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MUSEUS CASTRO MAYA/DIV. ICONOGRAFIA, RIO DE JANEIROO Segundo Reinado: o governo de D. Pedro II (1840 1889)
O Segundo ReinadoO segundo reinado comea em 23 de julho de 1840, quando dom Pedro II declarado maior de idade, e estende-se at 15 de novembro de 1889, com a instaurao da Repblica. dividido em trs fases:Consolidao (1840 1850):Conciliao (1850 1870):Crise (1870 1889): um perodo de consolidao das instituies nacionais e de desenvolvimento econmico. Em sua primeira fase, entre 1840 e 1850, o pas passa por uma srie de redefinies internas: represso e anistia aos movimentos rebeldes e separatistas; reordenamento do cenrio poltico em bases bipartidrias, introduo de prticas parlamentaristas inspiradas no modelo britnico; reorganizao da economia pela expanso da cafeicultura e normalizao do comrcio exterior, principalmente com o Reino Unido.
PARLAMENTARISMO Concretiza-se em 1847, quando dom Pedro II cria o cargo de primeiro-ministro ou de presidente do Conselho de Ministros. Escolhido pelo imperador, o primeiro-ministro se encarrega de formar o ministrio e submet-lo ao Parlamento (Cmara dos Deputados). O imperador o rbitro em caso de oposio entre ministrio e Parlamento: pode demitir o gabinete ministerial ou dissolver a Cmara dos Deputados. Durante os 39 anos em que se mantm no poder, dom Pedro II forma 36 ministrios diferentes, e os partidos Liberal e Conservador alternam-se no poder.
Liberais e Conservadores manipulados por D. Pedro II, cientes de que precisavam de sua proteo.Parlamentarismo s avessas: Poder legislativo subordinado ao executivo.Imperador = Poder Moderador = pea central nas decises.
correntes polticas Liberais: profissionais liberais urbanos, latifundirios ligados a produo para o mercado interno (reas mais novas). Conservadores: grandes comerciantes, latifundirios ligados ao mercado externo, burocracia estatal.Sem divergncias ideolgicas, disputavam o poder mas convergiam para a conciliao. Ambos representavam elites econmicas.
Revoltas no Segundo ReinadoRevoluo liberal (1842) : Em So Paulo, a oposio legislao conservadora do governo central evolui para uma rebelio armada. A revoluo liberal, como fica conhecida, eclode na capital em 17 de maio de 1842. liderada por Rafael Tobias de Aguiar, aclamado presidente da Provncia. Os rebeldes conseguem o apoio do padre Diogo Feij e da populao de algumas vilas, entre elas Itapetininga, Itu, Porto Feliz e Capivari. Tentam avanar sobre a capital e so derrotados pelo Exrcito, sob o comando de Lus Alves de Lima e Silva, o baro de Caxias. Padre Feij preso em Sorocaba, em 21 de junho, mas Tobias de Aguiar consegue escapar. Os liberais mineiros tambm rebelam-se. No final de julho, Caxias chega a Minas e vence os liberais num violento combate travado em Santa Luzia, dia 20 de agosto. Os principais chefes so presos e, em maro de 1844, anistiados pelo imperador.
