Matriz de Valor de Riscos (MVR)13. O tratamento
posterior dado à MVR é descrito no item 3.3 deste trabalho.
3.3 PROCEDIMENTOS PARA TRATAMENTO DE DADOS
Uma vez levantados os principais fatores de risco associados às mudanças
climáticas descritos pelas empresas que são referência em sustentabilidade no
mercado brasileiro, agrupados estes fatores em classes de risco e atribuídas notas às
informações publicadas pelas empresas em seus relatórios públicos, procede‐se o
tratamento dos dados. Este tratamento baseia‐se, conforme previamente
mencionado, na estatística descritiva e na distribuição de frequências.
3.3.1 Identificação da frequência dos riscos mapeados
Inicialmente é avaliada a frequência dos fatores e das classes de risco
mapeados. Neste ponto, busca‐se identificar quais são os fatores e as classes de risco
mais destacados pelas empresas da amostra, tanto individualmente, quanto por setor.
Então, a partir da MBR14, agrupam‐se as empresas por setor e verifica‐se
quantas empresas de cada grupo demonstram alguma preocupação com pelo menos
um fator / classe de risco em suas informações públicas. Esta frequência é medida em
termos absolutos e relativos.
13 Esta nomenclatura é proposta pela própria autora. 14 Matriz Binária de Riscos que mede a frequência dos fatores e classes de riscos.
50
A frequência absoluta é a contagem das empresas que citaram cada fator de
risco, e, consequentemente, sua classe. Com isso, busca‐se revelar a quantidade de
empresas que se preocupam com cada classe de risco definida. A frequência relativa,
por sua vez, consiste na divisão do número de empresas que citaram determinada
classe de risco pelo número total de empresas daquele setor. Assim, objetiva‐se
verificar quais classes e fatores de risco atraem mais a atenção das empresas
individualmente e dos setores como um todo.
Ao mesmo tempo, diante da MBR, procura‐se identificar os fatores de risco que
se sobressaem em relação aos demais. Observa‐se, assim, se dentro de cada classe de
risco existe algum fator que foi repetido sistematicamente nos relatórios, seja por
setor, seja no contexto geral. Esta identificação é realizada a partir da soma das notas
de cada fator de risco, por setor e globalmente. Se determinado fator de risco é citado
por todas as 55 empresas avaliadas, ele é considerado um destaque global, caso seja
citado por todas as empresas de determinado setor e ignorado por outros, ele é um
destaque setorial.
3.3.2 Grau de associação da informação com a geração de valor para as empresas
Para avaliar o grau de relacionamento das informações publicadas com o
desempenho financeiro corporativo e a geração de valor para a empresa é utilizada a
MVR15, baseada na escala de Epstein e Roy (2003) descrita no item 3.2.2.
Inicialmente, a partir da MVR, é observada a presença de informações de cada
nível (1,2,3 ou 4) por fator e por classe de risco. Busca‐se, aqui, verificar os níveis de
associação entre DSA e DFC atingidos globalmente pelas empresas, identificando as
classes e os fatores de risco que apresentaram melhores notas. Acredita‐se que a
presença de informações de nível 4 reflete um alto grau de relacionamento entre o
DSA e o DFC.
Além disso, tenta‐se relacionar estes resultados com os das distribuições de
frequências avaliadas inicialmente. É esperado que os fatores e classes de risco que
apresentam maiores frequências absolutas e relativas obtenham melhores notas na
associação do DSA com o DFC.
15 Matriz de Valor de Riscos que mede o nível de associação da informação de sustentabilidade publicada com a geração de valor para a empresa.
51
Em seguida, são avaliadas as classes de risco separadamente. Aqui é
apresentada uma matriz que avalia cada classe de risco segundo sua aderência ao
indicador de Epstein e Roy (2003), por isso, será denominada Matriz de Valor de Riscos
por classe de risco (MVR por classe). Essa avaliação também ocorre em níveis
absolutos e relativos. Na MVR por classe, as linhas são compostas pelas classes de risco
e as colunas apresentam os setores da economia estudados com os resultados das
empresas compilados.
O objetivo desta etapa da avaliação é verificar se existe no mercado uma
tendência à melhor descrição e à valorização de uma classe de riscos específica, ante
as mapeadas. Cabe, para fins didáticos, apresentar os valores máximos possíveis para
cada classe de risco, considerando o número de fatores nela contidos. Estes valores
são obtidos pela multiplicação da quantidade de fatores de risco em cada classe de
risco por quatro (nota máxima da escala de Epstein e Roy, 2003)
Tabela 5 Valores máximos da MVR por classe por empresa
Classificação Quantidade de fatores de risco
Nota máxima possível por empresa
Risco regulatório 13 52 (4 X 13)
Risco físico 16 64 (4 X 16)
Risco financeiro 7 28 (4 X 28)
Risco de crédito 1 4 (4 X 1)
Risco de mercado 4 16 (4 X 4)
Risco operacional 3 12 (4 X 3)
Risco político 1 4 (4 X 1)
Risco de reputação 1 4 (4 X 1)
Na MVR por classe absoluta, são somadas as notas atribuídas a cada classe de
risco e depois é calculada a média por empresa dessas notas. Na MVR POR CLASSE
relativa é calculado o percentual que a soma das notas representa por classe de risco e
no total consolidado, isto é, faz‐se a média das notas somadas divididas pelo máximo
possível por empresa (informação quantificada e monetizada, capaz de ser atrelada ao
52
desempenho financeiro). Acredita‐se que os resultados são relevantes na estimativa da
qualidade da informação coletada.
Por fim são estudados os setores individualmente. Nesta etapa, os setores são
avaliados tanto em sua totalidade, como também por classe de risco. O objetivo da
análise é verificar quais são os setores da economia que melhor relacionam as
informações de riscos climáticos com o valor de suas empresas, se há discrepâncias
entre os setores avaliados e qual o grau dessa discrepâncias – caso existam.
3.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO ESCOLHIDO
A fonte de informações para o mapeamento dos riscos e oportunidades
associados às mudanças climáticas é uma combinação de relatórios privados ou de
ONGs. Esses índices e relatórios são elaborados a partir de questionários respondidos
pelas próprias organizações, por isso considera‐se que pode haver algum viés na
resposta.
Outra limitação identificada é a ausência de ponderação dos riscos na
metodologia aqui proposta. É sabido que há riscos que se destacam dos demais, seja
globalmente, seja genericamente, e que eles podem estar sendo sub ou super
avaliados. Contudo, na ausência de um critério claro de ponderação que justifique os
pesos a serem atribuídos e a fim de evitar inferências pessoais da autora no modelo,
opta‐se pelo peso igual para todos os riscos, deixando a cargo do leitor a distinção de
valor.
Uma terceira limitação encontra‐se na seleção da amostra. Aplicados os
devidos filtros, a amostra final utilizada na pesquisa apresenta alguns setores da
economia com apenas um representante. É o caso, por exemplo, do setor de tabaco,
cujo representante único é a Souza Cruz. Assim, pode ocorrer um viés amostral para
este setor.
Há, por fim, uma quarta limitação que consiste na fragilidade da base de dados.
Diante do fato de os dados serem públicos e auto‐declaratórios, uma auditoria ou
mesmo o confronto de especialistas em sustentabilidade poderia dar mais robustez às
informações colhidas.
53
Portanto, face ao objetivo almejado e aos dados disponíveis no mercado, julga‐
se que as fontes de informações e a metodologia da pesquisa são relevantes e que,
conhecidas as limitações da pesquisa, é cabível a apresentação dos resultados e
conclusões, conforme se segue.
54
4 RESULTADOS
Seguindo a estrutura do capítulo anterior, a explanação dos resultados é
organizada de acordo com cada etapa da pesquisa.
4.1 MAPEAMENTO DOS RISCOS ASSOCIADOS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A partir da leitura dos relatórios do CDP, são mapeados 46 fatores de riscos
climáticos. Diante do grande número de fatores de risco levantado, convencionou‐se
classificá‐los em oito categorias, de acordo com sua origem e com sua natureza –
conforme descrito na metodologia da pesquisa.
As categorias de risco são apresentadas na tabela 6 a seguir, assim como a
quantidade de fatores de risco relacionados a cada uma das classes. Cabe ressaltar que
a lista completa de fatores de risco mapeados por classe de risco é apresentada no
apêndice 4.
Tabela 6 Classes de risco com suas respectivas quantidades de fatores
Classe de Risco Quantidade de fatores de risco 1 Risco regulatório 13 2 Risco físico 16 3 Risco financeiro 7 4 Risco de crédito 1 5 Risco de mercado 4 6 Risco operacional 3 7 Risco político 1 8 Risco de reputação 1 Total de fatores 46
A variedade de classes de risco revela que as preocupações percebidas pelas
empresas abrangem diversas naturezas. Percebe‐se que a distribuição dos fatores
dentro de cada classe não é homogênea, havendo duas classes de risco com apenas
um fator de risco genérico. Esta evidência pode indicar maior maturidade das classes
de risco com mais fatores de risco ou mesmo um processo gradativo de incorporação
pelo mercado da preocupação com os riscos ambientais em sua cadeia de negócios.
Ressalta‐se que 63% dos fatores de risco (29 fatores) concentram‐se nas classes
de riscos regulatórios e físicos. Assim, percebe‐se maior foco nas classes ligadas aos
efeitos mais evidentes dos impactos ambientais.
55
4.2 FREQUÊNCIA DOS RISCOS MAPEADOS
Inicialmente, é importante destacar que, da amostra selecionada, apenas duas
empresas não declaram nenhuma preocupação com qualquer dos riscos climáticos:
uma do setor elétrico e outra do setor de construção civil. Assim, verifica‐se que
96,36% das empresas selecionadas se preocupam com pelo menos uma das questões
mapeadas neste trabalho. Este indicador pode revelar que os riscos levantados estão
alinhados com as preocupações gerais do mercado brasileiro, sendo, contudo,
importante analisar a frequência de cada um dos riscos e das classes de risco
mapeados, assim como a qualidade da informação disponibilizada publicamente a
respeito dos fatores de risco.
Analisa‐se, então, a Matriz Binária de Riscos, onde é relatada a presença do
fator de risco no relatório estudado. Nos relatórios e publicações analisados, foram
encontradas 749 citações a respeito dos 46 fatores de risco – divididos nas 8 classes de
risco – conforme indicado na tabela 7. A Matriz Binária de Riscos pode ser vista no
apêndice 5 deste trabalho.
Tabela 7 Total de citações dos fatores por classe
Classe de Risco Total de citações % de citações Risco regulatório 239 31,91% Risco físico 219 29,24% Risco financeiro 88 11,75% Risco de crédito 10 1,34% Risco de mercado 80 10,68% Risco operacional 89 11,88% Risco político 4 0,53% Risco de reputação 20 2,67% Total 749
Percebe‐se, inicialmente, uma maior incidência de citações nas classes de risco
regulatório e físico, que são as duas classes com maior quantidade de fatores de risco
associados. A partir desses primeiros dados coletados é elaborada a matriz de
frequências para as empresas e fatores de risco analisados. Posteriormente, as
informações são compiladas para as classes de risco e para os setores da economia.
Vale ressaltar que as frequências medidas refletem o aparecimento do fator ou da
56
classe de risco pelo menos uma vez nos relatórios analisados. Caso uma determinada
classe ou fator de risco tenham sidos observados mais de uma vez em uma publicação,
eles são contados apenas uma vez nessa matriz.
As matrizes de frequência referentes aos setores da economia, por classe de
risco, são apresentadas nas tabelas 9 e 10, sendo apresentados na tabela 8 os
resultados referentes ao total geral compilado das empresas estudadas.
Tabela 8 Resultado das frequências absoluta e relativa das empresas por classe de risco
Classe de Risco Frequência absoluta
Frequência relativa
Risco regulatório 53 96,36% Risco físico 51 92,73%
Risco financeiro 40 72,73% Risco de crédito 10 18,18% Risco de mercado 38 69,09% Risco operacional 42 76,36% Risco político 4 7,27% Risco de reputação 20 36,36%
O resultado ratifica a grande freqüência dos riscos regulatórios e físicos nos
relatórios das empresas. Principalmente os riscos regulatórios, que foram citados por
53 das 55 empresas estudadas. Ressalta‐se, também, a classe de risco operacional que,
apesar de possuir apenas 3 fatores de risco associados a ela foi citada pelo menos uma
vez por 76% das empresas. Cabe, então, observar o comportamento das frequências
das classes de risco por setor da economia.
Tabela 9 Frequência absoluta de empresas nas classes de risco por setor da economia
Risco regula‐tório
Risco físico
Risco finan‐ceiro
Risco de
crédito
Risco mer‐cado
Risco opera‐cional
Risco poli‐tico
Risco repu‐tação
Nº de empre‐sas
Alimentos e bebidas 4 4 4 1 4 4 1 3 4 Bens de consumo 3 3 3 0 3 3 0 2 3
Construção 1 1 0 0 0 1 0 0 2
Energia elétrica 12 12 9 3 8 8 2 4 13 Finanças e seguros 9 9 5 2 5 8 0 2 9
Logística 1 1 1 1 1 0 0 0 1
Móveis 2 2 1 0 1 2 0 0 2
Mineração 2 2 2 0 2 1 1 2 2
57
Risco regula‐tório
Risco físico
Risco finan‐ceiro
Risco de
crédito
Risco mer‐cado
Risco opera‐cional
Risco poli‐tico
Risco repu‐tação
Nº de empre‐sas
Papel e celulose 3 3 2 0 2 3 0 1 3
Petróleo e Gás 2 2 1 0 1 0 0 2 2
Química 1 1 1 0 1 1 0 0 1 Saúde e
saneamento 3 2 3 1 2 3 0 1 3 Siderurgia e metalurgia 4 4 3 0 2 3 0 0 4
Tabaco 1 1 1 1 1 1 0 0 1 Telecomuni‐
cações 5 4 4 1 5 4 0 3 5
Total 53 51 40 10 38 42 4 20 55
A partir da Matriz Binária de riscos, é possível observar alguns fatores
relevantes com relação aos fatores de riscos individualmente, em suas classes e
setores. Ressalta‐se, novamente, que esta matriz, por seu tamanho, não está explícita
no corpo deste trabalho.
Analisando‐se os fatores de risco dentro de cada classe, vale destacar aqueles
que apresentam maior frequência em relação aos demais. Na classe regulatória,
percebe‐se uma grande incidência do fator de risco “regulação que promove eficiência
energética”: ele aparece em 85,45% das publicações (47 empresas) e é o fator de risco
mais frequente de todos os avaliados. O fator “riscos legais (genéricos)” também é
bastante citado, representando uma preocupação em 78,18% das empresas.
