Post on 22-Jul-2016
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Full TimeEco cadernoConheça o primeiro brasileiro a ganhar o Lush Prize
Seus DireitosFacilidades e benefícios da
dupla cidadania
TurismoRoteiro de ecoturismo na capital paulista
Especial30 anos de Criança
Esperança
Gabriel Medina
Ano
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não se intimida com os grandes
RegiãoCQC dá seu
apoio ao Rancho dos Gnomos
Ano
2 •
Jul
ho 2
015 •
nº
34
EditorialExpediente
Ano 2 • Julho 2015 • nº 34
Publisher e DiretoraRegina Imperatore regina@editoraimperatore.com.br
Jornalista ResponsávelJuliana Martins - MTB 57.882 juliana@editoraimperatore.com.br
Direção de Arte, Diagramação ePublicação Digital Cristiana Lacutissa - CLStudio - design@editoraimperatore.com.brDesigner PublicitáriaCaroline Sofiacarol@editoraimperatore.com.br
Fotos Complementares: Dreamstime | Google imagensCapa: Canal OFF
Assessoria JurídicaDra. Benicia Hiss | contato@editoraimperatore.com.br
Comercial e atendimento ao leitor: 11-3427-7849contato@editoraimperatore.com.br
Curculação: Granja Viana, Embu das Artes, Cotia, Caucaia do Alto, Vargem Grande Paulista, Ibiúna, São Roque, Raposo Tavares.
Os conceitos emitidos nos artigos assinados e dos entrevistados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Editora. O conteúdo dos anúncios são de inteira responsabilidade dos anunciantes. O conteúdo desta publicação não pode ser reproduzido ou utilizado para quaisquer finalidades e interesses, seja impresso, digital ou em formato de vídeo, sem a consulta e devida autorização registrada pela equipe da revista. A inclusão do nome de colaboradores não implica em vínculo empregatício.
Outros Títulos da Editora
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Full Time
revista39mais.imperatore
A Revista FULL TIME é uma publicação mensal da Editora Imperatore Ltda
No mês em que comemoramos o Dia dos Pais, traze-
mos em nossa capa um Filho especial. Gabriel Medina, um
jovem surfista com vários prêmios conquistados desde
cedo, e atual campeão mundial. Nesta entrevista ele fala de
sua vida, carreira, e principalmente, sobre a importância da
família e do pai.
Um dos projetos mais duradouros do país, o programa
Criança Esperança completa 30 anos, acompanhe aqui as
novidades desta nova etapa.
Em nossa seção Turismo, um destino econômico bem
próximo de nós em São Paulo, com opções para todos os
gostos e bolsos. Vale a pena conhecer!
Acompanhe a entrevista exclusiva de Rober Bachisnski,
o primeiro brasileiro a ganhar o Prêmio Lush Prize: em 2006
ele foge da UFRGS com ratos que seriam utilizados para
experiências em aula, entrou com uma ação judicial para
completar os estudos em Biologia sem dissecar animais, e
quase 10 anos depois recebe um prêmio internacional por
suas pesquisas.
E muito mais.... acompanhe nas próximas páginas.
Boa leitura!
Regina Imperatore
6 Full TimeM A G A Z I N E
Sumário
10 Gourmet
12 Beleza
14 Capa
20 Especial
22 Mulheres
24 Corpo e Mente
26 Educação
28 Eco turismo
36 Seus Direitos
38 Espaço Animal
40 Comportamento
42 Agenda
44 Curtas Região
46 Região
48 Curtas Mundo
50 Reflexão
8 Full TimeM A G A Z I N E
Arraiá no
Santa AdéliaA sexta edição do Arraiá do Terras de Santa Adélia foi mais uma vez sucesso! Os moradores e convidados puderam apreciar um
show com a dupla sertaneja Fábio e Ruan, degustar cervejas e sabo-rear comidas típicas – e também churrasco e pastel.
A Revista Full Time apoiou o evento, que contou com o patrocínio de mais de 30 empresas.
Nossos patrocinadores e diretoria do Santa Adélia – da esquerda para direita, Lícia e Cristina do Armazém da Cerâmica, Guilherme e Lucas da Forteline Esquadrias, Sérgio e Cesar do Sta Adélia, Ari e Newton da OM Construções, Célia e Itoby da Vitrine Planejados, Rubens da Marisol Piscinas e Armando Sta Adélia.
Diretoria do Santa Adélia – da esquerda para direita, Maria Jose, Sergio, Walter, Cesar e Armando
Associados do Santa Adélia
Fotos: Erick Olsen Terakado - erick.terakado@gmail.com
Arraiá no
Santa AdéliaA sexta edição do Arraiá do Terras de Santa Adélia foi mais uma vez sucesso! Os moradores e convidados puderam apreciar um
show com a dupla sertaneja Fábio e Ruan, degustar cervejas e sabo-rear comidas típicas – e também churrasco e pastel.
A Revista Full Time apoiou o evento, que contou com o patrocínio de mais de 30 empresas.
Nossos patrocinadores e diretoria do Santa Adélia – da esquerda para direita, Lícia e Cristina do Armazém da Cerâmica, Guilherme e Lucas da Forteline Esquadrias, Sérgio e Cesar do Sta Adélia, Ari e Newton da OM Construções, Célia e Itoby da Vitrine Planejados, Rubens da Marisol Piscinas e Armando Sta Adélia.
Trio que se apresentou no evento – Da esquerda para direita, Ruan, Wagner e Fabio.
Família Esteves do N-09
Full TimeM A G A Z I N E10
Gourmet
Quando se fala em pizza, geralmente só se associa a
comida fast food, que faz mal e devemos evitar. Mas isso não é
necessariamente verdade...
Você sabia que comer pizza faz bem e pode trazer benefícios
para sua saúde? Calma, não é para sair devorando uma pizza,
daquelas de calabresa, bacon e mussarela! Porém, alguns ingre-
dientes utilizados na massa e no recheio da pizza são fonte de
nutrientes para o nosso corpo.
A pizza é um dos alimentos mais amados do mundo. Nós to-
dos sabemos como é deliciosa, agora é hora de saber o quão sau-
dável uma pizza pode ser. Vamos citar alguns dos benefícios de
comer uma pizza para a saúde.
A massa da pizza pode ser extremamente saudável. É mui-
to rica em antioxidantes. Vai ser extremamente benéfico se você
optar por uma massa de trigo. Ele não só tem fibras, carboidratos
complexos, e nutrientes essenciais, mas também ajuda na estabi-
lização do metabolismo.
Pizza faz bem!O molho é um dos principais componentes de uma pizza.
Um dos principais ingredientes de um molho de pizza é o to-
mate. Rico em licopeno, o tomate ajuda no combate do câncer.
Ele também te m vitamina C, que ajuda a impulsionar o sistema
imunológico. Como a maioria dos molhos de pizza tem o alho,
você começa a usufruir dos benefícios da vitamina B6, vitamina
C e manganês, que tem propriedades anticancerígenas. Outro
componente de um molho de pizza é o azeite. Ele ajuda na
redução do colesterol ruim e lhe dá uma dose de óleos graxos
ricos em energia. Com ervas como manjericão e orégano, o mo-
lho lhe dá cargas de vitamina K e fibras.
O queijo é extremamente rico em cálcio, que deixam os os-
sos mais fortes e ajuda na prevenção da osteoporose. Também
é rico em proteínas. Tudo que você precisa fazer é ser um pou-
co cauteloso na quantidade e no tipo de queijo que você vai
comer na sua pizza.
Evita o câncer!Pode parecer uma conduta estranha e um pouco curiosa “um estudo para observar a relação entre
o consumo de pizza e do risco de ter um tumor”. Na realidade, existem muitas razões. Em primeiro lugar, a pizza é um dos alimentos mais comumente usados não só na Itália, mas
em todo o mundo. Em qualquer cidade ou país de todas as nações a palavra “pizza” ou “pizzaria” tornou-se extraordinariamente popular. Essa difusão, portanto, pode ter implicações significativas na nutrição e nos seus efeitos sobre a saúde.O Instituto Farmacológico de Milão, na Itália, publicou pesquisa no jornal La
Republica, associando a ingestão de pizza com a redução de risco de alguns tipos de câncer. A pesquisa foi feita com mais de oito mil italianos e os hábitos alimentares de
3.315 vítimas de tumor no aparelho digestivo e na garganta foram comparados com os de quase 5.000 pessoas que sofriam de outras doenças. Os resultados foram relativamente leves, porque
os grandes consumidores de pizza tinham um risco de ter um câncer gastrointestinal mais baixo do que os não consumidores. O risco reduzido estava presente não só para o cancro do intestino grosso, mas também para os cancros da cavidade oral, faringe, esófago e da laringe. Os resultados mostraram que quem come pizza uma ou várias vezes por semana tem 59% menos chance de adquirir câncer de esôfago do que quem não tem esse hábito. Além disso, o risco de se contrair tumor na boca e no cólon é 34% e 26% menor em quem consome pizza toda semana, respectivamente. Para o professor Franco Lajolo, titular do departamento de alimentos e nutrição experimental da FCF/USP e membro da comissão técnico científica de assessoramento em alimentos funcionais e novos alimentos da ANVISA, a pesquisa faz sentido, pois um dos principais ingredientes da pizza é o molho de tomate, rico em licopeno, e o azeite de oliva. “O licopeno é uma substância que está sendo estudada e os primeiros resultados demonstram um importante papel na prevenção do desenvolvimento de alguns cânceres, como o de mama e de próstata e sua ação na prevenção de doenças cardiovasculares devido a seu alto poder antioxidante já foi bem descrita”, diz o pesquisador. Segundo Lajolo, o azeite, por conta da sua composição (rico em ácidos graxos monoinsaturados), também é comprovadamente benéfico para a diminuição de problemas cardiovasculares e para melhorar o perfil de gordura do sangue.Apesar de todos esses benefícios, a pizza também é rica em gordura por conta do queijo e dos recheios que são acrescentados. Por isso, é preciso ficar atento, não levar a pesquisa à risca e usar e abusar dos alimentos realmente funcionais, capazes de produzir demonstrados efeitos metabólicos ou fisiológicos, úteis na manutenção da boa saúde física e mental”, alerta o pesquisador.http://migre.me/qXXOy
12 Full TimeM A G A Z I N E
Beleza
Trazendo toda sua experiência da Itália,
Alessandra Couto acaba de inaugurar o Centro Eu-
ropeu de Beleza. Nesta entrevista, ela - que defende
que a saúde deve estar em primeiro lugar e nunca
ser sacrificada em prol da estética - conta um pouco
do seu trabalho e quais são as novidades oferecidas
pelo espaço.
Da Europa para aGranja Viana
Quem é Alessandra Couto? Fale-nos um pou-
co de sua experiência profissional e quais novida-
des traz para a Granja Viana.
Morei 12 anos em Vicenza, Itália, e retornei ao
Brasil com um sonho idealizado há muito tempo
atrás: o de trazer para cá o conceito e a qualidade
dos procedimentos de beleza europeus combinando
luxo, requinte e sofisticação com privacidade e pre-
ços justos. Para que este sonho se tornasse realida-
de, me preparei e me especializei por vários anos nas
melhores escolas e institutos da Europa em minha
área de atuação. Graduada em Beleza pelo Victory
da Itália, pós-graduada em Gestão de Salão de Be-
leza em Vicenza, possuo especializações assinadas
por um dos maiores cabeleireiros do mundo, Fa-
brizio Palmieri, além de passagens marcantes pelos
mais renomados institutos de beleza da Europa e do
mundo como L’Oréal Paris, Vidal Sassoon em Lon-
dres e academia Toni & Guy em Milão.
