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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS IBN MUCANAHistória da Cultura e das Artes – 10ºF – 2011/2012
Ficha formativa 4_________________________________________________________________________________________
Módulo 3 – A Cultura do Mosteiro
1. Explica o conceito de Idade Média. Período conturbado da história que se inicia com a desagregação das estruturas romanas – sécs. V e
VI. Iniciou-se com o fim do Império Romano do Ocidente, no século V (476), e terminou com a Queda de
Constantinopla, no século XV (em 1453). Prolongou-se do séc. IX ao séc. XV
2. Destaca os grandes acontecimentos ocorridos nesse período. 476 – Tomada da cidade de Roma e simbolicamente queda do império romano, causada pelas
invasões bárbaras Os Bárbaros – povos que invadiram o império romano. Suevos, Alanos, Vândalos, Visigodos,
Ostrogodos... Sucessivas vagas de invasões à Europa: muçulmanos (séc. VII), normandos, eslavos e
magiares, após o séc. IX.3. Descreve as alterações causadas pela queda do Império Romano:
Enfraquecimento da economia mercantil: dando origem a uma economia de carácter agrário,
dependente da Natureza, na qual a moeda perdeu poder ou chega a rarear.
Declínio e redução dos centros urbanos: pela importância económica e politica que tinham, as
cidades eram alvos preferidos dos ataques dos bárbaros.
Desorganização da administração pública: desapareceram as instituições do império,
enfraqueceu o poder central, desapareceu o exército e o poder pulverizou-se em múltiplos
poderes locais.
Houve uma grande depressão económica: a vida económica entrou em declínio, as guerras e o receio de novos conflitos, a insegurança ameaçavam o crescimento normal das populações.
4. Em que consiste o termo “cristianismo”? Nasceu no Império Romano,
Conheceu a sua grande expansão no séc. II e II
Oficializou-se e foi religião oficial do império romano, através do Concilio de Constantinopla,
381, com o imperador Teodósio,
Partilharam ideais de fraternidade, pacifismo e centralização.
O termo Cristandade significa a comunidade de povos e nações que professam a mesma fé cristã.5. Descreve o papel da Igreja na Idade Média: Os bispos cristãos aproveitam a desorganização e decadência do império para:
Congregarem e organizarem as comunidades de fiéis.
Cristianizarem, baptizando os bárbaros
Manter uma autoridade junto das populações.
Desenvolver uma importante acção civilizadora: interferiram ao nível das técnicas agrícolas,
desenvolvimento das artes e letras.
Os Mosteiros – foram os centros difusores dessa nova cultura promovida pela Igreja.
6. Mostra as alterações produzidas a partir do ano Mil:
O ano Mil mostra a inversão das tendências depressivas que se viviam desde a queda do império romano.
acabaram as invasões,
desenvolveu-se um clima de segurança e estabilidade,
Aplicam-se novas técnicas agrícolas, novos arroteamentos,
Reaparece a agricultura excedentária,
lentamente a população volta a crescer
renasce o comércio. Os Burgos t ornaram-se símbolos do renascer na Europa; à sua volta desenvolvem-se as feiras
e mercados prósperos,as universidades e Colegiadas.
A Igreja lançou a Tréguas e a Paz de Deus; incentivou as peregrinações a lugares santos;
organizou as Cruzadas.
Foi neste ambiente de reabertura económica e renovação cultural que surgiu a Arte
Românica.
7. Explica a origem do monaquismo.
Séc IV - no Oriente- Egipto, Síria, Ásia Menor
o Nasceu ligado ao desejo de isolamento do mundo profano – o ascetismo
o Nasceu de iniciativas individuais – depois surgiram comunidades de monges/monjas
que seguiam o seu mestre.
No Ocidente:
o séc.V, surgiu por iniciativa de bispos
o Sécs VI e VII – apareceram os primeiros legisladores – S.Bento de Núrsia: em 529,
escreveu os primeiros Regulamentos, na abadia de Montecassino que serviram de
modelo para a maioria da vida dos mosteiros até ao séc.XII.
