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FICHA BIBLIOGRÁFICA
Título: O Setor de Caminhões no Brasil – Estrutura e Perspectiva
Autoria: Subseção DIEESE/Metalúrgicos do ABC
Equipe técnica responsável: Fausto Augusto Junior; Zeíra Mara
Camargo de Santana; Warley Batista Soares; Silvana Martins de
Miranda Nascimento; José Luiz Lei
Resumo: Este estudo descreve a atual estrutura do mercado de
caminhões no Brasil, bem como indica elementos para análise e
projeções futuras para o setor.
Palavras-chave: caminhões, estudo setorial, projeção, análise de
mercado, emprego.
Diretório: M:\CRISE\Seminário\Medidas do governo para enfrentar a
crise - O SETOR DE CAMINHÕES NO BRASIL_CADERNO.doc
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INTRODUÇÂO
O Nascimento da Indústria de Caminhões no Brasil
A produção de caminhões no Brasil remonta o início do século
passado. Segundo informações da ANFAVEA (2006), embora o
primeiro caminhão nacional tenha sido um Ford F-600 a gasolina,
com motor V8, lançado em 1957, a Ford já montava caminhões
desde 1919 com pequena quantidade de peças nacionais, seguida
pela General Motors, em 1925, pela International Harvester, que
chegou ao país em 1926, e pela Fiat, em 1928.
Com a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e o fim do ciclo de
café, as vendas de caminhões desabaram e foram retomadas
somente a partir de 1946. Nesta ocasião, a Vemag traz o modelo
Kenworth.
Em 1949, é criada a Fábrica Nacional de Motores – FNM, uma
empresa estatal que em parceria com a italiana Isotta Fraschini,
passa a montar caminhões no município de Duque de Caxias-RJ.
Quatro anos depois, a FNM firma contrato com a Alfa Romeo,
também italiana, e substitui seus modelos pelos caminhões pesados,
o D-9300.
A FNM, marco da indústria nacional, após ser adquirida pela FIAT em
1976 e ser submetida a um longo processo de modernização, encerra
sua produção em 1981.
Na história da indústria brasileira de caminhões destacam-se também
os lançamentos do Chevrolet Série 6.500 e o primeiro Mercedes-
Benz, o L-312, ambos em 1957. Este modelo da Mercedes-Benz
também quebra um tabu existente nos anos 50 de que não seria
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possível, por razões climáticas, produzir o bloco do motor diesel no
país.
Em 1958, chega ao Brasil a sueca Scania-Vabis com o modelo de
caminhão pesado L-75. Em 1965, a empresa exporta seu primeiro
caminhão para o Uruguai abrindo caminho para o mercado
internacional. Nos dias atuais, a Scania exporta mais da metade de
sua produção.
A Volvo inicia sua produção no país em 1978 com a montagem de
ônibus, em Curitiba-PR, porém a montagem de caminhões ocorre
dois anos depois com o N10. A empresa foi ainda pioneira na
motorização eletrônica. Seu modelo nacional com monitoramento
eletrônico da injeção de combustível foi o NL 10 e 12, em 1996,
caminhões de grande sucesso da empresa e produzidos até 1999.
A Volkswagen começa a produzir caminhões em 1981 após assumir
o controle da Chrysler em 1979. Vale destacar que vários anos antes,
em 1969, a Chrysler produzia o Dodge D-700, e até a venda desta
empresa, cerca de sete modelos haviam sido produzidos no país.
Com a criação da Autolatina (Volkswagen-Ford), a fábrica de
caminhões muda para o município de São Paulo em 1990, passando,
posteriormente, após o desmembramento destas duas empresas,
para o controle total da Ford. Em 1996, a Volkswagen promove
grandes investimentos na instalação de uma nova fábrica de
caminhões em Resende-RJ, envolvendo um conjunto de empresas e
o estabelecimento de um novo modelo de produção, concebido como
consórcio modular. Por outro lado, a Ford, em 2001, investe numa
nova fábrica e cria a Ford Caminhões, em São Bernardo do Campo.
