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Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 1
Manual
Orientação Escolar
e Profissional
Formadora: Andreia Serras
Licenciada em Psicologia da Saúde
Pós – graduada em Gestão de Recursos Humanos
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 2
Índice
Módulo I – Teorias Associadas à Orientação Escolar e Profissional
Introdução 5
Estádios de Desenvolvimento Vocacional de Donald Super 6
Tarefas de Desenvolvimento Vocacional 7
Pressupostos para a Orientação Escolar e Profissional 8
Conceito de Orientação Escolar e Profissional 9
Objectivos da Orientação Escolar e Profissional 10
População – alvo 11
Bibliografia 12
Módulo II – Entrevista no contexto de Orientação Escolar e Profissional
Introdução 13
A Entrevista 13
Bibliografia 19
Módulo III – Tipologia de Holland
Introdução 20
Modelo Hexagonal 21
Tipologia de Holland 28
a) Descrição e Aplicação da Prova 28 b) Obtenção do Código e Análise de Resultados 29
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Funções da Tipologia de Holland 30
Âmbito da Aplicação 30
Cuidados a ter na Interpretação 31
Bibliografia 32
Módulo IV – Avaliação de Aptidões – Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial
Descrição da Prova 33
Prova de Raciocínio Numérico 33
Prova de Raciocínio Verbal 34
Prova de Raciocínio Espacial 35
Prova de Raciocínio Abstracto 36
Prova de Raciocínio Mecânico 36
Contexto de Aplicação 37
Administração da Prova 37
Correcção, Pontuação e Interpretação dos Resultados 38
Vantagens e Limitações 39
Bibliografia 39
Módulo V – Avaliação de Interesses – Inventário de Preferências Profissionais
Introdução 40
Conceito de Interesse 40
Estratégias de Avaliação de Interesses 41
Contextos de Aplicação da Avaliação de Interesses 43
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IPP – Descrição da Prova 44
Normas de Aplicação 48
Cotação e Pontuação 49
Interpretação 50
Vantagens e Limitações 51
Bibliografia 51
Módulo VI – Transmissão de Informação e Aconselhamento
Introdução 52
Relatório de Orientação Escolar e Profissional 52
Cuidados a ter na Comunicação dos Resultados 53
A informação Escolar e Profissional 55
Bibliografia 57
Anexos
Manual de Orientação Escolar e Profissional
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Módulo I:
Teorias associadas à orientação escolar e profissional
Introdução
Deparamo-nos, cada vez mais, com as rápidas transformações
económicosociais. As novas tecnologias desenvolvem-se a um ritmo
extremamente rápido e, com elas, assistimos à evolução de tarefas
vocacionais já existentes e ao aparecimento de outras. Deste modo, as
necessidades actuais, a nível profissional, exigem uma rápida aprendizagem e
eficaz para lidar com estas transformações.
A relação entre a vida das pessoas e o seu trabalho torna-se cada vez
mais estreita. Savikas em 1996 revelou que a "ética pós-moderna do trabalho"
que atravessamos, ou seja, ter uma profissão deixou de ser um simples meio
de subsistência para passar a constituir uma forma de realização pessoal. O
trabalho faz parte do quotidiano do indivíduo. À medida que aumenta a
diversidade do mundo do trabalho, as pessoas sentem crescentemente a
necessidade de descobrir as suas aptidões profissionais e de que modo as
mesmas se adequam às várias oportunidades de escolha vocacional.
A Orientação Escolar e Profissional mostra assim um papel muitíssimo
importante na vida dos jovens e dos adultos, que apelam frequentemente a
estes serviços, no sentido de reexplorarem e redireccionarem a sua careira.
O Profissional de Orientação Escolar e Profissional deverá contribuir
para o desenvolvimento vocacional e pessoal dos orientandos, informando,
avaliando e aconselhando.
A escolha vocacional não se consome num momento pontual como se
pensava à anos atrás, mas aparece hoje como um processo contínuo de
reajustes que acompanha o indivíduo ao longo da sua vida activa.
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O presente trabalho foi realizado à luz da teoria construtivista de
carreira. Assim, a escolha reflecte-se no desenvolvimento do indivíduo e não é
fixo, mas sofre modificações ao longo da vida das pessoas, necessitando por
isso, constantes reajustes e reconstruções. As alternativas dos sujeitos entre
as diferentes vias de ensino e as actividades profissionais daí decorrentes
devem ocorrer com base numa decisão autónoma e fundadas na elaboração
pessoal de variadas informações sobre o próprio sujeito, sobre as actividades
profissionais existentes e respectivas possibilidades no mercado de trabalho.
Estádios de Desenvolvimento Vocacional de Donald Super
Segundo o modelo de construção de carreira de Donald Super, existem
fases e processos que se vão organizando ao longo do tempo, numa
perspectiva interaccionista, sendo importante a exploração do auto-conceito,
seguindo-se os primeiros momentos de decisão.
A construção de carreira, segundo Donald Super, passa pelos seguintes
estádios:
� Estádio de Crescimento (O - 14 anos): formação do autoconceito
através de processos de identificação (fantasia, interesses e
capacidades).
� Estádio de Exploração (15 - 24 anos): clarificação do autoconceito
através das principais tarefas de desenvolvimento: exploração e
cristalização da escolha (14-18 anos), exemplo: quando o jovem se
encontra no 9º ano, especificação da escolha (18-21 anos), exemplo:
quando o jovem está no 12º ano e está confuso acerca da profissão que
deve escolher; e implementação da escolha (21-24 anos), exemplo:
quando o jovem sai da universidade ou da escola e entra no mercado de
trabalho.
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� Estádio de Estabelecimento (25 - 44 anos): estabilização e
consolidação do estatuto profissional através das principais tarefas de
desenvolvimento: estabilização da escolha (25-35 anos) e
consolidação e avanço da escolha (35-44 anos).
� Estádio de Declínio (> 65 anos): desenvolvimento de um conceito de si
como não trabalhador após a reforma.
*a referir que: as idades apresentadas para cada fase não são estanques
Tarefas de Desenvolvimento Vocacional
1) Cristalização (14-18 anos): O indivíduo deve formular um objectivo
vocacional geral através da consciencialização dos recursos,
contingências, interesses e valores e planeamento para a ocupação
preferida;
2) Especificação (28-21 anos): tentativas para aceder a uma preferência
vocacional específica;
3) Implementação (21-24 anos): Conclusão do percurso escolar e entrada
no mundo do trabalho;
4) Estabilização (24-35 anos): Fixação do indivíduo num tipo de trabalho
mostrando que a escolha da carreira foi adequada;
5) Consolidação (mais de 35 anos): Período de estabelecimento numa
carreira com avanço, aquisição de status e reforço da posição adquirida.
*a referir que: as idades apresentadas nas tarefas de desenvolvimento vocacional
também não são estanques
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Pressupostos para a Orientação Escolar e Profissional
A Orientação Escolar e Profissional assenta nos seguintes
pressupostos teóricos:
./ Os jovens necessitam de desenvolver as suas capacidades e os seus
interesses, ao invés de tomar decisões apenas com base nas suas
características já existentes;
./ As pessoas precisam de se preparar para tarefas ocupacionais que se
encontram em constante mutação, e não partir do princípio que a sua
ocupação profissional se manterá inalterável ao longo de toda a vida
activa;
./ Os jovens necessitam de ser incentivados a tomar as suas próprias
decisões, não a que lhes seja feito um diagnóstico através da consulta
de Orientação Escolar e Profissional;
./ O conselheiro vocacional deverá lidar com todos os problemas,
factores e variáveis que ocorrem no trajecto de carreira do orientando, e
não apenas com a selecção escolar e/ou profissional.
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Conceito de Orientação Escolar e Profissional (O. E. P)
Hoje em dia, torna-se mais difícil tomar decisões relativamente ao futuro
profissional, uma vez que os nossos jovens se vêm confrontados diariamente
com a problemática do (des)emprego e sua permanência no local de trabalho
ao longo da vida activa.
A Orientação Escolar e profissional, surge no sentido de constituir um
processo de tomada de decisão de carreira orientada por um profissional
especializado. O profissional terá como missão auxiliar o jovem a executar o
seu planeamento de carreira, a aumentar o seu auto-conhecimento, a definir
valores e interesses, a analisar as suas capacidades e a explorar as diversas
possibilidades escolares e profissionais, de modo a tomar uma decisão
vocacional consciente e o mais informada possível.
A intervenção de carreira poderá, então, ser definida como um processo,
no qual se realizam actividades para promover as aptidões do sujeito, com o
intuito de facilitar as suas decisões de carreira. Neste sentido, a Orientação
Escolar e Profissional surge como uma dimensão alargada que compreende
uma vasta diversidade de modalidades, desde a intervenção em grupo
(pequenos grupos de seis a doze pessoas) à intervenção individual (consulta
psicológica individual de três a seis sessões) ou também, à implementação de
programas auto-administrados.
A função básica do conselheiro vocacional é orientar o futuro de carreira
do jovem/adulto. Esse futuro assenta no presente da vida do indivíduo com
todas as suas características. Partimos, de aspectos subjectivos para
construir/planear o futuro, sendo o ponto de partida a análise da personalidade,
dos valores pessoais, capacidades e interesses. Estes factores não são,
contudo, imutáveis, mas variam ao longo do tempo, consoante as experiências
de vida e as informações a que vamos tendo acesso ao longo do nosso
desenvolvimento enquanto pessoas, logo, a Orientação Escolar e Profissional
constitui um método, através do qual são fornecidas indicações/orientações,
por um psicólogo, acerca dos projectos de carreira possíveis, tendo em conta
os aspectos referidos, a partir dos quais o jovem terá que tomar a sua própria
decisão pessoal, podendo fazer reajustes ao longo da sua vida activa.
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Tendo em conta o facto de que o objecto de trabalho da Orientação
Escolar e Profissional a construção do futuro de carreira, é essencial ter
consciência que lidamos sempre com uma margem de erro, não é possível
prever o futuro com uma totalidade de segurança. No entanto, para reduzir ao
máximo o grau de erro, o conselheiro vocacional deverá proporcionar ao
orientando a possibilidade de elaborar as suas representações de futuro, na
medida em que, "uma decisão de carreira é uma dramatização do curso de
vida no trabalho" (Cochran, 1997).
Projectar o futuro está directamente ligado à construção de significado
para o indivíduo, dependendo das suas motivações, valores, interesses e
conhecimentos prévios. Esse futuro, para ser significativo, deverá conter
qualidades pessoais e ir ao encontro das aspirações e valores de cada um.
Objectivos da O.E.P O objectivo geral da O.E.P será facilitar a escolha escolar e profissional
do jovem/adulto:
� Promover a aprendizagem de competências, interesses, crenças,
valores, hábitos de trabalho e características pessoais;
� Promover a flexibilidade de escolha ocupacional;
� Ajudar o jovem/adulto a definir projectos de carreira satisfatórios;
� Mostrar que esta definição está sujeita a constantes mudanças;
� Ajudar o jovem/adulto a aumentar a probabilidade de sucesso no seu
futuro profissional;
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� Proporcionar um maior conhecimento do mundo do trabalho e da sua
complexidade;
� Dotar jovens e adultos de uma maior capacidade para tomar decisões de
um modo informado e consciente;
� Promover a capacidade dos jovens para conhecerem e poderem lidar
eficazmente com o sistema educativo e profissional.
População – Alvo
O final do 9° ano e do 12° ano constituem etapas cruciais relativamente
à escolha do futuro profissional dos jovens, pois estes terão que optar entre
prosseguir os estudos ou inserirem-se no “mundo” do trabalho. Para que a sua escolha seja a mais adequada ao seu perfil e aos seus
interesses, deverão ser informados acerca das várias alternativas existentes.
Para isso poderão recorrer aos serviços de O.E.P. logo desde o início dos
referidos anos de escolaridade. Porém, não existe uma idade limite nem um
ano escolar obrigatório para aceder a um processo de Orientação Vocacional,
devendo-se recorrer aos serviços de O.E.P. sempre que:
� Se sinta confuso relativamente ao futuro profissional e/ou escolar;
� Deseje obter informações acerca das várias alternativas profissionais e
escolares existentes.