Qual o diferencial do Centro Europeu de Bele-
za Alessandra Couto?
Atendimento individualizado e setorizado. O
que significa que cada cliente será atendido do iní-
cio ao fim pelo mesmo profissional. Para um trata-
mento capilar, por exemplo, o mesmo profissional
que lavar o cabelo, também preparará esse cabelo
e dará sequência ao procedimento até a sua finali-
zação. As nossas salas são individuais, separadas e
classificadas pelo tipo de serviço, como coloração,
corte, massagem, estética, spa da unha e barbearia.
Além relaxar e absorver ao máximo aquele momen-
to de dedicação a ele, o cliente também tem a sua
individualidade e privacidade preservadas. A sala
de coloração do Centro Europeu de Beleza tem um
exaustor próprio, preservando o bem-estar do clien-
te, minimizando a inalação de produto químico. O
ambiente de massagem possui toalete próprio para
que o cliente possa tomar banho se preferir, antes de
se vestir novamente para sair, o que, além de ofere-
cer conforto, completa o revigoramento.
Quais são os serviços oferecidos para homens
e mulheres?
Coloração, corte, massagem, estética, spa da
unha e barbearia.
O quê os clientes podem encontrar lá?
Além da garantia de um tratamento personaliza-
do, com profissionais certificados e competentes, os
clientes também encontrarão um ambiente diferen-
ciado, com o que há de mais moderno em tecnolo-
gia de salão e equipamentos importados da melhor
indústria de beleza da Europa, a Maletti. Todas as
poltronas, lavatórios e estações de cortes têm de-
sign ergométrico e funcionalidades para proporcio-
nar a melhor experiência em relaxamento ao cliente.
O nosso lavatório faz massagem de ar e permite
configuração para posições em três estágios. A sala
de coloração possui um equipamento que faz cro-
moterapia simultaneamente. Os produtos utilizados
para os tratamentos capilares são todos importados
da Holanda. O spa da unha com uma mobília funcional oferece
muito conforto e sua arquitetura singular, proporciona uma vista
panorâmica para o verde da Granja Viana.
Qual o seu conselho para quem de-
seja cultivar a beleza, aliada a preserva-
ção da saúde e bem-estar?
Bem-estar e saúde estão intimamente
relacionados. As pessoas podem e devem
cultivar a auto-estima, submeter-se a trata-
mentos estéticos, valorizar-se. A elevação
da auto-estima combate depressão, com-
bate distúrbios emocionais e até mesmo
doenças, mas é preciso cautela na hora da
escolha dos procedimentos e do profissio-
nal que irá conduzi-lo. A saúde tem sempre
de estar em primeiro lugar e nunca deve
ser sacrificada em prol da estética.
Rod. Raposo Tavares, Km 26,5 – (11) 4612-9259 | www.lounge265.com.br
14 Full TimeM A G A Z I N E
Capa
Destaque do Surf
Gabriel Medina não se intimida com os
Por Ester Jacopetti
GRANDES...
16 Full TimeM A G A Z I N E
Capa
ouve um tempo em que poucas pessoas ouviram fa-
lar de Gabriel Medina. Depois de 38 anos, ele foi o
primeiro brasileiro a conquistar o título mundial de
surfe. Mas seus feitos não param por aí. Hoje ele é
considerado um dos 100 mais influentes pela ‘Time’.
Resultado de muita dedicação e disciplina. Apesar da
pouca idade, 22 anos, o surfista diz que já alcançou
seu objetivo, mas com certeza planeja obter mais tí-
tulos. “Mas não estou devendo nada”, faz questão de
afirmar nesta entrevista exclusiva.
Depois do título, você tem vivido um mo-
mento emocionante na sua vida. Como é estrear
a terceira temporada do programa ‘Mundo Medi-
na’, no canal OFF?
Quero agradecer a imprensa porque, com certe-
za, vocês me ajudaram muito e todos os atletas que
vivem do esporte. Graças a vocês, acontecem essas
loucuras na nossa vida. Gostaria de agradecer tam-
bém aos torcedores que estão sempre nos acom-
panhando, mandando mensagens de incentivo. A
minha família que está sempre presente. Meu pai
Charles Serrano que está sempre comigo e o meu
tio James Medina, meus amigos e ao canal OFF por
terem acreditado em mim, mesmo antes do Mundial.
Gosto de fazer o programa Mundo Medina porque
mostra o que faço no meu dia-a-dia, a minha rea-
lidade, minha família, competição, viagem atrás de
viagem... o que está acontecendo ali dentro de casa,
dentro do mar, em volta das áreas dos competidores.
A cada temporada e ano que passa, fica mais reality
porque mostra realmente o que estou passando. O
ano passado foi incrível e todo suporte que eu preci-
sava, o Canal OFF me deu. Na dificuldade ou na vitó-
ria, eles sempre estiveram comigo. É difícil começar
num esporte sem patrocínio, sem muita motivação.
É claro que eu tenho a minha família, mas quando
comecei não tive patrocínio logo de cara. Sou muito
grato por terem acreditado em mim e me ajudado a
alcançar o objetivo de ser campeão mundial.
Foto: Mundo Medina Canal OFF
H
Como é para você se ver num programa que
acompanha a sua rotina? Você não fica tímido
quando as câmeras estão ligadas?
Eu era muito tímido, mas com o programa aca-
bei me soltando um pouco mais. Na verdade, termi-
nou ajudando muito na minha vida, e agora eu tenho
que lidar com as câmeras. Realmente sou um pouco
tímido, mas me dou muito bem com as fãs.
Você comentou que está se sentindo mais à
vontade com as câmeras. Existe a possibilidade
de você se tornar um galã de novelas?
Eu sou muito tímido, não dá. Mas não sei, é como
eu falei... Eles têm me ajudado bastante a me soltar
na frente da câmera. Quando eu tinha 15 anos, não
conseguia nem falar. Hoje em dia falo normalmente.
São todos meus amigos, estão em casa. Mas futuro
é futuro e a gente não sabe o que vai acontecer, mas
me tornar galã vai ser difícil...
O que você pode falar sobre o instituto que
você e o Charles irão criar justamente para apoiar
os jovens que curtem esse esporte, mas estão
apenas começando?
A criação deste instituto vai ser muito legal por-
que sempre gostei muito de ajudar meus amigos.
Pessoas que estão precisando mesmo. Sempre gos-
tei de ajudar o próximo, principalmente essa mole-
cada. Na minha época, eu não tive essa oportuni-
dade de ter alguém ajudando e hoje quero retribuir
um pouco do que eu ganhei. Hoje em dia, graças a
Deus, nós temos a oportunidade de fazer e será feito
com muito amor. Espero que a gente encontre no-
vos talentos, e eu sei que tem vários espalhados pelo
Brasil. Como meu pai falou, muitos não têm oportu-
nidades e vai ser uma honra poder dar essa chance
para essa galera. Estamos prevendo que o instituto
ganhe vida, no máximo, em 2016 em Maresias.
18 Full TimeM A G A Z I N E
A expectativa para este ano é que seja algo
muito maior devido ao Mundial, ainda mais com
o surfe se tornando ainda mais popular no país.
Como você lida com essa expectativa e como tem
se cuidado em relação aos fãs para não te atrapa-
lhar na competição?
Antes do título mundial, essa torcida já era gran-
de, agora com certeza será maior. Sou tranquilo,
é mais a galera mesmo, mas eu até que entendo...
Algumas etapas demoram um pouco para aconte-
cer, por isso eles querem uma foto, um autógrafo,
querem estar perto... Às vezes, tem pessoas meio
malucas que acabam te agarrando, te puxando... Já
rasgaram minha camisa, mas é normal de fã... Esta-
mos preparados para isso sim! Não sei se eles estão.
Então quer dizer que você, de certa forma,
não sente o peso de ter que ganhar o próximo
campeonato?
Não, não sinto o peso e acho que ele foi tirado
de mim no ano passado, em que eu estava buscando
o título mundial. Claro que havia muita pressão por-
que todo mundo estava falando a respeito. Eu esta-
va competindo contra os dois melhores do mundo
(Kelly Slater e Mick Fanning) e que eram campeões
mundiais. A pressão que eu tive que passar foi gran-
de, mas hoje em dia não. Já alcancei meu objetivo e
com certeza quero mais títulos, mas não estou de-
vendo nada!
Na terceira fase da etapa de Gold Coast, na
Austrália, que abre o Mundial de Surfe, você foi
eliminado e comentou que gostaria de dar a vol-
ta por cima. O que está faltando para que isso
aconteça?
O que está faltando? É que essas três primeiras
etapas foram muito difíceis para mim. Na primeira,
aconteceu o lance da interferência que terminou me
prejudicando. Na última, eu peguei uma onda que
nunca havia surfado na minha vida. Então foram dois
fatores que eu não estava esperando... Eu estava
com uma prancha boa, estava surfando muito bem,
tinha treinado bastante. Segui os mesmos passos que
fiz no ano passado. Fui para o Hawaii treinar e esse
ano aumentamos e passamos pela Califórnia, ou seja,
treinamos um pouco mais. Realmente, foram dois fa-
tores que eu não estava esperando. Em compensação,
melhorei meu resultado no ano passado e fiquei em 5°
lugar. Agora, preciso correr atrás do prejuízo. Desde
que eu cheguei, tenho surfado todos os dias. Tenho
feito alguns exercícios fora da água, mas tenho surfado
muito. São duas sessões de surfe por dia. Estou me
sentindo bem e muito confiante.
Como é a sua relação com os outros brasileiros
que participam do circuito? Você conversa muito
com eles sobre o campeonato? Outra pergunta é
se você está sentindo muito a falta da camisa ama-
rela?
Estou morrendo de saudades! Quero vesti-la no-
vamente! Nós brasileiros ali, somos muito amigos e
sempre tentamos um ajudar ao outro fora da água. No
mar, nós somos adversários, cada um está buscando o
seu objetivo, mas fora dele somos todos amigos nor-
mais. Conversamos sobre vários assuntos, como fute-
bol, e a galera mais jovem sobre mulheres... campeo-
nato... Uma amizade normal.
Você acabou se tornando uma celebridade
mundial. E ainda foi considerado pela revista ‘Time’
uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Já
conseguiu associar tudo que vem acontecendo na
sua vida?
Sim, percebo um pouco porque todo o lugar que
eu vou, sou muito bem recebido. Já conheci várias
pessoas que eu era fã. É muito bom ser reconhecido,
tanto no Brasil como lá fora. É algo que eu nunca havia
sentindo antes. Hoje em dia, estou passando por isso
e chega a ser engraçado ser considerado um dos 100
mais influentes, porque no mundo tem muitas pes-
soas... Claro que veio depois do título mundial. Conse-
gui através de muito suor e dedicação. O título acabou
inspirando muitas pessoas. Talvez por isso eu tenha
conquistado mais esse título.