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Em 1983, a Agrale deu início a sua produção de caminhões em
Caxias do Sul-RS e lançou seu maior sucesso de mercado, o 1600D.
A Iveco, empresa do grupo Fiat, inicia suas atividades em 1998, e, a
partir de 2000 passa a produzir caminhões em sua fábrica de Sete
Lagoas-MG.
Dentre os anos 1957 e 1960, o peso da indústria de caminhões no
setor automotivo era muito grande, dos 320,7 mil autoveículos
produzidos no Brasil, um total de 37%, ou 117,7 mil, se referia a
produção de caminhões. Atualmente (2008) esta participação está
em 5,2% da produção total de veículos, ou seja, 167,5 mil caminhões.
Hoje, no Brasil, as empresas produtoras de caminhões são:
Mercedes-Benz (São Bernardo do Campo-SP), Scania (São Bernardo
do Campo-SP), Ford (São Bernardo do Campo-SP), Volkswagen
(Resende-RJ), Agrale (Caxias do Sul-RS), Iveco (Sete Lagoas-MG),
International (Porto Alegre-RS) e Volvo (Curitiba-PR).
O Setor de Caminhões no Brasil – diagnóstico do período recente
O setor de transportes, mais especificamente o segmento de
caminhões no país, cresce na medida da evolução da economia
brasileira. Os transportes constituem-se em elemento fundamental
para a construção e melhoria da infraestrutura e um importante
componente de promoção do desenvolvimento econômico. Uma rede
bem estruturada de transportes leva à integração dos setores e/ou
regiões em toda estrutura produtiva e de distribuição.
Após duas décadas de estagnação da economia brasileira, a
produção de caminhões cresceu 147%, de 67,8 mil para 167,3 mil,
entre os anos 2002 e 2008. A frota de caminhões no país soma hoje
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1,4 milhões de unidades, sendo 38% delas de propriedade de
empresas e 62%, de autônomos.
Quando a crise financeira mundial atingiu o Brasil a partir de
setembro de 2008, a indústria automobilística foi intensamente
afetada, no primeiro momento em grau mais elevado quando
comparado com outros importantes setores produtivos no país. O
setor de caminhões foi igualmente atingido, principalmente o conjunto
de empresas com expressivo comprometimento com o mercado
externo. No primeiro quadrimestre de 2009 a produção caiu 32,4%
em relação ao igual período do ano anterior.
Diante dos fatores apresentados, está dada a necessidade de
retomar os níveis de produção de caminhões no país, uma vez que o
setor é indispensável para a competitividade e para a continuidade do
processo de crescimento e desenvolvimento nacional, e como
conseqüência proteger os postos de trabalho de uma parcela
importante de trabalhadores da indústria automobilística e de sua
cadeia produtiva.
Neste sentido, a Subseção do Dieese apresenta a seguir um estudo
detalhado do setor, com ênfase no comportamento mais recente de
uma série de indicadores, dentre os quais, produção, vendas,
exportação e emprego. Ao final deste trabalho, estão colocados
elementos para debate entre a direção do Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC, bem como propostas para alavancar o setor, tendo em vista
que esta entidade sindical responde por cerca de 80% dos
trabalhadores deste segmento no país e o Grande ABC participa com
55% do total da produção nacional de caminhões, 61% das
exportações.
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ESTRUTURA DA FROTA
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres a frota
de caminhões no Brasil está em 1.362.160 veículos, assim
caracterizada:
Propriedade
• 38% para as empresas;
• 62% para os autônomos;
Idade da Frota
• 43,9 % da frota tem mais de 20 anos;
• 19,8% da frota tem mais de 30 anos;
Tipo de carroceria / Área de atuação
• 51,9% - Carga Seca/ Carroceria Aberta;
• 19,4% - Baú Simples/Carroceria Fechada;
• 5,4% - Granel Sólido/Graneleiro;
• 4,7% - Tanque;
• 18,6% - Baú Frigorífico /Porta Contêiner/Plataforma /Sider
Silo/Cegonha/Guincho/Transporte de Animais/Outros.