� Deseje mudar de curso ou de profissão.
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Bibliografia
- Cochran, L. (1997). Career Counseling. A Narrative approach. Thousand
Oaks, CA: SAGE. Adaptação e tradução de partes da obra por Maria São João
Brêda, Coimbra, Maio de 2000.
- Cole, E., Siegel, J. A. (1990). Effective Consultation in School Psychology.
Toronto: Hogrefe & Huber (cap. 1).
- Harmon, L.W. (1996). A moving target. The widening gap between theory and
practice. In M.L. Savickas & W.B. Walsh (Eds.), Handbook of Career
CounselingTheory and Practice. PaIo Alto, CA: Davies-Black Publishing (pp.
3744).
- Herr, E.L. & Cramer, S.H. (1992). Career Guidance and Counseling Through
the Life Span. Systematic Approaches (4a ed.) New York. Harper Collins (pp.
112-121).
- Krumboltz, J.D. (1996). A learning theory of career counseling. In M.L.
Savickas & W.B. Walsh (Eds.), Handbook ofCareer Counseling Theory and
practice. PaIo Alto, CA: Davies-Black Publishing (pp. 55-80)
- Spokane, A. (1991). Career Intervention. Prentice Hall: Englewood Cliffs, New
Jersey (pp. 17-22).
- Super, D. (1980). A life-span, life-space approach to career development, New
York : Academic Press. (pp.282-298).
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Modulo II
Entrevista no contexto de Orientação Escolar e Profissional
Introdução
A entrevista, em O.E.P surge como o meio mais comum para o
orientador adquirir informações acerca da história de vida do jovem/adulto e
para identificar o problema de indecisão de carreira, constituindo a base para a
construção de um plano de acção com vista ao desenvolvimento das
capacidades para tomar decisões.
A Entrevista
O processo de O.E.P. começa com uma entrevista junto do jovem e dos
seus pais. O objectivo principal da entrevista de Orientação é demarcar o
problema de indecisão de carreira do indivíduo e conhecer a sua história de
vida.
O orientador deverá recolher o máximo de informação possível nesta
primeira fase, escutando e observando atentamente o orientando e a sua
família, caso esta compareça na consulta.
A entrevista, em Orientação Escolar e Profissional, passa por várias
etapas. A primeira consiste na recolha de dados, na identificação do sujeito,
na aferição do motivo da consulta de O.E.P., na recolha dos dados da sua
família e de informações relativas ao seu percurso escolar e expectativas de
futuro. A segunda etapa constitui a exploração do auto-conceito e, finalmente,
surge a etapa da identificação de valores. Estas duas últimas etapas
efectuam-se através dos chamados auxiliares da entrevista.
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Na primeira parte da Entrevista, começa-se pela recolha dos
seguintes dados:
Identificação do Sujeito: Nome, idade, data de nascimento, nome do
pai, nome da mãe, morada, telefone, ano de escolaridade, escola/ faculdade/
profissão, motivação que conduziu à consulta de·O.E.P. (problema de decisão
de carreira)
Em seguida recolhem-se dados da sua Família, nomeadamente:
(a) Dados acerca dos pais e irmãos: idade, habilitações literárias,
profissão, local de trabalho, opinião do sujeito acerca das profissões
dos pais e do(s) irmão(aos).
b) Saúde do sujeito
(c) Condições do local de estudo (local, horário)
Posteriormente recolhem-se dados sobre o Percurso Escolar,
nomeadamente: o número de reprovações e condições que conduziram às
mesmas; as disciplinas em que teve melhores notas; as disciplinas em que
teve piores notas, e também as disciplinas preferidas.
Por último, recolhe-se ainda informação acerca das actividades dos
tempos livres, das profissões idealizadas, das expectativas pessoais para a
vida futura, das expectativas familiares em relação ao sujeito, e por fim fazem-
se as observações finais.
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Após a recolha destes dados, procede-se para a segunda parte da
Entrevista que consiste na análise do auto-conceito.
O Técnico de Orientação Vocacional tem como principal objectivo
proporcionar ao orientando o desenvolvimento do seu auto-conceito, porque
para tomarmos decisões, é necessário possuirmos uma perfeita consciência
dos nossos defeitos e qualidades, preferências, aspirações, possibilidades e
limitações.
Vários psicólogos, tais como Alport, Brookove, Baken Lunn e Lipsitt,
concluíram que um indivíduo não possuiu apenas uma personalidade pura e
imutável, mas, todos nós apresentamos vários tipos de personalidade, com a
predominância de traços característicos de cada uma delas (Holland, J). Assim,
faz todo o sentido o facto de não existir uma única actividade profissional
adequada a uma pessoa, mas, apesar de uma ou outra carreira ser a mais
satisfatória, isso não significa que não hajam outras que também venham a
realizar essa pessoa profissionalmente atendendo aos diferentes traços de
personalidade que possui.
Um auto-conhecimento profundo possibilita a escolha e a possibilidade
de mudança: Neste sentido, um processo de Orientação Escolar e Vocacional
deve começar por ajudar o indivíduo a desenvolver esse mesmo auto-conceito,
isto é possível através de vários questionários e actividades autobiográficas,
nos quais o orientando possa reflectir acerca do modo como se vê a si próprio,
como pensa que os outros o vêm (pais, irmãos, colegas, amigos, professores)
e as suas projecções de futuro.
Os auxiliares da entrevista que permitem uma maior exploração do
auto-conceito são: Questionários projectivos e semiprojectivos; Questionários
relativos ao modo de aprender; e, Actividades autobiográficas (ex: A linha da
vida).
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Para finalizar a Entrevista é imprescindível, passar pela etapa de
identificação de Valores. Esta etapa consiste na identificação dos valores
pessoais e profissionais do(s) orientando(s), na medida em que aqueles,
estando directamente ligados ao auto-conceito, vão influenciar profundamente
a escolha vocacional. Os auxiliares da entrevista para a identificação de
valores poderão ser desde simples questionários a testes de valores
profissionais.
A última etapa da Entrevista consiste na Análise dos dados recolhidos
na entrevista. Nesta etapa o profissional de Orientação Vocacional deve fazer
um registo não só das informações fornecidos pelas pessoas presentes na
entrevista, mas também dos comportamentos observados, com o máximo de
rigor.
Neste sentido, o profissional de O.E.P deverá ter recolhido os seguintes
dados:
Pedido Formulado:
- Quem fez o pedido;
- Quando é que o pedido foi feito;
- Objectivos do pedido (explícito e implícito);
- Comentários pessoais sugeridos pelo pedido e a forma de responder
Família
- Com quem vive o consulente;
- Profissão/formação e actividade do pai e da mãe;
- Fratria;
- Tipos de relação no seio da família;
- Problemas actuais ou anteriores;
- Impressão geral do orientador.
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Escolaridade
- Evolução escolar anterior detalhada,
- Situação actual,
- Atitudes face à escola,
- Vida social e afectiva,
- Relações com professores,
- Interesses escolares relativamente às disciplinas,
- Resultados escolares em todas as disciplinas,
- Facilidades ou dificuldades assinaladas,
- Interesses para o prosseguimento da escolaridade.
.Aspecto físico/saúde
- Constituição geral,
- Dificuldades assinaladas (doenças, acidentes, ... )
- Audição,
- Visão;
.Tempos livres
- Leituras,
- Bricolages,
- Desportos,
- Interesses culturais,
- Música,
- Experiência e vida de grupo;
.
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Gostos, interesses e rejeições escolares e profissionais
- Desejos expressos,
- Rejeições expressas,
- Profissões de sonho,
- Experiências já realizadas ou a decorrer,
- Expectativas dos próximos,
- Reacções às diversas sugestões,
- Concordância entre interesses expressos e inventariados.
Observações finais na entrevista - Apresentação,
- Linguagem,
- Atitudes (activo, passivo, colaborante),
- Contacto,
- Observações particulares
Outras Informações
- Informações conhecidas ou comunicadas por terceiros,
- Problemas particulares,
- Outros contactos com psicólogos.
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Bibliografia
- Brêda. M. S. (2000), Documento de trabalho sobre aconselhamento de
carreira narrativo adaptação e tradução de partes da obra de Cochran, L.
(1997). Career Counseling. A Narrative Approach. Thousand Oaks, CA: SAGE.
Coimbra.
- Casanova, et al. Sabatina Guia de Formação Escolar: Guia de Estudos. Beta -
Projectos Editoriais Lda. Lisboa, 1997.
- Do Sonho ao Projecto. Desenvolvimento de Competências de Decisão de Carreira para
Alunos do 9° ano de Escolaridade (1999). Núcleo de Orientação Escolar e
Profissional da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra.
- Técnicas de Avaliação Psicológica em Orientação, 1999, Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Utilização de Informações Amnésicas na Consulta de Orientação
Vocacional. Coimbra.
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Módulo III
Tipologia de Holland
Introdução
A teoria de Holland, tem sido considerada como uma Teoria da
Personalidade, porque este considera que a personalidade manifesta-se
através da escolha vocacional, e Estrutural – Interaccionista, uma vez que
evidencia uma relação entre diferentes tipos de personalidade e determinadas
ocupações profissionais.
Assim, Holland classificou a personalidade em seis tipos: Intelectual,
Artístico, Social, Empreendedor, Convencional e Realístico. Segundo o autor,
os sujeitos de um determinado grupo possuem traços de personalidade
comuns entre si, e o grau de satisfação, a estabilidade e a realização
profissional dependem da ligação entre as características pessoais e as
condições do ambiente de trabalho.
Na sua investigação Holland concluiu que: as pessoas podem ser
caracterizadas pela sua semelhança com ou mais tipos de personalidade; o
ambiente, no qual vive a pessoa, pode caracterizar-se por meio de um ou mais
modelos de ambiente; e, a conjugação das características individuais da
pessoa com o ambiente em que está inserido conduz a resultados possíveis de
previsão e compreensão através do conhecimento dos vários tipos de
personalidade e modelos ambientais.
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Modelo Hexagonal
Holland desenvolveu o Modelo Hexagonal de decisão de carreira, que
assenta em quatro princípios básicos:
(1) Na cultura ocidental a maior parte dos indivíduos classificam-se
em seis tipos básicos da personalidade:
- Realista
- Intelectual
- Artístico
- Social
- Empreendedor
- Convencional
Cada um destes tipos representa um modelo. É relativamente à herança
genética de cada um e das próprias aprendizagens proporcionadas pelo meio
familiar, social e cultural que se desenvolvem as preferências por certas
actividades por oposição a outras, ou seja, de acordo com este modelo, cada
pessoa selecciona e processa a informação de maneira diferente e tenta
encontrar ou evitar determinados ambiente e tarefas.
(2) Existem, ainda seis tipos de ambientes (Realista, Intelectual,
Social, Artístico, Empreendedor e Convencional) e cada ambiente é
influenciado por um determinado tipo de personalidade, assim as pessoas que
se inserem num determinado tipo de ambiente desenvolvem à sua volta, uma
atmosfera especifica procurada pelos indivíduos que possuem um tipo de
personalidade semelhante (ver quadro 1). Procuramos estar com pessoas com
as quais nos identificamos ao nível de interesses e atitudes num ambiente que
nos faça sentir confortáveis e onde nos possamos assumir de acordo com as
nossas características pessoais.
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(3) Cada sujeito procura ambientes que lhe permitam pôr em prática as suas
capacidades, expressar as suas atitudes e assumir estatutos e papeis que vão
de encontro aos seus interesses pessoais e profissionais. As pessoas
procuram ambientes compatíveis com o seu tipo de personalidade.
(4) O comportamento é determinado pela interacção entre a pessoa e o
ambiente. Ao tomar conhecimento do tipo de personalidade de uma pessoa e
do ambiente, no qual está inserido, é possível fazer um prognostico
relativamente aos resultados dessa interacção, assim poderemos prever uma
escolha vocacional.