8. Descreve a vida nos mosteiros.
Obrigações: oficio do culto; oração e trabalho no scriptorium; os cargos e tarefas de cada um eram
hierarquizadas; código penal para faltosos (flajelamentos, isolamentos, jejum, abstinência,
meditação)
Localização: localizados em zonas isoladas (eram centros de meditação, oração e ascese); eram
concebidos como pequenos mundos autónomos – auto-suficientes; por isso, estavam virados para o
interior, rodeados de muralhas, vigiados; as entradas eram limitadas a horários rígidos; havia uma
hierarquia (nem todos os que entravam no mosteiro tinham o mesmo tratamento social: os nobres
eram privilegiados, podiam ter alojamento; outros não passavam da hospedaria).
9. Descreve o plano arquitetónico definido por S. Bento.
O mosteiro era uma organização complexa:
-No coração do complexo: a Igreja, de planta basilical (junção do Céu e da Terra)
- Sul – o claustrum, de acesso reservado
-Ala nascente (junto à cabeceira da igreja):
. destinada às funções espirituais: sala do Capítulo, escola, escritório
. residência da Irmandade (o abade teve residência à parte até ao séc.XII)
-Ala Sul do Claustrum:
. dependências funcionais; refeitório, cozinha, despensa, adega, banhos, latrinas, estábulos,
pomares, horta, vinhas, jardins)
-Oeste (junto à entrada) – os que se iniciam na vida religiosa, os hóspedes, doentes, velhos e o cemitério10.Descreve a importância dos mosteiros .
Foram: centros de dinamização económica (técnicas agrícolas, artesanato e comércio); centros de
produção cultural: teologia, letras, ciência e escolas.
11. Descreve o cenário cultural na Europa Ocidental durante e Idade Média. Mundo romano: era alfabetizado, com escolas e bibliotecas em todas as cidades; adquiriu um forte
dinamismo devido aos filósofos, academias, sábios e professores. A cultura e um saber próprio
circulavam entre o Ocidente e o Oriente.
Entre os sécs. V e VIII – devido às invasões bárbaras, desapareceu este cenário cultural, no Ocidente.
Muitas escolas fecharam, desapareceu um poder forte e centralizado dinamizador da actividade das
instituições, destruíram escolas e teatros. A população fugiu para os campos, ruralizando o seu modo de
vida. A instabilidade e insegurança – conduziu o mundo ocidental a uma depressão cultural – as crianças
não iam à escola, desenvolveu-se o analfabetismo e uma cultura popular não escolarizada, não escrita –
baseada na tradição oral.
12. Explica a importância da vida de S. Bernardo.
S. Bernardo foi um monge da Ordem de Cister, autor de uma extensa obra escrita. Defendeu o regresso a uma
religião de autenticidade e ascese mística, vivida no mais rígido voto de pobreza e desprendimento dos bens
materiais. Contribuiu para o lançamento das cruzadas e fundou várias abadias, ente as quais se destaca o
Mosteiro de Claraval.
13. Justifica a importância da coroação de Carlos Magno.
A Coroação de Carlos Magno, ocorreu na noite de 25 de Dezembro de 800, numa época em que o rei franco
constituía uma referência como militar e governante de um reino cristão cujo êxito ficou a dever-se à aliança
com a Igreja: nas suas campanhas fez-se sempre acompanhar por missionários e pregadores cuja função era
de converter e baptizar os povos conquistados, enquanto os seus soldados os submetiam ao poder político e
militar. A sua coroação como Imperador do Ocidente foi de grande importância política para a Igreja, na
medida em que quebrou o laço de dependência legal que havia entre o Papa e os reis ocidentais e o Império
Bizantino, visto atribuir a Carlos Magno qualidade de legítimo herdeiro dos imperadores romanos;
restabeleceu o Império Romano do Ocidente, transferindo a dignidade imperial para o rei dos Francos;
unificou o Ocidente sob o mesmo poder político ( o dos Francos) e o mesmo poder espiritual – O do
Cristianismo e dos papas de Roma.