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Estrutura da Frota
Total da Frota de Caminhões: 1.362.160
Fonte: ANTT – março/2009 Elaboração: Subseção DIEESE/ Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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Idade da Frota
Fonte: ANTT – março/2009 Elaboração: Subseção DIEESE/ Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
22,6% 17,5%
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Estrutura da frota por carroceria
Fonte: ANTT Elaboração: Subseção DIEESE/ Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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A atual frota de propriedades das EMPRESAS é de 513.988 e tem as seguintes características: Idade da Frota
• 61% da frota das empresas tem até 10 anos;
• 22% entre 10 e 20 anos;
Tipo de carroceria / Área de atuação
• 36,9% - Carga Seca/ Carroceria Aberta;
• 25,5% - Baú Simples/Carroceria Fechada;
• 8,7% - Tanque;
• 5,1% - Granel Sólido/Graneleiro;
• 21,0% - Baú Frigorífico /Porta Contêiner/Plataforma/
Sider/Silo/Cegonha/Guincho/Transporte de Animais/Outros.
Já a frota de propriedade dos AUTÔNOMOS atualmente atinge a marca
de 843.309 caminhões, sendo:
Idade da Frota
• 60% da frota dos autônomos tem mais de 20 anos
• 28% tem mais de 30 anos.
Tipo de carroceria / Área de atuação
• 63,1% - Carga Seca/ Carroceria Aberta
• 14,9% - Baú Simples/Carroceria Fechada
• 5,6% - Granel Sólido/Graneleiro
• 16,4% - Baú Frigorífico/Porta-Contêiner/Plataforma/
Sider/Tanque/Silo/Cegonha/Guincho/Transporte de
Animais/Outros.
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Idade da Frota por Proprietário
Fonte: ANTT Elaboração: Subseção DIEESE/ Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Idade da Frota Autônomos Empresas Cooperativas Total
De 0 a 10 anos 31,2% 68,4% 0,4% 100,0%
De 10 a 20 anos 63,0% 36,6% 0,4% 100,0%
De 20 a 30 anos 81,9% 17,8% 0,3% 100,0%
De 30 a 40 anos 87,9% 11,8% 0,3% 100,0%
Mais de 40 anos 90,4% 9,5% 0,1% 100,0%
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MERCADO DE CAMINHÕES
Entre 2002 e 2008 a produção de caminhões cresceu 147%,
aumentando significativamente o peso das exportações de 8,5% do
mercado de caminhões em 2002 para 23,5% em 2008.
Análise por Segmento
Esse aumento nas exportações teve impactos importantes quanto aos
segmentos produzidos. Enquanto a exportação de pesados e semi-
pesados foi multiplicada por 8 vezes, a exportação dos demais
segmentos (semi-leve, leve e médio) aumentou 4 vezes.
Em 2008, da produção total foram exportados:
– 30% pesados
– 21% semi-pesado
– 16% dos médios
– 17% dos leves
– 21% dos semi-leves.
Esse quadro contribuiu para a alteração do perfil da produção. Em 2002,
a produção de caminhões semi-pesados e pesados significavam 45%,
passando para 62,6% em 2008.
Ao mesmo tempo, os caminhões leves e semi-leves que significavam
38,8% e os médios 16,6% em 2002 da produção, diminuíram sua
participação em 2008 para 27,4% e 20% da produção respectivamente.
