Post on 23-Jul-2022
FACULDADE MARIA MILZA
BACHARELADO EM BIOMEDICINA
ANA CLEIDE DOS SANTOS PASSOS
PREVALÊNCIA DE ALERGIA RESPIRATÓRIA ENTRE
UNIVERSITÁRIOS DO INTERIOR DA BAHIA
GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2013
2
ANA CLEIDE DOS SANTOS PASSOS
PREVALÊNCIA DE ALERGIA RESPIRATÓRIA ENTRE
UNIVERSITÁRIOS DO INTERIOR DA BAHIA
Monografia apresentada ao curso de
Bacharelado em Biomedicina da Faculdade
Maria Milza como requisito final para a
obtenção do título de Bacharel em
Biomedicina.
Profa. Msc. Luciana Souza de Aragão França
(Orientadora)
GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2013
3
Ficha catalográfica elaborada pelo processamento Técnico da Biblioteca da FAMAM
P289p Passos, Ana Cleide dos Santos.
Prevalência de alergia respiratória entre Universitários do interior da Bahia. / Ana Cleide dos Santos Passos. – Governador Mangabeira, BA: FAMAM, 2013.
45 f.
Orientadora: Profª. Msc. Luciana Souza de Aragão França. Monografia (Graduação em Biomedicina) – Faculdade Maria
Milza, 2013.
1. Alergia Respiratória - Universitários. 2. Sistema Imunológico. 3. Reações Alérgicas. 4. Alergia. I. FAMAM - Faculdade Maria Milza. II. França, Luciana Souza de Aragão, orient. III. Título.
CDD 616.2
4
ANA CLEIDE DOS SANTOS PASSOS
PREVALÊNCIA DE ALERGIA RESPIRATÓRIA ENTRE UNIVERSITÁRIOS DO
INTERIOR DA BAHIA
Aprovada em__/__/__
BANCA DE APRESENTAÇÃO
_____________________________________________
Msc. Luciana Souza de Aragão França (Orientadora)
FAMAM
_____________________________________________
Dr ª Kellyanne dos Anjos Carvalho
_____________________________________________
Msc. Paulo R. R. Mesquita
FAMAM
GOVERNADOR MANGABEIRA
2013
5
DEDICATÓRIA
Dedico a minha monografia primeiramente a Deus, aos meus Pais, a meu
irmão, a minha filha, e as pessoas que contribuíram de maneira direta ou
indireta para a conclusão dos meus objetivos.
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelas oportunidades que me foram dadas na vida, principalmente por ter
conhecido pessoas e lugares interessantes, mas também por ter vivido fases difíceis, que
foram matérias-primas de aprendizado.
Aos meus pais, Antonio José dos Passos e Maria dos Santos Passos, sem os quais eu não
estaria aqui, e por terem me fornecido condições para me tornar o profissional que sou.
A meu irmão Adenilton Passos, que desde o inicio dessa caminhada sempre esteve ao meu
lado, me ajudando de todas as maneiras possíveis.
A minha filha, Maria Eduarda, que mesmo sem saber, me deu forças para alcançar essa
trajetória.
A todos os meus amigos de graduação, em especial a João Paulo, Décio Oliveira e Jessica
Fernandes, que sempre esteve do meu lado, contribuindo para vencermos essa batalha juntos.
A minha orientadora, Luciana Souza de Aragão França, por ter acreditado em mim, pela
confiança que me passou, por ser esta pessoa maravilhosa, e por ser referência como
profissional.
A todos Mestres, professores, colaboradores da instituição Faculdade Maria Milza.
A Michael Freitas (in memoriam) por ter sido um exemplo de pessoa, sendo um coordenador
do curso de Biomedicina, por ter sido responsável, por sempre lutar pela turma correndo atrás
dos nossos direitos e aos ensinamentos, principalmente por ter sido humilde diante de vários
problemas.
A Rosimeire Ferreira de Souza, amiga, mãe, irmã, a você que sempre esteve do meu lado, em
qualquer circunstâncias quando eu precisava de você não era capaz de me dizer um não.
A toda minha Familia, que contribuíram de forma direta ou indireta para a realização do meu
maior sonho.