Ao se observar os fatores da classe de risco físico, percebe‐se que o fator
relacionado à concentração de gás carbônico na atmosfera apresenta elevada
incidência, com 69,09% de frequência nas publicações. Os riscos relacionados à
redução do regime hidrológico também preocupam 54,54% (30) das empresas
avaliadas. Na classe de risco financeiro, por sua vez, destaca‐se o aumento dos custos /
redução da margem de lucro que foi citado por 31 empresas (56,36%).
Já na classe de risco de mercado, o fator de maior incidência é a “demanda dos
consumidores por operações sustentáveis” que preocupa 45,45% das empresas. A
classe de riscos operacionais apresenta o fator “riscos genéricos nas operações” como
o mais presente nos relatórios (56,36% das empresas).
Além destes, outros fatores de risco apresentam frequência relativa acima de
50%, são eles: “uso de H2O e questões sanitárias”, “tecnologia da informação,
atividades de back office e fornecedores”, “recursos humanos, design e construção,
58
meio ambiente”. Percebe‐se que eles são fatores de risco bastante genéricos, já que
apresentam frequência significativa nos mais diversos setores da economia.
Ressalta‐se, por fim, a classe de riscos de reputação que, apesar de ser
constituída de apenas um fator de risco, se mostrou presente em 36,36% das
publicações avaliadas. Este fato pode representar uma conscientização do mercado
quanto à existência de uma forte relação entre o DSA e o DFC.
Tabela 10 Frequência relativa de empresas nas classes de risco por setor da economia
Risco regula‐tório
Risco físico
Risco financeiro
Risco de
crédito Risco de mercado
Risco opera‐cional
Risco político
Risco de repu‐tação
Nº de empre‐sas
Alimentos e bebidas 100,0% 100,0% 100,0% 25,0% 100,0% 100,0% 25,0% 75,0% 4
Bens de consumo 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 100,0% 100,0% 0,0% 66,7% 3
Construção 50,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 2
Energia elétrica 92,3% 92,3% 69,2% 23,1% 61,5% 61,5% 15,4% 30,8% 13
Finanças e seguros 100,0% 100,0% 55,6% 22,2% 55,6% 88,9% 0,0% 22,2% 9
Logística 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1
Móveis 100,0% 100,0% 50,0% 0,0% 50,0% 100,0% 0,0% 0,0% 2
Mineração 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 100,0% 50,0% 50,0% 100,0% 2
Papel e celulose 100,0% 100,0% 66,7% 0,0% 66,7% 100,0% 0,0% 33,3% 3
Petróleo e Gás 100,0% 100,0% 50,0% 0,0% 50,0% 0,0% 0,0% 100,0% 2
Química 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 100,0% 100,0% 0,0% 0,0% 1
Saúde e saneamento 100,0% 66,7% 100,0% 33,3% 66,7% 100,0% 0,0% 33,3% 3
Siderurgia e metalurgia 100,0% 100,0% 75,0% 0,0% 50,0% 75,0% 0,0% 0,0% 4
Tabaco 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 0,0% 0,0% 1
Telecomuni‐cações 100,0% 80,0% 80,0% 20,0% 100,0% 80,0% 0,0% 60,0% 5
Total 96,36% 92,73% 72,73% 18,18% 69,09% 76,36% 7,27% 36,36%
A análise por setor revela que 14 dos 15 setores percebem os riscos
regulatórios como muito importantes para seus negócios – com frequência relativa
igual ou superior a 90%. Além disso, 13 setores apresentaram a mesma preocupação
com os riscos físicos. Em contrapartida, a classe de risco político não é sequer
mencionada em 80% dos setores e a classe de risco de crédito é ignorada por 53%
deles.
59
Avaliando‐se cada setor separadamente, notam‐se alguns pontos de atenção.
Primeiramente, as empresas dos setores de bens de consumo, construção e móveis
não citam a classe de riscos de crédito em seus relatórios. Dado que a natureza das
atividades desses setores é intrinsecamente relacionada ao crédito, é esperada uma
preocupação das empresas quanto a esta classe de riscos.
Ao mesmo tempo, o setor de construção se abstém de mencionar os riscos
financeiros e o setor de logística ignora a classe de riscos operacionais em suas
publicações. Este fator, pelo mesmo motivo citado no parágrafo anterior, pode indicar
que ainda é necessário um amadurecimento das publicações das organizações.
Observando‐se as frequências relativas por classes de risco para cada setor da
economia, o setor de alimentos e bebidas é o que mais se destaca positivamente
quanto à preocupação com os riscos de mudanças climáticas, apresentando cinco
classes de risco com frequência relativa igual a 100%. Paralelamente, o setor de
construção se destaca negativamente, apresentando cinco classes de risco com
frequência igual à zero.
Os setores de alimentos e bebidas, bens de consumo, petróleo e gás,
mineração e telecomunicações apresentam frequência relativa igual ou superior a 60%
para a classe de risco de reputação. A grande frequência relativa desta classe de risco
pode indicar uma reação das empresas diante de uma possível mudança no
comportamento dos investidores e consumidores, ou seja, do mercado em geral. A
presença dos setores de mineração e de petróleo e gás entre eles ratifica essa
expectativa, já que constituem atividades de grande impacto ambiental.
Nesse contexto, para tentar buscar uma visão genérica de riscos, cabe ressaltar
quais dos fatores de risco, dentro de suas classes, apresentam frequência relativa
superior a 50%, ou seja, são citados por pelo menos 28 empresas em suas publicações.
São apresentados, então, os fatores dentro de suas classes, isto é, caso determinada
classe não tenha alcançado os 50% de frequência, é apresentado apenas o cabeçalho
com o nome da classe.
Apresentam‐se, então, 14 fatores de riscos, nas oito classes de riscos
estabelecidas neste estudo na tabela 11, a seguir.
60
Tabela 11 Mapa padrão de riscos genéricos
Fatores em suas classes 1 Risco regulatório
1.1 Regulação que promove eficiência energética
1.2 Riscos Legais (genérico)
1.3 Uso de H2O e questões sanitárias
2 Risco físico
2.1 Redução do regime hidrológico
2.2 Concentração de CO2 na atmosfera
3 Risco financeiro
3.1 Aumento dos custos / redução da margem
4 Risco de crédito 5 Risco de mercado 6 Risco operacional
6.1 Tecnologia da Informação, atividades de back office activities, fornecedores,
6.2 Recursos humanos (RH), design e construção, meio ambiente
6.3 Risco nas operações (genérico)
7 Risco político 8 Risco de reputação
Passando‐se das classes de risco (15) para os fatores de risco, diante dos 46
fatores mapeados, procura‐se encontrar grupos distintos de fatores de risco mais
frequentes em diferentes setores da economia. Contudo, esta diversidade não ocorre.
Há alguns casos, como por exemplo: empresas dos setores de telecomunicações e
energia elétrica citam a “perda de ativos devido a eventos extremos” com certa
frequência, contudo, esta frequência não se destaca dentro da classe de risco nem
dentro do setor da economia. Em resumo, os fatores de riscos se repetem entre
setores, isto é, os diferentes setores da economia não apresentam preocupações
distintas no tocante aos fatores de risco dentro de cada classe.
A avaliação setorial das frequências mostra, portanto, que os setores da
economia não apresentam peculiaridades em relação às classes de risco. Apesar de
existirem algumas diferenças – como por exemplo, o setor de bens de consumo tem
elevadas frequências em riscos de mercado, por sua vez mineração apresenta
preocupações com risco político – elas não se constituem em tendências por setor. Ao
mesmo tempo, em relação aos fatores de risco, eles se repetem dentro de cada classe,
independentemente do setor. Isso pode indicar discernimento ainda insuficiente das
61
empresas e setores em relação aos possíveis impactos das mudanças climáticas em
seus negócios. Os relatórios sobre o assunto teriam pouca consistência.
A fim de tentar entender a evidência apresentada no parágrafo anterior, na
figura 5 são apresentadas as médias de fatores de risco encontradas nos relatórios
avaliados por empresa, em cada setor da economia estudado.
Figura 5 Quantidade de fatores de risco dividida pelo número de empresas do setor
Neste aspecto, destacam‐se com uma média alta os setores de mineração,
alimentos e bebidas, papel e celulose e telecomunicações16. Com média baixa,
destaca‐se o setor de construção. Ressalta‐se, aqui, a limitação da média para este
critério, ao mesmo tempo em que uma média elevada pode parecer positiva,
determinado setor pode estar menos exposto aos riscos climáticos tornando a menor
citação de fatores uma vantagem. A desvantagem é não perceber a exposição ao risco.
Neste caso, o setor de finanças destaca‐se positivamente, com citações de
riscos que apresentam ligações com seus negócios – tais como riscos operacionais, de
mercado e de crédito. Ao mesmo tempo, o setor de construção civil se destaca
negativamente, pois não considera riscos diretamente ligados ao se u negócio, como
os de crédito, por exemplo.
Como aqui a intenção é trazer uma visão geral da distribuição de fatores de
risco por setor, julga‐se relevante apresentar as médias das frequências absolutas por
16 Mais uma vez pede‐se atenção ao viés do tamanho da amostra. Ele pode prejudicar a análise neste ponto.
3,00
9,0010,00 10,56 11,00
13,00 13,3314,00 14,50
15,23 15,4016,00
16,67 17,00
19,00
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
20,00
emp
ocor
resul
fator
emp
setor
segu
por
dura
emp
com
com
mais
men
17 Nes
resa por se
re, pois, é s
ltado.
Ao mesm
res de risco
resa aprese
r – como o
ir. Portanto
empresa.
nte a pesq
resa e intra
A empre
31 pontos,
alta frequê
de 50% do
os de 10%
ste gráfico, as
etor, embor
sabido que
mo tempo
o, outra, do
enta‐se razo
corre, por e
o, julga‐se n
Nota‐se, a
uisa. As fig
‐setores, re
Figura 6
esa que mai
, isto é, ela
ência, tamb
os fatores
% dos fator
empresas são
ra esta abo
a utilização
em que u
mesmo se
oável, porém
exemplo, n
necessário a
qui, a het
guras 6 e 7
espectivame
6 Frequência a
is cita fator
cita 31 fat
bém, as em
de risco pr
res presen
o listadas por
ordagem, is
o da média
uma empre
etor, pode n
m não refle
o setor de
avaliar a var
terogeneida
apresentam
ente.
absoluta conso
res de risco
tores de ris
mpresas AE
resentes em
tes nos re
setor da econ
oladamente
por empres
esa aprese
não citar ne
ete o real ní
energia elé
riação da fre
ade intra‐se
m a variabi
olidada por em
é a EDP, d
sco em suas
S, CEMIG,
m suas pub
elatórios, d
nomia, em sen
e, não seja
sa pode tra
nta grande
enhum. Ass
ível de freq
étrica e ser
equência ab
etores dos
ilidade das
mpresa17
o setor de
s publicaçõ
SABESP, Ita
blicações. Po
estacam‐se
ntido anti‐hor
6
conclusiva
zer certo vi
e frequênc
sim, a médi
uências daq
á apresenta
bsoluta de r
dados ob
frequência
energia elé
es. Destaca
au e TIM –
or sua vez,
e por sua
rário.
62
. Isso
és ao
ia de
a por
quele
ado a
riscos
btidos
s por
étrica,
am‐se
– com
, com
baixa
frequ
confo
emp
espe
mesm
é um
setor
mesm
é re
abso
à fre
bens
varia
elétr
18 Exctaman
uência as e
orme citad
resas pode
cífico dos f
mo tempo,
ma desvanta
Em reali
r de energi
mo setor es
corrente p
olutas das em
Fig
Os setor
quência ab
s de consu
abilidade n
rica, finança
eto os setorenho da amost
mpresas Ev
do anterior
ser uma d
fatores de
a omissão
agem.
idade, o fat
ia elétrica a
spalhadas n
ara vários
mpresas int
gura 7 Variaçã
es que se a
soluta de fa
mo e alim
esse aspec
as e seguros
s que são contra pode preju
ven, Eletro
mente, a g
esvantagem
risco que
diante de f
to de as tr
atrai atençã
nas 21a, 34a,
setores. A
tra‐setores.
ão de frequên
presentam
atores de ris
entos e be
cto. Destac
s, saúde e sa
nstituídos de audicar a anális
e Diagnósti
grande pre
m, pois pod
realmente
fatores que
rês melhore
ão para o s
, 49a e mes
Apresenta‐se
cia absoluta d
mais consis
sco são: sid
ebidas. Os
cam‐se ne
aneamento
apenas uma ese neste ponto
ico das Am
esença de c
de revelar u
impactam
realmente
es empresa
setor. Entre
smo na últim
e, assim, a
dos fatores de
stentes e co
derurgia e m
demais se
gativament
o e telecomu
empresa (logíso.
éricas S.A.
citações em
uma falta d
o negócio
constituem
as nesse as
etanto, há
ma (55a) po
a variação
e risco intra‐se
om menos v
metalurgia, p
tores18 apr
te os seto
unicações.
stica, química
6
Ressalta‐se
m determin
e conhecim
da empres
m riscos tam
pecto sere
empresas
osições. Este
das frequê
etor
variância qu
papel e celu
resentam a
ores de en
e tabaco) – v
63
e que,
nadas
mento
sa, ao
mbém
m do
deste
e fato
ências
uanto
ulose,
ampla
nergia
viés do
64
A ampla dispersão das frequências absolutas dos fatores de risco ambientais
em empresas do mesmo setor pode indicar que não há, no mercado brasileiro, uma
referência concreta de riscos específicos por setor, há apenas referenciais genéricos.
Além disso, pode indicar uma busca das empresas em definir os fatores de risco que se
mostram relevantes para suas atividades. Neste último caso, os resultados revelam
que este processo ainda está em desenvolvimento.
4.3 RELACIONAMENTO DAS INFORMAÇÕES PUBLICADAS COM GERAÇÃO DE VALOR
A seguir, são analisados os resultados provenientes da Matriz de Valor de
Riscos 19. A Matriz de Valor de Risco é relatada, em sua forma absoluta (soma das
notas atribuídas a cada informação) e relativa, por setor e por classe de risco. As
matrizes resumidas por classe de risco e setor da economia são apresentadas nas
tabelas 12 e 13. Suas versões completas estão no apêndice 6 deste trabalho.