Rebelio Praieira (1848): Os moderados do Partido Liberal retornam ao poder em 1844, mas mantm as leis centralistas que antes combatiam. A ala radical do partido rebela-se. O maior foco oposicionista concentra-se em Pernambuco, onde o governo provincial est nas mos de Antnio Chichorro da Gama, um liberal radical ligado ao Grupo da Praia chamado assim porque se rene em torno do jornal O Dirio Novo, instalado na rua da Praia. Os praieiros tambm se voltam contra parcelas dos grandes proprietrios rurais e comerciantes portugueses.Manifesto ao Mundo Em 1848, a Rebelio Praieira deflagrada sob o comando do capito de artilharia Pedro Ivo Veloso da Silveira. Comea em Olinda e espalha-se rapidamente por toda a Zona da Mata pernambucana. Em janeiro de 1849, os praieiros lanam o Manifesto ao Mundo, sntese de seu programa revolucionrio: voto livre e universal, plena liberdade de imprensa, trabalho como garantia de vida para o cidado brasileiro, efetiva independncia dos poderes constitudos e a extino do poder moderador. Conseguem a adeso da populao urbana pobre, de pequenos arrendatrios, boiadeiros, mascates e negros libertos. Chegam a congregar cerca de 2 mil combatentes. A luta prolonga-se por mais de um ano. So derrotados em maro de 1852.Extino do Liberalismo Radical Para os historiadores, com a derrota da Rebelio Praieira desaparecem os ltimos resqucios do liberalismo radical e democrtico surgido durante o processo de independncia. Seu fim facilita a poltica de conciliao entre liberais e conservadores, caracterstica do segundo reinado.
Levantes populares
Os ltimos anos do Imprio so sacudidos por vrios levantes das populaes urbanas pobres. A carestia de vida o principal motivo dessas revoltas. Tambm multiplicam-se pelo pas manifestaes populares e comcios em favor da abolio da escravatura, e da Repblica.QUEBRA-QUILOS O Brasil adere oficialmente ao Sistema Mtrico em 1862, mas, em todo o pas, permanecem em uso os sistemas tradicionais de medidas. Em 1874 a tentativa de adotar os padres do sistema mtrico provoca uma revolta popular violenta na Paraba, conhecida como Quebra-Quilos. Para as autoridades da poca, o movimento insuflado pelo clero, em briga com o governo. A rebelio contida, vrios revoltosos so presos, inclusive padres.REVOLTA DO VINTM Em 1880, a populao pobre do Rio de Janeiro se rebela contra o aumento das passagens dos bondes, ainda puxados por burros e trens. A chamada Revolta do Vintm explode dia 1 de janeiro. A polcia tenta cont-la e os manifestantes respondem quebrando bondes, arrancando trilhos e virando os veculos. A revolta s pra com a interveno do Exrcito, que abre fogo contra a multido e mata vrias pessoas.
Relaes internacionaisA Questo Christie (1863 1865):Rompimento de relaes diplomticas entre BRA e ING.Causas:Roubo de carga de navio ingls naufragado no RS (ING exige indenizao);Priso de marinheiros ingleses no RJ (ING exige desculpas).W. D. Christie (embaixador ingls no Brasil) aprisiona 5 navios brasileiros no porto do RJ a ttulo de indenizao.BRA paga indenizao mas exige desculpas da ING por invadir porto do RJ.Arbtrio internacional de Leopoldo I (BEL) favorvel ao BRA;BRA rompe relaes diplomticas com a ING.ING desculpa-se oficialmente em 1865.
Guerras platinas Independente desde 1828, o Uruguai vive s voltas com as disputas de poder, muitas vezes armadas, entre os partidos Colorado e Blanco. No incio da dcada de 40, o pas governado pelo general Fructuoso Rivera, do Partido Colorado. O Brasil apia Rivera em troca de seu afastamento da Argentina. O Partido Blanco, de oposio, tenta tomar o poder sob o comando de Manuel Oribe e com a ajuda do ditador argentino Juan Manuel de Rosas. Cercam Montevidu em 1843 e mantm seu controle por mais de oito anos.PRIMEIRA GUERRA CONTRA O URUGUAI OU QUESTO ORIBE Em 1849, temendo o predomnio argentino na regio do Prata, o governo brasileiro decide intervir no conflito ao lado dos colorados. Alega que o prximo passo de Oribe e Rosas seria a invaso do Rio Grande do Sul. Financiados pelos ingleses, brasileiros e uruguaios colorados unem-se s tropas argentinas de oposio a Rosas, comandadas pelo general Urquiza. Os trs Exrcitos tomam Montevidu em dezembro de 1851, forando a rendio de Manuel Oribe. Brasil e Uruguai assinam o Tratado de Limites, Comrcio, Amizade e Subsdios.