E o meu agradecimento a todos que estiveram do meu lado, acreditando que eu seria capaz,
apostando na minha capacidade, pois nenhum caminho é longo quando se tem amigos por
perto, te dando forças, segurando a sua mão para vencer qualquer batalha.
7
RESUMO
Alergia pode ser considerada como uma resposta exagerada do sistema imunológico a uma
substância estranha ao organismo. As reações alérgicas podem acometer exclusivamente a
pele ou também podem afetar simultaneamente diversos outros tecidos ou órgãos. As doenças
respiratórias alérgicas tem alcançado uma elevada prevalência com consequente aumento dos
custos de saúde necessários para o controle adequado. A intensidade de alergia respiratória
pode aumentar de acordo com a resposta imunológica que cada indivíduo apresenta.Este
trabalho propôs o desenvolvimento de um estudo de corte transversal para identificar, através
de um questionário baseado no ISAAC e no método de Gallup, a prevalência de alergias em
jovens universitários do interior da Bahia, determinando quais os principais tipos
predominantes de alergia e destacar os alérgenos desencadeadores. Foram abordados 132
voluntários, sendo que o tipo mais prevalente foi alergia a ácaros, na faixa etária entre 16 a 22
anos, sendo na maioria do sexo feminino. Este trabalho servirá como base para o
desenvolvimento posterior de um estudo de intervenção, visando o tratamento ou prevenção
de alergias de acordo com a realidade da região. Este trabalho mostrou que entre
universitários do interior da Bahia, principalmente das cidades de Cruz das Almas e Santo
Antonio de Jesus, o tipo de alergia mais prevalente é a alergia respiratória, tendo ácaros de
poeira doméstica como principal aeroalérgeno e a rinite como manifestação clinica mais
relatada, ocorrendo no período de dezembro a fevereiro e junho a agosto. Dessa forma, o
desenvolvimento de produtos e protocolos que possam atuar no controle da alergia
respiratória serão úteis na região, atuando na prevenção e promoção da saúde, além de
complementar a preparação profissional dos acadêmicos que vierem a desenvolver trabalhos
sobre o tema com embasamento científico, realizando ações coniventes com os ideais de
pesquisa, ensino e extensão.
Palavras-chaves: Alergia.Sistema imunológico.Prevalência.
8
ABSTRACT
Allergy can be considered as an exaggerated immune response to a foreign substance to the
organism. Allergic reactions can affect only the skin and may also simultaneously affect many
other tissues or organs. Allergic respiratory diseases has reached a high prevalence with
consequent increased need for adequate control healthcare costs. The intensity of respiratory
allergy can increase according to host immune response. This work proposed the development
of a cross-sectional study to identify the prevalence of allergies in university students of the
interior of Bahia, using a questionnaire based on the ISAAC and the method of Gallup. The
specific objectives were to determining which major predominant types of allergy and
highlight the triggering allergens. We interviewed 132 volunteers, and that the most prevalent
type of allergy was dust mite allergy, ranging in age from 16 to 22 years, mostly female. This
work will serve as a basis for further development of an intervention study targeting the
treatment or prevention of allergies according to the reality of the region. This study showed
that among college the interior of Bahia , particularly the cities of Cruz das Almas and Santo
Antonio de Jesus, the most prevalent type of allergy is respiratory allergy , with house dust
mites as a major aeroallergen and rhinitis as the most reported clinical manifestation occurring
in the period from December to February and June to August . Thus, the development of
products and protocols that can act in the control of respiratory allergy will be useful in the
region , working in prevention and health promotion , as well as complement the professional
preparation of students who come to develop work on the subject with scientific background ,
connive performing actions with the ideals of research, teaching and extension.