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PRODUÇAO, VENDAS E EXPORTAÇÃO DE CAMINHÕES - 2002/2007/2008
PRODUÇÃO DE CAMINHÕES POR FAIXA
2002 2007 2008
Total de Caminhões 67.777 136.980 167.330
Caminhões Semi-Leves 5.803 5.548 7.120
Caminhões Leves 19.933 27.058 30.792
Caminhões Médios 11.148 13.702 15.838
Caminhões Semi-Pesados 15.870 43.090 53.895
Caminhões Pesados 15.023 47.582 59.685
VENDAS DE CAMINHÕES NO ATACADO POR FAIXA
Total de Caminhões 63.350 99.688 125.588
Caminhões Semi-Leves 5.480 8.568 8.467
Caminhões Leves 19.078 22.410 25.944
Caminhões Médios 10.489 10.968 12.550
Caminhões Semi-Pesados 15.206 28.538 39.139
Caminhões Pesados 13.097 29.204 39.488
EXPORTAÇÃO DE CAMINHÕES POR FAIXA
Total de Caminhões 5.886 41.210 38.665
Caminhões Semi-Leves 491 1.217 1.505
Caminhões Leves 1.158 5.378 5.315
Caminhões Médios 717 3.027 2.568
Caminhões Semi-Pesados 1.207 13.256 11.172
Caminhões Pesados 2.313 18.332 18.105
Fonte: ANFAVEA
Elaboração: Subseção DIEESE/Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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O EFEITO DA CRISE NO SETOR DE CAMINHÕES
No primeiro quadrimestre de 2009, em comparação ao mesmo período
de 2008, a produção caiu 32,4%.
Essa queda na produção de caminhões tem como principal causa a
diminuição das exportações. Na comparação entre 1º quadrimestre/2009
e o mesmo período de 2008 as exportações diminuíram 65,8% contra
uma queda de 20,6% do mercado interno.
Análise por segmento
No primeiro semestre de 2009 em comparação com o de 2008 o
segmento mais atingido foi o de semi-pesados e pesados com queda de
38,4% na produção contra uma queda de 20,4% nos demais segmentos.
A principal causa dessa queda se deu pelas exportações que
despencaram 70,8% nos segmentos dos semi-pesados e pesados e
49% nos demais segmentos.
No mercado interno verificou-se uma redução de 23,5% das vendas do
segmento dos semi-pesados e pesados e 16,1% nos demais
segmentos.
O impacto é percebido em todas as empresas produtoras de caminhões,
atingindo significativamente as que tinham uma alta participação das
exportações em suas vendas.
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Caracterização dos Segmentos de Caminhões
Fonte : Subseção Dieese / Metalúrgicos do ABC, com base em informações da ANFAVEA e site das montadoras.
* PBT = Peso Bruto Total, PBTC = Peso Bruto Total Combinado e CMT = Capacidade Máxima de Tração.
** São inúmeras as carrocerias existentes sendo difícil relacionar todas, vale ressaltar que, principalmente os caminhões médios podem ser adaptados a cargas de modelos pesados.
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PRODUÇAO, VENDAS E EXPORTAÇÃO DE CAMINHÕES - 2008/2009 1º QUADRIMESTRE
PRODUÇÃO DE CAMINHÕES POR FAIXA - 1º QUADRIMESTRE
2009 2008 Variação (%)
Total de Caminhões 34.434 50.943 -32,4%
Caminhões Semi-Leves 1.394 2.915 -52,2%
Caminhões Leves 8.784 9.391 -6,5%
Caminhões Médios 3.399 4.765 -28,7%
Caminhões Semi-Pesados 11.271 16.032 -29,7%
Caminhões Pesados 9.586 17.840 -46,3%
VENDAS DE CAMINHÕES NO ATACADO POR FAIXA - 1º QUADRIMESTRE
Total de Caminhões 31.121 39.211 -20,6%
Caminhões Semi-Leves 2.119 3.056 -30,7%
Caminhões Leves 7.519 8.351 -10,0%
Caminhões Médios 3.210 3.916 -18,0%
Caminhões Semi-Pesados 9.501 11.716 -18,9%
Caminhões Pesados 8.772 12.172 -27,9%
EXPORTAÇÃO DE CAMINHÕES POR FAIXA - 1º QUADRIMESTRE
Total de Caminhões 4.069 11.902 -65,8%
Caminhões Semi-Leves 110 483 -77,2%
Caminhões Leves 855 1.459 -41,4%
Caminhões Médios 423 772 -45,2%
Caminhões Semi-Pesados 1.364 3.396 -59,8%
Caminhões Pesados 1.317 5.792 -77,3%
Fonte: ANFAVEA Elaboração: Subseção DIEESE/Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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FINANCIAMENTO PARA O MERCADO DE CAMINHÕES
Por ser um bem de alto valor agregado, o mercado de caminhões está
diretamente ligado ao crédito, em especial, às linhas do BNDES.