14. Indica as finalidades da arte medieval.
a obra de arte é um presente oferecido a Deus e, por isso, deve ser belo, de forma a agradar-lhe e a
demonstrar a capacidade de os homens se sacrificarem dos objetos materiais;
a obra de arte é um veículo de comunicação do mundo terreno com o invisível, uma forma de “ler” os
desígnios de Deus e de mostrar aos “iletrados”(a maioria da população) aquilo em que deveriam
acreditar;
a obra de arte era uma afirmação de poder, quer de Deus, quer de quem a encomendava (o Rei, o
Papa, a nobreza e o clero).
15. Diz em que consiste a arte paleocristã.
Arte paleocristã é a arte dos primeiros cristãos, no período em que a nova religião ainda está em expansão,
primeiro na clandestinidade, e depois, após o Édito de Constantino (313), já como religião oficial.
16. Caracteriza arte paleocristã.
Na fase da clandestinidade, era feita em CATACUMBAS (túneis subterrâneos escavados pelos cristãos ) por
pessoas do povo pelo que era uma arte pobre e simples. Consistia, sobretudo, na pintura mural, ornamental
e figurativa, onde era utilizada a técnica do fresco. Eram comuns os símbolos (pomba, peixe, fênix, cruz,etc) e
episódios bíblicos com o objetivo de divulgar a palavra de Cristo.
Depois de se tornar religião oficial do Império Romano, são construídas igrejas com dois tipos de plantas:
Planta basilical, em cruz latina, 3 a 5 naves, separadas por arcadas, cobertas por tectos em madeira.
Planta centrada, com cúpula, de influência oriental e helenística.
Os baptistérios (edifícios sagrados destinados à celebração do baptismo), tal como os mausoléus (túmulos),
adoptaram a planta centrada, com uma das portas orientada a leste e outra a poente, com enormes cúpulas
sobre a sala central.
17. Caracteriza a arte bizantina.
A arte bizantina aparece po volta do séc. VI (reinado de Justiniano), possui características orientais e
ocidentais e expressa o poder do Império bizantino.
A pintura possui as seguintes características: ausência de perspectiva e volume; figuras sagradas e de
imperadores; representação das figuras de forma alongada; figuras todas da mesma altura; destaque para a
hierarquia(as mais importantes no centro e representadas de modo diferente); ausência de fundo figurativo;
pinturas com fundo dourado; predomínio do mosaico.
A arquitetura bizantina aracteriza-se por: utilização dos elementos construtivos romanos (arco romano,
abóbada e cúpula); planta octogonal; mistura dos elementos construtivos da arte romana com o clima místico
das construções orientais; utilização do plano centrado, de forma quadrada ou em cruz grega, com cúpula
central e absides laterais; ecoração interior com mosaicos, pinturas a fresco, azulejos e colunas de inspiração
grega e romana, embora um pouco modificadas. Ex: Basílica de São Marcos(Veneza), Basílica de Santa Sofia
(Constantinopla).
18. Caracteriza a arte durante o Renascimento Carolíngio e Otoniamo.
A partir do séc. VIII, Carlos Magno, primeiro como rei e depois como imperador, conseguiu unificar o seu
poder e formou o Sacro Império Romano-Germânico. Para isso promoveu uma reforma litúrgica e o
desenvolvimento da cultura e das artes - o Renascimento Carolíngio, que se prolongou até ao final do séc. X.
Inspirada na tradição romana e nas influências bizantinas, a arte carolíngia foi humana, realista, figurativa e
monumental.
As construções possuíam exteriores maciços, pesados e severos e interiores ricamente decorados com
pinturas murais, mosaicos e baixos-relevos. De todas as construções feitas neste período destacam-se: os
palácios de Ingelheim e de Nimègue, a capela palatina de Aix-la-Chapelle (actual Aachen) que hoje se enconta
bastante modificada exteriormente, a Igreja de Germigny-des-Près e o Mosteiro de São Gall, na Suiça, cujo
projecto total é conhecido pela descrição num pergaminho.