Tabela 12 Soma das notas de nível das informações por classes e por setor da economia
Risco regula‐tório
Risco físico
Risco finan‐ceiro
Risco cré‐dito
Risco merca‐do
Risco opera‐cional
Risco poli‐tico
Risco repu‐tação
Total MÉDIA setor
Nº de empresas
Alimentos e bebidas
40 25 11 3 11 16 1 3 110 27,5 4
Bens de consumo
19 27 6 0 6 11 0 2 71 23,7 3
Construção 2 3 0 0 0 2 0 0 7 3,5 2
Energia elétrica
125 109 57 5 21 47 4 6 374 28,8 13
Finanças e seguros
41 44 23 2 21 25 0 2 158 17,6 9
Logística 2 16 11 1 1 3 0 0 34 34,0 1
Móveis 23 13 3 0 3 8 0 0 50 25,0 2
Mineração 20 13 7 0 6 6 1 2 55 27,5 2
Papel e celulose
35 25 2 0 5 10 0 1 78 26,0 3
Petróleo e Gás
16 10 3 0 4 0 0 3 36 18,0 2
Química 5 1 2 0 1 4 0 0 13 13,0 1
Saúde e saneamento
17 11 7 1 3 7 0 1 47 15,7 3
Siderurgia e metalurgia
24 18 12 0 4 14 0 0 72 18,0 4
Tabaco 5 2 4 4 1 1 0 0 17 17,0 1
Telecomu‐nicações
23 22 11 1 13 17 0 3 90 18,0 5
Total 397 339 159 17 100 171 6 23 1.212 22,0 55
MÉDIA por classe
7,22 6,16 2,89 0,31 1,82 3,11 0,11 0,42 22,0
19 Matriz de Valor de Riscos que avalia a conexão entre DSA e DFC. Cabe relembrar que a MVR é composta pela soma das notas atribuídas (1 a 4) a cada informação colhida nas publicações das empresas, segundo a escala de Epstein & Roy (2003).
65
Quanto à graduação dos níveis das informações coletadas por setor, percebe‐
se, inicialmente, um destaque positivo para o setor de energia elétrica, que
apresentou uma nota que representa 30,8% dos pontos totais coletados.
Negativamente, por sua vez, destaca‐se o setor de construção civil, que obteve apenas
1,9% dos pontos que poderia ter dentro de seu setor e uma nota relativa a apenas
0,56% dos pontos totais obtidos.
Em termos absolutos, as classes de risco regulatório e físico possuem maior
quantidade de pontos. Porém, diante das notas relativas (tabela 13), a classe de risco
que obteve maior destaque foi a risco operacional. Logo, as empresas conseguem
quantificar e monetizar esta classe em seus relatórios de forma mais efetiva do que as
demais. Isto pode ocorrer devido ao fato de os riscos operacionais serem diretamente
relacionados à operação, facilitando o entendimento de seus impactos nos resultados
da empresas. Entretanto, isto é apenas uma inferência que deve ser estudada.
Tabela 13 Notas relativas20 de nível da informação por classe por setor da economia
Risco regula‐tório
Risco físico
Risco finan‐ceiro
Risco cré‐dito
Risco mer‐cado
Risco opera‐cional
Risco poli‐tico
Risco reputa‐ção
Total Nº em‐
presas
Alimentos e bebidas 19,2% 9,8% 9,8% 18,8% 17,2% 33,3% 6,3% 18,8% 14,9% 4
Bens de consumo 12,2% 14,1% 7,1% 0,0% 12,5% 30,6% 0,0% 16,7% 12,9% 3
Construção 1,9% 2,3% 0,0% 0,0% 0,0% 8,3% 0,0% 0,0% 1,9% 2 Energia elétrica 18,5% 13,1% 15,7% 9,6% 10,1% 30,1% 7,7% 11,5% 15,6% 13
Finanças e seguros 8,8% 7,6% 9,1% 5,6% 14,6% 23,1% 0,0% 5,6% 9,5% 9,
Logística 3,8% 25,0% 39,3% 25,0% 6,3% 25,0% 0,0% 0,0% 18,5% 1
Móveis 22,1% 10,2% 5,4% 0,0% 9,4% 33,3% 0,0% 0,0% 13,6% 2
Mineração 19,2% 10,2% 12,5% 0,0% 18,8% 25,0%
12,5% 25,0% 14,9% 2
Papel e celulose 22,4% 13,0% 2,4% 0,0% 10,4% 27,8% 0,0% 8,3% 14,1% 3 Petróleo e
Gás 15,4% 7,8% 5,4% 0,0% 12,5% 0,0% 0,0% 37,5% 9,8% 2
Química 9,6% 1,6% 7,1% 0,0% 6,3% 33,3% 0,0% 0,0% 7,1% 1
Saúde e saneamento 10,9% 5,7% 8,3% 8,3% 6,3% 19,4% 0,0% 8,3% 8,5% 3
Siderurgia e metalurgia 11,5% 7,0% 10,7% 0,0% 6,3% 29,2% 0,0% 0,0% 9,8% 4 Tabaco 9,6% 3,1% 14,3% 100,% 6,3% 8,3% 0,0% 0,0% 9,2% 1 Telecom. 8,8% 6,9% 7,9% 5,0% 16,3% 28,3% 0,0% 15,0% 9,8% 5
Total 13,9% 9,6% 10,3% 7,7% 11,4% 25,9% 2,7% 10,5% 12,0% 55
20 Lembra‐se que as notas relativas são a soma de todas as notas do setor sobre a nota máxima que este setor poderia ter.
nenh
obte
um
finan
obtiv
Nova
dem
S.A. a
apre
nívei
todo
risco
(3,34
21 Nív
Ainda a
hum dos se
ve uma not
baixíssimo
nceiro.
Ao se o
veram nota
amente ess
ais. Negativ
aparecem c
A fim de
senta‐se a f
is de acordo
F
Primeira
o. Um fato im
os decorren
4%) são de
eis da escala d
ssim, ao s
tores obtev
ta que cheg
atrelamen
observar a
as relativas
sas duas em
vamente, A
com menos
e tentar en
figura 7, a s
o com a esc
igura 8 Distrib
mente, ava
mportante
ntes de m
nível 421,
de Epstein e R
e observar
ve uma not
gasse aos 2
to das pu
as empresa
acima de
mpresas do
Amanco, EV
de 8% do t
ntender o
seguir, com
ala de Epste
buição das inf
alia‐se a q
a ser desta
udanças cl
ou seja, c
Roy (2003), co
r as notas
ta que ultra
20% do tota
blicações d
as separad
50%, com
o setor de
VEN, Real –
otal máxim
nível do re
a distribuiç
ein e Roy (2
formações po
ualidade da
cado é que
limáticas e
laramente
onforme descr
relativas
apassa os 2
al esperado
de sustent
amente, a
68,48% e
energia se
Santander
o possível p
elacionamen
ção das info
2003).
r nível no tota
as informa
e, diante das
ncontradas
atreladas a
rito na metod
por setor
20% – isto é
o para ele.
abilidade a
apenas dua
55,43%, re
e destacam
r eDiagnóst
para elas.
nto entre o
rmações co
al das empres
ções public
s 749 inform
s na pesqu
ao desemp
ologia.
6
percebe‐se
é, nenhum
Este fato re
ao desemp
as, AES e
espectivam
m em relaçã
icos da Am
o DSA e o
oletadas em
as
cadas como
mações sob
uisa, apena
penho finan
66
e que
setor
eflete
penho
EDP,
mente.
ão às
mérica
DFC,
m seus
o um
bre os
as 25
nceiro
67
corporativo das empresas que as publicaram. Ao mesmo tempo, 446 (59,55%)
informações são de nível 1: sem vínculo com o desempenho financeiro da organização.
Ao compararmos essa distribuição com as notas absolutas e relativas de nível
das informações, julga‐se interessante observar a quantidade de informações de cada
nível por setor da economia. A tabela 14 apresenta os dados e a soma da quantidade
de informações.
Tabela 14 Quantidade de informações de cada nível por setor
Nivel 1 Nivel 2 Nivel 3 Nivel 4 SOMA Nº
empresas Alimentos e bebidas 41 60,3% 14 20,6% 11 16,2% 2 2,9% 68 4
Bens de consumo 25 52,1% 23 47,9% 0 0,0% 0 0,0% 48 3
Construção 5 83,3% 1 16,7% 0 0,0% 0 0,0% 6 2
Energia elétrica 103 52,0% 32 16,2% 45 22,7% 18 9,1% 198 13
Finanças e seguros 52 54,7% 24 25,3% 18 18,9% 1 1,1% 95 9
Logística 5 35,7% 0 0,0% 7 50,0% 2 14,3% 14 1
Móveis 11 37,9% 15 51,7% 3 10,3% 0 0,0% 29 2
Mineração 25 65,8% 9 23,7% 4 10,5% 0 0,0% 38 2
Papel e celulose 29 58,0% 14 28,0% 7 14,0% 0 0,0% 50 3
Petróleo e Gás 17 65,4% 8 30,8% 1 3,8% 0 0,0% 26 2
Química 10 90,9% 0 0,0% 1 9,1% 0 0,0% 11 1
Saúde e saneamento 34 85,0% 5 12,5% 1 2,5% 0 0,0% 40 3
Siderurgia e metalurgia 17 42,5% 14 35,0% 9 22,5% 0 0,0% 40 4
Tabaco 5 55,6% 2 22,2% 0 0,0% 2 22,2% 9 1
Telecomunicações 67 87,0% 7 9,1% 3 3,9% 0 0,0% 77 5
Total 446 59,5% 168 22,4% 110 14,7% 25 3,3% 749 55
Novamente, destaca‐se o setor de energia elétrica, porém desta vez o destaque
é negativo, pois 52,0% das informações observadas neste setor são de nível 1. Dado
que este é o setor com a maior frequência de informações, confirma‐se que sua maior
nota na Matriz de Valor de Risco, que soma as notas atribuídas às informações, é
refle
infor
infor
todo
de l
Cont
infor
horiz
Verif
desse
emp
emp
apre
tamb
distr
das e
xo da qua
rmação obs
rmações des
Essa obs
os os setores
ogística, qu
tudo, ressalt
Diante d
rmações de
zontal e a q
fica‐se que
e nível em s
Compara
resa, repar
resas do s
sentam alg
bém, que a
ibuídas alea
empresas su
antidade de
ervada com
ste setor sã
servação nã
s apresenta
ue apresen
ta‐se que e
esse quadr
nível 4 em
quantidade
apenas 10
suas publica
Figura 9 Q
ando‐se est
ra‐se o dest
setor de e
guma inform
as demais
atoriament
upracitadas
e fatores c
m o desemp
ão de nível 4
ão é exclusiv
am a maiori
nta uma d
ste setor se
ro, é import
m seus relató
de informa
das 55 em
ações.
Quantidade de
te quadro c
taque, em
nergia. De
mação de n
empresas
e pelos out
s por setor.
citados, e
penho finan
4.
va para o s
ia das inform
distribuição
e constitui d
tante recon
órios. A figu
ações de ní
mpresas (18,
e informações
com a class
ambos os
fato, ress
nível 4 são
que aprese
tros setores
não do nív
nceiro das e
etor de ene
mações no
mais hom
de amostra
hecer as em
ura 9 mostr
ível 4 public
,18%) apres
s de nível 4 po
sificação de
quesitos, d
salta‐se que
do setor de
entam info
s. A figura 1
vel de rela
empresas. A
ergia elétric
nível 1. A e
mogênea da
unitária.
mpresas que
ra as empre
cadas em s
sentam algu
or empresa
e frequência
das empres
e 60% das
e energia e
ormações d
10 apresen
6
acionament
Apenas 9,1%
ca. Na realid
exceção é o
as informa
e apresenta
esas em seu
seu eixo ver
uma inform
as absoluta
sas AES e E
s empresas
elétrica. Not
e nível 4
ta a distrib
68
to da
% das
dade,
setor
ações.
am as
u eixo
rtical.
mação
s por
EDP –
s que
ta‐se,
estão
uição
infor
ener
dos d
essas
que
nece
uma
grup
Dos 15
rmação de n
gia. Neste p
demais. Va
s informaçõ
o setor e
essidade de
A seguir
classificaçã
o, conform
Classe d
Regul
Fís
Finan
Opera
Cré
Figura 1
setores e
nível 4, sen
ponto, vale
le ressaltar
ões represe
stá adiante
se melhora
, analisam‐
ão em níve
e apresenta
Tabe
de Risco
latório
Reren
Risc
Uso
sico
Re
Ve
Sec
Re
nceiro Vo
Imp
Au
acional Risc
édito Clie
10 Distribuição
estudados,
do que 72%
ressaltar n
r que, emb
ntam apena
e dos dem
ar o relacion
se as classe
l 4. Apenas
ado na tabe
la 15 Fatores
gulação que pnováveis.
cos Legais (ge
o de H2O e qu
dução do reg
entos extremos
cas
dução do flux
olatilidade da r
pacto sobre flu
mento dos cu
co nas operaç
entes, contrap
o das informa
apenas c
% das inform
ovamente o
ora represe
as 9,1% das
mais, com a
namento da
es e os fato
s 12 fatores
ela 15.
que obtiveram
Fatopromove eficiê
enérico)
uestões sanitár
ime hidrológic
xo dos rios
receita
uxo de caixa
stos / redução
ções (genérico
partes e fornec
ações nível 4 p
cinco (33,3
mações estã
o destaque
ente 72% d
s publicadas
a ressalva
as informaçõ
ores de risc
s de risco (
m nota 4 por
or de Risco ência energét
rias
co
o da margem
o)
cedores
por setor
33%) apres
ão relaciona
do setor d
das informa
s no setor. I
de que a
ões de DSA
co que tiver
26,09%) faz
classe
tica/ energias
6
sentam alg
adas ao set
e energia d
ações de nív
Isto pode in
inda há gr
com o DFC
ram pelo m
zem parte
69
guma
tor de
diante
vel 4,
ndicar
rande
C.
menos
deste
70
Em sua maioria, esses fatores de risco apresentam apenas uma informação de
nível 4 dentro de toda a amostra estudada – à exceção dos da classe de riscos
financeiros e operacionais. Ao mesmo tempo, quando observada as frequências
absoluta e relativa desses fatores, comparativamente aos demais fatores dentro da
mesma classe, muitos se apresentam bastante significativos.
A fim de evidenciar a ambiguidade citada no parágrafo anterior (frequência X
níveis das informações), verifica‐se relação da frequência absoluta desses fatores com
a quantidade de informações em nível 4 a ele relacionadas. A comparação é
apresentada na figura 11. Ressalta‐se o fator de risco “impacto sobre o fluxo de caixa”
que aparece com nível 4 em 9 das 10 empresas que apresentam alguma informação
deste nível.