De acordo com este modelo, as pessoas são capazes de relacionar as
suas características pessoais com as características ocupacionais, diminuindo
assim as probabilidades de proceder a uma escolha vocacional feita ao acaso,
e consequentemente, diminuindo a ineficácia da mesma (Hood e Ferreira,
1993). (ver quadro 1.
Quadro 1
Tipos de Personalidade Tipos de Ambiente
REALISTA
Prefere actividades objectivas, praticas, físicas,
ordenadas ou com a manipulação sistemática de
objectos, ferramentas, maquinas ou animais e uma
aversão por actividades educacionais e terapêuticas.
Percepciona-se muitas vezes, como possuindo
aptidões mecânicas e capacidades atléticas e com
falta de competências interpessoais. A pessoa
realista tem sido descrita como sincera, materialista,
persistente, pratica e com opiniões firmes.
O meio Realista é caracterizado por exigências de
tarefas concretas, específicas e explícitas, de
natureza física ou mecânica. Habitualmente, envolve
manipulação de objectos, instrumentos, máquina ou
animais. De um modo geral, as tarefas comportam
uma resposta comportamental imediata. Neste meio,
não há grandes exigências de relacionamento
interpessoal. Alguns exemplos de profissionais que
compõem este tipo de ambiente são: agricultores,
engenheiros civis, mecânicos e carpinteiros.
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INTELECTUAL
Prefere actividades intelectuais e académicas.
Utiliza competências intelectuais para compreender
os fenómenos físicos, biológicos e culturais. Pode
ter baixa capacidade de liderança. É descrito muitas
vezes, como analítico, curioso, independente,
intelectual, racional e reservado.
No meio intelectual, as tarefas requerem respostas
pensadas, envolvendo a utilização de capacidades
abstractas e criativas. Este ambiente estimula a
competência científica, o rendimento e a resolução
de problemas através da utilização de capacidades
intelectuais, premiando as pessoas que apresentam
valores científicos. Entre alguns exemplos de
profissionais típicos encontram-se físicos, biólogos,
antropólogos e os engenheiros informáticos e de
investigação.
ARTISTICO
Prefere actividades ambíguas e não sistematizadas.
Apresenta uma apetência especial por actividades
musicais, artísticas, literárias e dramáticas que
fazem apelo a criatividade. Frequentemente, mostra
falta de competências mecânicas ou de
secretariado. São, muitas vezes, descritos como
complicados, expressivos, imaginativos, impulsivos,
independentes, introspectivos e não-conformistas.
O meio Artístico é caracterizado por tarefas que
requerem, geralmente, o uso de actividades não-
sistemáticas, de um modo criativo e interpretativo,
para criar formas ou produtos de arte. Alguns
exemplos de profissionais neste ambiente são: os
artistas plásticos, os músicos, escritores,
decoradores de interiores, actores, etc.
SOCIAL
Prefere actividades relacionadas com o ensino, com
a ajuda terapêutica ou com a prestação de
informação a outras pessoas. Geralmente
apresentam capacidades verbais muito
desenvolvidas, mas fracas aptidões matemáticas. É
descrito como cooperante, empático, sociável,
paciente e preocupado com o bem-estar das outras
pessoas.
O meio Social requer tanto a capacidade
interpretativa como a de modificar o comportamento
humano e um interesse especial pelo
desenvolvimento dos outros. Estimula nos seus
membros o desenvolvimento de competências
sociais e de uma visão flexível do mundo reforçando
as pessoas que se exprimem através de valores
sociais. Envolve a capacidade de obter cooperação
por parte dos outros, e muitas vezes, requer o
estabelecimento de relações interpessoais frequentes
e prolongadas. Alguns exemplos de profissionais são:
os psicólogos, professores e monitores de grupos
recreativos.
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EMPREENDEDOR
Prefere actividades que implicam persuadir, liderar
ou manipular pessoas para atingir fins
organizacionais ou ganhos económicos. É muitas
vezes, descrito como aventureiro, dominador,
extrovertido, auto-confiante, impulsivo, energético,
sociável e exibicionista.
O meio Empreendedor é caracterizado por tarefas
que exigem aptidões verbais para dirigir, persuadir ou
manipular pessoas para alcançar objectivos
organizacionais ou pessoais. As profissões são
empresários, os directores administrativos, políticos e
os negociantes.
CONVENCIONAL
Prefere actividades que envolvam a sistematização
e a manipulação de dados ou actividades
relacionadas com o computador. Possui, muitas
vezes, aptidões matemáticas ou de secretariado e
tem uma fraca capacidade artística. São descritas
como conscienciosos, obedientes, práticos,
eficientes, persistentes, controlados e
conservadores.
O meio Convencional é caracterizado pelo
predomínio de tarefas que exigem respostas
concretas, sistemáticas e rotineiras de dados
matemáticos ou verbais. As profissões incluem os
bancários, carteiros, analistas financeiros e
contabilistas.
No seu modelo hexagonal, Holland definiu seis tipos diferentes de
personalidade (RIASEC). Estes tipos foram classificados pelo autor de maneira
correlacional, assim os diferentes tipos de personalidade correlacionam-se de
modo diferente entre si, existindo personalidades com características mais
compatíveis do que outras. Por exemplo, um sujeito que apresente
características de personalidade dos tipos Intelectual, Social e Convencional
(ISC), será possuidor de uma personalidade pouco consistente e mais
problemática do que um individuo que apresente características dos tipos
Realista, Convencional e Empreendedor, uma vez que este insere-se nos perfis
mais próximos no esquema hexagonal.
Conclui-se que cada sujeito reúne três tipos principais de características
da personalidade. Quanto mais próximos esses tipos estiverem, mais
consistentes serão a personalidade do sujeito. (ver fig. 1)
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R I
C A
E S
Figura 1
O esquema RIASEC mostra diferentes combinações tendo em atenção a
pessoa avaliada. As combinações dos diferentes tipos dão-nos algumas
indicações acerca da personalidade da pessoa. Holland mostrou que as
características principais relacionadas com diferentes associações de tipos de
personalidade.
CRI – tipo puro de introversão (R+I – associação característica em
pessoas que possuem baixas capacidades de relacionamento).
ESA – tipo puro de extroversão (E+S – associação típica em pessoas
com grandes capacidades de relacionamento interpessoal).
A partir do modelo hexagonal, constata-se que as semelhanças
psicológicas entre os diversos tipos de personalidade são proporcionais às
distancias entre os mesmos, ou seja, quanto menor for a distancia entre dois
tipos, maior será a correlação ou semelhança psicológica entre eles. Exemplo,
os tipos Convencional e Realista relacionam-se entre si em muito maior grau
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que os tipos Social e Artístico. Assim, o hexágono indica a semelhança entre
os ambientes profissionais.
Este modelo permite determinar com qual dos seis tipos de
personalidade, a pessoa mais se assemelha, analisando as suas atitudes.
Poderão, também ser identificados outros dois tipos que apresentem
características semelhantes a essa mesma pessoa. Assim, pode-se definir que
cada indivíduo possui um tipo primário e dois secundários de personalidade
expresso através de um código. Esse código obtêm-se através da combinação
de três letras presentes no hexágono, correspondendo cada uma delas, à
primeira letra dos seis tipos. Deste modo, uma pessoa pode ser identificada
com o código C-R-I, que indica que essa pessoa é em primeiro lugar,
semelhante ao tipo Convencional, em segundo lugar com o tipo Realista e, em
terceiro lugar com o tipo Intelectual.
Holland catalogou 12800 ocupações vocacionais distribuídas por
códigos de três letras, referindo que uma pessoa se sentirá mais confortável e
satisfeita num ambiente compatível e menos à vontade noutros ambientes
onde dominem os tipos de personalidade diferentes. Assim, quanto mais uma
pessoa se parecer com um tipo, mais probabilidade tem de manifestar os
traços de personalidade e os comportamentos característicos desse tipo.
A identificação de pessoas em ambientes provoca resultados que podem
ser compreendidos e prognosticados, os quais incluem a escolha vocacional, o
sucesso vocacional e o rendimento escolar.
Holland solicita que à medida que as pessoas vão explorando as suas
oportunidades profissionais, utilizam certos conceitos acerca de si próprias,
assim com estereótipos relativos às profissões (ver quadro 2) para orientar a
sua pesquisa. Deste modo, as respostas aos itens dos inventários de
interesses reflectem, a personalidade básica dos indivíduos, tal como eles a
percepcionam.
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Capacidade Lógica Página 27
Quadro 2
Tipos de
Personalidade
Auto-descrição Estereótipos
Realista Reservados, sossegados, teimosos, modestos e com pouco auto-conhecimento
Dogmáticos e com uma visão muito mecânica do mundo.
Intelectual Escolásticos, analíticos e com interesses enciclopédicos.
Académicos, de mentalidade aberta. A adolescência como uma única fase de vida. Lógicos, mas também inseguros e com poucas capacidades praticas.
Artístico Despreocupados, criativos, complicados, independentes, expressivos e tensos.
Não conformistas, originais, expressivos, femininos, auto-expressivos.
Social Capazes, entusiastas, persuasivos, sociáveis, afáveis, populares, alegres, empreendedores, bons chefes.
Capazes de persuadir, pacientes, bons amigos.
Empreendedor Gostam de aventura, extrovertidos, energéticos, entusiastas, aventureiros.
Ambiciosos, agressivos, dominantes, procuram o poder.
Convencional Contentes, alegres, satisfeitos, não artísticos, convencionais, estáveis, dignos de confiança.
Matemáticos, metódicos, “patetas”
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Tipologia de Holland
a)Descrição e aplicação da prova
O modelo hexagonal de Holland é uma prova de aplicação rápida, entre
10 a 15 minutos, pode ser realizada individualmente ou em grupo. Apresenta-
se ao indivíduo uma folha de papel, na qual consta um hexágono. Em cada
canto do mesmo está a descrição de um grupo de pessoas com características
semelhantes entre si, e cada grupo está associado a uma letra. A descrição
dos grupos de pessoas consiste na descrição dos seis tipos de personalidade
(Realista, Intelectual, Convencional, Social, Artístico e Empreendedor)
definidos por Holland. Posteriormente, pede-se ao sujeito que escolha, em
primeiro lugar, um destes grupos de pessoas, e coloque a letra correspondente
no rectângulo da situação 1 que aparece na folha de papel, dando-lhe as
instruções:
“Encontra-se aqui uma perspectiva aérea de uma sala onde está a
decorrer uma festa. Nesta festa, as pessoas com interesses semelhantes
juntaram-se por alguma razão, no mesmo canto da sala – tal como se encontra
a seguir descrito”
“Depois de leres a descrição dos seis grupos de pessoas apresentadas,
qual é o canto que mais espontaneamente te atrairia por abarcar um grupo de
pessoas com quem mais gostarias de passar a maior parte do tempo? Não
penses em qualquer tipo de embaraço ou necessidade de falar com eles.
Escreve a letra desse canto no quadrado”.
Quando terminada esta primeira fase informa-se o sujeito que:
“Passados 15 minutos, todas as pessoas do canto que escolheste foram
para outra festa, deixando-te sozinho. Qual dos grupos que ainda restam te
atrairia mais, como sendo pessoas com quem gostarias de passar a maior
parte do tempo? Escreve a letra desse canto no quadrado”.
Terminada esta fase, repete-se a instrução anterior e pede-se ao
indivíduo que escolha um terceiro e ultimo grupo.
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b) Obtenção do código e análise dos resultados
Depois de finalizada a prova, obtém-se um código de personalidade do
indivíduo.
Assim, terá de converter-se as letras do hexágono escolhidas pela
pessoa nas letras correspondentes às iniciais dos tipos de personalidade de
Holland:
A – R de Realista
F – I de Intelectual
E –A de Artístico
D – S de Social
C – E de Empreendedor
B – C de Convencional
Posteriormente, forma-se o código correspondente de três letras, por
exemplo: R-I-A, correspondendo a primeira letra escolhida ao tipo primário de
personalidade e as outras duas ao tipos secundários. Desta forma, se o
orientando tivesse escolhido, em primeiro lugar, o grupo de pessoas do
hexágono com a letra F, em segundo lugar, o grupo com a letra E e em terceiro
lugar o grupo com a letra D, ser-lhe-ia atribuído o código I-A-S. Esta pessoa
teria como características de personalidade os tipos Artístico e Social.