Acapela palatina de Aix-la-Chapelle foi desenhada por Eudes de Metz. Tem algumas semelhanças com a de S.
Vital de Ravena. A planta é octogonal com dois polígonos concêntricos, sendo o primeiro o núcleo central e o
outro o deambulatório. A cúpula em pedra está apoiada num tambor com oito janelas.
Em meados do séc. X, a Alemanha era governada por Otão I, que aproveitou a crise política que arrasava o
Norte da Itália e de pequenos reinos vizinhos, para os conquistar. Nasceu o Império Germânico, mais pequeno
e frágil que o Sacro-Império de Carlos Magno. Tal como Carlos Magno, Otão procurou desenvolver a cultura e
a arte - o Renascimento Otoniano, que se fez sentir entre 936 e 1024.
Inspirou-se na tradição romana e na arte bizantina e carolíngia, mas criou um novo modelo, que será adotado
mais tarde pela arquitectura românica alemã: planta de dupla cabeceira e entradas laterais, com dois
transeptos contrapostos, com tribuna e com torres nos cruzeiros e nos extremos dos transeptos (Igreja de S.
Miguel de Hildesheim, Saxónia).
19. Explica a origem do termo “Românico”.
O termo «românico», primeiramente utilizado como referência às línguas europeias com origem no latim, foi
aplicado por Adrien de Gerville, em 1823, às tipologias arquitectónicas inspiradas nas formas e nas técnicas
da Antiguidade romana. A base estrutural do Românico deriva da tradição construtiva romana: o arco de
volta perfeita, as abóbadas e os contrafortes.
20. Localiza o Românico no espaço e no tempo.
O Românico foi um estilo artístico europeu dos séculos XI a fins do séc.XII. É o primeiro estilo internacional da
Idade Média – numa época de renovação arquitectónica, que foi também uma expressão de Fé.
21. Descreve o mundo medieval da época.
Os séculos XI e XII era um período de temor religioso (o medo do Juizo Final) onde se multiplicaram as cruzadas no
Médio Oriente e as peregrinações a Jerusalém e a Santiago de Compostela. Os Mosteiros e as igrejas eram os
centros difusores de religiosidade. O sistema político feudal e a religião – constituíram os dois pólos dinamizadores
da arte na sociedade medieval. Foi a expressão deste poder. A arte serviu para glorificar o poder temporal e o
religioso: a arte monástica foi criada à sombra dos mosteiros e das ordens religiosas. (Abadia Beneditina de
Cluny e a Ordem dos Templários, de S. Bernardo).
22. Descreve a arquitetura militar da época.
A arquitectura militar tinha carácter defensivo. De início, a torre era a habitação do senhor – nobre,
estrategicamente colocada, com forma quadrangular. Evoluiu depois para o castelo, por influência dos
contactos com o oriente através das cruzadas, de forma a acolher um maior número de pessoas graças ao
sistema defensivo que implicava.
23. Indica as características gerais das igrejas românicas.
edifícios de aspecto pesado, muros maciços, pequenas janelas
Uso de arcos de volta perfeita e de abóbadas de berço
Plantas de esquema longitudinal, basilical, com cabeceiras complexas e transepto desenvolvido
3 ou 5 naves (se forem grandes igrejas de peregrinação)
24. Descreve as principais alterações introduzidas pelas igrejas românicas.
As igrejas serão as maiores até então devido a uma evolução dos métodos construtivos e dos
materiais.
A pedra será o principal material de construção, reforçando o seu aspeto pesado
O telhado de madeira será trocado por abóbadas de berço e de aresta, mais condizentes com uma
igreja que representa a “fortaleza de Deus”.