Figura 11 Comparação: frequência absoluta X nº informações nível 4
Percebe‐se uma inconsistência nos fatores de risco “regulação que promove a
eficiência energética”, aqui citado como “eficiência energética”, e “riscos legais
(genérico)”. Apesar de serem os mais citados em termos de frequência absoluta,
possuem apenas uma informação de nível 4 a eles associadas. Este padrão se repete
para os demais fatores de risco.
Cabe, neste ponto, apresentar a frequência de informações de nível 1
encontradas nos relatórios. A figura 12 traz a distribuição das frequências por
empresa.
1 1 1 1 1 1 1 1 2 24
910
19
30
4743
17
39
11
31
13
3127
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Freq
uencia de ocorrência
Quantidade de nível 4 (barra) Frequência absoluta (quadrado)
que
emp
de ri
das e
das e
gran
poré
entre
de di
As empr
ocupam po
resas que a
sco de níve
empresas d
empresas d
de de infor
m ainda nã
Finaliza‐s
e os dados
iscussão e s
Figu
resas que se
osições boas
apresentam
l 4 apresen
o setor de
diante das i
rmar o púb
o consegue
se, assim, a
obtidos. Ca
sugestões p
ura 12 Frequê
e destacam
s no critério
melhores d
tam menor
energia elé
nformações
blico sobre
e fazê‐lo de
a descrição
abe, agora,
ara pesquis
ência de inform
nesse aspe
o de frequê
desempenh
r quantidad
étrica. Assim
s que publi
seus riscos
forma a rel
dos resulta
apresentar
sas posterio
mações de nív
ecto são, em
ência absolu
ho no critéri
e de inform
m, cabe infe
cam. Elas p
decorrente
lacionar seu
ados e a te
r as conclus
ores.
vel 1
m grande p
uta dos fato
io de quant
mações de n
erir sobre a
percebem u
es de muda
u DSA ao se
entativa de
sões, assim
7
arte, as me
ores de risc
tidade de fa
ível 1, à exc
conscientiz
uma necess
anças climá
u DFC.
relacionam
como os po
71
esmas
co. As
atores
ceção
zação
idade
áticas,
mento
ontos
72
5 CONCLUSÃO
Chegando ao fim da pesquisa de dissertação, remete‐se às perguntas
levantadas como objetivo principal deste trabalho:
Quais são os principais riscos associados às mudanças climáticas
percebidos no mercado brasileiro?
As empresas medem os impactos financeiros desses riscos em seu
valor? Se sim, essas medições realmente relatam adequadamente os
possíveis impactos financeiros que podem afetar as empresas?
Observadas as limitações do método destacadas no item 3.4 desta pesquisa,
infere‐se que os principais riscos associados às mudanças climáticas percebidos pelo
mercado brasileiro são os que foram obtidos a partir do mapeamento realizado. Os
fatores de risco mapeados são agrupados em classes de riscos coerentes com as
descritas pela comunidade acadêmica em estudos de gestão de riscos em geral. Esta
afirmação, apesar de parecer trivial, revela que a recente preocupação do mercado
brasileiro com os riscos de mudanças climáticas vai ao encontro das preocupações da
gestão de riscos atual.
O resultado do levantamento dos riscos empresariais é um mapa com 46
fatores de riscos, obtidos a partir dos relatórios do CDP. No momento do
mapeamento, esperava‐se que, dentro deste grupo, fosse encontrado um subgrupo de
fatores e classes genéricos, comuns a vários setores, e alguns outros subgrupos de
fatores específicos de cada setor da economia. Os resultados mostram que isto não se
confirma.
De acordo com as publicações estudadas, os setores distintos da economia não
apresentam preocupações distintas com relação tanto às classes quanto aos fatores de
risco. Assim, percebe‐se que a presença das classes e, mais especificamente, dos
fatores de risco, ocorre de forma indeterminada, sendo eles dispersos nos mais
diversos setores e empresas. Não há subgrupos de fatores de risco específicos que se
destacam por setor. Isto pode sugerir que as empresas atuantes no Brasil ainda têm
uma compreensão limitada dos impactos das mudanças climáticas em seus negócios.
73
Nesse contexto, ressalta‐se que, no tocante à frequência relativa, 63% dos
fatores de risco (29 fatores) concentram‐se nas classes de riscos regulatórios e físicos.
Ou seja, há maior foco nas classes ligadas aos efeitos mais evidentes dos impactos
ambientais e menos fatores relacionados às operações e à cadeia de valor das
empresas. Ao mesmo tempo, a Matriz de Valor de Risco destaca a classe de riscos
operacionais como a de melhor classificação quanto ao nível das informações
publicadas, apresentando mais informações que relacionam o desempenho
socioambiental com o desempenho financeiro da organização.
Esta constatação pode revelar um fator importante: ao mesmo tempo em que
sofrem a pressão regulatória do mercado – justificando a quantidade de publicações
referentes à regulação – as empresas atuantes no mercado brasileiro estão se
tornando cientes de que as mudanças climáticas podem acarretar em perdas
operacionais que comprometem diretamente seus negócios – levando à preocupação
com riscos operacionais.
Apesar de ser pouco relevante em relação às demais classes, a simples
presença de preocupações com riscos políticos e de crédito corrobora a tendência do
mercado brasileiro em perceber que as mudanças climáticas geram consequências
holísticas, isto é, podem prejudicar a empresa politicamente ou mesmo acarretar em
problemas para os negócios de suas contrapartes, gerando incapacidade de
cumprimento com suas obrigações.
Um exemplo disso são os setores de logística e tabaco. Ambos apresentaram
100% de frequência relativa na classe de risco de crédito. Embora a amostra seja de
ambos os setores seja unitária, podendo ocorrer o viés do tamanho da amostra, esses
setores acreditam que os riscos climáticos podem afetar seus clientes e fornecedores,
de forma a levar ao não cumprimento de seus compromissos contratuais. O setor de
saúde e saneamento e também o de alimentos e bebidas se preocupam
significativamente com o crédito.
Avaliando‐se a frequência relativa por classe dos setores de mineração e de
petróleo, percebe‐se que ambos atribuem 100% na classe de risco de reputação. Isso,
segundo o ponto de vista da autora, pode ocorrer devido ao fato de essas atividades
gerarem grandes impactos ambientais e emitirem grande quantidade de GEEs. Como
74
esses dois setores estão constantemente sob a vigilância dos órgãos reguladores e dos
grupos ativistas, é esperado que se preocupem bastante com a sua reputação.
Ao tentar responder à segunda pergunta da pesquisa, ratifica‐se que, apesar da
grande relevância dos riscos mapeados, as empresas falham em medir o impacto
desses riscos em seu valor. As medições que as empresas apresentam em seus
relatórios ainda não revelam de forma clara os reais impactos financeiros que elas
podem sofrer – assim sendo, não revelam o impacto em seu valor. Ao mesmo tempo,
não é possível relacionar, neste aspecto, a quantidade à qualidade das informações
publicadas.
Vale ressaltar o destaque do setor de energia, tanto em frequência, quanto nas
notas de nível de monetização das preocupações com os riscos climáticos. Apesar
deste destaque, há empresas de energia que não publicam informações de boa
qualidade nem com boa frequência. Contudo, o destaque deste setor sugere que a
influência regulação do setor de energia no Brasil é determinante, levando a uma
necessidade de maior transparência em todas as suas atividades. Por outro lado,
analisando as informações descritivas (nível 1) dos relatórios, ressalta‐se que as
empresas que se destacam aqui são, em grande parte, as mesmas que ocupam
posições boas no critério de frequência absoluta dos fatores de risco.
As empresas que apresentam maior quantidade de fatores de risco de nível 4
apresentam menor quantidade de informações de nível 1, à exceção das empresas do
setor de energia elétrica. Este fato é bastante positivo, podendo revelar que essas
empresas já possuem um maior entendimento de quais são os riscos climáticos que
mais lhes afetam e de como relacionar seu DSA e seu DFC.
Outro ponto de atenção é a grande variabilidade intra‐setores das frequências
absolutas atribuídas aos fatores de risco. Os setores que se apresentaram mais
consistentes quanto à frequência de fatores de risco são os de siderurgia e metalurgia,
papel e celulose, bens de consumo e alimentos e bebidas. Os demais setores, exceto
os que são constituídos de apenas uma empresa, apresentaram ampla variabilidade no
tocante à citação dos fatores de risco decorrente de mudanças climáticas.
A grande dispersão das frequências absolutas em empresas do mesmo setor
pode indicar que não há, no mercado brasileiro, uma referência concreta de riscos
75
específicos por setor, há apenas referenciais genéricos. Assim, cabe inferir sobre a
conscientização das empresas diante das informações que publicam. Elas percebem
uma necessidade grande de informar o público sobre seus riscos decorrentes de
mudanças climáticas, porém ainda não conseguiram identificar um padrão para a
publicação de seus riscos genéricos e específicos.
Uma possível explicação para esse fato é que os relatórios e publicações de
sustentabilidade das empresas que atuam no Brasil são elaborados, em geral, por um
grupo restrito de consultorias que atuam nesta área. Assim, pode haver um viés de
padronização por parte dos autores, que ainda não observam as especificidades de
cada setor da economia.
As empresas do mercado brasileiro, por conseguinte, parecem ainda estar em
um estágio inicial de posicionar diante dos riscos de mudanças climáticas que
percebem. Há uma tendência à exploração desses riscos, contudo não há consenso
setorial ou genérico sobre quais são esses riscos nem tampouco sobre a medição de
seus impactos. Acredita‐se que o próximo passo seja o estabelecimento dos padrões
de riscos genéricos do mercado para que, em seguida, cada setor consiga definir os
fatores de riscos específicos de suas atividades. Com a padronização, pode‐se,
também, estimular a geração de informações mais monetizadas pelas organizações, e
a definição de fatores de riscos específicos a cada setor22.
As empresas que atuam no Brasil, portanto, ainda se encontram em um estágio
inicial de incorporação dos riscos empresariais decorrentes das mudanças climáticas
em seu modelo de gestão de riscos. É necessário tentar ampliar o relacionamento
entre o desempenho sócio ambiental e o desempenho econômico a fim de atender
aos públicos de interesse, quais sejam os investidores, gestores e clientes das
organizações.
O fato de cerca de 37% da informação estudada estar concentrada nos níveis 2
e 3 revela que há fundamentos para uma modificação desse cenário. As empresas
possuem as informações necessárias, realizam movimentos no sentido de quantificá‐
las e percebem receitas, despesas e investimentos isolados provenientes delas.
22 Diante do escopo deste trabalho e do tempo necessário para o estudo das particularidades de cada setor estudado, a autora acredita que a definição de fatores específicos para cada setor da economia pode ser objeto de estudo de pesquisas posteriores.
76
Resta, contudo, a conexão plena com o desempenho financeiro e a geração de
valor para a organização, sendo necessário desenvolver sistemas de informação
gerencial e comunicação corporativa efetivos. É necessário que as empresas tenham
maior transparência das informações que publicam, a fim de incorporar o seu real
valor nos preços de mercado.
Quando as informações relacionadas ao DSA não são incorporadas nas avaliações de
gestores e investidores no momento de uma decisão de investimento, eles atribuem valor zero
ao DSA. A sociedade e o mercado brasileiro estão aprendendo a relacionar o DSA e o DFC. O
primeiro passo para a ampliação do relacionamento entre o DSA e o DFC pode ser a
maior integração entre os setores financeiro, sociambiental e de comunicação das
empresas. Assim, pode‐se incentivar a publicação de informações demandadas pelo
mercado com maior grau de monetização e com qualidade, gerando maior interesse
da comunidade financeira pelas informações e criando, assim, um ciclo virtuoso.
Ao fim da presente pesquisa, surgem novas dúvidas e questões merecedoras de
atenção. A autora, portanto, as deixa como sugestão para estudos futuros.
Inicialmente, cabe um estudo mais profundo por setor, visando ao
aperfeiçoamento dos relatórios de sustentabilidade das empresas. Uma pesquisa
relevante seria a discussão das origens de cada fator de risco em cada setor da
economia e seus impactos diretos nos desempenhos financeiro e socioambiental. A
partir disso, seria possível tentar estabelecer uma correlação entre os setores, os
fatores e as classes de risco.
Nesse mesmo contexto, surge a questão do impacto da regulação setorial sobre
a preocupação das empresas com as ações e a publicação de seus resultados em
sustentabilidade. O presente estudo mostrou que empresas de um setor regulado se
destacam no tocante às suas informações. Mostrou, também, grande força da classe
de risco regulatório na frequência das citações nos relatórios estudados. É
interessante, sob uma abordagem de adaptação das empresas e não apenas de
mitigação dos riscos ambientais, analisar os investimentos de longo prazo das
organizações. Assim, é possível buscar entender quais as ações de sustentabilidade
que são provenientes da imposição regulatória e quais são fruto da própria iniciativa
das empresas.
77
Além disso, dado que a presente pesquisa utilizou como fonte de informações
dados públicos e provenientes das próprias organizações, sugere‐se uma pesquisa que,
a partir de dados primários, busque perceber as expectativas dos fundos de
investimento e da imprensa especializada sobre essas mesmas informações. É
relevante entender não só a qualidade da informação publicada, como também sua
adequação às expectativas dos tomadores de decisão.
Outra questão que surge deste debate é a verificação, a partir da montagem de
duas carteiras teóricas, da percepção dos investidores diante dos posicionamentos das
empresas face aos riscos empresariais mapeados nesta pesquisa. Além de tentar
refletir o relacionamento entre a publicação de informações de sustentabilidade e a
geração de valor para a empresa, esta avaliação pode ratificar o resultado desta
pesquisa quanto à qualidade das publicações e seu relacionamento com o
desempenho financeiro corporativo.
Por fim, caso os resultados anteriores se mostrem adequados, sugere‐se
estudar a relação de causalidade entre os desempenhos socioambiental e financeiro
corporativo diante dos riscos de mudanças climáticas.