Posteriormente far-se-ia uma comparação entre estes resultados e as aptidões
do sujeito e os seus interesses.
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Funções da Tipologia de Holland
À semelhança de outros inventários de personalidade, a Tipologia de
Holland tem vindo a desempenhar um papel importantíssimo na consulta de
Orientação Escolar e Profissional, distinguindo as suas principais funções:
� Proporcionar um melhor auto-conhecimento;
� Promover a identificação de papeis preferidos na sociedade e a nível
profissional;
� Determinar fontes de satisfação e insatisfação de carreira.
Âmbito de aplicação
Nem sempre é indispensável utilizar inventários específicos de
personalidade como a tipologia de Holland em O.E.P, sendo possível orientar a
escolha através de outros meios, ou seja, através de desempenhos, interesses,
capacidades e valores, pois segundo a teoria deste autor, a personalidade
manifesta-se através de atitudes, comportamentos, valores e interesses.
Assim, um processo de O.E.P beneficia muito da aplicação desta prova sempre
que:
• Há necessidade de obter um racional teórico para as diferenças entre
grupos profissionais e devemos verificar empiricamente as diferenças;
• Em cada grupo profissional devemos analisar o tipo modal de
personalidade;
• Ter em conta a avaliação das outras aptidões.
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Cuidados a ter na Interpretação
A interpretação dos resultados desta prova, à semelhança do que
acontece com outros inventários de personalidade deve ser efectuada, tendo
em conta alguns cuidados de grande relevância, como:
� O conselheiro deve ter em conta mais do que um instrumento para tirar
as suas conclusões;
� Pode haver inconsistências, sendo necessário confrontar o indivíduo
com essas inconsistências;
� As conclusões obtidas poderão gerir conflitos para o cliente, que
deverão ser esclarecidas.
Pode-se concluir que as capacidades e interesses têm-se mostrado de
maior importância para a previsão de carreira do que a personalidade.
Contudo, alguns estudos contrariam esta tendência, conduzindo à conclusão
de que existem, em algumas pessoas, aspectos de grande relevância para a
profissão, porque há uma dominância de determinadas características da
personalidade em determinados grupos ocupacionais. No entanto, podem
haver diferenças no mesmo grupo ocupacional ao nível do grau de sucesso,
consoante as características de varias pessoas.
Assim, as diferenças de personalidade têm um peso relativo no seu valor
preditivo de carreira. A personalidade não é unívoca e total mas tem o seu
peso considerável na decisão vocacional. A partir das características pessoais,
podemos prever as dificuldades que a pessoa poderá vir ater em determinada
escolha.
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Bibliografia:
� Holland, J.L. The Psychology of Vocational Choice. Waltham Mass.
Blaisdell Publishing Co. 1966.
� Hood, A. B., Ferreira, A.G.A. 1993, Revista Portuguesa de Pedagogia,
nº3, Escolha Vocacional de John Holland (pp.457-470).
� N.O.E.P (Núcleo de Orientação Escolar e Vocacional). Tipologia de
Holland. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da
Universidade de Coimbra.
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Módulo IV
Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial
Descrição da Prova
A Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial (B.P.R.D) foi desenvolvida
pelo Prof. Doutor Leandro Almeida e validada para a população portuguesa.
A B.P.R.D é constituída por cinco provas: Raciocínio Numérico (Prova
NR), Raciocínio Verbal (Prova VR), Raciocínio Espacial (Prova SR), Raciocínio
Abstracto (Prova AR) e Raciocínio Mecânico (Prova MR). Como o próprio nome
da bateria indica trata-se de provas em que se avalia o raciocínio, operação
mental inerente às cinco provas, e cuja respectiva especificidade passa pelo
conteúdo diferente usado na formulação dos seus itens.
A população-alvo é os jovens alunos que frequentam a escola do 7º ao
12º ano.
Prova de Raciocínio Numérico
Descrição - A prova NR é constituída por 30 itens onde são
apresentadas séries numéricas. A tarefa do sujeito consiste em continuar ou
completar as séries apresentadas. Trata-se de sequências lineares ou
alteradas de números em cada item. A resposta do sujeito consiste em calcular
e escrever os dois números em falta.
A resolução desta prova implica efectuar cálculos aritméticos deverá ser
permitido aos sujeitos a utilização de papel de rascunho. A realização dos
cálculos em rascunhos diminui a possibilidade de erros nos exercícios em
consequência de dificuldades de cálculo.
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Indicação – O conteúdo desta prova permite avaliar a aptidão para lidar
com números, efectuar pequenos cálculos e sobretudo, inferir e aplicar
relações entre números. Nem sempre é fácil obter a colaboração dos sujeitos
na sua realização, mantendo um bom nível de empenho no decorrer dos 17
minutos da prova. Refere-se que se trata de uma prova que exige dos sujeitos
um bom raciocínio analítico e uma boa capacidade de concentração e
perseveração no seu desempenho cognitivo.
Prova de Raciocínio Verbal
Descrição – A Prova VR é constituída por 40 itens onde são
apresentadas analogias verbais a completar pelo sujeito. O sujeito terá de
descobrir a relação entre os dois termos do primeiro par da analogia, para de
seguida, a aplicar ao complemento do segundo par. A resposta do sujeito
consiste em assinalar, de entre cinco alternativas de respostas facultadas,
aquela que na sua opinião melhor completa a analogia. Os itens utilizam
relações semânticas entre palavras, por exemplo, relações de pertença,
sinonímia, oposição, causa-efeito, parte-todo.
Indicação – Trata-se de uma prova que concilia quer o conhecimento
vocabular do sujeito quer a sua capacidade de estabelecer relações entre
elementos. Face ao exposto, esta prova parece particularmente indicada para
indivíduos cujas funções estejam predominantemente centradas em tarefas
administrativas ou de gestão, e ainda, para aqueles em que as capacidades de
compreensão e de expressão verbal sejam importantes. Assim, os sujeitos
mostram-se muito interessados ao longo da realização desta prova.
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Prova de Raciocínio Espacial
Descrição – A Prova SR é constituída por 30 itens onde são
apresentadas séries de cubos em movimento. Partindo da posição relativa que
as seis faces do cubo vão tomando na primeira parte do item, o sujeito vai
descobrir o movimento linear ou alternado que o cubo está a efectuar. A
resposta do sujeito consiste em assinalar, de entre cinco alternativas de
respostas facultadas, o cubo corresponde à posição que completa ou continua
o movimento indicado em cada exercício.
Indicação – Esta prova parece avaliar duas componentes
frequentemente associadas ao factor espacial: a capacidade de
reconhecimento ou de visualização de elementos figurativos e a capacidade de
rotação ou de acompanhar os movimentos das figuras no espaço bidimensional
ou tridimensional. O desempenho desta prova implica a capacidade do sujeito
para percepcionar formas e o movimento dessas formas no espaço. Um bom
desempenho nesta prova traduz uma boa capacidade de reflexão,
concentração e também de resistência à fadiga. Estas capacidades perecem
importantes para sujeitos afectos a áreas técnicas, mecânicas, artísticas e
outras que façam apelo à percepção de formas e elementos de figuras, bem
como aos respectivos enquadramentos ou relações num determinado espaço.
Esta prova apresenta-se muito difícil para alguns sujeitos.
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Prova de Raciocínio Abstracto
Descrição – A prova AR é constituída por 35 itens onde são
apresentadas analogias figurativas a completar pelo sujeito. Em cada item é
necessário apreender a relação entre os dois primeiros elementos e descobrir
uma quarta figura que venha a repetir essa relação inferida com o terceiro
elemento indicado. A resposta do sujeito consiste em assinalar, de entre cinco
alternativas de respostas facultadas, aquela que considere mais correcta para
completar as relações de analogias.
Indicação - Esta prova aproxima-se dos testes mais clássicos de
avaliação do factor g (inteligência geral) de que é exemplo o Teste Matrizes
Progressivas Coloridas de Raven. O conteúdo abstracto dos itens permite
diminuir, embora sem eliminar completamente, a influência das variáveis
culturais no desempenho cognitivo. Assim, parece ser uma boa prova para
avaliar a capacidade de raciocínio dos sujeitos independentemente, melhor dito
com uma menor influencia, dos factores culturais (aspecto que poderá merecer
alguma atenção na avaliação de indivíduos com baixa escolarização).
Prova de Raciocínio Mecânico
Descrição – A Prova MR é constituída por 40 itens onde são
apresentadas situações de índole prática, perceptiva e fisico-mecânica. Cada
item é um problema, apresentado por um texto pequeno e uma imagem
ilustrativa da situação, cabendo ao sujeito a sua analise e indicação da
alternativa de resposta correcta. Não existe um padrão único de problemas
nesta prova como acontece nas anteriores. A resposta do sujeito consiste em
assinalar, de entre quatro alternativas de respostas facultadas, aquela que
considera mais correcta para o problema apresentado.
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Indicação - O conteúdo desta prova implica, para que seja atingindo um
bom nível, conhecimentos básicos da física e de mecânica. Esses
conhecimentos podem decorrer ou não das aprendizagens escolares. Junto de
adultos pouco escolarizados verificou-se que, comparativamente às outras
provas da bateria, eles mostram um desempenho que não os diferencia tão
claramente das amostras mais escolarizadas.
Por isso, verifica-se que os sujeitos aderem facilmente ao seu
desempenho e que o seu interesse se mantenha renovado ao longo de toda a
prova. Este prova requer uma boa capacidade de atenção e percepção
simultânea da informação contida no texto e na figura de cada exercício. Estas
capacidades são extremamente importantes para indivíduos ligados a sectores
técnicos e industriais e, ainda, para aqueles que, embora não desempenhando
funções nesses sectores, exerçam a sua actividade em áreas técnicas e
praticas.
Contextos de Aplicação
A B.P.R.D revela uma vasta utilidade na avaliação de aptidões
cognitivas específicas, nomeadamente, na avaliação de jovens em casos de
insucesso escolar e em processos de Orientação Escolar e Profissional.
Administração da Prova
A prova é aplicada individualmente, a alunos do 7º ano ao 12º ano
demorando a sua realização cerca de 90 minutos.
A aplicação desta bateria ocorre individualmente, sendo necessário o
seguinte material: caderno da prova, folha de respostas, caneta e cronómetro.
O caderno de cada prova inclui as instruções, os exemplos exercícios de
treino, bem como outros procedimentos gerais a ter em consideração pelos
sujeitos. Integra também os tempos de realização de cada prova.
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Prova NR Prova VR Prova SR Prova AR Prova MR
17 minutos 7 minutos 16 minutos 9 minutos 15 minutos
Correcção, Pontuação e Interpretação dos Resultados
Não é exigida a aplicação de toda a bateria. Não existe qualquer
padronização dos resultados tomando uma nota global nas cinco provas.
Quando for decidido a aplicação global da bateria, aconselha – se uma
sequencia na administração das provas que alterne os conteúdos espacial e
mecânico.
O processo de correcção das provas e cotação dos resultados é muito
simples. As respostas do sujeito são dadas numa única folha de resposta, a
qual posteriormente é comparada com a grelha de correcção.
A nota do sujeito em cada prova é equivalente ao número de itens
correctamente respondidos.
Na prova NR considera-se o item correctamente resolvido quando os
dois números aparecem indicados de uma forma correcta quer no seu valor
quer na sua posição.
Nas restantes provas a correcção considera a letra correspondente à
alternativa tida como correcta.
A nota obtida pelo sujeito em cada prova será depois analisada em
função das normas existentes. Para a população portuguesa existe uma
distribuição dos resultados por nível de escolaridade, em ambos os sexos.
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Vantagens e Limitações
A aplicação desta bateria apresenta vantagens, tais como: a sua fácil
aplicação e interpretação dos resultados; permite um diagnóstico da
probabilidade de sucesso em actividades que façam apelo à utilização das
aptidões em causa; constitui um bom indicador do grau de desenvolvimento de
competências do domínio cognitivo.