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Dados epidemiológicos dos universitários do interior da Bahia ........................ 26
Tabela 2- Prevalência de alergias entre universitários determinado tipos de alergias e faixa
etária utilizando o questionário adaptado do Estudo Internacional de Asma e Alergias em
Crianças (ISAAC) .............................................................................................................. 28
Tabela 3- Relação entre os sintomas relatados e as doenças alérgicas entre universitários do
interior da Bahia ................................................................................................................. 30
Tabela 4- Relação entre alergias, histórico familiar e fatores predisponentes de doenças
alérgicas .............................................................................................................................. 32
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 : A cascata alérgica na asma e rinite ................................................................... 19
Figura 2- Cálculo de tamanho de amostra para análise de freqüência em uma população
............................................................................................................................................. 22
Figura 3- Frequência de alergias durante o ano ................................................................. 29
11
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11
2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 13
2.1 ALERGIA ...................................................................................................................... 13
2.1.1 FISIOPATOLOGIA ................................................................................................... 13
2.1.2 Alergia Alimentar ....................................................................................................... 14
2.1.3 Alergia Medicamentosa .............................................................................................. 14
2.1.4 ALERGIA CUTÂNEA .............................................................................................. 15
2.1.5 Resposta Imunológica da alergia cutânea ................................................................... 15
3 ALERGIA RESPIRATÓRIA ........................................................................................... 16
3.1 ASMA ............................................................................................................................ 16
3.1.1 Asma Atópica e Não Atópica ................................................................................... 17
3.2 RINITE ALÉRGICA ..................................................................................................... 17
3.2.1 RESPOSTA IMUNOLÓGICA DA ASMA E RINITE .............................................. 18
3.3 HIPOTESE DE HIGIENE ............................................................................................. 19
3.4 EPIDEMIOLOGIA ........................................................................................................ 20
3.5 TRATAMENTO ............................................................................................................ 20
4. METODOLOGIA .......................................................................................................... 21
4.1 NATUREZADOESTUDO ............................................................................................ 21
4.2 ÁREA DE ESTUDO ..................................................................................................... 21
4.2.1 População Alvo ......................................................................................................... 21
4.2.2Critérios de inclusão .................................................................................................. 22
4.2.3Critérios de exclusão ................................................................................................. 22
4.3 RISCOS ......................................................................................................................... 22
4.4 BENEFÍCIOS ................................................................................................................ 23
4.5 COLETA DE DADOS .................................................................................................. 23
4.6 ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 24
4.7 ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................................... 24
5. RESULTADO E DISCUSSÃO ..................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 34
APEDNDICE A ................................................................................................................. 37
APEDNDICE B .................................................................................................................. 39
ANEXOS ............................................................................................................................ 45
12
1.INTRODUÇÃO
Alergia pode ser considerada como uma resposta exagerada do sistema imunológico a
uma substância estranha ao organismo que na maioria das vezes é definida como
hipersensibilidade a um determinado estímulo externo específico (BARBALHO, 2003).
Reações alérgicas e pseudo-alérgicas correspondem a aproximadamente 25% das
reações adversas a medicamentos e são observadas com frequência nos ambulatórios de
alergia clínica. As reações acometem exclusivamente a pele ou também afetam
simultaneamente diversos tecidos (BERND, 2005). Existem dois tipos de alergia, alergia
cutânea e alergia respiratória. A alergia cutânea se dá a partir de um simples contato com um
determinado patógeno ou antígeno como o níquel, podendo provocar vermelhidão da pele,
prurido entre outras. A alergia respiratória acontece de forma controversa, ela provoca efeitos
internos no corpo humano, como asma, rinite alérgica e entre outras, quando o determinado
patógeno entra em contato com o anticorpo IgE especifico são liberadas várias substâncias
químicas na corrente sanguínea, que percorrem todo corpo, em seguida invadem o sistema
respiratório provocando efeitos e sintomas de alergia (HARVEY, 2004).
Há evidências de que a prevalência de doenças alérgicas tem aumentado nos últimos
anos em todo o mundo, especialmente nos países industrializados. A alergia respiratória é
influenciada por diversos fatores genéticos que determinam a susceptibilidade de um
individuo, bem como a exposição a fatores ambientais (MAIA et al, 2004). Atualmente, as
doenças respiratórias alérgicas tem alcançado elevada prevalência, com o consequente
aumento dos custos de saúde necessários para o controle adequado (SCHOENWETTER et al ,
2004).