78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Almeida, M. Sustentabilidade Corporativa, Inovação Tecnológica e Planejamento Adaptativo: dos Princípios à Ação. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica – PUC‐RJ, 2006. Disponível em: < http://www.hotsitespetrobras.com.br/diretrizes/refbibli.html>. Acesso em: 12 outubro 2010. ARLOW, P; GANNON, M. Social Responsiveness, Corporate Structure, and Economic Desempenho. The Academy of Management Review,v 7, n 2, p 235‐241, 1982. ARX, U.; ZIEGLER A. The effect of CSR on stock desempenho: New evidence for the USA and Europe. Working paper. 2008. ASSAF NETO, A. A contabilidade e a gestão baseada no valor. Texto para discussão. Ribeirão Preto: FEA/USP, 1999. Disponível em: <http://www.institutoassaf.com.br/downloads/Contabilidade_Gestao_Baseada_Valor.pdf>. Acesso em: 15 novembro 2010. ÁVILA, F. Crise econômica mostrou a força dos negócios verdes. Carbono Brasil: A energia da natureza. Florianópolis‐SC: 05 fevereiro 2010. Disponível em: <http://www.carbonobrasil.com/#reportagens_carbonobrasil/noticia=724500>. Acesso em: 02 abril 2010. BACIC, M.; DA SILVEIRA, R.; FERREIRA DE SOUZA, M. C. A. Gestão Imprudente do Risco Financeiro como Elemento de Destruição de Valor: Uma Reflexão a Partir do Uso de Derivativos por Empresas Líderes Brasileiras. Revista del Instituto Internacional de Costos, nº 6, janeiro‐junho, 2010. CARLTON, T. Risk and capital management in non‐financial companies. Risk and Capital Management Conference Proceedings, Australian Prudential Regulation Authority, 1999. CAVALCANTE L..; BRUNI A. COSTA, F. Sustentabilidade empresarial e valor das ações: uma análise na bolsa de valores de São Paulo. Revista de Gestão Social e Ambiental, v.3, n.1, p.70‐86, 2009. CDP ‐ CARBON DISCLOSURE PROJECT. Companies responses and CDP findings. Disponível em: <https://www.cdproject.net/en‐US/Results/Pages/Overview.aspx>. Acesso em: 15 abril 2010. CENTRO DE ESTUDOS EM SUSTENTABILIDADE. Questionário ISE 2009. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/Indices/download/ISE_Questionario2009.pdf>. Acesso em: 31 março 2010.
79
COCHRAN, P; WOOD, R. Corporate Social Responsibility and Financial Desempenho. Academy of Management Journal, v 27, n 1, p. 42‐56, 1984. COPELAND, T. Valuation: measuring and managing the value of companies. New York: John Wiley, 1994. COPELAND, T.; ANTIKAROV, V. Opções Reais: Um Novo Paradigma para Reinventar a Avaliação de Investimentos. Rio de Janeiro: Campos, 2001. DAMODARAN, A. Avaliação de Investimentos: Ferramentas e Técnicas para a Determinação do Valor de Qualquer Ativo. Qualitymark Editora. São Paulo: 1997. DAMODARAN, A. Gestão estratégica do risco: uma referência para a tomada de riscos empresariais. Bookman, 2009. DONALDSON, T; PRESTON, L. The stakeholder theory of the corporation: concepts, evidence and implications. Academy of Management Review. v 20, n 1, p. 65‐91, 1995. DOW JONES SUSTAINABILITY INDEXES. Disponível em: <http://www.sustainabilityindexes.com>. Acesso em: 31 março. 2007 ECONOMIA DA MUDANÇA DO CLIMA NO BRASIL: Custos e Oportunidades / editado por Sergio Margulis e Carolina Burle Schmidt Dubeux; coordenação geral Jacques Marcovitch.– São Paulo: IBEP Gráfica, 2010. ELKINGTON, J. Cannibals with Forks: The Triple Bottom Line of 21st Century Business. Gabriola Island: New Society Publishers, 1998. EPSTEIN, M.; ROY, M. Making the business case for sustainability: linking social and environmental actions to financial desempenho. Journal of Corporate Citizenship, v. 9, p. 79– 96, 2003. EPSTEIN, M.; WISNER, P. Implementing social and environmental strategies with the balanced scorecard. Harvard Business School Press: The Balanced Scorecard Report maio ‐ junho, 2001. FAMA, E. Efficient capital markets: a review of theory and empirical work. The Journal of Finance, Chicago: American Finance Association, v 25, n 2, p. 383‐417, maio 1970. FRIEDMAN, M. Capitalism and Freedom. Chicago: University of Chicago Press, 1962. GUIA EXAME DE SUSTENTABILIDADE. Editora Abril, 2009. Disponível em http://exame.abril.com.br/revista‐exame/guia‐de‐sustentabilidade/2009/ GONZALEZ, R. A importância do Carbon Disclosure Project para o mercado de capitais. Revista RI: relação com investidores, n 18, p. 8‐9, fevereiro 2007.
80
HOFFMAN, A. Forethought Thinking About... Winning the Greenhouse Gas Game. Harvard Business Review, f0404b, abril 2004. IBGC (INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA). Guia de orientação para gerenciamento de riscos corporativos. São Paulo, IBGC, 2007. INNOVEST Strategic Value Advisors, Carbon Beta™ and Equity Desempenho: An Empirical Analysis Moving from Disclosure to Desempenho, 2007. IPCC, 2007: Summary for Policymakers. In: Climate Change 2007: Mitigation. Contribution of Working Group III to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [B. Metz, O.R. Davidson, P.R. Bosch, R. Dave, L.A. Meyer (eds)], Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. IPCC, 2007: Summary for Policymakers. In: Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Solomon, S., D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B. Averyt, M.Tignor and H.L. Miller (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. JACOBS B.; SINGHAL V.; SUBRAMANIAN R. An empirical investigation of environmental desempenho and the market value of the firm. College of Management. Georgia Institute of Technology. Working Paper, 2008. Disponível em: <http://ssrn.com/abstract=1320721>. Acesso em 06 maio 2010. JENSEN, M. Value Maximization, Stakeholder Theory, and the Corporate Objective Function. Journal of Applied Corporate Finance ; v 22; n 1; winter 2010. KERSCHNER, E.; GERAGHTY, M. Climatic Consequences: Investment Implications of a Changing Climate. Citigroup Global Markets, janeiro, 2007. LEAL, R.; CARVALHAL‐DA‐SILVA, A. Corporate Governance and Value in Brazil (and in Chile). Research Network Working paper #R‐514. Inter‐American Development Bank, 2005. LINS, C; MORENO, F; LOMONACO, I. Sustentabilidade Corporativa: do conceito à prática. FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, maio, 2009. Disponível em: < http://www.fbds.org.br/fbds/IMG/pdf/doc‐399.pdf>. Acesso em 12 outubro 2010. LINS, C.; WAJNBERG, D. Sustentabilidade Corporativa no Setor Financeiro Brasileiro. FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, agosto, 2007. Disponível em: <http://www.fbds.org.br/fbds/IMG/pdf/doc‐239.pdf>. Acesso em: 12 outubro 2010. MAHLER, D.; BARKER, J.; BESLAND, L; SCHULZ, O. “Green” Winners: the desempenho of sustainability‐focused companies during the financial crises. A. T. Kearney Inc. 2009.
81
MARENGO, J. Mudanças Climáticas Globais e seus Efeitos sobre a Biodiversidade: caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao longo do século XXI. Brasília: Ministério do Meio Ambiente Editora Gráfica, 2006. Disponível em <http://www.mma.gov.br/estruturas/imprensa/_arquivos/livro%20completo.pdf>. Acesso em: 21 setembro 2010. MARQUES, M.; TEIXEIRA, C. A Responsabilidade Social das Empresas e o Desempenho Organizacional. Polytechnical Studies Review, v VI, n 10, p. 149‐164, 2008. MARTINS, M. Qual o Valor de uma Empresa? Coluna APIMEC Sul. Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.acionista.com.br/mercado/artigos_mercado/ovalordeumaempresa.pdf> Acesso em: 30 dezembro 2010. MATTAROZZI, V; TRUNKL, C; Sustentabilidade no Setor Financeiro: gerando valor e novos negócios. São Paulo: Editora SENAC, 2008. MCKINSEY & COMPANY. Pathways to a Low‐Carbon Economy for Brazil. McKinsey & Company, 2009. McWilliams, A; SIEGEL, D. Corporate social responsibility and financial desempenho: Correlation or misspecification? Strategic Management Journal, v 21, p. 603‐609, 2000. OLIVEIRA, D. John Nash, e os Seguros ambientais contra as mudanças climáticas. Brasil EcoNews. Rio de Janeiro: 05 mar 2010. Disponível em: <http://brasileconews.blogspot.com/2010/03/john‐nash‐e‐os‐seguros‐ambientais.html> Acesso em: 07 maio 2010. ORLITZKY, M. Does Firm Size Confound the Relationship between Corporate Social Desempenho and Firm Financial Desempenho?. Journal of Business Ethics, v 33, n 2, p. 167‐180, 2001. PEDROZO, S. A onda verde nos seguros. EXAME, São Paulo: 2/12/2009, disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/seguro‐ambiente‐danos‐ambientais‐riscos‐518317.shtml>. Acesso em: 06 maio 2010. PRESTON, L.; O’BANNON, D. The Corporate Social‐Financial Desempenho Relationship. Business and Society, v 36, n 4, p. 419‐429, 1997. RENNEBOOG, L.; HORST, J.; ZHANG C. Socially responsible investments: Institutional aspects, desempenho, and investor behavior. Journal of Banking & Finance, v 32, p. 172–174, 2008. RUF, B.; MURALIDHAR, K; BROWN, R.; JANNEY, J.; PAUL, K. An Empirical Investigation of the Relationship Between Change in Corporate Social Desempenho and Financial Desempenho: A Stakeholder Theory Perspective. Journal of Business Ethics, v 32, p. 143–156, 2001.
82
SALLES, A. Eficiência Informacional do Mercado Futuro do IBOVESPA. XV ENANPAD, 15º, Anais... Salvador: ANPAD, p. 151‐164, set. 1991 SALEH, M.; ZULKIFLI, N.; MUHAMAD, R. An Empirical Examination of the Relationship between Corporate Social Responsibility Disclosure and Financial Desempenho in an Emerging Market. International Business Research. v 2, n 1, 2009. SALTZMAN, O.; STEGER U.; IONESCU‐SOMERS A. Quantifying Economic Effects of Corporate Sustainability Initiatives – Activities and Drivers. Forum for Corporate Sustainability Management IMD ‐ International Institute for Management Development, 2005. SOUZA, M.; Câmara já Analisa Propostas que Facilitam Socorro a Vítimas de Desastres. Agência Câmara de Notícias, disponível em: <http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/ASSISTENCIA‐SOCIAL/192469‐CAMARA‐JA‐ANALISA‐PROPOSTAS‐QUE‐FACILITAM‐SOCORRO‐A‐VITIMAS‐DE‐DESASTRES.html> . Acesso em: 21 janeiro 2011. STERN, N. STERN REVIEW: The Economics of Climate Change. HM Treasury, London, 2006, disponível em <http://webarchive.nationalarchives.gov.uk/+/http://www.hm‐treasury.gov.uk/sternreview_index.htm>. Acesso em 01 fevereiro 2010. STIGLER, G.T. The Citizen and the State: Essays on Regulation. Chicago, The University of Chicago Press, 1975. UNEP, Ozone Secretariat United Nations Environment Programme. The Montreal Protocol on Substances that Deplete the Ozone Layer, 1990, disponível em .< http://www.theozonehole.com/montreal.htm>. Acesso em 01 dezembro 2010. VAN DER LAAN, G.; VAN EES, H.; VAN WITTELOOSTUIJN, A. Corporate Social and Financial Desempenho: An Extended Stakeholder Theory, and Empirical Test with Accounting Measures. Journal of Business Ethics, v 79, p. 299–310, 2008. WADDOCK, S.; GRAVES, S. The Corporate Social Desempenho – Financial Desempenho Link. Strategic Management Journal, v 18, n 4, p. 303‐319, 1997. WAJNBERG, D.; LEMME, C. Exame da Divulgação do Relacionamento entre Iniciativas Socioambientais e Desempenho Financeiro Corporativo nos Bancos Brasileiros. RGSA – Revista de Gestão Social e Ambiental. v 3, n 1, p. 53‐69, janeiro – abril 2009.