No entanto, também revela algumas desvantagens. Na aplicação desta
bateria podemos referir que esta apesar de ser de aplicação fácil é demorosa e
a possibilidade de existir uma probabilidade de respostas aleatórias, pelo facto
dos itens de quatro das provas serem de resposta múltipla.
Bibliografia
� Almeida, L. S. (1992) Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial
(BPRD). Braga: Instituto de Educação e Psicologia;
� Alves, M., Brandão, L., Antunes, C., Parreiras, C., Silva, C. M., Cortez,
M. T. (1985) Teste de Percepção de Diferenças. Lisboa: Cegoc.
� Simões, M. R., Gonçalves, M. M., Almeida, L. S. (1999) Testes e
Provas Psicológicas em Portugal. Braga: Sistemas Humanos e
Organizacionais – Associação Psicólogos Portugueses.
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Capacidade Lógica Página 40
Módulo V
Avaliação dos Interesses - IPP
Introdução
“Os interesses constituem um aspecto fundamental na experiência
afectiva que promove a interacções significativas e satisfatórias com os seus
ambientes” (Savickas, 1995).
Conceito de Interesses
Os interesses são definidos por diversos autores de diferentes formas.
Na perspectiva de Piaget, os interesses constituem um sistema de valores que
se vão diferenciando ao longo do desenvolvimento mental, através do
estabelecimento de objectivos accionais de grau de complexidade crescente,
visando a incorporação e assimilação de novos elementos da realidade.
Savickas defende que o interesse traduz um esforço complexo e adaptativo de
utilização do contexto pessoal para satisfação das necessidades e valores,
definindo assim o interesse como um estado de consciência caracterizado por
prontidão de resposta a estímulos ambientais específicos que predispõe para o
conhecimento através da atenção selectiva relativamente ao estímulo
percepcionado. A focalização da atenção é acompanhada por afecto,
caracterizado pelo sentimento de agrado e por uma avaliação desse
sentimento em termos de satisfação e gratificação antecipadas que, por sua
vez, impulsionam uma aproximação ao estímulo indutor da atenção selectiva
(Leitão, 2004). Interesses podem ser definidos como tendências ou disposições
relativamente estáveis ou duráveis orientados para diferentes domínios de
actividades e de experiencias num certo meio cultural (Dupont et al). Os
interesses não se confinam ao meio profissional mas também englobam os
momentos de lazer.
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Estratégias de avaliação de Interesses
Os interesses e respectiva avaliação desde sempre ocuparam um lugar
fundamental no processo de O.E.P, uma vez que tem-se vindo a verificar na
prática vocacional, o destaque do interesse enquanto dimensão diferenciadora
das escolhas vocacionais. Parsons e Strong defendem que os interesses têm
grande importância, tanto na escolha profissional como na satisfação da
carreira, no êxito e no empenho. Strong distinguiu uma importância relativa
entre capacidades e interesses, concluindo que os sujeitos que mais
necessitam de apoio para a sua escolha vocacional são os que possuem boas
capacidades para desempenharem com êxito um maior número de actividades
sentindo-se divididos entre vários interesses.
Super (1964) classificou os interesses em quatro estratégias globais de
avaliação:
1) Interesses expressos – aquilo pelo qual o sujeito diz ter interesse;
2) Interesses manifestados – observações de comportamentos
quotidianos do sujeito nos seus contextos de vida por determinação
de padrões de actividades decorrentes;
3) Interesses testados – através dos testes de atenção e memoria que
o sujeito revela focalizando-se selectivamente e/ou retendo e
evocando aquilo, que para ele, se reveste de interesse;
4) Interesses inventariados – através de respostas a questões
múltiplas e variadas, organizadas em itens, face aos quais, o sujeito
exprime atracção, rejeição ou indiferença relativamente a um
conjunto diversificado de actividades convertíveis, de forma objectiva,
num resultado quantificável (ex: I.P.P)
Dupont et al (1979) reorganizou estas quatro estratégias de avaliação de
Supor em dois eixos organizativos: (1) em função dos procedimentos utilizados,
através da utilização de uma metodologia sistémica de avaliação destinada aos
interesses testados e avaliados, ou por ausência da metodologia sistémica de
avaliação dos interesses expressos e manifestos; (2) assente na dicotomia
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Capacidade Lógica Página 42
entre aquilo por que o sujeito diz ter interesse (interesses expressos e
inventariados) e aquilo que é possível observar partindo do seu comportamento
manifesto (interesses testados e manifestados).
Muitos autores criticam esta teoria dicotómica, porque defendem que
existem metodologias de avaliação sistémica que se revelam complementares
no processo E.O.P. Hoje em dia faz mais sentido avaliar os interesses em
função da abordagem utilizada (abordagem quantitativa vs abordagem
qualitativa).
A avaliação quantitativa, enquanto observação indirecta do
comportamento do sujeito, destina-se à avaliação dos interesses inventariados
e testados. Assim, a metodologia associada aos interesses testados tem vindo
a ser ultrapassada, pois vários estudos têm revelado que as condições sociais
e familiares, as pressões sociais e factores subjectivos tendem a enviesar os
resultados das medidas desses interesses. Deste modo, o surgimento de
instrumentos estandardizados (inventários), cientificamente construídos e
testados, possibilitam uma abordagem mais ampla e diversificada dos
interesses e são, de rápida, fácil e económica aplicação, permitindo um fácil
apuramento dos resultados.
Devido a todas as suas vantagens é utilizada a avaliação quantitativa
dos interesses inventariados. Os inventários constituem os instrumentos mais
comuns nesta prática. O seu papel é medir as aspirações ou preferências
profissionais, com o objectivo de prever a escolha vocacional, assim como, os
diferentes critérios associados – sucesso, satisfação e adaptação. Integram
listagens de actividades, objectos ou tipos de pessoas relativamente as quais
os indivíduos deverão manifestar uma resposta de atracção, rejeição ou
indiferença. De seguida, estas respostas são somadas produzindo resultados
por escala que se encontram organizados em perfis estandardizados e
representativos do padrão de interesses vocacionais do sujeito por referência a
um grupo normativo. Apresentam-se a seguir pressupostos teóricos que
conduziram à construção de inventários de interesses:
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 43
As respostas dadas pelo sujeito são possíveis de transmitir informação
pertinente acerca do seu grau de interesse relativamente a ocupações
ou actividades que lhe são familiares.
Tanto as actividades familiares como as não familiares têm em comum o
mesmo factor estrutural, logo:
As ocupações e actividades familiares podem ser utilizadas como itens e
inventários de interesses para identificar interesses ocupacionais não
familiares.
Contextos de Aplicação da Avaliação de Interesses:
� Educacional – a avaliação dos interesses revela-se de grande utilidade
para promover a motivação para a aprendizagem.
� Organizacional – com o intuito de seleccionar pessoas de acordo com o
grau de satisfação no trabalho.
� Aconselhamento Vocacional – os resultados de qualquer inventário de
interesses deverão ser interpretados e comunicados ao cliente de forma
a promover o auto-conhecimento, facilitar a tomada de decisão e ajudar
a elaborar o projecto de vida. Assim, é importante para o conselheiro,
conhecer o modo como os clientes codificam e memorizam a informação
para conceber estratégias adequadas à integração dos conhecimentos
obtidos na avaliação de interesses no processo de aconselhamento
vocacional.
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IPP – Interesses e Preferências Vocacionais
Discrição da Prova
Autora: Maria Victória de La Cruz
Adaptação Portuguesa: a tradução da prova foi efectuada por três
pessoas diferentes, com o especial cuidado de manter os itens o mais possível
da versão original.
Material: o IPP integra um manual, com perguntas, folhas de respostas
e com uma pendisk para cotação.
Tempo de administração: de 30 a 60 minutos
Público-alvo: adolescentes e adultos a partir dos 13 anos de idade,
sendo mais adequada a aplicação entre os 13 e os 18 anos. No entanto, a sua
aplicação é valida em adultos activos para estabelecer planos de formação ou
para tomar decisões acerca da mobilidade de pessoal.
Objectivos: avaliar os interesses dos jovens e adultos em 17 campos
profissionais, tendo em atenção as profissões e tarefas que integram cada um
deles; ajudar os jovens e adultos a conhecerem melhor os seus interesses;
ajudar os jovens e a orientar-se para profissões que lhe possam proporcionar
maior satisfação no trabalho.
O questionário é constituído por 24 itens e integra elementos que
reflectem profissões e elementos que descrevem actividades e tarefas
características de cada profissão. No total encontram-se representados em 17
campos profissionais que passaremos a descrever no quadro abaixo:
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 45
CAMPOS ACTIVIDADES PROFISSÕES
Científico –
Experimental
Investigar e realizar experiencias em diversas
áreas da ciência.
Geólogo, físico, químico,
astrónomo, psicólogo,
matemático, botânico,
analista informático.
Cientifico - Técnico
Utilizar os conhecimentos científicos na indústria.
Projectar e dirigir a construção de edifícios, zonas
urbanas ou comerciais, bairros, parques, zonas de
recreio, carris ferroviários, pontes, etc. Desenvolver
novos produtos: motores, maquinas, aviões, …
Arquitecto, engenheiro,
controlador aéreo, piloto.
Cientifico - Sanitário
Atender feridos e doentes para curar ou prevenir
doenças. Fazer diagnósticos, prescrever e
administrar tratamento médico e cirúrgico em seres
humanos e em animais. Receitar medicamentos,
etc.
Medico, veterinário,
cirurgião farmacêutico,
fisioterapeuta, dentista,
dietista.
Teórico - Humanista
Realizar estudos e investigações sobre as origens,
a evolução, a história e o comportamento do
Homem como individuo e como membro da
sociedade. Divulgar doutrinas e realizar cerimónias
de culto.
Antropólogo, historiador,
arqueólogo, conservador
dos museus, filósofo,
sacerdote.
Literário
Escrever obras de diferentes géneros literários para
representação ou publicação. Escrever criticas de
obras literárias, artísticas ou musicais. Escrever,
preparar e seleccionar informações para publicação
em revistas ou jornais ou para difusão via rádio ou
televisão.
Escritor, romancista,
guionista de rádio,
televisão ou cinema,
locutor/apresentador,
jornalista, dramaturgo,
poeta, autor de letras e
canções.
Psicopedagógico
Dar aulas a alunos de vários níveis de ensino.
Ensinar pessoas física ou mentalmente diminuídas.
Investigar e aconselhar sobre métodos
pedagógicos. Organizar e dirigir actividades
educativas em centros escolares.
Estudar o comportamento humano e os problemas
Professor, pedagogo,
educador de infância,
psicólogo escolar,
reeducador de
delinquentes, orientador,
reeducador de
toxicodependentes,
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 46
psicológicos no campo da educação. director de colégio.
Politico - Social
Dirigir a polícia nacional ou participar nela,
interpretar as leis para a sua integração na policia
nacional, dirigir empresas publicas. Ajudar
membros da comunidade, tendo em conta factores
económicos e sociais. Administrar a justiça, intervir
face aos tribunais representando o Estado ou
entidades privadas. Autorizar e registar
documentos jurídicos.
Advogado, sociólogo,
assistente social,
diplomata, politico,
notário, juiz, assessor
jurídico.
Económico -
Empresarial
Planear, organizar, dirigir e controlar actividades de
empresas e/ou dos seus departamentos nos
sectores industriais ou de serviços. Realizar
estudos ou previsões sobre problemas
relacionados com a economia do país ou da
empresa.
Economista, empresário,
gerente de empresa,
director bancário,
assessor económico,
director financeiro,
assessor fiscal.
Persuasivo –
Comercial
Organizar, coordenar e dirigir, por conta dos
proprietários, as actividades da empresa ou
estabelecimentos dedicados ao comércio, compra
e venda de mercadorias, serviços, seguros, etc.
Director de vendas,
agente de seguros,
encarregado de relações
públicas, director de
empresas turísticas,
agente de espectáculos,
técnico de publicidade.