Capa
Jogo RápidoTempo livre: Gosto de ficar com a família e os amigos.
Foco num campeonato: Treino muito para sempre man-
ter o foco e perseguir meus objetivos.
Lugar especial para surfar: A onda perfeita fica em Res-
taurants, em Fiji, mas é muito bom estar em casa em Ma-
resia.
Na hora de relaxar: Gosto de internet e ouvir música.
Ser reconhecido: O melhor é ver que seu trabalho é reco-
nhecido. É gostoso receber o carinho do público.
Cantada de fãs: Existem até as ‘medinetes’...
Quem levaria para uma ilha deserta? Hummmm, muito
difícil responder essa pergunta...
Não seria a Candice Swanepoel? Difícil responder... Mas
não sou muito romântico...
Um sonho: Ser bicampeão
Foto: Bruna Lacutissa - Escolar 2015
Estão rolando outros campeonatos pelo mun-
do, mas você está no Brasil. Porque dessa vez
você decidiu ficar de fora?
Esse é um campeonato de altas ondas e eu já ga-
nhei há dois anos. Decidi não ir, porque eu já estava
na Austrália há quase três meses. Se eu não voltasse
agora para casa, não ia voltar mais porque eu teria
que ir pra Califórnia e participar de um campeonato
que está acontecendo em Saquarema e depois ainda
teria que ir pra Fiji. Ou seja, eu não teria um tempo
em casa. Gosto de voltar e repor as minhas energias.
A minha casa é onde me fortaleço.
Durante a entrevista você comentou bastante
sobre a sua família. Você diria que ela, em espe-
cial o Charles, é a base da sua estrutura hoje?
Minha família me dá carinho, coloca os meus pés
no chão, sempre me ajuda. Gosto de estar com eles.
Agora é um momento que preciso ficar perto deles
porque tive dois maus resultados e quero melhorar.
Sinto-me mais confiante quando estou perto deles.
20 Full TimeM A G A Z I N E
Especial
“O grande protagonista de todo esse movimen-
to é, naturalmente, a sociedade brasileira”, disse em
entrevista a diretora de Responsabilidade Social da
Rede Globo e do “Criança Esperança”, Beatriz Aze-
redo. Mobilizado para garantir direitos à infância e
juventude, o programa surgiu antes mesmo do “Es-
tatuto da Criança e do Adolescente”. Em parceria
com a UNESCO, a ideia sempre foi criar condições
favoráveis e reescrever histórias, através de projetos
que visam ser cada vez mais transparentes, principal-
Corrente do bem
mente com os doadores. “Estamos celebrando a óti-
ma notícia de que, pela primeira vez, vamos começar
a campanha mostrando os projetos selecionados
especialmente pela UNESCO”, comentou a diretora,
que ainda destacou que foi necessária uma pesquisa
com formadores de opinião para ter o conhecimento
da relevância da campanha, mas também a necessi-
dade de mudança, tanto na narrativa como no apoio
aos projetos e seus resultados.
Para a diretora da área programática da UNES-
Há três décadas, surgiu o programa social “Criança Esperança”, que
continua a levar não só dignidade para a população carente no Brasil, mas
oportunidade de transformar o mundo em um lugar melhor. Para comemorar
os 30 anos desta corrente do bem, muitas novidades vêm por aí. Confira na
entrevista!
CO no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, esse é
um dos projetos mais longevos do país. “Não é banal
que um projeto tenha 30 anos de idade e continue
vivo. Um dos desafios do “Criança Esperança” é se
renovar e revitalizar para continuar acompanhando
os percalços que a própria sociedade brasileira
impõe. Quando iniciamos a parceria, transfor-
mamos o edital de seleção de projetos em pú-
blico, garantindo absoluta transparência”, disse. De
acordo com Noleto, todos os projetos selecionados
são devidamente acompanhados e monitorados o
tempo inteiro. Para garantir total transparência nas
transações, as ONGS que recebem o dinheiro têm a
visita da UNESCO e são obrigadas a apresentar um
relatório técnico e financeiro, assegurando como
gastam cada centavo. O processo de transparência
e prestação de contas é fundamental para nós”, faz
questão de ressaltar. “Este ano nós antecipamos o
processo seletivo e, para homenagear os 30 anos do
“Criança Esperança”, decidimos apoiar 30 projetos”,
contou a novidade.
Neste caso, a instituição terá um apoio de maior
duração, ou seja, até dois anos, e o valor também
será mais alto, subindo para R$ 450 mil, sendo até
R$ 250 mil no primeiro ano e R$ 200 mil no segun-
do. Para este ano, o tema principal é educação, com
cinco subtemas: inclusão, cidadania, esporte, cultura
e arte. Outra novidade é que o doador poderá esco-
lher para que instituição aquele dinheiro deverá ser
destinado.
Para ampliar as comemorações, será lançado
o livro “Criança Esperança, 30 Anos, 30 Histórias”,
que narra relatos de pessoas que tiveram suas vidas
transformadas ao longo desses anos. Outro desta-
que da programação é que trará novas lideranças.
No caso, ao invés de artistas, cidadãos que tenham
em suas vidas uma performance exemplar, sem o
peso moralista, mas organicamente social, como ex-
plicou o diretor-geral Rafael Dragaud. Essas pessoas
terão a oportunidade de ver de perto o mecanismo
do projeto. O “mesão” onde as celebridades aten-
dem as chamadas telefônicas permanecerá. “Essa
cena é fundamental para o “Criança Esperança”. Ne-
cessariamente ele acontecerá ao vivo, com cerca de
70 minutos de duração, após a novela. Não é mais
um show. Nós entendemos que a nossa sensibili-
dade social é eficiente neste diálogo, para fazer um
programa de televisão que seguiria dois conceitos: a
mobilização e arrecadação”, completou.
A música continua embalando o espetáculo, mas
ele afirma categoricamente que não é um show. “Te-
remos um cenário que foi concebido pelo Vik Mu-
niz e Gringo Cardia. São duas pessoas que também
tem uma ação social bastante efetiva. Os elementos
construídos para este cenário foram elaborados
pelas crianças e jovens de todas as instituições es-
colhidas este ano. Eles manusearam e ajudaram a
compor. Em termos musicais, nós temos a presen-
ça de grandes artistas. Os artistas estarão reunidos,
cantando músicas que embalam este espírito de
mobilização”, explicou. “Convidamos alguns artistas
que possuem bandas para tocarem. Além de serem
grandes atores, são profissionais da música também.
Teremos Alexandre Nero, Thiago Fragoso, Thiago
Martins, Dudu Azevedo, Otaviano Costa. Nós tere-
mos três palcos, além do mesão. Não dá para revelar
tudo, mas que também em algum momento vira um
cenário musical. Será um programa divertido”, reve-
lou com certa empolgação o diretor-geral.
Até o final de agosto, toda a programação da
Globo, de campanhas publicitárias, matérias jorna-
lísticas, cenas de novelas e entrevistas em progra-
mas de entretenimento, terão seu espaço na grade
da emissora. “Não tem nenhuma programação da
Globo que não se envolva nesse movimento a cada
ano”, disse Azeredo, orgulhosa do projeto.
22 Full TimeM A G A Z I N E
Mulheres
A primeira imagem que se tem quan-
do vemos Débora Bloch em cena, é de uma mulher
forte e completamente dedicada à profissão. E não
poderia ser diferente, já que há 30 anos ela exerce
com profunda maestria sua carreira na dramatur-
gia. Ao todo, somam mais de 50 projetos reali-
zados no cinema, no teatro e, especialmente, na
televisão. E apesar de ser muito parecida com sua
personagem Lígia em “Sete Vidas”, Débora que
também é apaixonada pela profissão, conseguiu
equilibrar muito bem sua carreira com a família.
E mesmo solteira, ela acredita na evolução femi-
nina, como por exemplo, ser feliz sozinha. Nesta
entrevista, saiba mais sobre essa mulher que emo-
cionou o Brasil com seus personagens marcantes e
fez história na televisão brasileira.
A novela “Sete Vidas” aborda a importân-
cia da inseminação artificial. Você acredita que
além de entreter, as novelas têm a função de
ajudar a esclarecer algumas dúvidas da popu-
lação?
Acredito que a principal função da novela é o
entretenimento, mas como a televisão tem uma
força muito grande, principalmente no Brasil, ela
acaba exercendo esta outra função, que é a in-
formação. Que é jogar luz sobre alguns assuntos,
atualizar e criar discussões importantes para a so-
ciedade. O que acredito ser ótimo.
As mulheres estão se dedicando cada vez
mais a carreira. Essa é uma nova maneira de di-
zer ‘não’ à imposição da sociedade, no sentido
de casar, constituir família? A mulher finalmen-
te aprendeu a ser feliz sozinha?
Acredito que essa tenha sido uma conquista
A magia de interpretar
de muitos anos. De uma geração de mulheres que
lutou por direitos iguais e pela independência de-
las. A mulher hoje não depende mais de um homem
para viver. O que não quer dizer que não precise dele
afetivamente. Elas são independentes e priorizam a
vida profissional. Mas acredito que hoje é possí-
vel ser feliz sozinha sim! A minha personagem, por
exemplo, engravidou surpreendentemente sem es-
perar... É algo que vem acontecendo nos dias atuais.
São 30 anos de carreira e nós sabemos o
quanto é difícil escolher, mas de todos os traba-
lhos que você fez até hoje, que personagem diria
que mudou e marcou a sua vida?
Na televisão, foi ‘TV Pirata’ (1988). No teatro, a
peça ‘Fica Comigo Esta Noite’ (1990). E no cinema,
o filme ‘Noites do Sertão’ (1984). Mas tem muitos
outros trabalhos que foram muito importantes e que
mudaram e marcaram minha vida.
Mesmo se dedicando a novela, você pretende
lançar algum filme ou peça de teatro em 2015?
Pretendo depois da novela, fazer duas peças de
teatro que vou produzir e que se chamam: ‘O Habito
de Amar’, com texto de Dóris Lessing e ‘Os Realistas’,
de Will Eno.
Próxima de completar 52 anos, você exibe
uma excelente forma física. Quais são as ativida-
des físicas que você procura fazer?
Sempre fiz muito exercício físico que, na verda-
de, é algo que faço desde garota. Fiz balé a minha
vida toda; então, é um hábito que terminei criando.
Vou ao dermatologista, pelo menos duas vezes por
ano. Fico com as minhas rugas e uso protetor solar.
É claro que, hoje em dia eu uso muito mais por que
quando eu era mais nova, não tinha nada disso. Eu
cheguei a usar óleo de urucum para ficar queimada...
Mas hoje procuro me cuidar, mas nada misterioso,
que ninguém saiba, normalmente faço o que todo
mundo faz. Acredito, sim, que o bom humor pode
ajudar, assim como estar satisfeito com o que está
fazendo.
Durante uma entrevista, você comentou que
é a favor do aborto. Como é encarar este assunto
polêmico de forma aberta?
Não consigo entender como nós, que temos
uma presidente mulher e, ainda assim, o aborto não
ser legalizado no Brasil. Sou completamente a favor
que seja legalizado, porque ele existe. É uma hipo-
crisia, porque muitas mulheres sofrem e morrem em
clínicas clandestinas. Ninguém é a favor do aborto,
sou a favor da legalização. Não consigo entender
porque não mudamos. Para mim, é um atraso!