83
APÊNDICE 1 EMPRESAS DA AMOSTRA EM ORDEM ALFABÉTICA POR SETOR
ID Setor Empresa
1 Alimentos e Bebidas Ambev2 Alimentos e Bebidas JBS3 Alimentos e Bebidas BRF
4 Alimentos e Bebidas Bunge Alimentos5 Bens de Consumo Natura6 Bens de Consumo Unilever7 Bens de Consumo Wal‐Mart8 Construção Amanco10 Construção EVEN11 Energia elétrica AES12 Energia elétrica CESP13 Energia elétrica Coelba14 Energia elétrica Coelce15 Energia elétrica CEMIG16 Energia elétrica COPEL17 Energia elétrica CPFL19 Energia elétrica EDP20 Energia elétrica Elektro21 Energia elétrica Eletrobras22 Energia elétrica Tractebel24 Energia elétrica CBD25 Energia elétrica CTEEP26 Finanças e seguros Banco do Brasil27 Finanças e seguros Bradesco28 Finanças e seguros Itau Unibanco29 Finanças e seguros Mapfre30 Finanças e seguros Real ‐ Santander31 Finanças e seguros Redecard S/A32 Finanças e seguros Serasa Experian33 Finanças e seguros Sul América34 Finanças e seguros Porto Seguro35 Logística ALL36 Mineração Anglo American37 Mineração Vale38 Móveis Duratex39 Móveis Masisa40 Papel e celulose Fibria41 Papel e celulose Suzano42 Papel e celulose Klabin43 Petróleo e Gás BG Group44 Petróleo e Gás Petróleo Brasileiro S.A45 Química Braskem46 Saúde e saneamento Diagnósticos da América S.A.47 Saúde e saneamento Odontoprev48 Saúde e saneamento SABESP49 Siderurgia e metalurgia Alcoa50 Siderurgia e metalurgia Arcelor Mittal52 Siderurgia e metalurgia Gerdau53 Siderurgia e metalurgia Usiminas54 Tabaco Souza Cruz56 Telecomunicações Telemar57 Telecomunicações Tim Participações58 Telecomunicações Vivo59 Telecomunicações Telefonica ‐ TELESP60 Telecomunicações NET
84
APÊNDICE 2 EMPRESAS DA AMOSTRA DO CDP EM ORDEM ALFABÉTICA POR SETOR
ID Setor Empresa
1 Alimentos e bebidas Ambev2 Alimentos e bebidas JBS3 Alimentos e bebidas BRF4 Bens de consumo Natura5 Construção PDG Realt6 Energia elétrica AES7 Energia elétrica CBD8 Energia elétrica CEMIG9 Energia elétrica CESP
10 Energia elétrica CPFL11 Energia elétrica CTEEP12 Energia elétrica Duke Energy13 Energia elétrica EDP14 Energia elétrica Eletrobras15 Energia elétrica Terna16 Energia elétrica Tractebel17 Finanças e seguros Porto Seguro18 Finanças e seguros Unibanco Itau19 Logística ALL20 Mineração Vale21 Móveis Duratex22 Papel e celulose Klabin23 Papel e celulose Fibria24 Petróleo e Gás BG Group25 Química Braskem26 Saúde e saneamento SABESP27 Saúde e saneamento Odontoprev28 Siderurgia e
metalurgia CSN
29 Tabaco Souza Cruz30 Telecomunicações GVT Holding31 Telecomunicações Net32 Telecomunicações Telefonica ‐ TELESP33 Telecomunicações Tim Participações34 Telecomunicações Vivo Participações
85
APÊNDICE 3 EMPRESAS DA AMOSTRA FINAL EM ORDEM ALFABÉTICA POR SETOR
ID Setor Empresa
1 Alimentos e Bebidas Ambev2 Alimentos e Bebidas JBS3 Alimentos e Bebidas BRF4 Alimentos e Bebidas Bunge Alimentos5 Bens de consumo Natura6 Bens de consumo Unilever7 Bens de consumo Wal‐Mart8 Construção Amanco9 Construção EVEN10 Energia elétrica AES11 Energia elétrica CESP12 Energia elétrica Coelba13 Energia elétrica Coelce14 Energia elétrica CEMIG15 Energia elétrica COPEL16 Energia elétrica CPFL17 Energia elétrica EDP18 Energia elétrica Elektro19 Energia elétrica Eletrobras20 Energia elétrica Tractebel21 Energia elétrica CBD22 Energia elétrica CTEEP23 Finanças e seguros Banco do Brasil24 Finanças e seguros Bradesco25 Finanças e seguros Unibanco Itau26 Finanças e seguros Mapfre27 Finanças e seguros Real ‐ Santander28 Finanças e seguros Redecard S/A29 Finanças e seguros Serasa Experian30 Finanças e seguros Sul América31 Finanças e seguros Porto Seguro32 Logística ALL33 Mineração Anglo American34 Mineração Vale35 Móveis Duratex36 Móveis Masisa37 Papel e celulose Fibria38 Papel e celulose Suzano39 Papel e celulose Klabin40 Petróleo e Gás BG Group41 Petróleo e Gás Petróleo Brasileiro S.A42 Química Braskem43 Saúde e saneamento Diagnósticos da América S.A.44 Saúde e saneamento Odontoprev45 Saúde e saneamento SABESP46 Siderurgia e metalurgia Alcoa47 Siderurgia e metalurgia Arcelor Mittal48 Siderurgia e metalurgia Gerdau49 Siderurgia e metalurgia Usiminas50 Tabaco Souza Cruz51 Telecomunicações Telemar52 Telecomunicações Tim Participações53 Telecomunicações Vivo54 Telecomunicações Telefonica ‐ TELESP55 Telecomunicações NET
86
APÊNDICE 4 FATORES DE RISCO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS MAPEADOS NO CDP
ID Riscos e suas classes
1 Regulatório1.1 Comércio de Emissões (Trading)1.2 Taxas de Carbono1.3 Acordos de compra de energia (PPA)1.4 Metas de renováveis (UE; EUA)1.5 Planos nacionais de redução de emissões na Europa1.6 Impostos e taxas ambientais1.7 Kyoto 1.8 Período pós‐Kyoto (novos acordos)1.9 Regulação que promove eficiência energética1.10 Riscos Legais (genérico)1.11 Uso de H2O e questões sanitárias1.12 Investimento para mitigação (ex. Área de Floresta)1.13 Barreiras comerciais
2 Físico 2.1 Eventos extremos2.2 "Upstream factors"2.3 Redução do regime hidrológico2.4 Aumento da temperatura no verão2.5 Temperaturas muito baixas2.6 Aumento da temperatura global2.7 Ventos extremos2.8 Enchentes2.9 Secas 2.10 Incêndio 2.11 Chuvas torrenciais2.12 Redução do fluxo dos rios2.13 Concentração de CO2 na atmosfera2.14 Perda de ativos decorrentes de eventos extremos2.15 Aumento da disseminação de doenças2.16 Acidentes
3 Risco financeiro
3.1 Controle de transparência nos relatórios RI3.2 Controle interno dos relatórios RI3.3 Altos níveis de alavancagem financeira3.4 Levantar capital necessitado3.5 Volatilidade da receita3.6 Impacto sobre fluxo de caixa3.7 Redução da margem / aumento dos custos4 Risco de crédito
4.1 Clientes, contrapartes e fornecedores5 Risco de mercado
5.1 Preços de commodities, derivativos e ativos5.2 Demanda por operações sustentáveis5.3 Aumento/queda da demanda do produto/serviço.5.4 Comprometimento do portfolio / serviço6 Risco operacional
6.1 TI, atividades de back office e fornecedores6.2 Recursos Humanos e impacto ambiental da companhia6.3 Risco nas operações (genérico)7 Risco político8 Risco de reputação
87
APÊNDICE 5 MATRIZ BINÁRIA DE RISCOS (MBR)
Caso o fator de risco seja citado pelo menos uma vez por cada empresa em seus
relatórios, é marcado o como 1 neste fator e nesta classe, na respectiva empresa.
Ri
sco
Am
bev
JBS
BRF
Bung
e A
limen
tos
Nat
ura
Unile
ver
Wal
-Mar
tA
man
coEV
ENA
ESC
ESP
Coe
lba
Coe
lce
CEM
IGC
OPE
LC
PFL
EDP
Elek
troEl
etro
bras
TRA
CTE
BEL
1Ri
sco
regu
lató
rio1
11
11
11
10
11
11
11
11
01
1C
omér
cio
de
Emiss
ões (
Tra
din
g)1
11
00
00
00
10
00
10
11
00
1Ta
xas d
e C
arb
ono
01
01
10
00
01
00
01
00
10
00
Acor
dos
de
com
pra
de
ener
gia
(PPA
)0
00
00
00
00
10
00
11
01
00
0M
eta
s de
reno
vá
vei
s (EU
e U
SA) e
o p
aco
te e
nerg
ia-c
lima
;0
00
10
00
00
10
00
00
01
00
0Pl
ano
s na
cion
ais
de
red
uçã
o d
e em
issõe
s na
Eur
opa
00
00
00
00
00
00
00
00
10
00
Imp
osto
s e ta
xas a
mb
ient
ais
00
00
00
00
01
00
01
00
10
00
Kyot
o1
11
11
00
00
10
00
10
10
01
1Pe
ríod
o p
ós-K
yoto
(nov
os a
cord
os)
01
10
00
00
00
00
01
01
10
00
Regu
laçã
o q
ue p
rom
ove
efic
iênc
ia e
nerg
étic
a1
01
11
11
10
11
11
11
11
01
1Ri
scos
Leg
ais
(gen
éric
o)1
10
10
11
00
11
11
11
11
01
1U
so d
e H
2O e
que
stõe
s sa
nitá
rias
11
10
11
11
01
01
11
11
10
11
Nec
essid
ad
e d
e in
ves
timen
to p
ara
miti
gaçã
o (e
x. Á
rea
de
Flore
s0
11
10
11
00
01
00
01
10
01
0Ba
rreira
s com
erci
ais
00
10
00
00
00
00
00
00
00
00
2Ri
sco
físic
o1
11
11
11
10
11
11
11
11
01
1Ev
ento
s ext
rem
os1
10
00
00
00
10
00
10
11
01
1"U
pst
rea
m fa
ctor
s"0
00
00
00
00
00
00
00
01
00
0Re
duç
ão
do
regi
me
hid
roló
gico
11
10
11
11
01
01
11
11
10
11
Aum
ento
da
tem
per
atu
ra n
o v
erã
o0
10
00
00
00
10
10
00
01
00
0Te
mp
era
tura
s mui
to b
aix
as
00
00
00
00
00
00
00
00
10
00
Aum
ento
da
tem
per
atu
ra g
lob
al
00
01
10
00
01
01
01
00
10
10
Vent
os e
xtre
mos
00
00
11
00
01
00
01
00
10
00
Ench
ente
s0
00
01
00
00
01
00
10
01
00
0Se
cas
00
00
10
10
01
00
11
10
10
00
Incê
ndio
00
00
00
00
00
00
00
00
10
00
Chu
va
s tor
renc
iais
00
00
00
00
00
00
01
00
00
00
Red
uçã
o d
o flu
xo d
os ri
os1
10
01
11
10
10
00
11
11
01
1C
once
ntra
ção
de
CO
2 na
atm
osfe
ra1
11
01
11
10
11
00
11
11
01
1Pe
rda
de
ativ
os d
ecor
rent
es d
e ev
ento
s ext
rem
os0
00
00
00
00
00
01
10
10
01
0Au
men
to d
a d
issem
ina
ção
de
doe
nça
s0
10
01
00
00
00
00
00
00
00
0Ac
iden
tes
00
00
01
00
00
00
00
00
00
01
88
Risc
oAm
bev
JBS
BRF
Bung
e Al
imen
tos
Nat
ura
Unile
ver
Wal
-Mar
tAm
anco
EVEN
AES
CESP
Coel
baCo
elce
CEM
IGCO
PEL
CPFL
EDP
Elek
troEl
etro
bras
TRAC
TEBE
L
3Ri
sco
finan
ceiro
11
11
11
10
01
10
11
11
10
00
Con
trole
de
trans
parê
ncia
nos
rela
tório
s fin
ance
iros
00
00
00
00
01
10
01
00
00
00
Con
trole
inte
rno
dos r
elat
ório
s fin
ance
iros
00
00
00
00
01
00
00
00
00
00
Alto
s nív
eis d
e al
avan
cage
m fin
ance
ira0
00
00
00
00
10
00
00
00
00
0Le
vant
ar c
apita
l nec
essit
ado
00
00
00
00
01
00
00
00
10
00
Vola
tilida
de d
a re
ceita
11
00
01
00
01
00
11
01
00
00
Impa
cto
sobr
e flu
xo d
e ca
ixa1
01
00
10
00
11
01
11
11
00
0Au
men
to d
os c
usto
s / re
duçã
o da
mar
gem
11
11
11
10
01
10
01
01
10
00
4Ri
sco
de c
rédi
to0
00
10
00
00
10
00
00
01
00
1C
lient
es, c
ontra
parte
s e fo
rnec
edor
es0
00
10
00
00
10
00
00
01
00
15
Risc
o de
mer
cado
11
11
11
10
01
00
11
10
10
11
Preç
os d
e el
etric
idad
e, c
ombu
stívi
es e
der
ivat
ivos
(hed
ges),
a1
11
11
00
00
00
00
00
01
00
1De
man
da d
o m
erca
do p
or o
pera
ções
suste
ntáv
eis.
11
10
11
10
00
00
01
10
00
10
Aum
ento
/que
da d
a de
man
da p
elo
prod
uto/
serv
iço.
10
00
00
00
01
00
01
00
10
11
Com
prom
etim
ento
do
portf
olio
/ se
rviç
o0
01
01
00
00
00
01
00
00
00
16
Risc
o op
erac
iona
l1
11
11
11
10
00
11
11
11
01
1Te
cnol
ogia
da
Info
rmaç
ão, a
tivid
ades
de
back
offic
e ac
tivitie
00
10
11
10
00
00
01
00
10
01
recu
rsos h
uman
os (R
H), d
esig
n e
cons
truçã
o, m
eio
ambi
ente
(i1
11
11
11
10
00
11
01
11
01
1Ri
sco
nas o
pera
ções
(gen
éric
o)1
11
01
00
00
11
01
11
11
01
17
Risc
o po
lític
o0
00
10
00
00
10
00
00
01
00
08
Risc
o de
repu
taçã
o1
11
01
10
00
10
00
11
01
00
0TO
TAL P
OR
EMPR
ESA
1719
1711
1915
126
027
97
1127
1317
310
1517
89
Risc
oCB
DCT
EEP
Banc
o do
Bra
silBr
ades
coUn
iban
co Ita
uM
apfre
Real
- Sa
ntan
der
Rede
card
S/A
Sera
sa E
xper
ian
SUL
AMéR
ICA
Porto
Se
guro
DURA
TEX
Mas
isaAn
glo
Amer
ican
1Ri
sco
regu
lató
rio1
11
11
11
11
11
11
1C
omér
cio
de E
miss
ões (
Tradi
ng)
00
00
10
00
00
01
10
Taxa
s de
Car
bono
00
00
00
00
00
00
10
Acor
dos d
e co
mpr
a de
ene
rgia
(PPA
)0
00
00
00
00
00
00
0M
etas
de
reno
váve
is (E
U e
USA)
e o
pac
ote
ener
gia-
clim
a;0
00
01
00
00
00
00
1Pl
anos
nac
iona
is de
redu
ção
de e
miss
ões n
a Eu
ropa
00
00
00
00
00
00
10
Impo
stos e
taxa
s am
bien
tais
00
00
00
00
00
00
00
Kyot
o0
10
11
00
00
00
11
1Pe
ríodo
pós
-Kyo
to (n
ovos
aco
rdos
)0
00
00
01
00
00
00
0Re
gula
ção
que
prom
ove
efic
iênc
ia e
nerg
étic
a1
11
11
10
01
11
11
1Ri
scos
Lega
is (g
enér
ico)
11
11
01
11
10
01
10
Uso
de H
2O e
que
stões
sani
tária
s1
00
01
00
11
11
11
1Ne
cessi
dade
de
inve
stim
ento
par
a m
itigaç
ão (e
x. Á
rea
de Fl
ores
00
11
00
11
00
01
00
Barre
iras c
omer
ciai
s0
00
00
00
00
00
00
02
Risc
o fís
ico
11
11
11
11
11
11
11
Even
tos e
xtre
mos
10
01
10
00
01
10
01
"Ups
tream
fact
ors"
00
00
00
00
00
00
00
Redu
ção
do re
gim
e hi
drol
ógic
o0
11
01
00
00
00
11
1Au
men
to d
a te
mpe
ratu
ra n
o ve
rão
00
00
00
00
00
00
00
Tem
pera
tura
s mui
to b
aixa
s0
00
00
00
00
00
00
0Au
men
to d
a te
mpe
ratu
ra g
loba
l0
00
00
00
01
00
00
0Ve
ntos
ext
rem
os1
00
01
10
00
01
00
0En
chen
tes
10
00
10
00
00
10
00
Seca
s0
00
01
00
00
01
11
0In
cênd
io0
00
01
00
00
01
00
0C
huva
s tor
renc
iais
10
01
11
00
00
10
00
Redu
ção
do flu
xo d
os rio
s0
10
00
00
00
00
01
1C
once
ntra
ção
de C
O2
na a
tmos
fera
00
11
10
11
10
10
10
Perd
a de
ativ
os d
ecor
rent
es d
e ev
ento
s ext
rem
os1
00
01
00
00
00
01
0Au
men
to d
a di
ssem
inaç
ão d
e do
ença
s0
00
00
00
00
01
10
0Ac
iden
tes
00
00
00
00
00
00
00
90
Risc
oCB
DCT
EEP
Banc
o do
Bra
silBr
ades
coUn
iban
co Ita
uM
apfre
Real
- Sa
ntan
der
Rede
card
S/A
Sera
sa E
xper
ian
SUL
AMéR
ICA
Porto
Se
guro
DURA
TEX
Mas
isaAn
glo
Amer
ican
3Ri
sco
finan
ceiro
11
11
10
01
01
01
01
Con
trole
de
trans
pa
rênc
ia n
os re
lató
rios f
ina
ncei
ros
00
00
00
00
00
00
00
Con
trole
inte
rno
dos
rela
tório
s fin
anc
eiro
s0
00
00
00
00
00
00
0Al
tos n
ívei
s de
ala
va
nca
gem
fina
ncei
ra0
00
00
00
00
00
00
0Le
van
tar c
ap
ital n
eces
sita
do
00
01
10
00
00
00
00
Vola
tilid
ade
da
rece
ita1
00
00
00
00
00
00
0Im
pac
to so
bre
flux
o de
ca
ixa0
11
01
00
00
10
10
1Au
men
to d
os c
usto
s / re
duç
ão
da
mar
gem
00
10
10
01
00
00
01
4Ri
sco
de c
rédi
to0
00
01
10
00
00
00
0C
lient
es, c
ontra
pa
rtes e
forn
eced
ores
00
00
11
00
00
00
00
5Ri
sco
de m
erca
do1
00
11
10
00
11
10
1Pr
eços
de
elet
ricid
ade,
com
bus
tívie
s e d
eriv
ativ
os (h
edge
s), a
00
00
00
00
01
01
01
Dem
and
a d
o m
erca
do
por o
per
açõe
s sus
tent
áv
eis.