Administrativo
Organizar ou realizar o trabalho administrativo
normal de escritório: registo de operações
comerciais ou financeiras, reprodução de textos
transmitidos oralmente ou por escrito, utilização de
máquinas de escritório e de instalações telefónicas,
realização de pagamentos e cobranças, etc.
Operador de computador,
escriturário, telefonista,
administrativa, secretaria.
Desportivo
Participar em competições desportivas. Treinar ou
preparar desportistas para melhorar o seu
rendimento, o conhecimento e a técnica desportiva.
Zelar para que se cumpra o rendimento desportivo.
Arbito de competições
desportivas, atleta,
futebolista, jogador de
basquete, ciclista,
treinador, preparador
físico.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 47
Agro-pecuário
Dirigir explorações agrícolas ou de pesca. Cultivar
o campo. Criar animais. Cuidar e explorar as
florestas. Dedicar-se à pesca.
Agricultor, ganadeiro,
engenheiro agrónomo,
pastor, pescador,
jardineiro, criador de aves
ou outro tipo de animais.
Artístico - Musical
Compor, dirigir ou interpretar obras musicais no
teatro, cinema, rádio ou televisão. Cantar como
solista ou como membro de um grupo musical.
Criar coreografias para ballet e espectáculos
musicais. Dançar a solo, aos pares ou como
membro de um grupo de dança.
Compositor de música
moderna, autor e
interprete de canções,
cantor de opera, director
de orquestra, cantor,
pianista, violinista,
director de coro, bailarino,
coreógrafo.
Artístico - Plástico
Criar e realizar obras artísticas de escultura,
pintura, desenho ou gravação. Restaurar obras de
arte. Desenhar objectos decorativos. Ilustrar livros,
revistas e folhetos. Fotografar pessoas, animais,
paisagens ou objectos para publicação ou
publicidade.
Pintor, desenhador,
escultor, restaurador de
obras de arte, decorador,
ilustrador de livros,
cenógrafo, fotógrafo,
operador de câmara,
fotógrafo de publicidade.
Militar - Segurança
Pertencer aos corpos militares. Prestar serviços em
estabelecimentos militares. Realizar funções de
protecção, segurança e vigilância. Proteger
pessoas e evitar violações à lei.
Militar, oficial da Armada,
policia, oficial do exército,
segurança.
Aventura - Risco
Fazer viagens ou explorações arriscadas: voos
espaciais, descidas a grutas, explorações
submarinas, etc. Domar animais selvagens.
Participar em corridas de carros ou motos.
Astronauta, espeleólogo,
explorador, piloto de
corridas, domador,
toureiro, detective.
Mecânica - Manual
Construir ou reparar utensílios ou objectos usando
ferramentas manuais ou maquinas. Montar, manter
ou reparar instalações ou aparelhos eléctricos.
Construir ou reparar edifícios. Colocar azulejos.
Instalar tubos para gás e água. Confeccionar
tecidos ou roupas à mão ou maquina.
Construtor de
instrumentos musicais,
modista, relojoeiro,
sapateiro, ceramista,
joalheiro, pedreiro,
electricista.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 48
Normas de Aplicação
Gerais:
� O IPP deve ser aplicado quando os sujeitos não estiverem cansados;
� Não se deve interromper a sua realização;
� A sala, onde vai ser aplicado, deve ser bem iluminada e ampla, de forma
que os sujeitos possam estar suficientemente distanciados;
� O tempo de aplicação deve ser suficientemente vasto para completar a
prova, dar as instruções e esclarecer eventuais dúvidas antes de se dar
inicio às respostas do questionário;
� O examinador deverá permanecer na sala durante todo o tempo de
aplicação da prova;
� É conveniente fornecer aos sujeitos uma breve explicação do motivo por
que se efectua o exame, enfatizando a relevância da sinceridade das
respostas;
� O examinador deve estar familiarizado com as instruções de aplicação e
com o conteúdo do questionário e também com o material a utilizar;
� Deve-se evitar que alguns dos sujeitos comece a responder antes de se
dar o sinal de inicio e orientador deve alertar para que todos os
esclarecimentos sejam feitos em voz alta antes de se iniciar a prova,
para que não haja interrupções subsequentes;
� No decorrer da realização do questionário, o examinador deverá
observar discretamente se os sujeitos respondem ao mesmo de forma
correcta e no devido lugar. Sempre que tal não acontece, dão-se as
instruções oportunas.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 49
Especificas:
� A aplicação inicia-se com a entrega dos cadernos e das folhas de
respostas, com afrente virada para baixo. Depois solicita-se aos sujeitos
que preencham o cabeçalho que se encontra na parte superior da folha
de respostas. Pede-se posteriormente que todos voltem o caderno e o
examinador lê as instruções em voz alta, pedindo aos sujeitos que sigam
a leitura em silêncio.
� Depois de lidas as instruções, o examinador diz:
“Para responder a cada frase têm que marcar uma das alternativas
(A,B,C ou D) da seguinte forma: se gostam da profissão ou da actividade
expressa no caderno deverão marcar um X por baixo da letra A, se vos é
indiferente ou têm dúvidas marcam o espaço da letra B, se não gostam
marcam o espaço da letra C e se não conhecem ou não têm informação
suficiente para decidir marcam o espaço por baixo da letra D.”
Cotação e Pontuação
1º Passo: observa-se o número de itens respondidos (para que a prova
possa ser interpretada adequadamente, a percentagem de respostas
pontuáveis deve ser, pelo menos, 70%, ou seja, 142 respostas);
2º Passo: verifica-se o número de vezes que o sujeito marcou as
alternativas A, B, C e D;
3º Passo: inserem-se os dados no computador ou na folha de cotação
que determinará os resultados brutos de cada escala;
4º Passo: a prova proporciona 34 pontuações, 17 do tipo Ac (tarefas ou
actividades) e 17 do tipo Pr (Profissões). A pontuação directa máxima em cada
escala é de 12 pontos para Ac e 12 pontos para Pr. Escolhe-se, depois a tabela
de normas a utilizar em função das habilitações e do sexo do sujeito, obtendo-
se as notas derivadas e a representação gráfica do perfil.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 50
Interpretação
Perfil plano: Quando um perfil apresenta altos e baixos poderá indicar
que a pessoa não tem preferências marcadas nem um forte interesse por
nenhum dos campos, assim este perfil não permite orientar o sujeito para áreas
específicas.
Discrepâncias entre pontuações em Ac e Pr: Poderá indicar que o
sujeito não tem informação suficiente sobre as actividades implicadas numa
profissão. Estas discrepâncias também poderão derivar de causas extremas,
como pressões familiares, prestigio e remuneração, que poderão levar o sujeito
a responder contrariamente aos seus interesses reais.
Percentagem de respostas inferior a 50% (120 respostas): Os
resultados não são validos para interpretação.
Percentagem excessiva de respostas numa direcção: É necessário
encarar estes resultados com muita reserva, porque há probabilidade de o
questionário não ter sido respondido com sinceridade, sendo necessário
explorar as razoes que levaram o sujeito a responder daquela maneira. De La
Cruz aponta razoes que poderão conduzir a estes resultados: pouco domínio
da leitura ou do idioma, erros ao anotar as respostas, o sujeito responde sem
ler os elementos e sem considerar as alternativas e falha compreensão das
instruções.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 51
Vantagens e Limitações
O inventário de Interesses e Preferências Profissionais tem como
principal vantagem o facto de englobar uma grande gama de campos
profissionais, o que facilita em termos de interpretação e de possibilidade de
escolha para os sujeitos. Ainda, o facto da prova englobar descrições de
actividades associadas a profissões especificas, permite analisar o grau de
informação que o sujeito possui acerca dos vários tipos de ocupações
profissionais.
A limitação da prova está relacionada com o número elevado de itens de
resposta que poderão levar à fadiga dos sujeitos, o que fará com que comecem
a responder ao acaso, invalidando, assim a interpretação dos resultados.
Bibliografia:
� Dupont, J. B., Gendre, F. S., Descombes, J. P. (1979). La Psychologie
des Intérêts. Ed. Puf, Le Psychologue Presses Universitaires de France.
108, BD. Saint Germain, 75006 Paris;
� Leitão, L.M (2004), Avaliação Psicológica em Orientação Escolar e
Profissional. Ed.: Quarteto: Coimbra;
� Savickas, M.L (1995). Uma nova epistemologia para a psicologia
vocacional. trad. De Eduardo J. R. Santos. 1ª ed. Lisboa: Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologias;
� Super, D. E. (1964) Les Psychologie dês intêréts. Paris: PUF.
l
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 52
Módulo VI
Transmissão da Informação e Aconselhamento
Introdução
Após uma análise da informação disponível para as várias
possibilidades, o sujeito terá de tomar uma decisão e aí, este irá projectar os
seus desejos, interesses, questões, barreiras e preocupações nessas
possibilidades, antecipação de sucessos, fracassos e satisfações.
Mesmo nestas projecções podem ocorrer erros, pois o sujeito pode
sobrevalorizar factores menos relevantes ou mais importantes, daí a
necessidade do conselheiro intervir, alertando para todos estes aspectos.
Relatório de Orientação Escolar e Profissional
Ao realizar um relatório de devolução de resultados é importante ter em
atenção o motivo da consulta de Orientação Escolar e Profissional. No relatório
deverá ser esclarecido esse motivo, assim como a orientação da própria
consulta, deste modo deve-se esclarecer o orientando acerca do que é a O.E.P
e clarificar o sentido dos resultados. Estes revelam um sentido temporal face
ao problema que levou ao pedido de orientação. Assim, os resultados da
avaliação de O.E.P são em função do problema sentido pelo sujeito aquando
do pedido, podendo-se obter resultados diferentes se os testes forem aplicados
noutro momento da vida do sujeito. As dimensões avaliadas são passíveis de
mudança, pois a validade dos resultados também poderá ser alterada.
No relatório de orientação apresenta-se os resultados das avaliações
que foram realizadas e esses resultados são apresentados em termos da sua
utilidade para o sujeito. Não deverão ser descritos em termos quantitativos,
mas sim qualitativos explicando como é que esses resultados foram obtidos. A
informação não deve ser comunicada de uma forma demasiado técnica, para
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 53
ser de fácil compreensão a todos os sujeitos, contudo devemos extrapolar as
conclusões para a vida quotidiana do sujeito e, tanto quanto possível, indicar
propostas de actividades.
No relatório de aconselhamento vocacional deverão constar as
seguintes informações:
1. Identificação do orientando;
2. Motivo do pedido de orientação;
3. Esclarecimento da validade temporal do aconselhamento;
4. Identificação dos instrumentos utilizados e das dimensões avaliadas;
5. Esclarecimento dos resultados;
6. Propostas de actividades a desenvolver;
7. Aconselhamento efectivo.
As conclusões presentes no relatório terão como objectivo a preparação
do sujeito para futuras decisões de carreira.
Cuidados a ter na Comunicação de Resultados
No contexto de aconselhamento de carreira, o orientador deverá ter
especial cuidado na avaliação dos interesses e na comunicação dos resultados
ao sujeito. É essencial conhecer o modo como os sujeitos codificam e
memorizam a informação para conceber estratégias adequadas à integração
dos conhecimentos obtidos na avaliação quantitativa e qualitativa dos
interesses no processo de aconselhamento vocacional. O conselheiro deverá
adoptar estratégias adequadas na devolução dos resultados da avaliação e na
qualidade da comunicação estabelecida, assim como, promover a motivação
do consulente. Assim, o psicólogo vocacional poderá aumentar as suas
competências de comunicação dos resultados através de:
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 54
Preparar antecipadamente a discussão dos resultados,
familiarizando-se com os seus pormenores, escolhendo os aspectos que
devem ser enfatizados, relacionando-os e integrando-os com fontes de
informação prévias sobre o caso e analisando as consistências e
inconsistências obtidas na avaliação.
Utilizar uma comunicação simples e empática, expressiva,
concreta e ajustada ao nível cultural e de desenvolvimento do cliente.