24 Full TimeM A G A Z I N E
Corpo e mente
Residente na Granja Viana
há quase 20 anos, o mestre
de Yoga e Cultura Indiana
Tattwaratnananda Saraswati
fala sobre os benefícios desta
prática e o caminho para uma
congruência entre corpo e
mente.
Em uma palavra, quem é Tattwaratnananda Saraswati?
Sabedoria.
Conte-nos um pouco da sua história.
Nasci na Índia e comecei a praticar yoga com 12 anos de idade. Mo-
rei 10 anos em monastérios (ashrams). Fui convidado a participar de um
Congresso Internacional de Yoga no Brasil em 1995, quando fiquei por 40
dias, dando palestras e workshops em diferentes estados. Em 1996, me
mudei para São Paulo e fundei a Tattwayoga Ashram.
Quais são seus mestres?
Sou discípulo do renomado Swami Satyananda Saraswati, fundador
do Bihar School of Yoga.
Fale-nos do trabalho que desenvolve.
Ofereço aulas e cursos de yoga, mantra, meditação, kundalini, curso
de formação para professor de yoga, culinária indiana. No Ashram e em
outras escolas, conduzo os Satsangas, que são encontros de pessoas para
cantar mantras para o criador ou uma divindade indiana, com oferenda
de flores e frutas, os quais são saboreados numa ¨Prashada¨(refeição típi-
ca indiana). Promovo retiros espirituais, simulando a vivência de ashrans
indianos, onde as pessoas acordam cedo para a prática de yoga e medi-
tação, recebem alimentação vegetariana, palestras, caminhadas junto à
natureza com prática de pranayamamas de cura (exercícios respiratórios
de purificação), canto de mantras, pujas e outros rituais hindus. Faço aten-
dimentos com yogaterapia personalizada, massagem ayurvédica, mantra
pessoal e orientação alimentar.
Qual o conceito desta prática?
Yoga significa união entre corpo, mente e emoção, adquirida através
de posturas físicas, exercícios respiratórios, concentração e meditação.
Para você, qual é a definição de yoga?
Estado adquirido ao cessar as modificações da mente, ou seja, con-
trole das oscilações da mente, eliminando os pensamentos bons e ruins.
União entre corpo, mente e emoção
Para quem é indicado?
Yoga é bom para todos, porém com restrições de algu-
mas práticas em alguns casos, conforme a idade e estado de
saúde. Todos podem praticar, porém com avaliação prévia
da condição física, mental e emocional, para se recomen-
dar o que for mais indicado para cada casa, e o que não se
aconselha a praticar em alguns quadros particulares.
Quais são os benefícios físicos e espirituais?
O praticante de yoga consegue aliviar dores físicas,
diminuir estado de tensão e estresse, adquire sono mais
restaurador de energia, diminui depressão, angústia pâni-
co, ansiedade. Enfim, melhora a qualidade de vida. Espiri-
tualmente, amplia nossa visão interior, pois o praticante de
yoga fica mais centrado, as influências externas o afetam
em menor intensidade, promovendo um bem estar mais
duradouro.
Qual o diferencial em comparação com outras ati-
vidades?
A maioria das outras atividades foca apenas o bem estar
físico, enquanto que a prática de yoga traz uma maior cons-
ciência e controle do seu estado físico, mental e emocional,
com um aumento da autoestima.
Existe um local certo para a prática? E qual a alimen-
tação mais adequada para tal?
Pode ser feito em qualquer lugar, porém será mais agra-
dável em um local limpo e silencioso para se aprofundar na
sua prática. Será mais confortável a prática, se feita em je-
jum ou após três horas de feita alguma refeição. Não existe
restrição do que se alimentar, porém após um período de
práticas regulares, em geral começa a ter maior percepção
dos efeitos daquilo que se ingere, e muitas vezes o yogui
fica seletivo com relação a alguns alimentos que já não lhe
fazem tão bem.
Quais são as recomendações para quem está come-
çando a trilhar este caminho?
Procurar experimentar aula em local de sua confiança.
Se tiver uma primeira experiência não muito agradável, não
desista, procure em outro local e com outro profissional,
pois existem muitas variações de yoga e você deve achar
aquele caminho que te traga maior afinidade e bem estar.
O que diria da frase: o corpo é considerado um
caminho?
O corpo é um veículo que ajuda a alcançar o seu ca-
minho. Nós precisamos deste corpo para trilhar qualquer
caminho de sua escolha.
É possível uma congruência entre corpo e mente?
Sim, pois a mente e o corpo estão intimamente re-
lacionados. Ao harmonizar o corpo, estou cuidando da
mente.
Como vê o mundo de hoje?
O mundo continua no mesmo lugar, porém a maioria
das pessoas está cada vez mais desequilibrada em nível
físico, mental, emocional e espiritual.
Estamos no rumo certo para mundo pacífico e hu-
mano?
É necessária a procura de um caminho pacífico para
harmonizar o universo, porém a maioria das pessoas anda
muito desequilibrada, egoísta e agressiva.
Por que escolheu a região para morar?
A Granja Viana ainda tem um pouco mais de natu-
reza, o que nos remete a uma sensação mais saudável.
Sinto-me acolhido na vida pessoal e na profissional, sinto
que tenho mais a oferecer
da cultura hindu e da filo-
sofia da yoga, para aqueles
que estiverem abertos e
prontos para este conheci-
mento.
Que mensagem deixa
para nossos leitores?
Que as pessoas procu-
rem praticar mais yoga e
meditação para acalmar a
sua mente e o seu coração,
buscando o caminho espiri-
tual e respeitando a natureza.Tattwayoga Ashram
Telefone: 4612-6032 / 9 9505-4615
26 Full TimeM A G A Z I N E
Educação
Vinte anos atuando como psicóloga de crianças e
de adolescentes. Quatro anos como mãe. Já vi e ouvi muitas
coisas…
Mesmo assim, tenho ficado intrigada com um frequente
comentário que muitas mães e pais de crianças pequenas
têm feito atualmente.
“Meu filho precisa sentir desde cedo que a vida é difícil”.
De fato, a vida é difícil. Para alguns mais… Para outros
menos.
Todos nós, em algum momento da vida, seremos arre-
messados em um oceano de problemas e de situações so-
fridas.
E serão nestas situações que precisaremos acessar den-
tro de nós algo precioso e muito poderoso: experiências po-
sitivas vividas na infância. Lembranças impossíveis de serem
lembradas. Mas possíveis de serem sentidas.
Bebês e crianças precisam vivenciar com regularidade
momentos gostosos. Momentos que nutrem a alma em ní-
veis profundos.
E que ficarão registrados para sempre. Como tatuagens
na alma. Eles serão as chaves para acionar a garra de viver
necessária para superar as dores da vida.
Você deve estar se perguntando: Mas, que tipo de mo-
mentos são estes? São os momentos em que a criança é
Do que uma criança precisa de verdade?
atendida adequadamente nas suas necessidades.
Sem muitas faltas nem grandes excessos.
Ser aquecida no momento certo. Ser alimentada
sempre que necessário. Ser confortada com a voz
calma da pessoa que cuida. Sentir o toque gostoso
de quem a ama. Ser compreendida. Ser protegida.
Ser corrigida. Sentir os limites do que é certo e er-
rado. Ser respeitada nas suas diferentes emoções.
Poder se encantar. Brincar livremente. Se divertir.
Aprender brincando. Ver seus pais se divertindo
também. Sentir o tempo sem tanta pressa.
Muitos pais e mães podem pensar: “Mas essa
vida é muito boa! Desse jeito meu filho não esta-
rá preparado para enfrentar as dificuldades da vida
quando ele crescer!”
Calma. Você já parou para pensar que mesmo
vivenciando todos estes momentos gostosos, ainda
assim o seu filho já passa por algumas dores pro-
fundas?
Quando ele ganha um irmãozinho e perde a
atenção exclusiva por ser filho único, quando ele se
dá conta de que os seus pais não estão disponíveis
para ele o tempo todo, quando um amiguinho pre-
fere brincar com outro amigo, quando morre o seu
bichinho de estimação, quando ele muda de escola
ou ainda quando a sua avó preferida se vai… E junto
se vão as comidinhas deliciosas, o colo aconchegan-
te e a sensação de que na casa da vovó tudo pode….
Em tempos de profundas transformações no
mundo, nossas crianças não precisam de tantas au-
las de inglês, de tantos esportes, de tantos deveres
de casa, de tanto conteúdo escolar, de tantas ma-
nhãs de sono interrompidas por horários escolares
prematuros, de alfabetização precoce e nem de tan-
tas expectativas por parte de nós, adultos.
Nossas crianças precisam, mais do que nunca,
de momentos gostosos que possam nutrir as suas
almas. Precisam rechear seus bancos de dados inter-
nos com muitas experiências positivas de vida.
São estas experiências que darão à criança a ca-
pacidade de acreditar. Acreditar que a dor vai passar,
que ela pode confiar nas pessoas, que pode receber
ajuda, que o mundo pode ser melhor e que um pou-
co de magia ainda existe…
Aí sim, quando a vida desafiar o seu filho de ver-
dade, ele terá de onde tirar forças para enfrentar, resis-
tir e se reinventar.
Eu, aos 40 anos de idade, já tinha perdido o meu ir-
mão ainda na minha adolescência, todos os meus avós
por diferentes razões, meu pai por uma doença bru-
tal, meu sogro por um infarto fatal e minha mãe pela
deterioração causada pela doença de Parkinson. Ao
longo desta jornada inominável fui buscar nas minhas
vivências e brincadeiras de criança a força necessária
para cuidar do meu filho ainda bebê e para me recriar
profissionalmente.
A dureza da vida pode sim nos fortalecer. Mas são
os momentos gostosos armazenados nos nossos poros
que nos permitem enxergar esperança na dor.
É disso que as nossas crianças precisam de verdade.
Fernanda Furia, fundadora do Playground da Inovação - consultoria de Inovação em Psicologia e Educação (www.playground-inovacao.com.br), mestre em Psicologia de Crianças e Adolescentes pela University College London na Inglaterra e psicóloga pela PUC-RJ – contato: fernanda@playground-inovacao.com.br
28 Full TimeM A G A Z I N EFull TimeM A G A Z I N E
Eco Caderno
Ecoturismo no extremo sul de São Paulo
São Paulo é uma cidade surpreendente.
Assim como as grandes metrópoles globais, além de
antenada, geradora de tendências, a capital é marca-
da pela forte urbanização e pelas vastas opções de
negócios, lazer e entretenimento. Como se não bas-
tassem todas essas características para fazer de São
Paulo uma cidade singular, a metrópole também im-
pressiona pela sua grande extensão de áreas verdes.