GUERRA CONTRA A ARGENTINA OU QUESTO ROSAS Em janeiro de 1852, o general Urquiza, lder militar da oposio argentina, invade seu pas com apoio de tropas uruguaias e brasileiras. O movimento tambm financiado pelos ingleses. Rosas derrotado na batalha de Monte Caseros, em 3 de fevereiro de 1852. Brasil e Inglaterra garantem o direito de navegar nos rios Uruguai e Paran, melhor caminho para penetrar no interior do continente.SEGUNDA GUERRA CONTRA O URUGUAI OU QUESTO AGUIRRE O Partido Blanco d um golpe de estado e Atanasio Cruz Aguirre assume o poder. Mais uma vez, o Brasil fica ao lado dos colorados. Uma esquadra comandada pelo almirante brasileiro Tamandar e um exrcito liderado pelo colorado Venncio Flores bloqueiam Montevidu em 2 de janeiro de 1864. Aguirre renuncia e o presidente do Senado, Toms Villalba, assume o governo em 20 de fevereiro de 1864. A vitria consolida a posio brasileira no Prata.
1864: Guerra contra Aguirre (URU Blanco):BRA invade o URU, depe Aguirre e coloca em seu lugar o colorado Venncio Flores.Equilbrio no Prata rompido. Aguirre tinha acordo com o lder paraguaio Solano Lpez.
1850: Guerra contra Oribe e Rosas:BRA invade URU e ARG e depe seus governantes. Assumem Rivera (Colorado) no URU e Urquiza na ARG.
Guerra com o Paraguai Desde a primeira metade do sculo XIX, o Paraguai investe no desenvolvimento econmico auto-suficiente. Sem as marcas da escravido, sua populao tem um alto ndice de alfabetizao. A autonomia do pas desafia o imperialismo britnico na Amrica. Em 1862, Francisco Solano Lpez assume o governo e investe na organizao militar. Em 11 de novembro de 1864, captura o navio brasileiro Marqus de Olinda e, no dia seguinte, 12 de novembro, corta as relaes diplomticas com o Brasil. Em maro de 1865, tropas paraguaias invadem a Argentina. O objetivo paraguaio obter uma porto martimo, conquistando uma fatia dos territrios brasileiro e argentino.
FRANCISCO SOLANO LPEZ (1827-1870) filho e sucessor do presidente paraguaio Carlos Antnio Lpez. Em 1845, nomeado general-de-brigada, enviado Frana, onde compra armas e munies e comea a modernizao do exrcito paraguaio. Nomeado ministro da Guerra e da Marinha, Solano Lpez implanta internamente o sistema militar prussiano. Com a morte do pai, assume o governo e d continuidade sua poltica de desenvolvimento econmico. Contrata mais de 200 tcnicos estrangeiros para introduzir inovaes tecnolgicas: implanta a primeira rede telegrfica da Amrica do Sul, redes de estradas de ferro, promove a instalao de indstrias siderrgicas, txteis, de papel e de tinta. Investe na construo naval, fabricao de canhes, morteiros e balas de todos os calibres e institui o recrutamento militar compulsrio. Sem contar com um litoral para expandir o comrcio externo de seu pas, assume uma poltica expansionista frente ao Brasil e Argentina e, em 1864, desencadeia a mais sangrenta das guerras americanas. No incio, tem amplo apoio popular e detm as tropas aliadas por cinco anos. Depois, as milhares de vidas perdidas enfraquecem sua posio e popularidade. Para calar os opositores, manda executar centenas de compatriotas, acusando-os de conspirao, em 1868. Lpez morto aps a batalha de Cerro Cor, ao fugir do cerco de um destacamento brasileiro. Por muitos anos, retratado pela historiografia apenas como um aventureiro. O julgamento revisto e, atualmente, considerado um heri nacional.
