Post on 25-Oct-2021
Literatura
Profa: Rita de Cássia
MODERNISMO: GERAÇÃO DE 22
• Destruição + Construção
• Ideias de renovação
• Combater a arte tradicional
• “[...] maior orgia intelectual que a história do paísregistra”...
Sua obra representa um dos cortes mais profundos do Modernismo brasileiro em relação à cultura do passado.
Era de família rica; cursou Direito e foi jornalista.
Foi casado com Tarsila do Amaral.
Suas obras mais marcadas ideologicamente: “Manifesto Antropófago”; “Serafim Ponte Grande”; “O rei da vela”.
Debochado, irônico, crítico.
Defendia a valorização de nossas origens, de nosso passado histórico e cultural, mas de forma crítica.
Recuperava, parodiava, ironizava e atualizava nossa história de colonização.
Estudou música; foi crítico de arte em jornais e revistas.
Empreendeu uma pesquisa profunda sobre a cultura brasileira: folclore, lendas, ritmos, dança, costumes, variações linguísticas.
De 1930 até 1945: poesia intimista e introspectiva; poesia social, de denúncia da realidade brasileira.
Na prosa: Preocupação com a descoberta e exploração de novas técnicas narrativas e, ao mesmo tempo, com a sondagem do universo social e psicológico do ser humano das grandes cidades.
Obras: Macunaíma; Amar, verbo intransitivo; Pauliceia desvairada; Contos novos.
Solidificação da poesia de orientação modernista.
Verso livre, língua coloquial, irreverência, liberdade criadora, etc.
Extrai poesia das coisas aparentemente banais do cotidiano.
Temas: a doença, o quarto, as ações mecânicas do cotidiano, o jornal, a cultura popular, etc.
Seu poema mais famoso: Vou-me embora pra Pasárgada.
Literatura
Profa: Rita de Cássia
MODERNISMO: GERAÇÃO DE 30CONTEXTO HISTÓRICO
MUNDO:Queda da Bolsa (1929)Segunda Guerra Mundial
BRASIL:Crescimento UrbanoCrise cafeeiraRevolução de 30Era VargasIntentona ComunistaDemocracias X Ditaduras
MODERNISMO: GERAÇÃO DE 30Prosa
• Fase de Construção: Aproveitamento das
conquistas da geração passada.
• Regionalismo
• Análise e denúncia da realidade
brasileira
• Intimismo
1. Prosa Urbana: Focaliza o homem da cidade eseus conflitos sociais.
2. Prosa do Regionalismo Nordestino: Um dosprincipais da prosa dessa geração. Sãoabordados os inúmeros problemas de umNordeste decadente: A miséria, as relaçõesdos pobres com o poder e com os poderosos,a hostilidade do ambiente, o descaso dospolíticos.
3. Prosa Intimista: Se detém nos processospsicológicos das personagens. Investigaçãodo mundo interior, dos motivos individuais decada um e de suas origens.
Militou no Partido Comunista.
Foi presa por defender ideias esquerdistas.
Foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
Temática: Denúncia da realidade social.
Introduz elementos psicológicos em sua obra.
Análise sociológica e psicológica.
Retratou o universo sertanejo nordestino: fazendeiro autoritário X caboclo comum.
Especificidades do regional para o universal.
Condição coletiva: o homem explorado socialmente ou brutalizado pelo meio.
Foi preso durante o governo de Getúlio Vargas.
Retratou a decadência dos engenhos de cana.
Retratou o processo de transformações econômicas, sociais e políticas pelas quais passava o Nordeste.
Transpôs para a Literatura o imaginário do povo nordestino.
As obras de sua primeira fase são marcadas por ideias socialistas.
Retrata a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares.
Temas: Seca, cangaço, exploração do trabalhador urbano e rural, coronelismo.
Tem a Bahia como espaço social.
Em sua fase final, aborda costumes, cultura, comportamento, língua, religião, etc., do povo baiano.
Foi preso durante o governo de Vargas, acusado de participar da Intentona Comunista.
Sua obra é dividida em três fases.
Primeira fase: Registro do cotidiano da vida urbana de Porto Alegre e apresentação de certos problemas morais, sociais e humanos.
Segunda fase: Retrata a formação do Rio Grande dos Sul e de seu povo.
Terceira fase: Postura mais universalista, crítica e de engajamento social.