Dentro do município de São Paulo, existe um
lugar de onde pode se avistar o mar. Rios de águas
limpas, cachoeiras, matas preservadas. Estradas si-
nuosas e estreitas levam a sítios onde se cultivam
alimentos e flores. Trata-se de um lugar onde ainda
se vive com tranquilidade e onde o tempo parece
seguir num ritmo mais lento, suficiente para desfru-
tar do ambiente com toda a calma necessária. Ali
é possível percorrer as trilhas, maravilhar-se com o
esplendor da mata, ouvir o canto dos pássaros, ba-
nhar-se em rios cristalinos, visitar recantos históricos,
conhecer culturas diferentes e modos de vida sin-
gulares, e ainda levar para casa produtos orgânicos
e artesanais. Tudo isso na região das Áreas de Pro-
teção Ambiental (APAs) Capivari Monos e Bororé-
Colônia. Situadas no extremo Sul do município, no
território das subprefeituras de Capela do Socorro e
Parelheiros, as APAs paulistanas abrigam remanes-
centes da Mata Atlântica que recobria toda a região
e protegem as nascentes que alimentam as represas
Billings e Guarapiranga. Paisagens surpreendentes,
cuja conservação é fundamental para o equilíbrio
ambiental da metrópole e para a qualidade de vida
de seus habitantes.
Na APA Bororé-Colônia, é comum a presença de
pavões-do-mato do bugio-ruivo, de gatos-do mato
e recentemente de antas. Já na APA Capivari Monos
existem os registros de espécies emblemáticas e
ameaçadas, como a onça-parda, jaguatirica e o mo-
no-carvoeiro, o maior macaco das Américas.
Seja numa visita de um dia ou numa estada mais
prolongada, são muitas as possibilidades. Ao trilhá
-las, o visitante tem oportunidade de conhecer face-
tas surpreendentes da metrópole paulistana.
O roteiro pode começar no Sítio do Bambu, onde
se localiza o Poço das Virgens. Um ribeirão de águas
cristalinas que corre por um trecho de Mata Atlân-
tica, formando uma linda queda d’água que finaliza
em um poço rodeado de pedras, local perfeito para
um belo mergulho. Localizada na Fazenda Nossa
Senhora das Graças, a Cachoeira do Jamil é consi-
derada uma das mais belas da região, com pouco
mais de 3 metros de altura. Situada na confluência
do rio Monos com o rio Capivari, ponto simbólico
da região, pois estes rios deram origem ao nome da
maior Área de Proteção Ambiental de São Paulo, a
Capivari Monos.
No bairro de Colônia Paulista, local histórico
onde foi instalada a primeira colônia de imigrantes
germânicos no Estado de São Paulo, e uma das pri-
meiras do Brasil, inicia-se o passeio para Aldeia Indí-
gena Guarani, Colônia Paulista e Cratera de Colônia
A cerca de 5 minutos do centro de Colônia, encon-
tra-se o fenômeno geológico denominado Cratera
de Colônia, que é uma planície aluvial cercada por
um anel colinoso com 125 metros de altura em re-
lação ao fundo da planície e, sua formação deve-se
a colisão de um objeto celeste há aproximadamente
30 milhões de anos. Finalizando este roteiro, na Al-
deia Guarani Krukutu, ou Tenondé-Porã, é possível
fazer um passeio pela aldeia e uma trilha ecológica
até a beira da Represa Billings, assistir apresentações
culturais como: canto e dança com crianças da Al-
deia, palestra dentro da casa de reza, sobre os costu-
mes guaranis, e exposição de artesanato.
Você pode conhecer estes e outros atrativos que
30 Full TimeM A G A Z I N E
estão nas APAs contratando agências e operadoras
que já atuam na região. Dessa maneira você pode
desfrutar das maravilhas do local com total assis-
tência e segurança, e tendo como guia pessoas que
realmente conhecem de perto as belezas que com-
põem as APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia.
TRIP ON JEEP - www.triponjeep.comFLORESTA PAULISTANA - www.florestapaulistana.com.br SUNWAYS TRAVEL - www.sunwaystravel.com.br MFK TURISMO & EVENTOS - www.mfkturismo.com.br Consulte também o Posto de Atendimento ao Turista, localizado na entrada da região de Parelheiros -Av. Senador Teotônio Vilela 8000 – tel. 5925-2736www.cidadedesaopaulo.com/ecoturismo
32 Full TimeM A G A Z I N E
Eco Caderno
Qual a sensação de ter sido o primeiro pesqui-
sador do país a receber o Lush Prize?
É um grande reconhecimento e é a certeza que
fiz a escolha certa quando cursava Ciências Bioló-
gicas. Escolhi por não utilizar animais para as aulas
práticas e de iniciar a trabalhar com métodos alterna-
tivos, para substituir o uso de animais. Essa escolha
veio acompanhada de vários problemas na época,
mas hoje vejo que valeu a pena.
Por uma ciência mais éticaO gaúcho Róber Bachinski foi o primeiro pesquisador
do país a receber o Lush Prize, que premia
organizações e cientistas que trabalham para a
substituição de experimentos por métodos livres
de crueldade com validação científica. A Full Time
entrevistou o pesquisador que fala sobre a utilização
de animais em testes e sua luta por uma ciência mais
ética.
Como é o projeto que o premiou?
Visa mapear o uso de animais no ensino supe-
rior. Precisamos ter uma estimativa clara de como e
quantos animais são utilizados no ensino para poder
gerar políticas públicas e proporcionar as alternati-
vas aos professores. Também viso mapear o desen-
volvimento de alternativas no Brasil, divulgando os
métodos e iniciativas dos professores.
Em 2006, você ficou conhecido por um epi-
sódio inusitado: levar embora os ratos do labora-
tório da UFRGS, como protesto do uso deles em
aula. O que mudou de lá para cá?
Como você lembrou, isso foi em 2006, há quase
10 anos. Quando passei pelos problemas na minha
faculdade de Biologia, não havia muitas informações
no Brasil, nem sobre métodos alternativos, nem so-
bre objeção de consciência. O paradigma do uso de
animais era muito mais forte que hoje. Hoje, o dis-
curso internacional, com os questionamentos sobre
o uso de animais vindos de dentro da ciência, faz
com que o preconceito com os métodos alternativos
e esse pedido de objeção de consciência, seja por
razões éticas ou razões científicas, seja melhor aceito
pelas universidades. Infelizmente, ainda há professo-
res que seguem uma estrutura hierárquica e rígida
no ensino, evitando trabalhar com o aluno na cons-
trução do conhecimento. Muitos professores ainda
veem os alunos como tábulas rasas e eles detento-
res do conhecimento acumulado, enquanto deve-
riam proporcionar aos alunos a geração e a busca do
conhecimento acadêmica a partir de suas próprias
vivências, problemas e dúvidas. Hoje, o direito a
Objeção de Consciência está mais difundido, porém
muitos professores negam esse direito aos alunos e
muitos alunos entram em uma relação muito con-
flituosa com os professores e a universidade. Hoje,
os professores que ensinam e obrigam os alunos a
aprenderem utilizando animais estão cometendo um
duplo erro. O primeiro é ensinar uma metodologia
antiga para os estudantes, um paradigma científico
que cada vez mais se desmorona ao peso das racha-
duras e das falhas. O segundo é forçar esses alunos,
através da opressão, para fora da academia. Muitos
estudantes desistem dos cursos devido o uso de
animais. A mudança da ciência está incubada nes-
ses estudantes, que questionam e que processam o
conhecimento dialogando com os outros campos da
vida. Esses estudantes, por conseguirem se distan-
ciar do ambiente hierárquico, formar pensamento
crítico e sofrerem menos formatações pela acade-
mia, podem e poderão buscar novas metodologias
científicas e novos pensamentos sobre o futuro da
ciência. Nós precisamos de pessoas comprometidas
com a ciência ética.
Você declarou, certa vez, que testes com ani-
mais não foram uma tentativa errada à época
que iniciaram, mas sim a alternativa mais correta
para avançar nas pesquisas. No entanto, que hoje
precisamos avançar, por uma questão tanto ética
quanto metodológica. Explique-nos essa sua po-
sição.
Quando os testes em animais foram oficialmente
recomendados, foi no período após a II Guerra Mun-
dial. Na ciência nazista, muitas experiências com hu-
manos foram realizadas sem nenhum cuidado ético.
Nesse mesmo período, os Estados Unidos também
estavam fazendo experiências com humanos de for-
ma descontrolada. Nessas experiências, muitas pes-
soas tiveram sérios problemas e muitas morreram.
Hoje podemos ver que os animais foram utilizados
como uma ferramenta para conter as experiências
com humanos. Isso realmente funcionou, mas criou
um outro erro ético (considerado menor pela nossa
sociedade especista) e um erro metodológico. E esse
erro é tão forte quanto o erro ético, pois nesse erro
nós também estamos deixando de salvar vidas hu-
manas. Hoje, estima-se que apenas 5 a 12% dos pro-
dutos e químicos aprovados em animais passarão
por todas as fases clínicas e chegarão ao mercado
(estarão acessíveis para tratamento). Ou seja, temos
um desperdício de 88%, pelo menos, de trabalho,
tempo e dinheiro, devido à baixa produtividade dos
testes em animais. O outro lado desse dado, que tal-
vez seja o pior: de cada 5000 a 10000 substâncias
selecionadas para os testes, apenas 250 são apro-
vadas em testes em animais. Por confiar nos testes
em animais, nós estamos deixando de testar em hu-
manos todas as outras moléculas que teriam poten-
cial farmacológico. Não estou dizendo que devemos
voltar a fazer os testes em humanos sem nenhuma
segurança, mas devemos investir em um modelo
científico baseado na fisiologia humana, utilizando
células humanas, com qualidade e proporcionando
uma análise sistêmica. Um exemplo disso é a criação
dos modelos microfisiológicos (human on a chip, or-
gans on a chip). Nós precisamos desenvolver uma
ciência mais preditiva, mais humana e mais ética.
Você acredita que é possível acabar com o
uso de animais em testes?
O conhecimento técnico e científico se desen-
volve muito rápido, especialmente em crises de pa-
34 Full TimeM A G A Z I N E
radigmas científicos, como o que estamos vivendo.
Hoje a sociedade começa a questionar a ciência
que usa animais e assim faz com que os pesquisa-
dores olhem para os dados falhos da experimenta-
ção animal mais criticamente. Esse movimento cria
uma ruptura científica e desestabiliza o paradigma
científico do uso de animais, criando uma necessi-
dade de um novo paradigma que será alimentado e
crescerá rapidamente até atingir uma fase de estabi-
lidade, que se chama ciência normal. Esse processo
é sugerido e descrito por Thomas Kuhn no livro “A
Estrutura das Revoluções Científicas”, uma obra base
do estudo da filosofia das ciências. Quando comecei
a falar sobre métodos alternativos na minha facul-
dade, meus professores me
acusavam de anticienticista,
ou seja, apenas por me opor
aos testes em animais, eu era
visto como um “inimigo da
ciência”. Hoje, esse discurso
começa a mudar no Brasil e a
ciência com animais já é reco-
nhecida como falha no movi-
mento científico internacional.
O que temos que fazer é gerar
uma nova ciência. Os EUA e a
União Europeia já estão bem avançados nesse tema,
com projetos microfisiológicos, como o Human on a
Chip. Essa é a grande expectativa para a nova ciência:
desenvolver órgãos in vitro e colocá-los em uma pla-
taforma de teste. Eu acredito que até o final da déca-
da de 2030 nós estaremos com uma ciência normal,
bem estabelecida, que substituirá o paradigma do
uso de animais.
Que perspectivas podemos ter em relação ao
direito dos animais no Brasil?