10
01
10
00
01
11
01
Aum
ento
/que
da d
a d
ema
nda
pel
o p
rod
uto/
serv
iço.
10
01
11
00
01
11
00
Com
pro
met
imen
to d
o p
ortfo
lio /
serv
iço
00
00
10
00
01
00
01
6Ri
sco
oper
acio
nal
00
10
11
11
11
11
10
Tecn
olog
ia d
a In
form
açã
o, a
tivid
ad
es d
e ba
ck o
ffice
act
iviti e
00
00
11
11
11
01
10
recu
rsos h
uma
nos (
RH),
des
ign
e co
nstru
ção,
mei
o a
mb
ient
e (i
00
10
11
01
10
11
00
Risc
o na
s op
eraç
ões (
gené
rico)
01
01
01
00
10
00
11
7Ri
sco
polít
ico
00
00
00
00
00
00
00
8Ri
sco
de re
puta
ção
00
01
00
10
00
00
01
TOTA
L PO
R EM
PRES
A11
78
1123
95
78
913
1514
13
91
Ris
co
Va
leA
LLFi
bri
aSu
zan
oK
lab
inB
G
Gro
up
Pe
tró
leo
B
rasi
leir
o
S.A
Bra
ske
mD
iag
nó
stic
os
da
Am
éri
ca
S.
A.
Od
on
top
rev
SAB
ESP
Alc
oa
Arc
elo
r M
itta
lG
ERD
AU
Usi
min
as
Sou
za
Cru
zTE
LEM
AR
1R
isc
o r
eg
ula
tóri
o1
11
11
11
11
11
11
11
11
Co
mé
rcio
de
Em
issõ
es
(Tra
din
g)
11
11
11
01
00
11
10
00
0Ta
xas
de
Ca
rbo
no
00
00
00
00
00
00
00
00
0A
co
rdo
s d
e c
om
pra
de
en
erg
ia (
PP
A)
00
00
00
00
00
00
00
00
0M
eta
s d
e re
no
vá
ve
is (E
U e
USA
) e
o p
ac
ote
en
erg
ia-c
lima
;0
00
00
10
00
00
10
00
00
Pla
no
s n
ac
ion
ais
de
red
uç
ão
de
em
issõ
es
na
Eu
rop
a0
00
00
00
10
00
00
00
00
Imp
ost
os
e t
axa
s a
mb
ien
tais
00
00
00
00
00
00
00
00
0K
yoto
10
11
11
01
00
10
10
01
0P
erío
do
pó
s-K
yoto
(n
ov
os
ac
ord
os)
10
00
11
00
00
10
00
01
0R
eg
ula
çã
o q
ue
pro
mo
ve
efic
iên
cia
en
erg
étic
a1
01
11
11
10
11
11
11
01
Risc
os
Leg
ais
(ge
né
rico
)1
11
11
11
11
11
01
11
11
Uso
de
H2O
e q
ue
stõ
es
san
itária
s1
01
11
11
01
11
01
11
01
Ne
ce
ssid
ad
e d
e in
ve
stim
en
to p
ara
miti
ga
çã
o (
ex.
Áre
a d
e F
lore
s1
01
10
00
00
11
00
00
10
Barre
iras
co
me
rcia
is0
00
00
00
00
00
00
00
00
2R
isc
o fí
sic
o1
11
11
11
10
11
11
11
11
Eve
nto
s e
xtre
mo
s0
01
10
10
10
01
00
00
01
"Up
stre
am
fac
tors
"0
00
00
01
00
00
00
00
00
Re
du
çã
o d
o re
gim
e h
idro
lóg
ico
10
11
01
00
00
11
00
10
0A
um
en
to d
a t
em
pe
ratu
ra n
o v
erã
o0
10
00
00
00
01
00
00
00
Tem
pe
ratu
ras
mu
ito b
aix
as
01
00
10
00
00
00
00
00
0A
um
en
to d
a t
em
pe
ratu
ra g
lob
al
10
11
11
00
00
11
00
00
1V
en
tos
ext
rem
os
00
00
00
00
00
00
00
00
1En
ch
en
tes
01
00
01
00
00
00
00
00
1Se
ca
s1
10
01
00
00
01
10
00
00
Inc
ên
dio
00
00
00
00
00
00
00
00
0C
hu
va
s to
rren
cia
is1
01
00
00
00
01
10
00
01
Re
du
çã
o d
o fl
uxo
do
s rio
s0
00
10
00
00
00
00
01
00
Co
nc
en
tra
çã
o d
e C
O2
na
atm
osf
era
10
11
11
10
01
11
11
11
0P
erd
a d
e a
tivo
s d
ec
orre
nte
s d
e e
ve
nto
s e
xtre
mo
s1
11
10
00
00
01
00
00
01
Au
me
nto
da
diss
em
ina
çã
o d
e d
oe
nç
as
01
00
10
00
01
00
00
00
1A
cid
en
tes
00
00
00
00
00
00
10
00
0
92
Risc
oVa
leAL
LFib
riaSu
zano
Klab
inBG
Gr
oup
Petró
leo
Bras
ileiro
S.A
Bras
kem
Diag
nósti
cos
da A
méric
a S.A
.Od
onto
prev
SABE
SP
Alco
aAr
celo
r Mitta
lGE
RDA
UUs
imin
asSo
uza
Cruz
TELE
MAR
3Ri
sco
finan
ceiro
11
10
11
01
11
11
01
11
1C
ontro
le d
e tra
nspa
rênc
ia n
os re
lató
rios f
inan
ceiro
s0
00
00
00
00
01
00
01
00
Con
trole
inte
rno
dos r
elat
ório
s fin
ance
iros
00
00
00
00
10
10
00
00
0Al
tos n
ívei
s de
alav
anca
gem
finan
ceira
00
00
00
00
00
00
00
00
0Le
vant
ar c
apita
l nec
essit
ado
10
00
00
00
00
10
00
00
0Vo
latili
dade
da
rece
ita1
10
00
10
00
00
00
00
00
Impa
cto
sobr
e flu
xo d
e ca
ixa1
11
00
10
10
01
10
10
01
Aum
ento
dos
cus
tos /
redu
ção
da m
arge
m1
10
01
10
10
11
10
11
11
4Ri
sco
de c
rédi
to0
10
00
00
00
10
00
00
10
Clie
ntes
, con
trapa
rtes e
forn
eced
ores
01
00
00
00
01
00
00
01
05
Risc
o de
mer
cado
11
11
01
01
01
11
10
01
1Pr
eços
de
elet
ricid
ade,
com
bustí
vies
e d
eriv
ativ
os (h
edge
s), a
10
11
01
01
00
00
00
01
1De
man
da d
o m
erca
do p
or o
pera
ções
suste
ntáv
eis.
10
10
01
00
00
01
10
00
1Au
men
to/q
ueda
da
dem
anda
pel
o pr
odut
o/se
rviç
o.1
01
00
10
00
11
10
00
00
Com
prom
etim
ento
do
portf
olio
/ se
rviç
o0
10
10
10
00
01
00
00
01
6Ri
sco
oper
acio
nal
10
11
10
01
11
10
11
11
1Te
cnol
ogia
da
Info
rmaç
ão, a
tivid
ades
de
back
offic
e ac
tiviti e
10
11
10
01
00
10
11
11
1re
curso
s hum
anos
(RH)
, des
ign
e co
nstru
ção,
mei
o am
bien
te (i
00
01
00
00
11
10
01
00
1Ri
sco
nas o
pera
ções
(gen
éric
o)1
11
11
00
10
01
01
10
01
7Ri
sco
políti
co1
00
00
00
00
00
00
00
00
8Ri
sco
de re
puta
ção
10
10
01
10
10
00
00
00
1TO
TAL P
OR EM
PRES
A22
1418
1714
195
114
1025
1210
99
918
93
RiscoTIM
PARTICIPAÇÕESTelefonica -
TelespNET VIVO
1 Risco regulatório 1 1 1 1Comércio de Emissões (Trading) 0 0 0 0Taxas de Carbono 0 1 1 0Acordos de compra de energia (PPA) 0 0 0 0Metas de renov áv eis (EU e USA) e o pacote energia-clima; 0 0 0 0Planos nacionais de redução de emissões na Europa 0 0 0 0Impostos e taxas ambientais 0 0 0 0Kyoto 0 1 1 0Período pós-Kyoto (nov os acordos) 1 1 1 0Regulação que promov e eficiência energética 1 1 1 1Riscos Legais (genérico) 1 0 1 0Uso de H2O e questões sanitárias 0 0 0 1Necessidade de inv estimento para mitigação (ex. Área de Flores 0 0 0 1Barreiras comerciais 0 0 0 0
2 Risco físico 1 1 0 1Ev entos extremos 0 0 0 0"Upstream factors" 0 0 0 0
Redução do regime hidrológico 1 0 0 0Aumento da temperatura no v erão 1 0 0 0Temperaturas muito baixas 0 0 0 0Aumento da temperatura global 1 0 0 0Ventos extremos 0 1 0 0Enchentes 0 1 0 0Secas 0 1 0 0Incêndio 0 0 0 0Chuv as torrenciais 1 0 0 0Redução do fluxo dos rios 1 0 0 0Concentração de CO2 na atmosfera 1 1 0 0
Perda de ativ os decorrentes de ev entos extremos 1 1 0 1Aumento da disseminação de doenças 1 0 0 0Acidentes 0 1 0 0
3 Risco financeiro 1 1 1 0Controle de transparência nos relatórios financeiros 1 0 0 0Controle interno dos relatórios financeiros 0 0 0 0Altos nív eis de alav ancagem financeira 0 0 0 0Lev antar capital necessitado 0 1 0 0Volatilidade da receita 1 1 0 0Impacto sobre fluxo de caixa 1 0 1 0Aumento dos custos / redução da margem 1 1 1 0
4 Risco de crédito 1 0 0 0Clientes, contrapartes e fornecedores 1 0 0 0
5 Risco de mercado 1 1 1 1Preços de eletricidade, combustív ies e deriv ativ os (hedges), a 1 1 0 0Demanda do mercado por operações sustentáv eis. 1 1 0 1Aumento/queda da demanda pelo produto/serv iço. 1 0 1 0Comprometimento do portfolio / serv iço 1 1 0 1
6 Risco operacional 1 0 1 1Tecnologia da Informação, ativ idades de back office activ itie 1 0 1 0recursos humanos (RH), design e construção, meio ambiente (i 1 0 0 1Risco nas operações (genérico) 1 0 1 0
7 Risco político 0 0 0 08 Risco de reputação 0 1 0 1
TOTAL POR EMPRESA 23 16 10 7
94
APÊNDICE 6 MATRIZ DE VALOR DE RISCOS (MVR)
De acordo com os níveis de classificação provenientes da escala de Epstein e Roy
(2001), foi gerada a planilha a seguir.