TRPLICE ALIANA Os governos da Argentina, do Brasil e seus aliados uruguaios assinam o Tratado da Trplice Aliana, em 1 de maio de 1865, contra o Paraguai. Emprstimos ingleses financiam as foras aliadas. O Exrcito paraguaio, superior em contingente cerca de 64 mil homens em 1864 e em organizao, defende o territrio de seu pas por quase um ano. Finalmente, em 16 de abril de 1866, os aliados invadem o Paraguai ao vencer a batalha de Tuiuti, sob o comando do argentino Bartolomeu Mitre.COMANDO BRASILEIRO Em 1868, o comando dos aliados passa para o baro de Caxias. Ele toma a fortaleza de Humait, em 5 de agosto de 1868, e invade Assuno em 5 de janeiro. Passa o comando das tropas brasileiras ao conde d'Eu, marido da princesa Isabel. Solano Lpez resiste no interior. A batalha final acontece em Cerro Cor, em 1 de maro de 1870. O pas ocupado por um comando aliado e sua economia destruda. A populao paraguaia, que antes do conflito chegava a 1,3 milho de pessoas, fica reduzida a pouco mais de 200 mil pessoas.REFLEXOS DA GUERRA NO BRASIL Para o Brasil, a guerra significa o incio da ruptura com o sistema monrquico-escravista. Diante da dificuldade de recrutar soldados, escravos so alforriados para substitu-los, fato que incentiva a campanha abolicionista. A conseqncia mais importante, porm, o fortalecimento do Exrcito. Atrados pela causa republicana, em poucos anos os militares passam a lider-la. No plano financeiro, o saldo final uma duplicata de 10 milhes de libras que o Brasil deixa pendente com o Banco Rothchild, de Londres.
Economia no Segundo ReinadoA partir da metade do sculo XIX, a economia brasileira entra num perodo de prosperidade e diversificao de atividades. O caf torna-se a base da economia do pas e a indstria comea a se desenvolver. Outros produtos agrcolas tambm ganham destaque na pauta de exportaes brasileiras.Diversificao agrcola O cacau, produzido na Bahia, a borracha, explorada na bacia do rio Amazonas, e o algodo, cultivado em larga escala no Maranho, Pernambuco e Cear, passam a ser produtos expressivos na economia brasileira. Em 1860 o algodo chega a ser o segundo produto de exportao nacional. A expanso de sua cultura, nesse perodo, conseqncia da Guerra de Secesso norte-americana (1861-1865), que desorganiza a produo algodoeira dos Estados Unidos. A pecuria, embora voltada para o mercado interno, a mais importante atividade econmica na regio centro-sul. Tambm responsvel pela efetiva ocupao e povoamento do chamado Tringulo Mineiro e sul do Mato Grosso.
Economia cafeeira Principal produto:Mercado externo (EUA/EUROPA).Produto de alto valor.Solo (terra roxa) e clima favorveis: Regio Sudeste (RJ, SP e MG).Desenvolvimento dos transportes (estradas de ferro, portos).Desenvolvimento de comunicaes (telgrafo, telefone).Desenvolvimento de atividades urbanas paralelas (comrcio, bancos, indstrias)
ECONOMIA DEEXPORTAOECONOMIA MONOCULTORAECONOMIA LATIFUNDIRIAECONOMIA ESCRAVISTA
Vale do Paraba (RJ SP): 1 zona de cultivo. Incio no final do sculo XVIII. Latifndio escravista tradicional, sem inovaes tcnicas. Principal at aproximadamente 1860-70.Oeste paulista: 2 zona de cultivo. Incio aproximadamente a partir de 1850. Tecnologicamente mais avanado. Introduo do trabalho de imigrantes paralelamente ao escravismo. Terra Roxa.