Acredito que a mudança na sociedade em rela-
ção aos Direitos Animais, ou seja, aqueles interes-
ses básicos (como a liberdade, a convivência com o
meio ambiente, o interesse de não sentir dor física
ou psicológica) compartilhados por diversos animais
(vertebrados e cefalópodes, certamente) e que de-
vem ser defendidos serão mais lentamente reconhe-
cidos que as mudanças científicas. Hoje nós temos
argumentos científicos para modificar a ciência. Os
argumentos éticos são mais difíceis de serem reco-
nhecidos pela população. P. Singer, no livro “Ética
Prática”, descreve bem o processo quando diz que
é mais fácil julgarmos os preconceitos dos nossos
avós, quando os nossos pais já se libertaram deles.
O mais difícil é olhar para nós mesmos e reconhecer
os nossos próprios preconceitos. Tratar os animais
diferente dos humanos para características que os
tornam semelhantes (como sentir dor e angústia) é
um preconceito e tem a mesma base do racismo e
do sexismo: a opressão, velada ou explícita, a favor
de um grupo dominante.
Quais são os próximos passos? Como projeta
o futuro?
Nós precisamos trabalhar na formação dos pes-
quisadores, trabalhar para que os estudantes criem
pensamento crítico na universidade e que estejam
preparados para as novas ciências, dando mais im-
portância para as disciplinas de bioquímica e de
biologia celular, correlacionando com o campo pro-
fissional. Na ciência do século XXI, essas disciplinas
serão muito importantes. Novas abordagens de
biologia celular, como cultivo tridimensional, e no-
vas metodologias de análise, como metabolômica,
transcriptômica e ferramentas com microscopia de
fluorescência, revolucionarização a ciência e os tes-
tes para assuntos regulatórios. Precisamos colocar
essas metodologias dentro do conteúdo das univer-
sidades. Com a mudança na ciência, a abordagem no
ensino também deve mudar.
Eco Caderno
Hoje a sociedade começa
a questionar a ciência que
usa animais e assim faz com
que os pesquisadores olhem
para os dados falhos da
experimentação animal mais
criticamente
36 Full TimeM A G A Z I N E
Seus direitos
O brasileiro/europeu poderá transitar livre-
mente pelos 27 países membros da União Europeia, além
de Estados Unidos e Canadá. O passaporte europeu lhe
dará a vantagem de ficar em filas especiais nos aeropor-
tos. Isso implica em viajar com tranquilidade e rapidez
entre inúmeros aeroportos de todo o mundo. Como ci-
dadão, poderá residir nos 27 países da UE com todos os
direitos de cidadão, tais como abrir conta em bancos e
trabalhar sem qualquer restrição, gozando de todos os
benefícios. Para brasileiros, o duplo passaporte (Brasil e
União Europeia) representa um abre portas na carreira,
principalmente em grandes empresas e transnacionais.
Em rápida pesquisa na Internet, perceberemos que
a Europa oferece por volta de 2000 cursos gratuitos ou
mediante pagamento de pequenos valores. Cursos de
aperfeiçoamento de línguas, graduação, pós-graduação,
mestrado e doutorado. Ademais, em muitos destes, o
fato de ser cidadão europeu é fator determinante para
desfrutar de bolsas de estudos.
Desnecessário dizer que estudar fora traz uma am-
plitude de visão desse mundo global inestimável. O alu-
no de ensino médio já pode iniciar seus estudos fora do
Brasil, fazendo um curso de inglês e vivenciar outro país.
Isto num primeiro momento assusta os pais em termos
de valores. Porém, sugerimos uma conta simples: um alu-
no de um curso de frequência de 2 vezes por semana
em uma escola de inglês, com certeza, levará mais tempo
para aprender e assim, o valor será mais alto do que se ele
Dupla Cidadania
passar 6 meses em um país de língua inglesa. Veja abaixo
os cursos disponíveis em alguns países e suas vantagens.
Estados Unidos - Há opções para todos os gostos, de
direito à psicologia, passando por ciência política, biolo-
gia e artes. E o melhor: com um pouco de planejamento,
os preços cabem no bolso. A escola de extensão de Har-
vard, por exemplo, tem cursos a partir de US$ 750, que
duram, em média, 3 meses em áreas como administração,
marketing e astronomia. A Universidade de Stanford, que
está entre as melhores universidades do mundo, possui
uma ampla escola de extensão e oferece cursos que va-
riam de 1 a 10 semanas e acontecem ao longo de todo
o ano.
Austrália - Paraíso dos surfistas e de quem busca di-
versão, a Austrália também tem excelentes instituições de
ensino. A universidade de Sydney, a 37a melhor do mun-
do de acordo com o ranking 2014 da QS, conta com um
centro de educação continuada que, além de aberto ao
público em geral, oferece vários cursos de curta duração.
O curso “Programas de Liderança”, por exemplo, pode ser
uma opção para quem quer aproveitar as férias no país
e ainda voltar com o currículo mais atraente. A Escola de
extensão da Universidade de Queensland oferece aulas
de inglês em tempo parcial e integral, para todos os níveis
e ao longo de todo o ano. A universidade tem ainda cur-
sos preparatórios para o IELTS (um dos principais testes
Normalmente quando se fala em obter uma segunda cidadania, tem-se
como benefício principal a viagem para Estados Unidos e Canadá, sem a
necessidade de vistos e seu burocrático processo, filas na imigração dos
aeroportos, entre outros. Mas como cidadão europeu você terá muito mais
que isso e, a seguir, abordaremos as mais relevantes destas facilidades e
benefícios.
de proficiência em inglês para ingresso em universida-
des internacionais, tanto para a graduação quanto para
a pós-graduação).
Alemanha - Possui universidades públicas mundial-
mente reconhecidas, sendo que algumas instituições
recebem financiamento especial do governo por serem
consideradas de excelência. O país oferece atrativos inte-
ressantes para estudantes internacionais, já que é possível
estudar mesmo sem falar uma única palavra de alemão
e sem desembolsar nenhum euro. São oferecidos cerca
de 900 cursos de graduação e pós-graduação exclusiva-
mente em inglês, com opções que vão de engenharia a
ciências sociais.
A Universidade de Hoheinhem, em Stuttgart, por
exemplo, oferece o curso de mestrado em ciências bioe-
conômicas, de graça e em inglês. São 45 vagas. Não há
mensalidades, mas o aluno precisará desembolsar três
taxas simbólicas: de 90, 60 e 5 euros. O país só exige que
o aluno comprove ter condições de se sustentar. Universi-
tários podem trabalhar até 180 dias por ano, se o trabalho
for meio-período, ou 90 dias, se for tempo integral.
Suécia - A Suécia oferece também mais de 900 pro-
gramas em inglês, distribuídos em 35 diferentes universi-
dades. Os estudantes pagam somente a taxa de matrícula,
exceto para programas de doutorado, que são completa-
mente isentos. O país permite ainda que estudantes uni-
versitários trabalhem para custear seus estudos.
Finlândia - O país do norte da Europa não cobra ma-
trículas e nem mensalidades escolares para os cursos de
graduação e pós-graduação, além de oferecer um gran-
de número de programas em inglês. No entanto, o aluno
precisará arcar com seus gastos pessoais. As bolsas de
estudo (que cobrem estas despesas) são concedidas ape-
nas para estudantes de doutorado.
França - Oferece mais de 76 cursos de graduação
em inglês, mas a maioria é oferecida por universidades
particulares e costuma ser caro. No entanto, existem di-
versos cursos de pós-graduação formatados exclusiva-
mente para estudantes de língua inglesa e com preços
bem acessíveis. Universitários podem trabalhar até 17 ho-
ras semanais no país e, segundo dados do Ministério do
Trabalho Francês, o estudante internacional recebe, em
média, cerca de 500 euros por mês.
Noruega - As universidades estaduais norueguesas
não cobram mensalidades dos estudantes. E mais: o siste-
ma de ensino superior do país prioriza turmas pequenas,
o que faz com os que professores sejam muito acessíveis.
Além disso, diversas escolas oferecem programas minis-
trados totalmente em inglês.
Por que muitos desistem de conseguir a cidada-
nia?
Na maioria das vezes, as pessoas desistem em função
da burocracia e a demora em obtê-las em alguns países,
ou até mesmo a falta de documentação dos ascendentes.
Falemos, primeiro, da burocracia. Cada país apresen-
ta formas e exigências diferentes. De uma forma geral, o
pretendente deverá ter ascendente nascido naquele país.
Além disso, em casos específicos pode ser tentado um
processo de naturalização. Nestes casos, o pretendente
deverá ter atrativos culturais ou empresariais, ou meios
de viver por determinado tempo no país em que se pre-
tende adquirir a cidadania, dentre outras exigências.
Agora tratemos da demora desses processos. Nova-
mente dependerá do país a que se pretenda a cidadania.
Há casos de demora de até 10 anos (Itália). Já outros, al-
guns meses. Claro que essa variável de tempo está tam-
bém atrelada à qualidade da documentação e informa-
ções que se tenha do ascendente. É evidente que a falta
de documentação é um empecilho real. Porém, muitas
vezes tem-se como conseguir no país de origem, sim-
plesmente a partir de informações e datas ou, em última
hipótese, com as buscas em órgãos daqueles países.
Importante ressaltar: toda a demora e os gastos
com um processo de cidadania será coberto por inúme-
ros benefícios ao adquirente.
Mathilde Marques - processosdecidadania@gmail.comtel: 94749-2925
38 Full TimeM A G A Z I N E
Espaço animal
As rickéttsias são semelhantes às bacté-
rias e na medicina veterinária são microorganismos
importantes, que por muitos anos foram considera-
dos vírus por serem parasitas intracelulares obriga-
tórios. Nesse grupo existe uma família, a Chlamydia-
ceae, causadora de várias doenças que atinge
mamíferos, répteis e aves, sendo mais freqüente nas
aves, das quais os psitacídeos representam 25% dos
casos. Nos felinos, a espécie Chlamidya psittaci é res-
ponsável por causar uma persistente afecção no tra-
to respiratório, provocando uma doença conhecida
como clamidiose felina de difícil diagnóstico por ter
um longo período de incubação.
É uma enfermidade infecto-contagiosa que
apresenta alta contagiosidade de um felino doente
para um felino saudável. A Chlamidya psittaci pode
ser eliminada através das fezes, urina, muco oro-
faríngeo e secreções lacrimais e nasais, cuja con-
taminação e transmissão se dão principalmente
através da ingestão, inalação ou do contato direto
com secreções ou excreções contaminadas.
A clamidiose felina normalmente tem início com
sintomas de febre, tosse, freqüentes espirros, cor-
rimento nasal e conjuntivite, isto é, inflamação na
conjuntiva (conjuntiva é uma mucosa que recobre a
porção anterior do globo ocular), com intenso cor-
rimento ocular aquoso, corrimento esse que poste-
riormente pode se tornar purulento, após contami-
nação secundária por bactérias.
O gato afetado fica prostrado, perde o apetite,
emagrece rapidamente e em estágios mais avança-
dos passa a apresentar quadros respiratórios mais
graves e pneumonia localizada principalmente nos
lobos pulmonares anteriores.
Freqüentemente, após cerca de uma a duas
semanas, os sintomas começam a melhorar, pois a
clamidiose costuma ceder na grande maioria dos
felinos enfermos, havendo então uma lenta recupe-
ração até que o animal volte a ficar disposto e ativo.