Literatura
Profa: Rita de Cássia
MODERNISMO: GERAÇÃO DE 30Poesia
• Estar-no-mundo...
• Reflexão filosófico-existencialista
• Universalização
• Os conflitos do homem em geral
• Liberdade de criação (versos brancos elivres; formas tradicionais)
• Engajamento social e político
• Subjetividade
• Espiritualidade (Neossimbolismo)
[...]
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
(Carlos Drummond de Andrade)
(Trecho. Publicado em Antologia Poética – 12a edição – Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, ps. 14,15 e 16)
A FLOR E A
NÁUSEA
Sua obra pode ser analisada a partir de 4 fases:
1ª - Fase Gauche: Consciência e isolamento:Pessimismo, individualismo, isolamento, reflexãoexistencial.
2ª - Fase Social: todo o sentimento do mundo:Interesse pelos problemas sociais, pelo contextohistórico, universalismo, causa socialista.
3ª - Fase do Signo do Não: Reflexão, filosofia,metafísica, morte, tempo e tendências aoconcretismo.
4ª - Fase Final: Tempo de Memória: Infância,Itabira, o pai, a família, a piada, o humorcotidiano, a autoironia.
Dilaceração do eu em conflito.
A presença constante de metáforas e símbolos.
A inclinação para o surrealismo e os contrastesentre abstrato e concreto. Lucidez e delírio.Realidade e mito.
História do Brasil (obra): nacionalista, ufanista-irônica.
Poesia religiosa e as contradições do eu.
Preocupação com o social e com o sobrenatural.
Conceito de religiosidade unido à arte e a umsenso prático da vida.
Erotismo.
Democracia e socialismo.
Iniciou como parnasiano.
Aderiu ao Modernismo: Paisagem nordestina,folclore, fauna e flora locais.
Reencontro com a infância.
O negro, a miséria do povo e a consciênciasocial.
Experiência religiosa, com muitas imagens ereferências bíblicas, ao sentimento defraternidade para com os oprimidos.
Personagens incompletas existencialmente,perdidas, cheias de culpa.
A síntese das várias quedas, individuais ecoletivas, que compõem a história humana.
A principal voz feminina da poesia moderna.
Escreveu também Literatura Infantil.
Nunca esteve, necessariamente, filiada a nenhummovimento literário. Algumas de suas publicaçõesevidenciam certa inclinação pelo Simbolismo.
Espiritualismo e orientalismo (cultura oriental).
Cuidadosa com a seleção vocabular e forteinclinação para a musicalidade, para o verso curto eos paralelismos.
Orientação intimista.
Reflexão sobre questões políticas e sociais:liberdade, justiça, miséria, ganância, traição eidealismo.
Poesia reflexiva, filosófica.
Efemeridade e transitoriedade da vida.
Tempo, amor, infinito, natureza, criação artística.
Escritora intuitiva: entender o mundo a partir daspróprias experiências.
Compositor de MPB. Um dos fundadores(nos anos 50) da Bossa Nova.
Duas fases:
1ª - transcendental, mística, resultante de suafase cristã, angústia existencial.
2ª - mundo material, repulsa ao idealismodos primeiros anos. Temas cotidianos. Coisassimples da vida.
Sensualismo: amor e mulher.
Verso livre. (Apesar de também ter escritomuitos sonetos)
Poesia Social.
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: deferro.
Noventa por cento de ferro nascalçadas.
Oitenta por cento de ferro nasalmas.
E esse alheamento do que na vida éporosidade e
[comunicação.
A vontade de amar, que me paralisao trabalho,
vem de Itabira, de suas noitesbrancas, sem mulheres e
[sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto mediverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversasque ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço doBrasil,
este São Benedito do velho santeiroAlfredo Duval;
este couro de anta, estendido nosofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia naparede.
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Poesia completa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.
Carlos Drummond de Andrade éum dos expoentes do movimentomodernista brasileiro. Com seuspoemas, penetrou fundo na alma doBrasil e trabalhou poeticamente asinquietudes e os dilemas humanos.Sua poesia é feita de uma relaçãotensa entre o universal e oparticular, como se percebeclaramente na construção dopoema Confidência do Itabirano.Tendo em vista os procedimentosde construção do texto literário e asconcepções artísticas modernistas,conclui-se que o poema acima
A) representa a fase heroica domodernismo, devido ao tomcontestatório e à utilização deexpressões e usos linguísticostípicos da oralidade.