Indstria e servios As atividades industriais, pouco significativas nos primeiros decnios do sculo XIX, comeam a crescer junto com a economia cafeeira, na segunda metade do sculo XIX. Enquanto de 1841 a 1845 apenas uma patente industrial expedida, entre 1851 e 1855 esse nmero sobe para 40. Na dcada seguinte, so fundadas 62 empresas industriais; 14 bancos; 3 caixas econmicas; 20 companhias de navegao a vapor; 23 companhias de seguro; 4 companhias de colonizao; 3 de transportes urbanos; 2 companhias de gs e construdas 8 estradas de ferro. Surgem grandes empreendedores no pas, como Irineu Evangelista de Souza, o visconde de Mau.IRINEU EVANGELISTA DE SOUZA (1813-1889), o visconde de Mau, industrial, banqueiro, poltico e diplomata, um smbolo dos capitalistas. pioneiro no campo dos servios pblicos: organiza companhias de navegao a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas; em 1852 implanta a primeira ferrovia brasileira, entre Petrpolis e Rio de Janeiro, e uma companhia de gs para a iluminao pblica do Rio de Janeiro, em 1854. Dois anos depois inaugura o trecho inicial da Unio e Indstria, primeira rodovia pavimentada do pas, entre Petrpolis e Juiz de Fora. Liberal, abolicionista e contrrio Guerra do Paraguai, torna-se persona non grata no Imprio. Suas fbricas passam a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negcios so abalados pela legislao que sobretaxava as importaes. Em 1875 o Banco Mau vai falncia. O visconde vende a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros.IMPULSO INDUSTRIALIZAO Em 1844 criada a tarifa Alves Branco, que aumenta as taxas aduaneiras sobre 3 mil artigos manufaturados importados. Seu objetivo melhorar a balana comercial brasileira, mas acaba impulsionando a substituio de importaes e a instalao de inmeras fbricas no pas. Com o fim do trfico negreiro, os capitais empregados no comrcio de escravos tambm impulsionam a industrializao.NOVAS INDSTRIAS Em 1874 as estatsticas registram a existncia de 175 fbricas no pas. Dez anos depois, elas j so mais de 600. Concentram-se em So Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e empregam mais de 20 mil operrios. O capital vem geralmente do setor agrrio: vrios fazendeiros diversificam seus negcios e transformam-se em capites de indstria.
Fim do trfico J em 1810, ao assinar o Tratado de Comrcio e Navegao com a Inglaterra, dom Joo VI compromete-se com o fim do comrcio de escravos. As negociaes arrastam-se por 15 anos, devido ferrenha oposio dos grandes proprietrios de terras. Em 1825 os ingleses exigem que o Brasil marque uma data para a extino do trfico. Um decreto imperial de 1827 garante a interrupo do comrcio negreiro no prazo de quatro anos. Em 7 de novembro de 1831 votada a lei que determina o fim do trfico. Nunca posta em prtica, o episdio d origem expresso "para ingls ver".LEI EUSBIO DE QUEIROZ Em 8 de agosto de 1845 o Parlamento ingls promulga a Lei Bill Aberdeen, que probe o trfico em todo o mundo e arroga ao Reino Unido o dever e o direito de aprisionar qualquer navio suspeito de carregar escravos. No Brasil, o fim do trfico negreiro definido pela Lei Eusbio de Queiroz, aprovada em 4 de setembro de 1850 e complementada pela Lei Nabuco de Arajo, de 1854. Os ltimos 209 escravos trazidos para o Brasil desembarcam em Serinham (PE), em 1855.CONSEQNCIAS DO FIM DO TRFICO Em 1856 j no h entradas de escravos no Brasil. Logo aparecem as primeiras reclamaes sobre a falta de "braos" para a lavoura e a carestia das "peas" negras. Alguns fazendeiros chegam a tentar a reproduo "racionalizada" da populao escrava, num sistema semelhante ao utilizado nas plantations norte-americanas. Mas a experincia no vinga por exigir grandes gastos com a manuteno dos "reprodutores". O fim do trfico negreiro estimula a imigrao de europeus, inclusive de operrios qualificados, e libera grandes quantidades de capitais, at ento empregados no comrcio de escravos cerca de 1,9 milho de libras esterlinas por ano. Esses dois fatores so determinantes para a diversificao econmica do pas.