Ácaros domésticos, e seus detritos, estão entre os mais importantes
alérgenos. Alérgenos provenientes de baratas não devem ser negligenciados, já que esses
insetos são cada vez mais prevalentes em áreas urbanas. Crianças alérgicas também tendem a
tornar-se sensibilizadas contra a caspa, urina, saliva e cabelo de animais de sangue quente,
como cães, gatos, pequenos roedores e pássaros(ARGENT, 2008).
Segundo exames epidemiológicos, 20-30% da população de países industrializados
manifestam sintomas de alergia. A distribuição da frequência das doenças alérgicas varia com
a idade. Na infância predominam as dermatites atópicas e intolerância a alimentos. Na
adolescência e no adulto, encontram-se principalmente a asma e a rinite alérgica. Na terceira
idade, diminui a prevalência das doenças atópicas. Na infância, as alergias afetam mais os
meninos e na vida adulta mais as mulheres. Em relação às áreas acometidas as alergias são
13
mais freqüentes entre os moradores das cidades do que da zona rural. A população dos países
industrializados é mais acometida do que a população de países em desenvolvimento
(CLINICA DE ALERGIA RESPIRATÓRIA, 2013).
É muito importante ressaltar que não existe cura para alergias e os tratamentos
oferecidos tem efeitos colaterais. Anti-histamínicos e esteróides são drogas que, entre outros
efeitos colaterais, podem afetar os reflexos e o processo do crescimento em crianças, em
adultos, podem ocorrer obesidade, estrias e manchas vermelhas (equimoses) na pele, aumento
da pressão e da glicose, sangramento digestivo, catarata, piora de glaucoma, osteoporose e
insuficiência da glândula adrenal (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALERGIA E
IMUNOPATOLOGIA, acesso em 2013). Os corticosteróides alteram a forma como o sistema
imune funciona e podem inibir a habilidade da pele para combater infecções bacterianas ou
fúngicas. A imunoterapia, também chamada de vacinação antialérgica, é o único tratamento
para alergia que pode diminuir em longo prazo sua sensibilidade aos alérgenos, no entanto
apresentam a inconveniência de as vacinas para alergia geralmente serem aplicadas toda
semana, durante vários meses, o local da injeção pode ficar dolorido e o risco de anafilaxia
(LINNEA, 2006).
Para iniciar um estudo de intervenção, visando o tratamento ou prevenção de alergias é
necessário compreender a realidade da região e isso só é possível a partir de estudos prévios
descritos na literatura ou na ausência destes, a partir de um estudo de corte transversal, que
evidencia a prevalência de um evento e permite o desenvolvimento de hipóteses. Este trabalho
propõe o desenvolvimento de um estudo de corte transversal para identificar a prevalência de
alergias em jovens do interior da Bahia, determinando quais os principais tipos predominantes
de alergia e destacar os alérgenos desencadeadores e fatores de risco. E teve como objetivo
geral identificar a prevalência de alergias em jovens universitários do interior da Bahia, e
como objetivos específicos determinar os principais tipos de alergias existentes, destacar os
principais alérgenos desencadeadores e relatar os principais fatores associados. O local de
estudo escolhido foi a Faculdade Maria Milza (FAMAM) por se tratar de uma instituição que
atrai alunos de diferentes locais do interior da Bahia.
14
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 ALERGIA
Alergias representam as doenças crônicas mais frequentes nos dias de hoje, afetando,
com as estimativas mais conservadoras, o cotidiano de mais de 60 milhões de pessoas.
Enquanto no início do século 20, as alergias eram vistas como doenças raras, as últimas
décadas tem visto um aumento dramático na incidência destas doenças. O aumento no índice
destas doenças respiratórias é causado por diversos fatores, como mudanças ambientais,
incluindo a variação climática, um estilo de vida urbana sedentária, afetando por um lado, a
intensidade, tipo e diversidade de exposições, sendo o potencial genético e a exposição aos
alérgenos ponto fundamental para a sensibilização atópica e a expressão clínica da doença
(Naspitz et al, 2004; PAPADOPOULOS et al, 2012). A incidência crescente de doenças
alérgicas nas ultimas três décadas apresentam um aumento significativo e paralelo em relação
à poluição do ar, assim os poluentes ambientais também favorecem o aumento de alergias
(SOLÉ et al, 1998).