Entretanto, naqueles gatos menos hígidos, mais frá-
geis, jovens ou idosos a clamidiose felina pode evo-
luir para outras patologias graves e até óbito, devido
à queda de resistência que provoca.
Quando o criador de felinos ou o proprietário
Clamidiose Felina
que possui vários gatos se deparam com esse tipo
de problema, costuma ser grande o transtorno devi-
do sua alta contagiosidade. A orientação inicial bási-
ca é que se evite a medicação caseira e que se procu-
re um médico veterinário para consulta e orientação
logo que se perceba algum problema.
O tratamento precoce da clamidiose felina cos-
tuma apresentar resultados mais rápidos e consiste
em se isolar e monitorar o animal, adequar a dieta
com suplementação, tratamento sintomático com
fluidoterapia, antibioticoterapia e aquecimento.
Mesmo após medicação, a clamidia pode sobreviver
em estado de latência durante um longo período de
tempo.
A maneira mais eficaz e barata de se evitar os
contratempos causados pela clamidiose felina é a
preventiva, isto é, recomenda-se que os gatos jovens
sejam vacinados contra a clamidiose (vacina quádru-
pla felina - protege contra rinotraqueíte, calicivirose,
panleucopenia e clamidiose) com pelo menos uma
vacina de reforço e, nos felinos adultos, a vacinação
deve ser atualizada todos os anos juntamente com
a anti-rábica.
Observa-se que a imunidade induzida pela va-
cina contra clamidiose felina costuma propiciar uma
proteção limitada, isto é, alguns gatos mesmo va-
cinados ainda podem contrair essa doença, porém
os casos são mais brandos com recuperação mais
rápida.
Além disso, a vacinação regular dos felinos é
importante porque a clamidiose é considerada uma
zoonose, pois há sérias evidências de que o homem
possa se infectar com Chlamydia psittaci de ori-
gem felina, embora se considere atualmente que as
principais fontes de contaminação estejam entre os
pasitasídeos (papagaios, periquitos, columbiformes
(pombos) e perus.
Dr. Gerson Bertoni Giantini – CRMV 5189/SPwww.policlinicaveterinaria.com.br
40 Full TimeM A G A Z I N E
Comportamento
Faltam heróis
* por Tom Coelho
“A escolha dos heróis diz
muito sobre a sociedade
que os escolhe.”
(Ricardo Bonalume Neto)
Quem é Neymar Jr.?
Para o mundo do futebol, é o maior jogador
brasileiro da atualidade, com uma habilidade ímpar,
capaz de fazer a diferença entre a vitória e a derrota,
inclusive para a seleção canarinho.
Para a mídia, é um personagem tido como de
elevado carisma, com 52 milhões de seguidores no
Facebook e 19 milhões no Twitter, garantindo reper-
cussão às marcas que o patrocinam.
De fato, ele pode ser tudo isso, mas definitiva-
mente não é um herói tal como postulado por aque-
les que buscam em alguém com exposição pública
uma referência, uma pessoa notável capaz de in-
fluenciar e criar conceitos, tornando-se um autêntico
paradigma.
No universo dos esportes, é fácil exemplificar
este ideal a partir de Ayrton Senna. Mais de vinte
anos se passaram e não conseguimos eleger um re-
presentante à altura.
Um herói, por definição, carrega consigo valo-
res dignos de admiração, como integridade, gene-
rosidade e altruísmo. Neymar é um individualista
por natureza, com comportamentos tomados pela
vaidade e o benefício próprio – basta observar suas
mensagens nas redes sociais, regadas por selfies e
campanhas publicitárias.
E a ética não é um de seus fundamentos. Não
me refiro apenas à sua contestada transferência para
o Barcelona, mas à sua postura em campo. Apenas
para exemplificar, recentemente, na final da Cham-
pions League, teve um gol anulado pelo fato de a
bola ter batido em sua mão. Durante a argumenta-
ção com o juiz, tentou convencê-lo de que a bola
havia tocado em seu ombro... É compreensível: seu
desejo de vencer o leva a acreditar que os fins justi-
ficam os meios. Compreensível, mas não justificável.
Esta escassez de heróis evidentemente expande-
se para outros cenários. Seja no mundo corporativo,
onde faltam líderes autênticos, passando pela vida
pessoal, onde os pais, os mais legítimos ícones para
os próprios filhos, mostram-se cada vez mais ausen-
tes da educação dos mesmos. Falta convivência para
instruir, faltam exemplos para compartilhar.
No cenário político, os heróis seriam os cha-
mados estadistas, pessoas capazes de exercer a li-
derança acima de interesses pessoais e partidários.
Entretanto, o que temos hoje são apenas políticos
preocupados exclusivamente com o próximo pleito,
seja para a reeleição, quando possível, ou para fazer
seu sucessor. O estadista pensa na próxima geração;
o político, na próxima eleição. O estadista edifica o
futuro; o político, sua perpetuação no poder.
Precisamos de heróis. Não trajando fardas, ca-
pas e máscaras, mas sim vestindo o manto do incon-
formismo, com um interesse genuíno em provocar
mudanças capazes de transformar positivamente o
meio e deixar um legado.
Quem se habilita?
* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de oito livros. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.
42 Full TimeM A G A Z I N E
Agenda
O UNIVERSO DE MARAMGONí
Em agosto, a Galeria de Arte e Fotografia Solan-
ge Viana completa 5 anos e, para comemorar, con-
vidou um artista bem peculiar: Maramgoní, que traz
pela primeira vez para a Granja Viana, sua tão con-
ceituada e difundida arte. Na mostra “O Universo de
Maramgoní”, o público poderá ver, além se suas pin-
turas, alguns objetos e design realizados pelo artista.
Maramgoní oferece ao público suas São Paulos,
Nova Yorks e outras cidades do mundo. A arquite-
tura desses espaços muitas vezes está mais próxima
do que se pode imaginar, ainda mais quando está
inclusa na proposta do pintor o diálogo entre o an-
tigo e o contemporâneo, muito presente em suas
obras. Pode-se ver, nos casos em que as cidades são
mostradas em preto e branco, a presença de uma
luz diferenciada, oriunda de focos de iluminação pú-
blica ou lampiões, estrategicamente colocados para
auxiliar na composição do quadro, estabelecendo
distintas conversas.
Local: Galeria de Arte e Fotografia Solange Viana - Rua São João, s/n, Granja Viana – CotiaData: de 22 de agosto a 26 de setembro de 2015 - De segunda a sexta, das 11h às 19h Agende sua visita: (11) 4777-0234 / galeriadeartesolangeviana@uol.com.br
O Restaurante Vedhanta vai realizar, no dia 28
de agosto, jantar beneficente em prol da Associação
Toca das Horttênsias, que atende idosos com Alzhei-
mer. O cardápio composto por iguarias da cozinha
árabe será preparado pela Chef Nazaré Peixoto que
garante surpreender os paladares mais exigentes. En-
tre as opções gastronômicas serão servidos buffet de
saladas, como Fatuche, Tabule, Pão sírio, Babagha-
nouj, Homus e Coalhada seca. Seguido de pratos
quentes, como Mijadra, Abobrinha recheada, Kibe
assado e Esfiha. E para finalizar, Mhalabie de sobre-
mesa.
A participação e colaboração das pessoas é vital
para que a Toca das Horttênsias continue oferecendo
serviços de qualidade e cuidando dos idosos fragili-
zados.
JANTAR BENEFICENTE “MIL E UMA NOITES”
Data: 28 de agosto, a partir das 19 horas.Local: Rua José Felix de Oliveira, 1032 - Granja Vianna - CotiaInformações: 4702-2618 / 4612-2843 97234-4816 / toca.horttensias@hotmail.com
A Associação Toca das Horttênsias é uma enti-
dade sem fins lucrativos, fundada em 1993, com a
missão de assegurar dignidade e qualidade no aten-
dimento aos idosos fragilizados e portadores da
Doença de Alzheimere similares. Oferece cuidados
especializados e alternativos e precisa de ajuda e
parceiros que contribuam com a continuidade e filo-
sofia de seus trabalhos.
Reserve seu convite para uma noite cheia de en-
cantos típicos do Oriente e desfrute de uma apresen-
tação da dança do ventre. Valor do convite: R$ 70,
com bebidas à parte
44 Full TimeM A G A Z I N E
Curtas Região
Desde 13 de julho, o programa CQC, da Band,
exibe uma série de reportagens sobre o santuário
de animais Rancho dos Gnomos. O local, que está
em campanha desde o início de abril para conseguir
comprar um necessário novo espaço, já arrecadou
mais de meio milhão de reais por meio do site de
financiamento coletivo Kickante. Mas a quantia ne-
cessária é R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos
mil reais). Leia matéria sobre este assunto na edição
33 da Revista Full Time.
A campanha do santuário, criado e mantido por
um casal de veganos, foi prorrogada novamente por
dois meses com a entrada do CQC. A produção do
programa emitiu a “Carta Aberta do CQC em Apoio
ao Rancho dos Gnomos”, conforme ao lado:
CQC sai em apoio ao Rancho dos GnomosO programa da
Band abraçou
a causa e está
exibindo várias
reportagens
sobre o
santuário.
“Há 24 anos cuidando de animais vítimas de descaso e
violência, o Rancho dos Gnomos, localizado em Cotia,
São Paulo, precisa de um novo espaço para seguir seu
trabalho.
O Rancho dos Gnomos é trabalho do casal Marcos, 49, e
Sílvia Pompeu, 53, e fica a disposição de órgãos oficiais,
como Ibama e a Polícia Militar Ambiental, que encaminha
à dupla animais queimados, eletrocutados e vítimas do
tráfico. Aproximadamente 15 mil animais passaram pelo
Rancho. Hoje, aproximadamente 300m separam o Rancho
da parte urbana da cidade. Para que este trabalho
possa continuar sendo feito, salvando animais
vítimas de abando e violência, vindos de circos,
zoológicos, desmatamentos e queimadas é preciso
ir para nova sede. O novo local é uma reserva
ambiental na Serra da Mantiqueira, na cidade de
Gonçalves, no sul de Minas Gerais e custa R$ 1,2
milhão. Através do site de financiamento coletivo
Kickante eles já arrecadaram pouco mais de 500
mil. Agora o CQC abraçou a causa e conseguiu
mais 60 dias de campanha aberta no Kickante
para juntos tentarmos alcançar os 1,2 milhão e garantir
que o trabalho do Rancho dos Gnomos não pare por
aqui.” Produção/CQC.
Se você ainda não ajudou, contribua com qualquer
quantia a partir de R$ 10. Saiba mais em
www.santuarioanimal.com.br. Assista o vídeo do CQC:
https://www.youtube.com/watch?v=8v0qmqmaHy8
Rota alternativa ao trânsito da RaposoUm novo projeto apresentado pela Prefeitura de Cotia interligará os bairros do km 26 até o km 21 (sentido
capital), criando uma rota alternativa para o trânsito local, possibilitando sair da Estrada do Embu e chegar à Estrada
Walter Steurer (antiga Espigão) sem usar a rodovia Raposo Tavares. “A obra será executada pelo município e come-
çará nos próximos meses, com previsão de término para o final do primeiro semestre de 2016”, explicou o prefeito
Carlão Camargo, que apontou a mobilidade como uma questão primordial para o desenvolvimento da cidade.