Campanha abolicionista O Partido Liberal compromete-se publicamente com a causa abolicionista. A campanha cresce aps a Guerra do Paraguai com a adeso dos militares. No incio da dcada de 80 criada a Sociedade Brasileira contra a Escravido e a Associao Central Abolicionista, no Rio de Janeiro, agremiaes polticas que renem figuras proeminentes do Imprio, como Jos do Patrocnio, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Lus Gama e Andr Rebouas. Em 1887, nas fazendas, comeam as fugas em massa de escravos. So apoiadas pelos abolicionistas e o Exrcito recusa-se a perseguir os fugitivos.Lei Rio Branco (ou Ventre Livre) Em 28 de setembro de 1871 o governo conservador do visconde do Rio Branco promulga a Lei do Ventre Livre. De poucos efeitos prticos, a lei d liberdade aos filhos de escravos, mas deixa-os sob tutela dos senhores at 21 anos de idade. Criou a matrcula obrigatria de escravos e legalizou o peclio no Brasil.Abolio no Cear A campanha abolicionista no Cear ganha a adeso da populao pobre. Os jangadeiros encabeam as mobilizaes, negando-se a transportar escravos aos navios que se dirigem ao sudeste do pas. Apoiados pela Sociedade Cearense Libertadora, os "homens do mar" mantm sua deciso, apesar das fortes presses governamentais e da ao repressiva da polcia. O movimento bem-sucedido: a vila de Acarape (CE), atual Redeno, a primeira a libertar seus escravos, em janeiro de 1883. A escravido extinta em todo o territrio cearense em 25 de maro de 1884.Lei Saraiva-Cotegipe (ou Sexagenrios) Em 28 de setembro de 1885 o governo imperial promulga a Lei Saraiva-Cotegipe, conhecida como Lei dos Sexagenrios, que liberta os escravos com mais de 65 anos. A deciso considerada de pouco efeito, pois a expectativa de vida do escravo no ultrapassa os 40 anos. Tambm extinguiu o trfico interno de escravos.LEI UREA Em 13 de maio de 1888, o gabinete conservador de Joo Alfredo apresenta, e a princesa Isabel assina, a Lei urea, extinguindo a escravido no pas. A deciso, porm, no agrada aos latifundirios, que exigem indenizao pela perda dos "bens". Como isso no acontece, passam a apoiar a causa republicana. Os escravos, por seu lado, ficam abandonados prpria sorte. Marginalizados pela sociedade, vo compor a camada mais miservel das classes populares.
Decadncia do ImprioAs transformaes socioeconmicas da segunda metade do sculo XIX apressam o fim da monarquia. Federalistas, abolicionistas e positivistas se opem ao excesso de centralizao de poder e convergem para a soluo republicana. O desgaste aumenta quando o imperador perde o apoio da Igreja e do Exrcito. A adeso da famlia real abolio mina as relaes com os fazendeiros.Questo religiosa : No final do Imprio, um incidente de pouca relevncia acaba tomando uma dimenso inesperada: o padre Almeida Martins suspenso pelo bispo do Rio de Janeiro por ter participado de uma solenidade manica. Na poca, catlicos e maons convivem sem problema na cena poltica brasileira. Contrariando essa tradio, os bispos de Olinda, Gonalves de Oliveira, e do Par, Macedo Costa, probem a participao de maons em confrarias e irmandades catlicas. Dom Pedro II interfere e manda suspender a medida. Os bispos mantm suas posies e, em 1874, so presos e condenados a trabalhos forados. Recebem a solidariedade dos demais bispos e do Vaticano. Mais tarde so anistiados, mas a Igreja no perdoa dom Pedro e retira-lhe o apoio.
A questo religiosa:Igreja atrelada ao Estado (Constituio de 1824).Padroado e Beneplcito.1864 Bula Syllabus (Papa Pio IX): maons expulsos dos quadros da Igreja.D. Pedro II probe tal determinao no Brasil.Bispos de Olinda e Belm descumprem imperador e so presos.Posteriormente anistiados.Igreja deixa de prestar apoio ao Imperador.