As alergias envolvem quase todos os órgãos do corpo humano, resultando em um
amplo espectro de sintomas e assim as suas manifestações cobrem uma vasta variedade de
fenótipos. Entre estes vários tipos de alergias, as que estão em maior predominância são as
alergias alimentares, alergias a medicamentosas, que são as mais frequentes e graves, e
alergias a picadas de insetos (PAPADOPOULOS et al, 2012).
Alérgenos são substâncias capazes de induzir resposta imunológica com a produção de
anticorpos da classe E (IgE). Eles concebem grupos diversos de proteínas e são provenientes
de várias fontes ambientais. Devem ser pequenos e leves, o suficiente para estarem em
dispersão no ar e alcançarem as vias aéreas inferiores quando respirados com o ar. Os
alérgenos inaláveis são responsáveis pelas alergias respiratórias (asma e rinite alérgica) e
podem contribuir para a exacerbação da dermatite atópica (BRÍGIDA et al, 2001).
2.1.1 FISIOPATOLOGIA
Para o desencadeamento de sintomas de alergia, acontece um processo em que os
anticorpos, após entrarem em contato com o devido alérgeno, se ligam aos seus devidos
receptores presentes em células como, basófilos e mastócitos teciduais do trato respiratório, e,
na presença de antígenos, desencadeiam a degranulação e liberação de mediadores
inflamatórios (histamina, triptase, leucotrienos e prostaglandinas). Estes mediadores são
15
responsáveis pela reação alérgica imediata, que é caracterizada pela vasodilatação, contração
da musculatura lisa e secreção de muco referente aos diferentes sintomas. Quando ocorre a
liberação de quimiocinas e citocinas pelos mastócitos, leva a um aumento de expressão das
moléculas de adesão para as células (eosinófilos, basófilos e linfócitos). Além de ocorrer essa
adesão, as triptases ativam células endoteliais aumentando a permeabilidade vascular, após
esse processo os leucócitos são transportados para a via aérea durante uma fase relativamente
assintomática, em seguida são liberadas outras citocinas e proteases que tem como função
destruir o tecido adjacente. Os mediadores lipídicos também contribuem para a manutenção
de uma fase tardia da resposta alérgica, que é desencadeado após um período de 4 a 8 horas
após a reação imediata (COCCO, 2008).
2.1.2 Alergias Alimentares
As alergias alimentares estão ganhando importância pela alta prevalência nos últimos
anos, com um aumento significativo entre crianças de até três anos de idade, pelo fato de
apresentarem nessa idade uma sensibilidade maior a alimentos. A presença de sintomas
respiratórios manifestados de forma isolada é muito pouco freqüente nas alergias alimentares.
Nem sempre é possível correlacionar sintomas de alergia respiratória com alergia a proteínas
alimentares, em alguns casos a ingestão de determinado alimento pode deflagrar crises de
broncoespasmo,sem que essa esteja associada à alergia respiratória (COCCO, 2008).
2.1.3 Alergia Medicamentosa
Na prática atual da Alergia Clinica reações adversas a medicamentos são cada vez
mais frequentes. Estima-se a prevalência de 2% a 6% das internações hospitalares são
causadas por reações a medicamentos ( BERND, 2005 ). As reações adversas causadas por
medicamentos podem ser agrupados em três categorias, como previsíveis comuns,
imprevisíveis incomuns e a outra categoria é relacionada com o aumento estatístico da
decorrência de uma determinada doença desenvolvida em pacientes expostos a um
medicamento frente a sua frequência basal em não expostos. Em um valor aproximado 80%
das reações adversas a medicamentos são do tipo previsíveis, que são relacionadas com a
atividade farmacológica da droga, e as imprevisíveis/incomuns ficam em torno de 6% a 10%
16
que são dependentes das características dos pacientes, não são relacionados a atividade
farmacológica da droga, elas incluem manifestações de intolerância a diversos fármacos e
reações alérgicas. Quando há participação de anticorpos circulantes específicos ou linfócitos
específicos sensibilizados, utiliza-se a denominação “reação alérgica a medicamentos” ( DIAS
et al, 2004).