As colunas sustentam as abóbadas
25. Descreve a planta das igrejas românicas (consulta o fim da ficha)
Seguem em geral dois modelos de planta:
- planta centrada (em cruz grega, hexagonal, octogonal e circular)
-planta basilical, em cruz latina ( três, cinco ou sete naves) – a mais comum
A nave principal tinha orientação de Este-Oeste; é mais alta que as laterais; o comprimento da igreja é
um múltiplo da largura da nave central.
As naves laterais são submúltiplas da nave central.
As naves são atravessadas pelo transepto – pode ter uma nave ou tripartida;
No cruzamento das naves com o transepto, está o cruzeiro, encimado por uma torre lanterna ou zimbório,
que ilumina e areja o edifício.
Lado nascente do transepto: pode haver dois absidiolos;
No alinhamento da nave central, depois do cruzeiro, está a abside principal, que contém a capela-mor.
Deambulatório – espécie de corredor que contorna, em semicírculo, a abside principal; pode ter capelas
radiantes absidiais.
Estas capelas e o deambulatório constituem a cabeceira.
Na cabeceira havia também o coro (para os clérigos).
Por baixo da cabeceira podia haver uma cripta.
26. Descreve os sistemas de cobertura utilizados nas igrejas românicas.
São totalmente abobadadas: abobada de berço, que resulta da sucessão de arcos de volta inteira
Nas naves laterais: utilizaram-se as abobadas de aresta: resultam do cruzamento ortogonal de duas
abóbadas de berço
Cúpulas – no Oriente bizantino
Cada abobada com os seus elementos de descarga de forças – forma os tramos.
Tramo:
- Constituído por dois arcos torais ou dobrados (transversalmente)
- dois arcos formeiros (longitudinalmente), que separam a nave central da lateral
- Arcos cruzeiros, que formam as arestas da abobada.
A pressão exercida pelas abobadas é descarregada através dos arcos para os pilares e colunas que
dividem as naves no interior e transmitida sobre as naves laterais para as paredes do exterior da igreja.
As paredes exteriores das naves laterais são grossas, com poucas aberturas e reforçadas por contrafortes
adossados e chanfrados, situados exteriormente no mesmo alinhamento dos pilares.
Pilares: situam-se no interior do edifício, na ligação dos tramos, podem ser cruciformes e compostos,
possuindo um colunelo ou pilastra adossado, por cada arco definidor de um tramo.
Por vezes os pilares são substituídos por grossas colunas, que separam as naves laterais da principal.
As cúpulas estavam assentes sobre:
o Trompas – elemento que faz a transição da forma quadrada da base para a circular sobre a qual se
apoia a cúpula
o Pendentes – formas triangulares côncavas que, construídas a partir dos ângulos do quadrado, o
transformam numa circunferênciaa onde a cúpula assenta
27. Descreve o alçado interno da nave principal
Clerestório - a zona de iluminação da igreja que fica pegado aos arcos do tecto, constituído por janelas ou
frestas
Arcada - divide a nave central das laterais e é formada por pilares ou colunas
Tribuna - uma espécie de galeria semiabobadada, aberta para a nave central, que se destinava às
mulheres que iam sozinhas à igreja, pois daí se assistia aos ofícios religiosos
Trifório - formado por arcos e que, por vezes, substituía a tribuna e interligava o pequeno corredor
situado acima da nave lateral à nave principal (na inexistência desse corredor, o trifório era apenas uma
arcatura decorativa cega)
28. Refere os sistemas de iluminação do edifício.
Pouca iluminação, por ter paredes compactas:
Janelas, frestas e o clerestório – formas de entrada de luz
Torre lanterna
Janelões das fachadas
Rosáceas
29. Descreve a decoração exterior das igrejas românicas:
No exterior do edifício, a decoração escultórica estava limitada ao portal e à cornija:
As cornijas (remate logo a seguir ao telhado) eram decoradas com arcos cegos e cachorradas
(conjunto de cachorros, isto é, peças salientes esculpidas), que podiam ter também uma função de
suporte da cornija.
A fechar os algeroses (caleiras) existiam gárgulas, que serviam para escoar a água da chuva e
podiam ter tanto uma forma simples como serem aproveitadas para a representação de motivos
animalistas e míticos.