B) apresenta uma característicaimportante do gênero lírico, que é aapresentação objetiva de fatos edados históricos.
C) evidencia uma tensão históricaentre o “eu” e a sua comunidade,por intermédio de imagens querepresentam a forma como asociedade e o mundo colaborampara a constituição do indivíduo.
D) critica, por meio de um discursoirônico, a posição de inutilidade dopoeta e da poesia em comparaçãocom as prendas resgatadas deItabira.
E) apresenta influências românticas,uma vez que trata daindividualidade, da saudade dainfância e do amor pela terra natal,por meio de recursos retóricospomposos.
A verdade é que não me preocupomuito com o
outro mundo. Admito Deus, pagadorceleste dos
meus trabalhadores, malremunerados cá na
terra, e admito o diabo, futurocarrasco do ladrão
que me furtou uma vaca de raça.Tenho,
portanto, um pouco de religião,embora julgue
que, em parte, ela é dispensável aum homem.
Mas mulher sem religião é horrível.
Comunista, materialista. Bonitocasamento!
Amizade com o Padilha, aqueleimbecil. “Palestras amenas evariadas”. Que haveria naspalestras? Reformas sociais, oucoisa pior. Sei lá!
Mulher sem religião é capaz detudo.
(RAMOS, Graciliano. São Bernardo.
Rio de Janeiro: Record, 1981, p. 131)
Uma das características da prosa deGraciliano
Ramos é ser bastante direta eenxuta. No romance São Bernardo, oautor faz a análise
psicológica de personagens eexpõe desigualdades sociais combase na relação entre patrão
e empregado, além da relaçãoconjugal. Nesse
sentido, o texto revela:
A) um narrador oniscienteque não participa da
história, conhecedorprofundo do carátermachista de Paulo Honórioe da sua ideologia política.
B) uma narração emterceira pessoa queexplora o aspecto objetivoe claro da linguagem para
associar o espaço internodo personagem ao
espaço externo.
C) um narrador alheio àsquestões socioculturais eeconômicas da sociedadecapitalista e
que defende a divisão dosbens e o trabalho
coletivo como modo deorganização social e
política.
D) um discurso emprimeira pessoa quetransmite o caráterambíguo da religiosidadedo personagem e suaconvicção acerca darelação
que a mulher deve ter coma religião.
E) um narrador-personagem que colocano
mesmo plano Deus e odiabo e defende olivrearbítrio feminino notocante à religião.
No decênio de 1870,Franklin Távora defendeu
a tese de que no Brasilhavia duas literaturas
independentes dentro damesma língua: uma do
Norte e outra do Sul,regiões segundo ele muito
diferentes por formaçãohistórica, composição
étnica, costumes,modismos linguísticos etc.Por
isso, deu aos romancesregionais que publicou
o título geral de Literaturado Norte. Em nossos
dias, um escritor gaúcho,Viana Moog, procurou
mostrar com bastanteengenho que no Brasil
há, em verdade, literaturassetoriais diversas,
refletindo ascaracterísticas locais.
(CANDIDO, A. A novanarrativa. A educação pela
noite e outros ensaios. SãoPaulo: Ática, 2003)
Com relação à valorização,no romance regionalistabrasileiro, do homem e dapaisagem de
determinadas regiõesnacionais, sabe-se que:
A) o romance do Sul do Brasilse caracteriza pela temáticaessencialmente urbana,colocando em relevo aformação do homem pormeio da mescla decaracterísticas locais e dosaspectos culturais trazidos defora pela imigraçãoeuropeia.
B) José de Alencar,representante, sobretudo, doromance urbano, retrata atemática da urbanização dascidades brasileiras e dasrelações conflituosas entre asraças.
C) o romance do Nordestecaracteriza-se peloacentuado realismo no usodo vocabulário, pelo temáriolocal, expressando a vida dohomem em face da naturezaagreste, e assumefrequentemente o ponto de
vista dos menos favorecidos.
D) a literatura urbanabrasileira, da qual um dosexpoentes é Machado deAssis, põe em relevo aformação do homembrasileiro, o sincretismoreligioso, as raízes africanase indígenas que caracterizamo nosso povo.