Questo militar:Exrcito desprestigiado pelo governo: baixos soldos, pouca aparelhagem e investimentos.Exrcito fortalecido nacionalmente aps a Guerra do Paraguai.Punies do governo a oficiais que manifestavam-se politicamente.Sena Madureira, Cunha Matos.Penetrao de idias abolicionistas e republicanas positivistas nos quadros do exrcito associam o Imprio ao atraso institucional e tecnolgico do pas.POSITIVISMO NO EXRCITO Depois da Guerra do Paraguai, o positivismo, doutrina elaborada pelo filsofo francs Augusto Comte (1798-1857), encontra forte eco no Exrcito. Segundo o positivismo, o desenvolvimento da humanidade ocorre em trs estgios: o estgio teolgico ou fictcio; o estgio metafsico ou abstrato e o terceiro, o estgio cientfico ou positivo. Para atingir o estgio positivo, as sociedades modernas deveriam se organizar em bases cientficas e conciliar a ordem e o progresso, mesmo que para isso fosse preciso usar a violncia, como na Revoluo Francesa. Os militares brasileiros identificam o estgio positivo com os ideais republicanos. Vrios oficiais sentem-se encarregados de uma "misso salvadora": organizar uma espcie de "ditadura republicana", nico caminho para corrigir os vcios da organizao poltica e social do pas.
Questo Republicana:1870: Manifesto Republicano (RJ) dissidncia radical do Partido Liberal.1873: Fundao do PRP (Partido Republicano Paulista), vinculado a importantes cafeicultores do Estado.Descompasso entre poderio econmico dos cafeicultores do Oeste Paulista e sua pequena participao poltica.Abolicionismo em contradio com o escravismo defendido por velhas elites aristocrticas cariocas.Idia do Federalismo maior autonomia estadual.Apoio de classes mdias urbanas, tambm pouco representadas pelo governo imperial.
Proclamao da Repblica O golpe militar para derrubar o governo preparado para 20 de novembro. O governo organiza-se para combater o movimento. Temendo uma possvel represso, os rebeldes antecipam a data para o dia 15. Com algumas tropas sob sua liderana, Deodoro cerca o edifcio, consegue a adeso de Floriano Peixoto, chefe da guarnio que defende o ministrio, e prende todo o gabinete. Dom Pedro II, que se encontra em Petrpolis, tenta contornar a situao: nomeia um novo ministro, Gaspar Martins, velho inimigo do marechal Deodoro. A escolha acirra ainda mais os nimos dos militares. Na tarde do dia 15, a Cmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, em sesso presidida por Jos do Patrocnio, declara o fim da monarquia e proclama a Repblica. Dois dias depois a famlia real embarca para Portugal, em sigilo.
VINDA DA FAMLIA REALBLOQUEIO CONTINENTALABERTURA DOS PORTOSTRATADOS COMERCIAIS COM A INGLATERRADVIDAS E CRISE ECONMICAINVERSO BRASILEIRAREVOLTA DO PORTOREGALIAS DA CORTE E AUMENTO DE IMPOSTOSINSURREIO PERNAMBUCANACONFEDARAO DO EQUADORGUERRA DA CISPLATINANOITE DAS GARRAFADASREVOLTASRETORNO DE D. JOO VIINDEPENDNCIA 1o REINADOREGNCIAABDICAO DE D. PEDRO INavegando pelo contedo
REGNCIAABDICAO DE D. PEDRO ICRISE DE GOVERNABILIDADEREVOLTAS INTERNASGOLPE DA MAIORIDADE 2o REINADOCAFFERROVIAS INDSTRIASPARLAMENTARISMO BRASILEIRAPRAIEIRACABANAGEMMALSFARRAPOSSABINADABALAIADANavegando pelo contedo
HISTRIA DA INDEPENDNCIA AO SEGUNDO REINADO
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