A primeira fase do projeto envolve a abertura da interli-
gação da Rua Meandro (Moinho Velho) com a Rua dos Esqui-
los (Jardim do Engenho). Em seguida, a Prefeitura investirá na
melhoria dos acessos, recapeando, pavimentando e sinalizando
as vias envolvidas. “Dali, seguirá para Estrada dos Galdinos e,
logo em frente, Estrada Municipal Walter Steurer, antiga Estra-
da do Espigão, voltando a acessar a rodovia no km 21, perto
do Rodoanel”, explicou o secretário de Obras, Toninho Melo.
Será aberta ainda uma nova via ligando a Rua Howard Acheson
(travessa da Avenida João Paulo Ablas) à Estrada dos Galdinos.
46 Full TimeM A G A Z I N E
Região
As equoterapeutas Simone Lucke do Rancho
Lucke Equitação Terapêutica e Tatiana Nistal Nunes
Dias do WA Rancho uniram forças e conhecimento
adquirido dentro e fora do Brasil para o atendimento
de Equoterapia em Cotia, a terapia é realizada em
um picadeiro coberto junto à natureza e com es-
trutura de uma grande hípica longe das clínicas, o
que causa a percepção de bem estar como ganho
adicional.
As equoterapeutas Simone Lucke, do Rancho
Lucke Equitação Terapêutica, e Tatiana Nistal Nunes
Equitação terapêutica em CotiaRancho Lucke
& WA Rancho juntaram seus conhecimentos para oferecer uma equoterapia de qualidade a moradores da região.
Dias, do WA Rancho, resolveram unir forças e co-
nhecimento adquirido dentro e fora do Brasil para o
atendimento de Equoterapia em Cotia, realizada em
um picadeiro coberto junto a natureza e com estru-
tura de uma grande hípica.
A equoterapia é um método terapêutico e edu-
cacional que utiliza o cavalo dentro de uma aborda-
gem interdisciplinar nas áreas da Saúde, Educação
e Equitação. Imagine uma pessoa que vê o mundo
de uma cadeira de rodas, de baixo para cima. Quan-
do montada em um cavalo tem seu ângulo de visão
alçado para cerca de 2,5m de altura e experi-
menta a sensação de poder, conduzindo um
animal forte e de grande porte! Psicologica-
mente, há um sensível reforço na autoestima e,
se fechar os olhos, pela similaridade da marcha
humana, terá a sensação de estar andando por
conta própria.
A terapia é realizada em ambiente natural,
longe das clínicas, o que causa a percepção de
bem estar como ganho adicional. O corpo do
praticante recebe a ação do movimento tridi-
mensional do cavalo, de cima para baixo, de
um lado para outro, de frente para trás e de ro-
tação, sendo assim, é permanentemente solici-
tado a fazer ajustes posturais pelo movimento
do animal, recebendo estímulos. O cavalo realiza 52
a 60 passos por minuto, ou seja, em 30 minutos de
terapia, teremos aproximadamente 1.800 passadas.
São cerca de 1.800 ajustes tônicos.
Mas, a equoterapia não atende somente a de-
ficientes. Ela tem excelentes resultados no TDAH �
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Os pais e educadores devem questionar se: acham
que a criança está desenvolvendo hiperatividade? A
criança se frustra com facilidade? Ela parece triste
ou deprimida? Ela perde a paciência com facilida-
de? Depois de avaliado, talvez seja o momento de
desenvolver um plano terapêutico antes que haja
complicações psicológicas secundárias.
A equoterapia oferece outros programas, como
o para adictos (dependência de álcool, drogas e jo-
gos). Nesta terapia, o objetivo terapêutico é que, a
partir da construção da relação homem-cavalo, o
participante encontre novas possibilidades para re-
lacionar-se consigo e com os outros. Essa relação
com o cavalo deve servir para construção de um se-
dutor ponto de contato com o mundo, ajudando aos
adictos em recuperação a tornar-se mais consciente
de como as suas ações afetam os outros e a se reco-
nectar com emoções, como alegria, medo e tristeza
que eles podem ter ignorado ou evitado durante sua
luta com vícios.
A equitação terapêutica pode ser um método pra-
zeroso e incrível! No aspecto físico, proporciona tônus
muscular, melhora no equilíbrio e na postura, desenvol-
vimento da coordenação motora e de orientação, esta-
belecimento padrão de marcha, estímulo da fala. Sob o
aspecto psicológico, coibir fobias como altura, animais e
sociais, proporciona autoconfiança e autoestima, melho-
ra o relacionamento social e, em alguns casos, até inclu-
são no mercado de trabalho.
O custo mensal do programa de equoterapia é de R$
350,00 e contempla sessões semanais. Para praticantes
de Instituições Sociais como APAE e CEIC, os preços são
diferenciados.
Equoterapia Rancho Lucke & WA RanchoEstrada do Tabuleiro Verde, 650 - CotiaFones: 4614-0258 / 4614-3448
48 Full TimeM A G A Z I N E
Curtas Mundo
O Vaticano divulgou, no dia 18 de junho, a en-
cíclica verde - uma carta do Papa com orientações
para a igreja. O documento, de 192 páginas, pede
um novo modelo de desenvolvimento, uma nova
definição de progresso que não se baseie apenas no
modelo econômico e tecnológico, mas numa eco-
nomia sustentável. O Papa Francisco defende uma
mudança radical no modelo econômico e no estilo
de vida das pessoas e disse que a ação do homem
arruinou a terra e, que se nada for feito, o mundo vai
assistir à destruição de ecossistemas inteiros ainda
neste século.
Ele afirma que combustíveis fósseis precisam
ser substituídos com urgência, critica duramente o
consumismo em excesso e propõe outro estilo de
Ministra pede que franceses parem de comer Nutella para preservar ambiente
A ministra do Meio Ambiente da França, Sé-
golène Royal, pediu à população em um programa
de televisão que pare de consumir o creme Nutella,
produzido pela empresa Ferrero, devido ao impacto
ambiental de sua produção. Em entrevista à rede de
televisão Canal+, a ministra afirmou que o produto
contribui para o desmatamento, já que o óleo ve-
getal, matéria-prima do Nutella, é extraído da pal-
ma, planta cultivada principalmente na Indonésia e
Malásia, países que sofrem com o desflorestamento.
De acordo com o jornal britânico “The Guardian”,
o comentário da ministra fez a Ferrero, gigante italia-
na dos chocolates, se pronunciar sobre o tema - mas
sem citar a declaração polêmica.
Em nota divulgada, a Ferrero
disse que está consciente dos
desafios ambientais e que
assumiu compromissos
de utilizar o óleo de palma
de forma responsável. A
empresa importa 80% do
óleo de palma da Malá-
sia. O restante é fornecido
pela Papua Nova Guiné,
Indonésia e Brasil.
Papa diz que mundo vai ver destruição de ecossistemas se nada for feito. Pontífice pede modelo de
desenvolvimento baseado na sustentabilidade.Leia a Encíclica na íntegra: http://migre.me/qXZtR
Vaticano divulga documento histórico em defesa do meio ambiente
vida. Lembra que gestos co-
tidianos podem ser funda-
mentais, como evitar o uso
de plástico e papel, separar
o lixo, reduzir o desperdício
de comida e o consumo de
água. O texto mostra ainda
preocupação com novos
conflitos, e faz um alerta:
guerras possam ser gera-
das pela falta de bens na-
turais, como a água. O Papa
defende uma agricultura sem
transgênicos e o respeito pelos
povos primitivos.
50 Full TimeM A G A Z I N E
Reflexão
Sábado, final de noite, por volta das 22 horas, fazia
um frio em torno de 13 graus. Eu estava na região de Jabaquara,
cidade de São Paulo; para ser mais precisa, na calçada de uma ave-
nida movimentada por carros. Passa por nós um rapaz que para e
nos pede um cigarro. Vestia uma jaqueta de nylon e uma bermuda.
Carregava nas costas uma mochila e em suas mãos, papelões; uma
caixa quadrada com dois lados abertos e um outro, bem maior, todo
desfeito.
Sabia falar bem, comunicar-se bem. Foi educado, nos pediu
licença antes de pedir o cigarro. Demos à ele um cigarro. Ele se
despede, agradece e disse que “é do pedaço e que mora lá”, apon-
tando com a mão direita para o seu lado direito, “do lado daquela
casa verde”.
Pensei que fosse mesmo uma casa e que, provavelmente, os
papelões que estavam em sua mão faziam parte de seu trabalho.
Dirigiu-se à sua moradia: um canteiro encostado a um muro branco
que continha várias plantas altas, ao lado da real casa pintada de
verde. Com rapidez, acomodou-se, escondeu-se entre as plantas e
fez uma parede com o papelão maior.
Fiquei tão perplexa! Eu, que estava agasalhada, tremia de frio!
Não me conformava com sua bermuda apenas, e, quanto à sua casa,
algo que nunca havia testemunhado com meus próprios olhos, fez-
me estátua, fiquei paralisada na calçada, como se eu não acreditasse
que lá ele passaria aquela noite gelada.
Passei minutos com meus movimentos paralisados, mas com
a mente inquieta demais. Pensamentos inúmeros, rápidos, espe-
rançosos mas também doídos e carregados de dor
que invadiam minha mente; mas não, eu não fiz nada
além de dar-lhe um cigarro!
Que indignação a minha! Queria ter uma calça
de seu número no porta-malas de meu carro. Um co-
bertor eu poderia oferecer-lhe. Na realidade, nem lhe
perguntamos se estava com fome. Sua necessidade
certamente, não era só de tragar nicotina.
Não, não fiz nada que pudesse ajudá-lo de fato! A
minha indignação com a realidade foi tamanha, tão gi-
gante quanto meu próprio egoísmo, pois, certamente,
eu poderia ter feito alguma outra coisa.
Descobri, nesta triste noite, que papelões não ser-
vem apenas para acomodar ou esquentar quem “mora
nas ruas” (se é que pode-se chamar as ruas de mora-
dia!). Descobri que os papelões servem também para
fazer “casas”!
Enfim, a rua é perigosa até para que mora nela,
por isso é preciso esconder-se entre as plantas e o
papelão, enquanto nós nos trancamos as sete chaves
em nossos lares quentes, confortáveis, com cobertas
e edredons e, aparentemente, achamos que estamos
seguros.
Certamente esta não é a única casa de papelão
em São Paulo. Quantas dela existem? Quem fará esta
conta?
Este fato ocorreu na noite de 27 de junho de 2015,
Inverno.
Ssmaia Abdul, Pessoa e Psicóloga Narrativa, Especialização Internacional em Práticas Colaborativas, Designer de Grupos Colaborativos, Nova Scribe, Escritora por Paixão, Pós-Graduanda em Jornalismo Literário (2015-2016), que se chocou com a cena descrita e, agora, fica remoendo-se por ter sido tão egoísta! CRP 06/60674Para conhecer mais sobre a autora:www.facebook.com/ssmaia.abdulPara conhecer outros textos da autora:http://wescribe.co/u/ssmaia-abdul/profileConheça também o projeto novo Música COM TEXTO:www.facebook.com/musicacomtexto
A Casa de Papelão