Atualmente os negócios envolvendo caminhões estão assim divididos:
- 50% das operações são via FINAME;
- 30% via Leasing (incluindo Leasing Finame);
- 10% à vista;
- 8% financiados;
- 2% consórcio.
Distribuição de recursos por modalidade de financiamento – caminhões/ônibus 2008
Fonte: ANEF Elaboração Subseção DIEESE/ Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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Relação Novos e Usados
Em 2008, o mercado de caminhões movimentou 533 mil unidades,
sendo 149,6 mil novas e 383,4 mil usados, um crescimento de 9% em
relação a 2007.
Percebe-se que quando a economia cresce a relação entre caminhões
usados e caminhões novos vendidos diminuem, aumentando a venda de
caminhões novos. Com a economia desacelerando essa relação tende a
crescer.
É possível estimar que para cada caminhão novo vendido movimenta-se
3 usados.
LICENCIAMENTOS DE CAMINHÕES NOVOS E USADOS – 2004/2008
ANO Novos Usados
Usados / Novos
2004 99,8 467,6 4,7
2005 94,1 399,9 4,25
2006 95,0 356,4 3,75
2007 120,8 367,6 3,04
2008 149,6 383,4 2,56
Fonte: RENAVAM Elaboração Subseção DIEESE/ Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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NÍVEL DE EMPREGO NAS FÁBRICAS DE CAMINHÕES
Entre 2002 e 2008 os postos de trabalho cresceram 35% nas
montadoras de caminhões e hoje empregam em torno de 20,5 mil
trabalhadores.
É importante destacar que este número compreende os trabalhadores
que atualmente fazem parte do consórcio modular da fábrica de
caminhões da Volkswagen de Resende, dos quais somente 195 são
empregados da montadora.
Quando analisamos a renda média desses trabalhadores contata-se que
figura em torno de R$ 5,5 mil, sendo que para a base de São Bernardo
do Campo, 80% da mão de obra total, esta é de R$ 4,5 mil.
Chama a atenção a média de renda dos trabalhadores de Resende, que
hoje está em R$ 2,2 mil.
No que se refere à distribuição por gênero constata-se que 92% dos
trabalhadores são homens. Quanto à escolarização, em sua maioria
(49%) tem o nível médio completo e 27% o nível superior completo.
Durante a crise verificou-se a perda de 719 postos de trabalhos entre
outubro/2008 e abril/ 2009.