Na decoração da fachada, as rosáceas (além de decorarem o exterior do edifício, também iluminavam
o interior), trabalhadas com motivos geométricos e florais; os grandes janelões (que possuíam as
mesmas funções da rosácea).
O portal, que tanto podia ser simples como encaixado num pórtico saliente. O mais vulgar possui:
o uma entrada chanfrada, ou ombreira, ornamentada com colunelos;
o uma porta simples ou dupla, que tem a meio do vão uma coluna, também esculpida (mainel),
que sustenta a arquitrave (lintel ou dintel), decorada com um relevo esculpido;
o e um tímpano, espaço semicircular circundado por arcos de volta inteira (arquivoltas),
sustentado pelo lintel
30. Descreve a introdução do Românico em Portugal.
A arquitectura românica foi introduzida em Portugal no início do séc. XII e prevaleceu até finais do séc. XIII
O quadro social, económico e político em que se desenvolveu foi idêntico ao dos outros países europeus, com
o acréscimo da afirmação de indepedência do território.
A igreja românica, símbolo da espiritualidade da época, esteve ligada a uma ordem religiosa, a um mosteiro
ou instalada no seio de uma comunidade agrícola. Por conseguinte, o Românico português possui
características fortemente rurais e está ligado à construção de igrejas de reduzidas dimensões, que
dependendo da região, se revestiam de maior ou menor qualidade técnica e exuberância formal e decorativa.
31. Caracteriza o Românico em Portugal.
Apenas em cidades como o Porto, Braga, Coimbra, Tomar, Évora e Lisboa é que as construções, as sés, se
revestiram de maior monumentalidade e possuíam grande riqueza e variedade técnica e formal, bastante
parecidas com as catedrais europeias. Estas cidades e os mosteiros tornaram-se os principais focos difusores
da arte românica em Portugal . As igrejas caracterizavam-se por:
grande sobriedade e austeridade, a nível formal e decorativo
uma única nave com cabeceira em abside redonda ou quadrangular
utilização do arco de volta perfeita
aplicação de cachorrada na cornijas
cobertura com um telhado de duas águas
robustez (paredes grossas, contrafortes salientes e uso da pedra aparelhada)
Os castelos-residência possuíam uma sólida construção castrense, com aparelho de cantaria lavrado, tendo no
seu interior uma residência; apresentavam um aspeto robusto pelo carácter defensivo que possuíam.
Os castelos refúgio tinahm como principal função: acolher os povos em perigo, eram construídos em sítios
estratégicos como locais rochosos e propícios e não se encontravam muito afastados das povoações, para que
a protecção fosse quase imediata.
A Domus Municipalis de Bragança era usada como local de reuniões e possuia um sistema recolector de
água da chuva e uma cisterna para a armazenar.
32. Descreve a Igreja de São Pedro de Rates.
Foi edificada sobre alicerces graníticos de antigas construções encontra-se actualmente em Rates, a Igreja de
S. Pedro, cujo nome, instituição e edifício estão envoltos numa longa e complexa histórica. O seu nome advém,
segundo a tradição, de um certo judeu, que no tempo do imperador Nero foi naquele local maltratado pelos
soldados romanos, mas como ressuscitou foi convertido pelo Apóstolo S. Tiago e tornado mártir; tido como
primeiro arcebispo de Braga, construíram -lhe um santuário paleocristão que, nos séculos VI e VII, se tornou
um centro de peregrinação. Nos finais do séc. IX, aí já existia, conforme o prova a arqueologia, um mosteiro
( de frades bentos) com uma igreja de três naves. Seria nesta construção que se iniciaram algumas alterações
por mando do conde D. Henrique em 1100, sendo a primeira construção da Congregação de Cluny em
Portugal. Entre a primeira metade do séc. XII e a segunda metade do século XIII, o edifício da igreja foi sujeito
a muitas obras comprovadas por algumas incongruências nas estruturas arquitectónicas (como naves laterais
com larguras diferentes, tramos desiguais, pilares e contrafortes não alinhados e fachada principal não
assimétrica) e, na decoração, nomeadamente dos portais, capitéis, frisos e modilhões ( cujos relevos
representam elementos baseados na tradição local – decoração linear e quase grafítica – e nas influências dos
modelos da e do românica coimbrão – com animais, como leões, aves de asas abertas, cabeças de boi e folhas
estilizadas, estas influências coimbrãs, que têm marcas francesas. A conclusão da construção da igreja foi
precipitada certamente por dificuldades económicas ( a prova é a cobertura das naves ter sido só em madeira
quando elas estavam preparadas para aguentar também abóbadas de pedra).