A informação deverá ser devolvida através de um grau de
complexidade crescente, começando por solicitar ao sujeito uma
previsão dos seus resultados para de seguida confronta-los com os seus
resultados da avaliação efectuada. Pretende-se assim levar o sujeito a
reagir aos seus resultados, cabendo ao psicólogo o papel de o ajudar a
interpretar a avaliação enquanto hipóteses que requerem confirmação
através das experiencias previas dos sujeitos.
O conselheiro deverá incentivar o sujeito a recapitular os
resultados, por palavras suas ou através de dramatizações, promovendo
a integração da informação no seu auto-conceito funcional e constituindo
uma estratégia de síntese da entrevista na devolução de resultados
(Leitão, 2004).
O psicólogo deverá ponderar os conteúdos do relatório de
aconselhamento e corrigi-los sempre que constatar a presença de
informações imprecisas.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 55
A informação Escolar e Profissional
A decisão de carreira implica uma grande recolha da informação para se
obter um maior número de alternativas, aumentando, desta forma a
possibilidade de escolhas satisfatórias.
Uma decisão de carreira implica a existência de um decisor que, perante
as várias alternativas existentes, utiliza critérios para as comparar e avaliar,
antecipando resultados ou consequências. Cada resultado ou consequência
tem duas características, probabilidade de sucesso e valência. Partindo desta
perspectiva, a informação escolar e profissional de acordo com uma estratégia
que facilite o estabelecimento de compromissos, assim, quando adoptamos
determinados critérios, temos que elaborar com o sujeito uma estratégia em
que esses critérios são organizados de forma coerente.
A teoria gestáltica, recorreu a vários tipos de estudos que concluíram
que as pessoas não baseiam as suas decisões em processos apenas
cognitivos, mas existem estratégias motivacionais que vão reforçar as decisões
tomadas à partida. Através dos critérios racionais (alternativas, consequências
e comparações de acções em termos de probabilidade e em termos de
valências) o sujeito tomará melhor as suas decisões e os processos
motivacionais vão reforçar essa tomada de decisão. Codificamos mais
rapidamente as informações que respeitam as nossas preferências mas
também utilizamos o controlo emocional na tomada de decisão.
Assim, cabe ao conselheiro vocacional as seguintes tarefas:
� Identificar a informação que os clientes precisam;
� Verificar onde essa informação pode ser obtida;
� Verificar se a informação obtida é precisa e actual;
� Planear a utilização eficaz dessa informação;
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Capacidade Lógica Página 56
Modalidades:
� Materiais impressos
� Computadores
� Visitas de estudo
� Abordagens interactivas (ex: entrevistas a profissionais) e
personalizadas.
Conteúdos:
� Natureza do trabalho
� Condições e ambiente de trabalho
� Qualificações pessoais exigidas
� Formação exigida
� Acesso à profissão
� Proveitos económicos e outros
� Possibilidade de progressão
� Perspectivas de emprego
Objectivos:
� Facilitar a capacidade de planificação de carreira do sujeito;
� Obter um impacto positivo na representação do mundo
profissional dos sujeitos;
� Aumentar a sua complexidade cognitiva;
� Obter um maior conhecimento dos seus mecanismos de
processamento da informação e dos enviesamentos utilizados.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 57
Bibliografia:
- Leitão, L.M (2004), Avaliação Psicológica em Orientação Escolar e
Profissional. Ed. Quarteto: Coimbra;
- Silva, J.M (s.d), Dimensões da Indecisão de Carreira – Investigação
com adolescentes.
.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 58
ANEXOS
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Capacidade Lógica Página 59
Módulo I
Oferta Formativa no Secundário
Cursos Científico-Humanísticos Cursos Tecnológicos
� Construção Civil e Edificações
� Electrotecnia / Electrónica
� Informática
Cursos de Ciências e Tecnologias
� Desporto
� Ordenamento do Território e
Ambiente
� Design de Equipamento
Curso de Artes Visuais
� Multimédia
Curso de Ciências Sócio-Económicas � Administração
� Marketing
Curso de Ciências Sociais e Humanas
� Acção Social
Curso de Línguas e Literaturas
Para mais informações:
Visite os sites: http://www.dgidc.min-edu.pt/orientacao/of_form.asp
http://www.acessoensinosuperior.pt
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Capacidade Lógica Página 60
Módulo II:
Exemplo de uma Entrevista de Orientação Escolar e
Profissional
Gabinete de Psicologia
Ficha Individual
1. Identificação
Nome ____________________________________________________
Idade: _________ Data de Nascimento ____/____/___
Morada: __________________________________________________
_________________________________________________________
Contacto telefónico: _________________________
Habilitações Literárias: _______________
Motivo da Consulta: ________________________________________
Já alguma vez foi a uma consulta de psicologia? __________________
Por que motivo? _________________________________________
Outras observações: ______________________________________
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 61
2.Família
Habilitações Profissão Observações
Pai
Mãe
Irmãos:
Sexo(M/F) Idade Habilitações Profissão Observações
3. Saúde
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 62
4.Percurso Escolar
a) Alguma vez reprovou? SIM /NÃO
- Se sim, o que pensa que contribuiu para isso?
_________________________________________________________
_________________________________________________________
b)Quais as três disciplinas que teve melhores notas no seu ultimo ano
de escolaridade?
_________________
_________________
_________________
- O que contribuiu para isso?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
c)Quais as três disciplinas que teve piores notas no seu ultimo ano de
escolaridade?
________________
________________
________________
– O que contribuiu para isso?
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 63
d)Quais as disciplinas que mais gosta/gostou?
_____________; _______________ ; _______________
Porquê?
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
5. Percurso Profissional
a) Profissão actual: ____________________________________
b) Já teve outras profissões? SIM /NÃO
- Quais?
_____________________________________________________
_____________________________________________________
c) Quais as funções que mais gostou de desempenhar?
______________________________________________________
_____________________________________________________
d) Quais as funções que menos gostou de desempenhar?
______________________________________________________
______________________________________________________
e)Que profissão (ões) gostaria de vir a exercer no futuro?
______________________________________________________
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 64
f) O que acha que é necessário para isso?
______________________________________________________
______________________________________________________
e) Se tem cônjuge, qual a sua profissão?
______________________________________________________
______________________________________________________
6. Tempos Livres:
Como costuma ocupar os seus tempos livres?
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
7. Refira três coisas que gostaria de realizar nos próximos 20 anos.
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
8. Observações finais:
_______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
______________________________________________________
Data: ____/____/_____ A Psicóloga _______________
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 65
Módulo III
Teste de Tipologia de Holland
A FESTA
Abaixo encontra-se uma perspectiva aérea (a partir de um andar de cima) de uma sala de aula em que está a decorrer uma festa. Nesta festa as pessoas com interesses iguais ou semelhantes juntaram-se (por alguma razão) no mesmo canto da sala – tal com se encontra a seguir descrito.
F
B E
D C
Pessoas que têm habilitações
atléticas ou mecânicas preferem
trabalhar com objectos,
maquinas, instrumentos, plantas
ou animais, ou trabalhar fora de
casa.
Pessoas que gostam
de observar, aprender,
investigar, analisar,
avaliar ou resolver
problemas.
A
Pessoas que gostam de trabalhar com dados,
possuem uma aptidão numérica ou uma
preferência pelo trabalho de escritório, que
lidam com as coisas em detalhe, e que levam as
coisas até ao fim seguindo as instruções dadas.
Pessoas que têm aptidões artísticas, criativas ou
são muito intuitivas e que gostam de trabalhar
em situações não estruturadas, fazendo uso da
sua imaginação ou criatividade.
Pessoas que gostam de trabalhar com
pessoas influenciando, persuadindo
ou executando, liderando ou gerindo,
tendo em vista objectivos
organizacionais ou ganhos
económicos.
Pessoas que gostam de
trabalhar com pessoas –
informando, esclarecendo,
ajudando, treinando,
desenvolvendo ou curando:
são pessoas com o dom da palavra.
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Capacidade Lógica Página 66
1.Qual é o canto da sala que mais impulsivamente te atrairia por abarcar o grupo de pessoas com quem mais gostarias de passar a maior parte do tempo? (não penses em qualquer tipo de embaraço ou na necessidade de falar com eles). Escreve a letra desse canto no seguinte quadrado:
2. Passados 15 minutos, todas as pessoas haviam deixado o canto que tinhas escolhido, indo para outra festa, à excepção de ti. Qual dos grupos que ainda restam te atrairia mais, como sendo as pessoas com quem gostarias de passar a maior parte do tempo? Escreve a letra nesse canto no seguinte quadrado:
3. Depois de 15 minutos, este grupo deixa igualmente a festa e parte para outra, e ficas só nesse canto. Dos grupos que restam com qual te agradaria mais passar a maior parte do tempo? Escreve a letra nesse canto no seguinte quadrado:
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 67
Módulo IV
Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial
A Folha de Respostas e a Grelha de Cotação da BPRD encontra-se num
documento à parte do manual.
Em baixo encontram-se as respectivas tabelas de resultados normativos para
alunos do 9º ano e 12º ano de escolaridade do género masculino e feminino.