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NÍVEL DE EMPREGO NAS FÁBRICAS DE CAMINHÕES, POR MUNICÍPIO DO BRASIL 2002-2009
Dez/2002 Dez/2007 Out/2008 Abr/2009 Absol. % Absol. %
Recife/PE - Mercedes Benz¹ - 21 19 20 0,1% 7.571,37 - - 1 5,3%
Resende/RJ - Volkswagen² 568 152 214 195 1,1% 2.235,44 -354 -62,3% -19 -8,9%
Rio de Janeiro/RJ - Volvo/
Mercedes Benz19 40 41 42 0,2% 7.919,80 22 115,8% 1 2,4%
Campinas/SP - Mercedes Benz 565 665 667 667 3,8% 4.532,20 102 18,1% 0 0,0%
São Bernardo do Campo/SP -
Mercedes Benz/Scania³10.979 13.986 14.460 14.164 80,7% 5.811,06 3.481 31,7% -296 -2,0%
Curitiba/PR - Volvo 1.371 2.373 2.828 2.422 13,8% 4.527,77 1.457 106,3% -406 -14,4%
Porto Alegre/RS - Volvo 27 32 33 33 0,2% 8.395,05 6 22,2% 0 0,0%
Total 13.529 17.269 18.262 17.543 100,0% 5.557,43 4.733 35,0% -719 -3,9%
Nível de Emprego
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Elaboração: Subseção DIEESE / Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Município/Empresa
Participação -
Trabalhadores
por Município
Renda Média
Total em
Abril/2009
Empregos Gerados
entre Dez/2002 e
Outubro/2008
Empregos Perdidos
com a Crise (out/08 a
abr/09)
Notas:
(1) Não havia estabelecimento de caminhões em Recife/PE, em 2002, de acordo com os dados do MTE.
(2) A fábrica de caminhões de Resende/RJ é um Consórcio Modular VW. No total, entre trabalhadores do Consórcio Modular, contratados diretamente e terceiros, havia cerca de 3.700
trabalhadores em abril de 2009, segundo informações do site da empesa.
(3) As informações sobre os trabalhadores da fábrica de caminhões da Ford/S.B.Campo não puderam ser identificadas, pois a empresa está cadastrada como fabricante de automóveis.
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NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS TRABALHADORES EM INDÚSTRIAS DE CAMINHÕES NO BRASIL, POR GÊNERO
Escolaridade Masculino Feminino Total
Abs. % Abs. % Abs. %
Analfabeto 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%
Até 5ª Incompleto 125 0,8% 2 0,1% 127 0,7%
5ª Completa Fundamental 414 2,6% 4 0,3% 418 2,4%
6ª a 9ª Fundamental 877 5,5% 1 0,1% 878 5,1%
Fundamental Completo 1.455 9,2% 25 1,8% 1.480 8,6%
Médio Incompleto 1.158 7,3% 129 9,1% 1.287 7,5%
Médio Completo 6.881 43,4% 261 18,5% 7.142 41,4%
Superior Incompleto 1187 7,5% 125 8,9% 1312 7,6%
Superior Completo 3.760 23,7% 863 61,2% 4.623 26,8%
Mestrado 2 0,0% 0 0,0% 2 0,0%
Doutorado 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0%
Total 15.859 100,0% 1.410 100,0% 17.269 100,0%
Fonte: RAIS 2007/MTE. ELABORAÇÃO: Subseção DIEESE/Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
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PERSPECTIVAS FUTURAS PARA O MERCADO INTERNO DE
CAMINHÕES
Apesar das exportações terem crescido nos últimos anos, o mercado
interno brasileiro ainda é o principal mercado da produção nacional de
caminhões, responsável por 75% da destinação, o que significou em 2008
125,5 mil caminhões.
No que se refere ao mercado interno, a venda de caminhões está
diretamente ligada ao crescimento econômico com um todo e a
movimentação de carga.
Alguns indicadores são importantes para se analisar as perspectivas para
2009 para o mercado interno de caminhões:
- Evolução do consumo de óleo diesel;
- Movimentação de caminhões em estradas;
- Movimentação de grãos;
- Movimentação de carga não agrícola.
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Venda de Óleo Diesel
O Consumo do diesel caiu 5% no primeiro quadrimestre de 2009 em
relação a 2008, indicando menor movimentação de carga no período.
A partir de março/2009 percebe-se uma recuperação sugerindo uma
melhora no indicador, ficando este somente 1,6% menor que o de
março/2008, o que indica um início de recuperação do setor.