33. Descreve o lugar atribuído à escultura e à pintura na arte românica.
A arquitectura é a base da arte românica. A ela se adaptam a escultura e a pintura, que estavam ao serviço da
Igreja para:
decorar as igrejas
transmitir os seus ensinamentos aos fiéis (a grande maioria da população era analfabeta)
transmitir uma mensagem de eternidade, solenidade, majestade e distanciamento, persuadindo os
fieis a levarem uma vida simples e afastada dos pecados mortais (eram, portanto, uma forma de
escrita)
Por conseguinte, registou-se uma regressão técnica, que se justificava pela valorização da mensagem em
detrimento da perícia técnica.
34. Descreve a forma de representação da figura humana pela escultura românica:
A figura humana era:
pouco modelada
sempre de frente
possuía pouco realismo anatómico, notado pela desproporção das partes constituintes do corpo
humano e uma posição e gestos formais muito rígidos
na composição, as personagens eram colocadas em simetria ou em alinhamento rítmico feito pela
isocefalia (colocação à mesma altura das cabeças das figuras)
as cenas eram tratadas em poucos planos, sem perspectiva;
a temática era essencialmente religiosa, entre o alegórico e o simbólico, relatando histórias bíblicas e
cenas da vida do quotidiano.
35. Caracteriza o relevo românico. A escultura ocupava os tímpanos, as arquivoltas e os capitéis das colunas na fachada. O portal, principal
elemento do templo românico, representava o acesso à casa de Deus, ao Paraíso, à protecção e uma lição à
espiritualidade. O tímpano que o encima é o elemento com maior profusão decorativa e apresenta um
carácter religioso, pedagógico e estético. O meio era ocupado por Cristo sentado no trono, envolto pela
mandorla ou amêndoa mística; à sua volta estão as outras personagens, decrescendo de importância. O
tímpano era decorado com motivos narrativos, como o Pantocrator, a representação de Cristo como
divindade suprema, sentado na cathedra, com a mão direita erguida e as Sagradas Escrituras na esquerda.
Outro tema era o Tetramorfo: representação simbólica dos quatro evangelistas – o anjo de S. Mateus, leão de
S. Marcos, touro de S. Lucas e a águia de S. João.
No interior, ou nos claustros, os capitéis eram historiados com cenas bíblicas, procurando evangelizar através
das imagens. Monstros terríveis povoavam o imaginário e a escultura românicos, lembrando sempre aos fiéis
os horrores do Inferno.
Outros locais onde o relevo cristianizava os fiéis era nas cachorradas, nos pilares, nas gárgulas, cornijas e pias
batismais.
36. Caracteriza a estatuária românica.
A estatuária ou imagens de vulto redondo, nomeadamente as Virgens românicas, possuíam características
semelhantes à dos relevos, mas apresentavam um cariz mais popular; eram objectos de veneração,
concebidos em composições simples e esquemáticas.
As figuras eram:
muito hieráticas, quer na posição quer nos gestos
concebidas em função do plano mural onde estavam encostadas;
utilizaram materiais como metal precioso, madeira, gesso e pedra estucada e posteriormente
policromadas.