Risc
oAm
bev
JBS
BRF
Bung
e Al
imen
tos
Natu
raUn
ileve
rW
al-M
artA
manc
oEV
ENAE
SCE
SPCo
elba
Coel
ceCE
MIG
COPE
LCP
FLED
PEle
ktro
1Re
gula
tório
Com
ércio
de
Emiss
ões (
Tradi
ng)
11
31
13
3Ta
xas d
e Ca
rbon
o1
11
11
1Ac
ordo
s de
com
pra
de e
nerg
ia (P
PA)
11
21
Met
as d
e re
nová
veis (
EU e
USA
) e o
pac
ote
ener
gia-c
lima;
13
2Pla
nos n
acion
ais d
e re
duçã
o de
em
issõe
s no
exte
rior
1Im
posto
s e ta
xas a
mbi
enta
is1
11
Kyot
o1
22
11
33
3Pe
ríodo
pós
-Kyo
to (n
ovos
aco
rdos
)1
11
12
Regu
laçã
o qu
e pr
omov
e ef
iciên
cia e
nerg
ética
/ ene
rgia
reno
v.3
21
21
21
11
23
34
33
Risco
s Leg
ais (
gené
rico)
11
11
11
41
32
11
1Us
o de
H2O
e q
uestõ
es sa
nitár
ias
32
22
22
14
11
23
22
Nece
ssida
de d
e inv
estim
ento
par
a m
itigaç
ão (e
x. Flo
resta
)2
32
22
22
3Ba
rreira
s com
ercia
is1
2Fís
ico
Even
tos e
xtre
mos
11
11
11
"Ups
tream
fact
ors"
1Re
duçã
o do
regim
e hid
rológ
ico3
22
22
21
41
12
32
2Au
men
to d
a te
mpe
ratu
ra n
o ve
rão
11
11
Tem
pera
tura
s muit
o ba
ixas
1Au
men
to d
a te
mpe
ratu
ra g
lobal
11
11
11
Vent
os e
xtre
mos
11
41
1En
chen
tes
11
11
Seca
s2
24
11
32
Incê
ndio
1Ch
uvas
torre
ncia
is1
Redu
ção
do flu
xo d
os rio
s3
22
22
14
23
22
Conc
entra
ção
de C
O2 n
a at
mos
fera
23
32
21
13
22
23
3Pe
rda
de a
tivos
dec
orre
ntes
de
even
tos e
xtre
mos
11
1Au
men
to d
a di
ssem
inaçã
o de
doe
nças
11
Acid
ente
s1
95
Risco
Ambe
vJB
SBR
FBu
nge
Alim
entos
Natur
aUn
ileve
rWal-
Mart
Aman
coEV
ENAE
SCE
SPCo
elba
Coelc
eCE
MIG
COPE
LCP
FLED
PEle
ktro
3Ris
co fin
ance
iroCo
ntro
le de
tran
spar
ência
nos
rela
tório
s fina
nceir
os1
11
Cont
role
inter
no d
os re
lató
rios f
inanc
eiros
1Alt
os n
íveis
de
alav
anca
gem
finan
ceira
3Le
vant
ar c
apita
l nec
essit
ado
11
Vola
tilida
de d
a re
ceita
11
14
11
3Im
pact
o so
bre
fluxo
de
caixa
14
14
41
14
44
Aum
ento
dos
cus
tos /
redu
ção
da m
arge
m (o
u re
duçã
o)1
11
11
12
41
13
34
Risco
de cr
édito
Clien
tes,
cont
rapa
rtes e
forn
eced
ores
33
15
Risco
de m
erca
doPr
eços
de
eletric
idad
e, c
ombu
stívi
es e
der
ivat
ivos
(hed
ges)
11
11
11
Dem
anda
do
mer
cado
por
ope
raçõ
es su
stent
áveis
.1
11
11
13
3Au
men
to/q
ueda
da
dem
anda
pelo
pro
duto
/serv
iço.
31
11
Com
prom
etim
ento
do
portf
olio
/ ser
viço
12
16
Risco
oper
acion
alTe
cnolo
gia d
a In
form
ação
, bac
k offic
e, M
P, lo
gistic
a 2
21
21
1Re
curso
s hum
anos
(RH)
, des
ign e
con
struç
ão, m
eio a
mbi
ente
32
21
22
12
23
31
1Ris
co n
as o
pera
ções
(gen
érico
)1
14
11
43
14
43
7Ris
co po
lítico
13
18
Risco
de re
putaç
ão1
11
11
13
11
TOTA
L EPS
TEIN
POR E
MPRE
SA31
2836
1529
2220
70
6520
919
4138
4052
0
96
Risc
oEl
etro
bras
TRA
CTE
BEL
CBD
CTE
EPBa
nco
do
Bras
ilBr
ades
coUn
iban
co It
auM
apfre
Real
-
Sant
ande
rRe
deca
rd
S/A
Sera
sa
Expe
rian
Sul A
mér
ica
Porto
Se
guro
DUR
ATE
XM
asis
a
1Re
gula
tório
Com
érci
o d
e Em
issõe
s (Tr
ad
ing)
31
22
Taxa
s de
Ca
rbon
o1
Acor
dos
de
com
pra
de
ener
gia
(PPA
)M
eta
s de
reno
vá
vei
s (EU
e U
SA) e
o p
aco
te e
nerg
ia-c
lima
;1
Pla
nos n
aci
ona
is d
e re
duç
ão
de
emiss
ões n
o ex
terio
r1
Imp
osto
s e ta
xas a
mb
ient
ais
Kyot
o1
31
12
22
Perío
do
pós
-Kyo
to (n
ovos
aco
rdos
)1
Regu
laçã
o q
ue p
rom
ove
efic
iênc
ia e
nerg
étic
a/
ener
gia
reno
v.
23
12
21
31
21
22
3Ri
scos
Leg
ais
(gen
éric
o)1
11
31
11
11
11
1U
so d
e H
2O e
que
stõe
s sa
nitá
rias
33
13
11
12
22
Nec
essid
ad
e d
e in
ves
timen
to p
ara
miti
gaçã
o (e
x. F
lore
sta
)2
23
22
2Ba
rreira
s com
erci
ais
2Fí
sico
Even
tos e
xtre
mos
33
11
13
1"U
pst
rea
m fa
ctor
s"Re
duç
ão
do
regi
me
hid
roló
gico
12
23
31
2Au
men
to d
a te
mp
era
tura
no
ver
ão
Tem
per
atu
ras m
uito
ba
ixa
sAu
men
to d
a te
mp
era
tura
glo
ba
l1
1Ve
ntos
ext
rem
os2
11
1En
chen
tes
11
1Se
cas
11
12
Incê
ndio
11
Chu
va
s tor
renc
iais
11
11
1Re
duç
ão
do
fluxo
dos
rios
12
22
Con
cent
raçã
o d
e C
O2
na a
tmos
fera
21
23
31
32
22
Perd
a d
e a
tivos
dec
orre
ntes
de
even
tos e
xtre
mos
11
12
Aum
ento
da
diss
emin
açã
o d
e d
oenç
as
11
Acid
ente
s1
97
Risco
Eletro
bras
TRAC
TEBE
LCB
DCT
EEP
Banc
o do
Bras
ilBr
ades
coUn
ibanc
o Itau
Mapfr
eRe
al -
Santa
nder
Rede
card
S/
ASe
rasa
Ex
peria
nSu
l Amé
rica
Porto
Se
guro
DURA
TEX
Masis
a
3Ris
co fin
ance
iroCo
ntro
le de
tran
spar
ência
nos
rela
tório
s fina
nceir
osCo
ntrol
e int
erno d
os re
lató
rios fi
nanc
eiros
Altos
nív
eis d
e ala
vanc
agem
finan
ceira
Leva
ntar
cap
ital n
eces
sitado
13
Vola
tilidad
e da
rece
ita1
Impa
cto s
obre
fluxo
de
caixa
44
33
3Au
men
to d
os c
usto
s / re
duçã
o da
mar
gem
(ou r
eduç
ão)
33
34
Risco
de cr
édito
Clien
tes,
cont
rapa
rtes e
forne
cedo
res
11
15
Risco
de m
erca
doPre
ços d
e ele
tricida
de, c
ombu
stívie
s e d
eriv
ativ
os (h
edge
s)1
11
Dem
anda
do
mer
cado
por
ope
raçõ
es su
stent
áveis
.1
13
32
21
Aum
ento
/que
da d
a de
man
da p
elo p
rodu
to/se
rviço
.2
11
11
13
21
Comp
rome
timen
to d
o po
rtfoli
o / s
erviç
o3
11
6Ris
co op
erac
ional
Tecn
ologia
da
Info
rmaç
ão, b
ack o
ffice,
MP,
logis
tica
32
21
21
21
2Re
curso
s hum
anos
(RH)
, des
ign e
cons
truçã
o, me
io am
bien
te3
22
22
21
22
Risco
nas
oper
açõe
s (ge
néric
o)1
33
12
13
7Ris
co po
lítico
8Ris
co de
repu
tação
11
TOTA
L EPS
TEIN
POR E
MPRE
SA25
3612
1719
1842
127
1410
1719
2327
98
Risco
Anglo
Am
erica
nVa
leAL
LFib
riaSu
zano
Klab
inBG
Gr
oup
Petró
leo
Bras
ileiro
S.A
Bras
kem
Diag
nósti
cos
da A
méric
a S.A
.Od
onto
prev
SABE
SPAl
coa
Arce
lor
Mitta
lGE
RDAU
Usim
inas
1Re
gulat
ório
Com
ércio
de
Emiss
ões (
Tradi
ng)
11
12
22
11
12
Taxa
s de
Carb
ono
Acor
dos d
e co
mpr
a de
ene
rgia
(PPA
)M
etas
de
reno
váve
is (EU
e U
SA) e
o p
acot
e en
ergia
-clim
a;3
11
Plano
s nac
ionai
s de
redu
ção
de e
miss
ões n
o ex
terio
r1
Impo
stos e
taxa
s am
bien
tais
Kyot
o2
11
22
21
12
Perío
do p
ós-K
yoto
(nov
os a
cord
os)
11
11
Regu
laçã
o qu
e pr
omov
e ef
iciên
cia e
nerg
ética
/ ene
rgia
reno
v.2
22
22
13
11
21
32
2Ris
cos L
egai
s (ge
néric
o)1
13
11
12
11
12
11
1Us
o de
H2O
e q
uestõ
es sa
nitár
ias
22
23
21
21
12
22
3Ne
cessi
dade
de
inves
timen
to p
ara
mitig
ação
(ex.
Flore
sta)
33
31
2Ba
rreira
s com
ercia
is2
Físico
Even
tos e
xtre
mos
11
11
11
"Ups
tream
fact
ors"
2Re
duçã
o do
regim
e hid
rológ
ico2
11
31
11
2Au
men
to d
a te
mpe
ratu
ra n
o ve
rão
31
Tem
pera
tura
s muit
o ba
ixas
31
Aum
ento
da
tem
pera
tura
glob
al1
13
11
11
Vent
os e
xtre
mos
Ench
ente
s3
1Se
cas
13
11
1In
cênd
ioCh
uvas
torre
ncia
is1
11
1Re
duçã
o do
fluxo
dos
rios
21
2Co
ncen
traçã
o de
CO
2 na
atm
osfe
ra3
23
22
21
22
32
2Pe
rda
de a
tivos
dec
orre
ntes
de
even
tos e
xtre
mos
11
11
1Au
men
to d
a di
ssem
inaçã
o de
doe
nças
31
1Ac
iden
tes
1
99
Risc
oA
nglo
A
mer
ican
Val
eA
LLFi
bria
Suza
noKl
abin
BG
Gro
up
Petró
leo
Bras
ileiro
S.
ABr
aske
mD
iagn
óstic
os
da A
mér
ica
S.A
.O
dont
opre
vSA
BESP
Alc
oaA
rcel
or
Mitt
alG
ERD
AU
Usim
inas
3Ri
sco
finan
ceiro
Con
trole
de
trans
pa
rênc
ia n
os re
lató
rios f
ina
ncei
ros
11
Con
trole
inte
rno
dos
rela
tório
s fin
anc
eiro
s1
1Al
tos n
ívei
s de
ala
va
nca
gem
fina
ncei
raLe
va
nta
r ca
pita
l nec
essit
ad
o1
1Vo
latil
ida
de
da
rece
ita1
41
Imp
act
o so
bre
flux
o d
e ca
ixa
11
41
11
11
3Au
men
to d
os c
usto
s / re
duç
ão
da
ma
rgem
(ou
red
uçã
o)2
13
11
11
11
33
4Ri
sco
de c
rédi
toC
lient
es, c
ontra
pa
rtes e
forn
eced
ores
11
5Ri
sco
de m
erca
doPr
eços
de
elet
ricid
ad
e, c
omb
ustív
ies e
der
iva
tivos
(hed
ges)
11
11
11
Dem
and
a d
o m
erca
do
por
op
era
ções
sust
entá
vei
s.1
11
12
1Au
men
to/q
ued
a d
a d
ema
nda
pel
o p
rod
uto/
serv
iço.
11
11
11
Com
pro
met
imen
to d
o p
ortfo
lio /
serv
iço
11
11
16
Risc
o op
erac
iona
lTe
cnol
ogia
da
Info
rma
ção,
ba
ck o
ffice
, MP,
logi
stic
a
12
11
13
33
2Re
curso
s hum
ano
s (RH
), d
esig
n e
cons
truçã
o, m
eio
am
bie
nte
11
11
2Ri
sco
nas o
per
açõ
es (g
enér
ico)
23
32
12
31
31
7Ri
sco
polít
ico
18
Risc
o de
repu
taçã
o1
11
12
1TO
TAL
EPST
EIN
PO
R EM
PRES
A23
3234
2830
2023
1313
510
3214
2119
18
100
RiscoSouza Cruz
TELEMARTIM
Participações
Telefonica - Telesp
NET VIVO
1 RegulatórioComércio de Emissões (Trading)Taxas de Carbono 1 1Acordos de compra de energia (PPA)Metas de renov áv eis (EU e USA) e o pacote energia-clima;Planos nacionais de redução de emissões no exteriorImpostos e taxas ambientaisKyoto 1 1 1Período pós-Kyoto (nov os acordos) 1 3 1 1Regulação que promov e eficiência energética/ energia renov . 2 2 1 1 1Riscos Legais (genérico) 1 1 1 1Uso de H2O e questões sanitárias 1 1Necessidade de inv estimento para mitigação (ex. Floresta) 2 2Barreiras comerciais
2 FísicoEv entos extremos 1"Upstream factors"
Redução do regime hidrológico 1Aumento da temperatura no v erão 1Temperaturas muito baixasAumento da temperatura global 1 1Ventos extremos 1 1Enchentes 1 1Secas 1IncêndioChuv as torrenciais 1 1Redução do fluxo dos rios 1Concentração de CO2 na atmosfera 2 1 1
Perda de ativ os decorrentes de ev entos extremos 1 1 1 1Aumento da disseminação de doenças 1 1Acidentes 1
3 Risco financeiroControle de transparência nos relatórios financeiros 1Controle interno dos relatórios financeirosAltos nív eis de alav ancagem financeiraLev antar capital necessitado 1Volatilidade da receita 1 1Impacto sobre fluxo de caixa 1 1 1Aumento dos custos / redução da margem (ou redução) 4 1 1 1 1
4 Risco de créditoClientes, contrapartes e fornecedores 4 1
5 Risco de mercadoPreços de eletricidade, combustív ies e deriv ativ os (hedges) 1 1 1 1Demanda do mercado por operações sustentáv eis. 1 1 1 1Aumento/queda da demanda pelo produto/serv iço. 1 1Comprometimento do portfolio / serv iço 1 1 1 1
6 Risco operacionalTecnologia da Informação, back office, MP, logistica 1 2 2 1Recursos humanos (RH), design e construção, meio ambiente 2 2 3Risco nas operações (genérico) 1 1 3
7 Risco político8 Risco de reputação 1 1 1
TOTAL EPSTEIN POR EMPRESA 17 22 28 17 12 11