VENDA DE ÓLEO DIESEL (m³) 1º QUADRIMESTRE 2002/2009
Fonte: ANP Elaboração Subseção DIEESE/ Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
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FLUXO DE CAMINHÕES EM RODOVIAS PEDAGIADAS
O movimento de fluxo de caminhões pedagiados sofreu queda de 20% de outubro/08 em relação a janeiro/09.
A partir de fevereiro observa-se um movimento de recuperação
atingindo-se em abril/2009 uma movimentação próxima do verificado em
abril de 2008, referendando as perspectivas observadas no consumo de
óleo diesel.
ÍNDICE ABCR - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONCESSIONÁRIAS DE
RODOVIAS - VEÍCULOS PESADOS (BASE 1999 = 100)
35
Movimentação de Carga Industrializada
Um indicador importante para a análise e projeção do fluxo de cargas no
país é a expedição de papelão ondulado utilizado na embalagem da
maioria dos produtos não agrícolas transportados.
Neste setor, de janeiro a outubro de 2008 houve crescimento na
expedição de caixas, acessórios e chapas puxados pelo crescimento
econômico. A partir de outubro, há uma queda acentuada na expedição,
indicando a contração dos produtos industrializados.
Nos quatros primeiros meses de 2009, percebe-se uma recuperação do
setor, porém, ainda menor do que o atingido no mesmo período de
2008.
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Movimentação de Grãos Dentre as diversas cargas que movimentam o mercado interno de
caminhões, o transporte de grãos é o principal.
Para se ter uma idéia, na safra 2007/2008, somando-se consumo
interno e exportação, movimentou-se 170,5 milhões de toneladas de
grãos.
Para a safra 2008/2009, estima-se entre consumo e exportação uma
movimentação de 175,6 milhões de toneladas.
Se confirmada as previsões, isso significará um aumento de 3% na
movimentação de carga do principal setor para o mercado de
caminhões.
BALANÇO DE OFERTA E DEMANDA - BRASIL
Em mil toneladas
PRODUTO SAFRA PRODUÇÃO IMPORTAÇÃO CONSUMO EXPORTAÇÃO
ALGODÃO EM PLUMA
2007/2008 1.602,2 33,7 1.050,0 532,9
2008/2009 1248,3 80,0 1.050,0 450,0
ARROZ EM CASCA 2007/2008 12.059,6 589,8 12.800 789,9
2008/2009 12.670,9 950,0 12.950,00 500,0
FEIJÃO 2007/2008 3.520,9 209,7 3.650,0 2,0
2008/2009 3.811,2 100,0 3.700,0 2,0
MILHO 2007/2008 58.663,7 808,0 44.500,0 6.400,0
2008/2009 51.908,7 400,0 47.000,0 8.000,0
SOJA EM GRÃOS 2007/2008 60.017,7 96,3 34.750,0 24.499,5
2008/2009 58.136,5 100,0 34.750,0 25.000,0
FARELO DE SOJA 2007/2008 24.717,0 117,3 11.800,0 12.287,9
2008/2009 24.909,0 100,0 12.000,0 12.800,0
ÓLEO DE SOJA 2007/2008 6.259,5 27,4 4.000,0 2.315,8
2008/2009 6.400,0 30,0 4.200,0 2.000,0
TRIGO 2007/2008 4.097,1 6.893,1 10.381,0 750,6
2008/2009 6.015,6 5.508,6 10.815,0 415,2
Fonte: CONAB
Elaboração: Subseção DIEESE/Sindicato Metalúrgicos ABC
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PROPOSTAS PARA DINAMIZAÇÃO DO SETOR DE CAMINHÕES NO
BRASIL
Após análise do setor de caminhões, a partir de sua estrutura e
conjuntura, percebe-se que a dinamização do mercado interno é uma
das principais caminhos para a superação da crise.
Há nichos para alavancar as vendas de caminhões e agregados em
diversos segmentos, com especial destaque para o mercado de
caminhoneiros autônomos, que hoje concentra a frota mais antiga.