37. Caracteriza a pintura românica. A pintura decora paredes, frontais de altar e retábulos, abóbadas e tectos. Divide-se em frisos horizontais,
como se fosse uma banda desenhada e tem fins didáticos e catequéticos
Temas: Bíblicos (antigo e novo testamentos), vida da Virgem (temas marianos), vida de Cristo,
hagiográficos (vidas de santos, sobretudo mártires)
Aspetos formais: as técnicas formais e estilísticas empregues variavam de região para região, sendo
impossível distinguir autores, mas sim escolas ou oficinas. O seu trabalho era geralmente colectivo e a
aprendizagem era feita nos scriptoria dos conventos e catedrais. Não havia criatividade ou inovação.
Regista-se:
o a prevalência do desenho sobre a cor;
o a falta de proporção e rigor anatómico nas figuras, devido à tendência para a esquematização e
estilização das mesmas; Rostos e mãos acentuados
o posições formalizadas e desarticuladas; Posições rígidas e frontais
o aplicação da cor a cheio, sem sombreados ou matizados;
o bidimensionalidade (ausência de perspectiva);
o composições organizadas segundo esquemas geométricos complexos onde predominam os
rectângulos e os círculos, com um grande sentido rítmico dado pela repetição, na horizontal, das
figuras;
o disposição das cenas em bandas ou faixas, organizadas da esquerda para a direita e de cima para
baixo, ajustadas para caberem nos suportes arquitectónicos e separadas por frisos com motivos
geométricos ou naturalistas, de influência romana e germânica;
o utilização de elementos arquitectónicos, que serviam de enquadramento cénico à obra;
o Fundos lisos monocromáticos
A iluminura ilustrava os livros manuscritos. Podia ser simplesmente decorativa (motivos florais,
geométricos e animalistas) ou narrativa (cenas). Geralmente, decorava as letras capitais. A iluminura
pode retratar cenas do quotidiano, ilustrar aspetos da vida e da cultura material das sociedades passadas.
Estas pinturas primavam pela fantasia dos coloridos e pelo sentido de ritmo e movimento das suas
composições, chegando a ser mais diversificadas e criativas que as dos frescos e a servir de inspiração aos
mesmos. Eram os próprios monges copistas que se encarregavam de ilustrar as obras, com desenhos
pintados onde fantasiosamente se misturavam pessoas, animais, elementos vegetalistas e formas
geométricas de elevado sentido decorativo. Crê-se que alguns deles se tenham tornado em verdadeiros
especialistas, demonstrando enorme destreza de execução e de capacidade de síntese, a par de uma
extraordinária imaginação. Por tudo isto, as iluminuras são mais originais e criativas do que a pintura dos
frescos, que obedeciam a programas temáticos e a conceções plásticas mais uniformes.
PLANTA DAS IGREJAS ROMÂNICAS
1-Nártex: Parte coberta que antecede a igreja, na arquitetura gótica o nártex é um endo-nártex , e na
arquitetura romana exo-nártex ( não,isso não é anatomia...)
o nártex nesse estilo de catedral "caracteriza-se como um espaço estreito transversal à nave".
2-Nave: É a ala central de uma catedral, também existem as naves colaterais que ficam aos lados.
3-Cruzeiro: Área do encontro da Nave com o Transepto4-Transepto: Nave perpendicular a nave principal
5-Coro: Localizado após o cruzeiro, antecede o altar, geralmente destinado a pessoas especiais (como os
padrinhos no casamento ou autoridades num evento), às vezes apresenta um presbitério
6-Presbitério: Parte do Coro destinada ao clero, perdeu sua função e hoje é considerado parte do coro
7-Ábside: onde se localiza o altar , é o lugar onde se celebra a missa,e é a parte mais importante da
catedral, geralmente é decorado com vitrais ou grandes crucifixos.
8-Dreambulatório :Localizado após o altar , seu nome vem do latim "ambulatorium", que significa lugar
para andar, dreambular no caso. Passagem fechada de um lado e geralmente aberta em outro por arcos
e que circula o coro e a ábside.
9-Capela radiante: Várias capelas pequenas localizadas perto do dreambulatório
FIM