E) Érico Veríssimo, Rachel deQueiroz, Simões Lopes Netoe Jorge Amado sãoromancistas das décadas de30 e 40 do século XX, cujaobra retrata a problemáticado homem urbano emconfronto com amodernização do paíspromovida pelo Estado Novo.
TEXTO I
Quem sabe, devido às atividadesculinárias da esposa, nesses idíliosVadinho dizia-lhe “Meu manuê demilho verde, meu acarajé cheiroso,
minha franguinha gorda", e taiscomparações gastronômicas davamjusta ideia de certo encanto sensuale caseiro de dona Flor a esconder-se sob uma natureza tranquila edócil. Vadinho conhecia-lhe asfraquezas e as expunha ao sol,aquela ânsia controlada de tímida,aquele recatado desejo fazendo-seviolência e mesmo
incontinência ao libertarse nacama.
(AMADO, J. Dona Flor e seus doismaridos. São Paulo: Martins, 1966)
TEXTO II
As suas mãos trabalham nabraguilha das calças do falecido.Dulcineusa me confessou maistarde: era assim que o maridogostava de começar as intimidades.Um fazer de conta que
era outra coisa, a exemplo do gatoque distrai o olhar enquanto seguraa presa nas patas. Esse o acordosilencioso que tinham: ele chegavaem casa e se queixava que tinha umbotão a cair.
Calada, Dulcineusa se armava dosapetrechos da costura e seposicionava a jeito dos prazeres edos afazeres.
(COUTO, M. Um rio chamadotempo, uma casa chamada terra.São Paulo: Cia. das Letras,2002)Estado Novo.
Tema recorrente na obra deJorge Amado, a figurafeminina aparece, nofragmento, retratada deforma semelhante à que sevê no texto do moçambicanoMia Couto. Nesses doistextos, com relação aouniverso feminino em seucontexto doméstico, observa-se que:
A) o desejo sexual éentendido como umafraqueza moral, incompatívelcom a mulher casada.
B) a mulher tem umcomportamento marcado porconvenções de papéissexuais.
C) à mulher cabe o poder dasedução, expresso pelosgestos, olhares e silênciosque ensaiam.
D) a mulher incorpora osentimento de culpa e agecom apatia, como no mitobíblico da serpente.
E) a dissimulação e a malíciafazem parte do repertóriofeminino nos espaçospúblico e íntimo.
Literatura
Profa: Rita de Cássia
MODERNISMO: GERAÇÃO DE 45
• Ideológica
• Discussão dos problemas brasileiros
• Linguagem literária: a poesia é a arte da palavra.
• Fusão de estilos formais
MODERNISMO: GERAÇÃO DE 45
• Continuação do Neorrealismo
• Expansão do Regionalismo
• Intimismo = Não mais o ser com o mundo, mas o ser consigomesmo
• Nova corrente:
Realismo fantástico / Realismo mágico / Hiperrealismo
• Invenção de novas palavras
• Proposta de uma universidade temática
• Busca de um equilíbrio formal
Guimarães Rosa retrata o sertão das Gerais – sulda Bahia, norte de Minas e norte e nordeste deGoiás - e a gente que ali vive: os matutos,vaqueiros, crianças, velhos, feiticeiros, loucos.
Sua obra, porém, prioriza questões universais.
O sertanejo vive um impasse existencial quepode ser vivido e/ou compreendido porqualquer um, em qualquer espaço.
Apesar disso, Guimarães Rosa é um otimista.
Os personagens passam por asceses ouepifanias.
O grau de universalismo que Guimarães atribuiu aosertão é claramente explicitado pelo autor: “Osertão está em toda parte”; “O sertão é do tamanhodo mundo”. Claro está, portanto, o carátermetonímico desse espaço: a parte (sertão)representa o todo (mundo e/ou vida).Frequentemente, para os personagens de Rosa, háuma situação da travessia do sertão – é,naturalmente, a representação metafórica datravessia da vida, com seus percalços.
Perspectiva...
Processos interiores e a revolução que essesprocessos promovem nas relações do ser consigomesmo e com o mundo.
Transformação íntima radical.
Dado fundamental: A paixão sentimento ouemoção levados a um alto grau de intensidade;sofrimento; amor ardente.
Obsessão pelo instante
Tempo psicológico
Linguagem simples e lírica.