BPRD – Resultados normativos para alunos do 9º ano
Masculino (N=713)
Classe NR VR SR AR MR
1 0 - 5 0 - 13 0 - 6 0 - 12 0 – 10
2 6 – 9 14 – 17 7 – 10 13 – 16 11 – 14
3 10 – 13 18 – 21 11 – 14 17 – 20 15 – 19
4 14 – 16 22 – 25 15 – 18 21 – 24 20 – 23
5 17 – 20 26 – 29 19 – 22 25 – 28 24 – 27
6 21 – 25 30 – 34 23 – 27 29 – 33 28 – 32
7 26 – 30 35 – 40 28 – 30 34 – 33 33 – 40
M 15.7 23.9 17.4 22.7 21.8
DP 3.72 3.98 4.05 3.93 4.2
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 68
Feminino (N = 877)
Classe NR VR SR AR MR
1 0 - 4 0 - 11 0 - 4 0 – 10 0 – 16
2 5 – 7 12 – 16 5 – 8 11 – 14 7 – 10
3 8 – 11 17 – 20 9 – 12 15 – 18 11 – 13
4 12 – 14 21 – 24 13 – 16 19 – 22 14 – 17
5 15 – 18 25 – 28 17 – 20 23 – 26 18 – 21
6 19 – 22 29 – 33 21 – 25 27 – 31 22 – 26
7 23 – 30 34 – 40 26 – 30 32 – 35 27 – 40
M 13.4 23.2 15.3 20.8 16.3
DP 3.48 4.31 4.01 3.99 3.81
BPRD – Resultados normativos para alunos do 12º ano
Masculino (N=971)
Classe NR VR SR AR MR
1 0 - 8 0 - 15 0 - 8 0 – 14 0 – 11
2 9 – 12 16 – 19 9 – 12 15 – 18 12 – 6
3 13 – 15 20 – 23 13 – 16 19 – 21 17 – 21
4 16 – 19 24 – 27 17 – 20 22 – 25 22 – 25
5 20 – 23 28 – 31 21 – 24 26 – 29 26 – 30
6 24 – 28 32 – 36 25 – 28 30 – 33 31 – 36
7 29 – 30 37 – 40 29 – 30 34 – 35 37 – 40
M 18.4 25.9 19.3 24.3 24.2
DP 3.80 4.27 4.27 3.54 4.77
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 69
Feminino (N=1160)
Classe NR VR SR AR MR
1 0 - 4 0 - 14 0 - 5 0 – 11 0 – 16
2 5 – 8 15 – 18 6 – 9 12 – 15 7 – 10
3 9 – 12 19 – 22 10 – 13 16 – 19 11 – 14
4 13 – 16 23 – 26 14 – 18 20 – 23 15 – 19
5 17 – 20 27 – 30 19 – 22 24 – 27 20 – 23
6 21 – 25 31 – 35 23 – 28 28 – 32 24 – 28
7 26 – 30 36 – 40 29 – 30 33 – 35 29 – 40
M 15.2 25.1 16.6 21.8 17.5
DP 3.90 4.10 4.40 3.99 4.17
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 70
Módulo V
IPP – Inventário de Preferências Profissionais
Tabela para Cotação manual:
Campos Actividades Profissionais Profissões
Cientifico -
Experimental
Itens: 1,2,46,91,136,181 Itens:3,47,48,92,137,182
Cientifico – Técnico Itens: 4,5,49,50,93,94 Itens:95,138,139,183,140,184
Cientifico - Sanitário Itens: 5, 51,96,141,185,186 Itens: 7,8,52,97,142,187
Teórico - Humanista Itens: 9,53,54,98,143, 188 Itens:10,55,99,100,144,189
Literário Itens:11,56,101,145,146,190 Itens:12,57,100,147,191,192
Psicopedagógico Itens: 13,14,58,103,148,193 Itens: 15,59,60,104,149,194
Politico - Social Itens:16,61,105,106,150, 195 Itens:17,62,107,151,152,193
Económico -
Empresarial
Itens:18,63,108,153, 197,198 Itens: 19,26,64,109,154,199
Persuasivo -
Comercial
Itens:21,65,66,110,155,200 Itens:22,67,111,112,156,201
Administrativo Itens:26,68,113,157,158,202 Itens:24,69,114,159,203,204
Desportivo Itens:25,26,70,71,115,160 Itens:27,72,116,117,161,162
Agro-pecuário Itens:28,29,73,118,163 Itens:30,75,119,120,164,165
Artístico-Musical Itens:31,32,76,77,121,166 Itens:33,78,122,123,167,168
Artístico-Plástico Itens:34,35,79,80,124,169 Itens:36,81,125,126,170,171
Militar-Segurança Itens:37,38,82,83,127,172 Itens:39,84,128,129,173,174
Aventura-Risco Itens:40,41,85,86,130,175 Itens:42,87,131,132,176,177
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 71
Mecânico-Manual Itens:43,44,88,89,133,168 Itens:45,90,134,135,179,180
Tabelas de Cotação Manual:
Cotação Manual
Campo 1: Cientifico - Experimental
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 1 Item 3
Item 2 Item 47 Totais
Item 46 Item 48 AC 1 PR 1
Item 91 Item 92
Item 136 Item 137
Item 181 Item 182
Campo 2: Científico-Técnico
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 4 Item 5
Item 49 Item 50 Totais
Item 93 Item 95 AC 2 PR 2
Item 94 Item 139
Item 138 Item 140
Item 183 Item 184
Campo 3: Científico - Sanitário
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 6 Item 7 Totais
Item 51 Item 8 AC 3 PR 3
Item 96 Item 52
Item 141 Item 97
Item 185 Item 142
Item 186 Item 187
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Capacidade Lógica Página 72
Campo 4: Teórico-Humanista
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 9 Item 10
Item 53 Item 55 Totais
Item 54 Item 99 AC 4 PR 4
Item 98 Item 100
Item 143 Item 144
Item 188 Item 189
Campo 5: Literário
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 11 Item 12 Totais
Item 56 Item 57 AC 5 PR 5
Item 101 Item 102
Item 145 Item 147
Item 146 Item 191
Item 190 Item 192
Campo 6: Psicopedagógico
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 13 Item 15 Totais
Item 14 Item 59 AC 6 PR 6
Item 58 Item 60
Item 103 Item 104
Item 148 Item 149
Item 193 Item 194
Campo 7: Político - Social
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 16 Item 17 Totais
Item 61 Item 62 AC 7 PR 7
Item 105 Item 107
Item 106 Item 151
Item 150 Item 152
Item 195 Item 196
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Capacidade Lógica Página 73
Campo 8: Económico - Empresarial
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 18 Item 19
Item 63 Item 20 Totais
Item 108 Item 64 AC 8 PR 8
Item 153 Item 109
Item 197 Item 154
Item 198 Item 199
Campo 9: Persuasivo - Comercial
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 21 Item 22
Item 65 Item 67 Totais
Item 66 Item 111 AC 9 PR 9
Item 110 Item 112
Item 155 Item 156
Item 200 Item 201
Campo 10: Administrativo
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 23 Item 24
Item 68 Item 69 Totais
Item 113 Item 114 AC 10 PR 10
Item 157 Item 159
Item 158 Item 203
Item 202 Item 204
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Capacidade Lógica Página 74
Campo 11: Desportivo
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 25 Item 27 Totais
Item 26 Item 72 AC 11 PR 11
Item 70 Item 116
Item 71 Item 117
Item 115 Item 161
Item 160 Item 162
Campo 12: Agropecuário
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 28 Item 30 Totais
Item 29 Item 75 AC 12 PR 12
Item 73 Item 119
Item 74 Item 120
Item 118 Item 164
Item 163 Item 165
Campo 13: Artístico - Musical
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 31 Item 33 Totais
Item 32 Item 78 AC 13 PR 13
Item 76 Item 122
Item 77 Item 123
Item 121 Item 167
Item 166 Item 168
Campo 14: Artístico - Plástico
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 34 Item 36
Item 35 Item 81 Totais
Item 79 Item 125 AC 14 PR 14
Item 80 Item 126
Item 124 Item 170
Item 169 Item 171
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Capacidade Lógica Página 75
Campo 15: Militar - Segurança
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 37 Item 39 Totais
Item 38 Item 84 AC 15 PR 15
Item 82 Item 128
Item 83 Item 129
Item 127 Item 173
Item 172 Item 174
Campo 16: Aventura - Risco
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 40 Item 42 Totais
Item 41 Item 87 AC 16 PR 16
Item 85 Item 131
Item 86 Item 132
Item 130 Item 176
Item 175 Item 177
Campo 17: Mecânico - Manual
Ac Pontuação PR Pontuação
Item 43 Item 45 Totais
Item 44 Item 90 AC 17 PR 17
Item 88 Item 134
Item 89 Item 135
Item 133 Item 179
Item 178 Item 180
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Capacidade Lógica Página 76
Modulo VI
Transmissão da Informação e Aconselhamento
Exemplar de Relatório de Orientação Escolar e Profissional:
Identificação do Sujeito
Nome: xxxxxx
Data de Nascimento: 15 de Março de 1990
Idade: 18 anos
Data de Avaliação: Março 2008
Motivo de Sinalização /Pedido de Orientação:
O xxx veio à consulta de Orientação Vocacional porque encontrava-se a
terminar o 12º ano e necessita de ajuda para tomar uma decisão relativamente ao seu
futuro escolar e profissional, pois não sabe que curso seguir.
O xxx foi submetido a uma entrevista inicial, a um teste de personalidade –
Tipologia de Holland -, a um teste de capacidades – Bateria de Provas de Raciocínio
Diferencial – e a um teste de interesses profissionais – IPP – Interesses e Preferências
Profissionais.
Registou-se:
Entrevista:
No decorrer da entrevista o jovem adoptou uma atitude simpática e
cooperante, mostrando-se motivado na realização de todas as tarefas propostas.
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Capacidade Lógica Página 77
O xxx tem preferência pelas disciplinas de Matemática, Educação Física e
Inglês, porque gosta de desporto e do modo como aprende matemática e a língua
Inglesa. O jovem não gosta das disciplinas que tem de memorizar demasiado,
preferindo compreender e raciocinar.
O xxx revelou que ainda não se sente seguro para adoptar uma escolha em
termos de uma via de estudo para o seu futuro profissional, porem informou-nos que
tem muito interesse por áreas de matemática e por actividades relacionadas com o
desporto, nomeadamente, fisioterapeuta, professor de educação física.
Os seus tempos livres são ocupados a praticar desporto e a sair com os seus
amigos.
O que o xxx mais valoriza numa carreira profissional é, essencialmente,
ganhar muito dinheiro, ter muitos amigos, poder e prestígio.
Bateria de Provas de Raciocínio Diferencial
Os resultados das provas aplicadas sugerem que as competências mais
desenvolvidas do xxx envolvem a riqueza de vocabulário e a capacidade de
raciocínio, que estão associadas a tarefas administrativas e/ou de gestão e a tarefas
que requerem capacidades de compreensão e expressão verbal, e capacidades de
reconhecimento de elementos figurativos, capacidade de acompanhar mentalmente
os movimentos das figuras no espaço bidimensional e tridimensional, capacidade
para percepcionar formas e o movimento dessas mesmas formas no espaço, boa
capacidade de reflexão, concentração e resistência à fadiga. Estas competências,
geralmente, conduzem a bons desempenhos em áreas técnicas, mecânicas e
artísticas.
O xxx manifesta ainda, aptidão para lidar com números, efectuar cálculos e
inferir e aplicar relações entre números, o que lhe poderá vir a proporcionar bons
desempenhos a actividades que requerem bom raciocínio analítico, capacidade de
concentração e perseveração.
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Capacidade Lógica Página 78
Tipologia de Holland
O resultado da prova aplicada aponta para a saliência do tipo de Realista,
característico em pessoas robustas, praticas e com boas aptidões físicas. Das
profissões associadas a este tipo destacam-se técnicos de laboratório, alguns ramos
de engenharia, algumas ocupações militares e comercio especializado. O xxx
apresenta algumas características do tipo Convencional, comum em pessoas que
têm preferência por actividades ordenadas, características em trabalhos de
escritório. Estas pessoas adaptam-se bem a grandes organizações e não gostam de
situações ambíguas. A este tipo de personalidade associam-se profissões como:
inspectores bancários, caixas de banco, contabilistas, etc. Ao nível mais periférico, o
xxx apresenta algumas características do tipo Social, o que nos poderá indiciar que
é um jovem sociável, responsável e que gosta de atenção. As pessoas deste tipo
encontram-se em profissões como medico, psicólogo, terapeuta da fala, professor.
IPP – Interesses e Preferências Profissionais
De acordo com os resultados do teste aplicado revelou-se os seguintes
campos profissionais:
- Económico-Empresarial, que envolve tarefas como praticar, organizar, dirigir
e controlar actividades das empresas públicas ou privadas.
- Científcio-Sanitário, que se relaciona com actividades profissionais
realizadas por médicos, farmacêuticos, enfermeiros.
- Persuasivo-Comercial, ligado à direcção, coordenação e organização por
conta dos proprietários, as actividades das empresas ou estabelecimentos
dedicados ao comercio, compra e venda de mercadorias, serviços, seguros, etc
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 79
Conclusão e Aconselhamento
Pela análise dos resultados obtidos, conclui-se que o xxx reúne as
características de personalidade dos tipos Realista, Convencional e Social. Este
jovem valoriza profissionalmente ganhar muito dinheiro, ter poder e prestígio e ter
bons amigos. Apresenta, na sua maioria, capacidades dentro ou mais acima da
media e os seus interesses vocacionais estão essencialmente ligados à área
económico-empresarial, seguindo-se a área de cientifico-sanitária e, como terceira
escolha, a área persuasivo-comercial.
De acordo com estes dados, pode concluir-se que o xxx apresenta
características de personalidade que vão ao encontro dos seus interesses
profissionais. Ainda, apresenta competências que lhe poderão vir a proporcionar um
bom desempenho em várias áreas.
Partindo destas observações seria conveniente que o xxx seguisse uma
carreira que lhe permitisse desenvolver actividades de organização, direcção e
controle de empresas, lidar com números e dados, por um lado, e por outro,
prescrever e administrar tratamento médico para curar e prevenir feridas, lesões e
outras doenças. Assim, o xxx poderá sentir-se realizado em profissões como
empresário, gerente de empresas, director financeiro, director de vendas, agente de
seguros, fisioterapeuta, preparador físico, arbitro, treinador desportivo, operador de
computadores, engenheiro informático, programador informático e arquitecto.
Deste modo, para que o xxx possa reflectir e desenvolver-se um pouco mais
para que a escolha de uma profissão seja mais consciente, aconselha-se que opte
pelo agrupamento 1 (Cientifico – Natural), a fim de, futuramente ingressar no ensino
superior, num dos cursos atrás referidos ou noutro equiparado. O agrupamento 1
será o mais indicado porque proporciona o acesso a um maior número de cursos
superiores, que englobam os interesses e características pessoais do xxx. Assim o
jovem terá uma maior variedade de oportunidades de escolha quando terminar o
12ºano.
Manual de Orientação Escolar e Profissional
Capacidade Lógica Página 80
Data
A psicóloga
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