Percebe-se que a renovação de frota acontece pelas Empresas e que o
caminhão substituído pelas Empresas segue para os Autônomos, que
assim concentram 85% da frota com mais de 20 anos.
No universo empresarial, as pesquisas apontam que as transportadoras
mantêm em sua maioria administração familiar e que faturam até R$ 20
milhões por ano, normalmente, com menos de 50 funcionários.
Essas empresas têm como principais motivadores de sua compra de
caminhões novos respectivamente:
• Necessidade de renovação da frota;
• Aumento na demanda em clientes existentes;
• Abertura de novos clientes.
Assim sendo, é importante refletir em como se pode ativar esse centro
de decisão e para tanto encaminhamos a seguir um conjunto de
propostas para o debate.
39
PROPOSTAS EM DEBATE PARA A RENOVAÇÃO DE FROTA DE
CAMINHÕES PARA O AUTÔNOMO
• Criação de um programa de incentivo governamental para a
renovação da frota com o sucateamento de veículos com mais de
30 anos (modelo mexicano);
• Criação de um fundo de aval para os financiamentos de
caminhoneiros autônomos.
Programa de incentivo a renovação da frota de caminhão
• Público alvo: Empresas em geral
• Mecanismos:
– Criar sistemática de utilização de crédito tributário para
renovação de frota de caminhão, seja no processo de geração
quanto de utilização.
– Criar linha de crédito para operações de troca e renovação de
máquinas e equipamentos (inclusive caminhões), utilizando
crédito tributário.
– Possibilitar às empresas a utilização de crédito tributário para
abater financiamento junto ao BNDES, no que se refere a
FINAME-Caminhões.
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Programa de Reciclagem de Caminhões Usados
• Público alvo: Caminhoneiros autônomos com veículos acima de
10 anos;
• Mecanismos:
– Linhas de crédito via BNDES (cartão BNDES) para a compra de
peças definidas no programa (motor, bloco, câmbio, pneu,
carrocerias e etc.).
– Redução tributária para as peças inclusas no programa.
– Obrigatoriedade de inspeção veicular anual para os beneficiados.
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DIREÇÃO SINDICAL
Sérgio Aparecido Nobre (Presidente)
Rafael Marques da Silva Junior (Vice-Presidente)
Wagner Firmino de Santana (Secretário Geral)
Teonílio Monteiro da Costa (Secretário Administrativo e Financeiro)
Carlos Alberto Gonçalves (Diretor Executivo)
Francisco Duarte de Lima (Diretor Executivo)
José David Lima Carvalho (Diretor Executivo - Coordenação)
Moisés Selerges Junior (Diretor Executivo - Coordenação)
José Paulo da Silva Nogueira (Secretário de Organização)
José Mourão da Silva (Diretor Conselho da Executiva)
Juarez Barros da Silva (Diretor Conselho da Executiva)
Daniel Bispo Calazans (Diretor Conselho da Executiva)
José Carlos de Souza (Diretor Conselho da Executiva)
Mauro Soares (Diretor Conselho da Executiva)
Andréa Ferreira de Sousa (Diretora Conselho da Executiva)
Claudionor Vieira do Nascimento (Diretor Conselho da Executiva)
José Inácio de Araújo (Diretor Conselho da Executiva)
Nelsi Rodrigues da Silva (Diretor Conselho da Executiva)
Marcelo Donizete Bernardo (Diretor Conselho da Executiva)
Ronaldo Souza (Diretor Conselho da Executiva)
Paulo Aparecido Silva Cayres (Diretor Conselho Fiscal)
Cícera Michelle da Silva (Diretora Conselho Fiscal)
Walter de Souza Filho (Diretor Conselho Fiscal)
Raimundo Domingos Silva (Diretor Conselho Fiscal)
Ana Nice Martins de Carvalho (Diretora Conselho Fiscal)
Amarildo Sesário de Araújo (Diretor Conselho Fiscal)