2.1.4 ALERGIA CUTÂNEA
Segundo Murphy et al,(2010) alergia cutânea ocorre quando a barreira efetiva formada
pela pele, com função primária de impedir a entrada da maioria dos alérgenos, é rompida pela
injeção local de pequenas quantidades de alérgenos. A entrada deste alérgeno na epiderme ou
derme causa reação alérgica localizada, conhecida como dermatite atópica. A dermatite
atópica é uma doença inflamatória da pele, de caráter crônico e recidivante, caracterizada por
prurido intenso e lesões eczematosas, que pode estar relacionado a outras doenças atópicas
como a rinite e a asma. A expressão sintomática de dermatite atópica, assim como de outras
doenças atópicas, envolve a interação de múltiplos genes, do ambiente e do sistema
imunológico, destacando a sensibilização a alérgenos e o predomínio Th2 (CASTRO et al
2006).
Há o consenso na literatura de que várias doenças como a dermatite de contato,
anafilaxia, a rinite e a asma podem ser causadas pelas devidas exposições de aereoalérgenos
no ambiente. Os testes cutâneos constituem como uma ferramenta auxiliar importante no
diagnostico de doenças alérgicas (MOTTA et al , 2005).
2.1.5 Resposta imunológica da Alergia Cutânea
A dermatite atópica é uma doença inflamatória cutânea bifásica caracterizada por uma
fase inicial onde há predomínio de citocinas TH2 e uma fase posterior crônica com
predominância TH1. Os alérgenos que penetram na epiderme em decorrência da diminuição
da função da barreira cutânea são capturados pelas moléculas de IgE via receptores de alta e
baixa afinidade das células de Langerhans, que são as principais células apresentadoras
de antígenos da epiderme. O antígeno é internalizado e processado para então se ligar ao
complexo de histocompatibilidade de classe II presente na superfície da células de
Langerhans e posteriormente ser apresentado aos linfócitos (CASTRO et al, 2006). A ativação
local na pele de células inflamatórias, como os mastócitos, leva imediatamente a um aumento
local na permeabilidade vascular, que causa extravasamento de fluidos e consequentemente
17
formação de edemas. A ativação dos mastócitos também estimula a liberação de químicos das
terminações nervosas locais, por um reflexo de axônio que acaba causando a vasodilatação
dos vasos sanguíneos cutâneos circundantes, que causam vermelhidão localizada. A lesão
cutânea resultante é denominada pápulo-eritematosa, essa reação com forma disseminada é
geralmente conhecida como urticária (formação de pápulas circundas por vergões vermelhos,
inchaço e coceira), essa lesão ocorre devido o contato dos alérgenos ingeridos penetrados na
corrente sanguínea que acabam atingindo a pele. O aparecimento de grandes placas
eritematosas e pruriginosas na pele ocorre devido a liberação de histamina pelos mastócitos
ativados pelo alérgeno (MURPHY, 2010).
Linfócitos ativados passam a expressar em sua superfície o antígeno linfocitário cutâneo,
sendo então capaz de migrar seletivamente para a pele onde em um segundo contato com o
antígeno, passará a sintetizar citocinas de padrão TH2 (IL-4, IL-5, IL-13 e IL-16). A IL-4
estimulará os linfócitos B a produzirem IgE, enquanto a IL-5 induzirá a síntese e maturação
dos eosinófilos. As citocinas de perfil TH2 promovem eosinofilia pela regulação local da
produção de IL-5 e de fatores quimiotáticos e pela supressão da produção de IFNγ. Além
disso, as células dendríticas epidérmicas ativadas sintetizam e liberam IL-12, que promovem a
mudança no padrão de citocinas pelos linfócitos T, passando de TH2 para TH1 caracterizando
a fase crônica da alergia cutânea. Nesta fase há produção de IL-5, GM-CSF, IL-12 e INFγ
secundárias à infiltração cutânea por eosinófilos e macrófagos. A eosinofilia tecidual é
encontrada tanto da fase aguda como da crônica. Nos tecidos, os eosinófilos podem
desgranular, liberando proteínas que promovem lesão tecidual. Os eosinófilos podem também
atuar como células imunorregulatórias pela produção de citocinas como IL-4, IL-5 e IL-13. O
desenvolvimento de um perfil de resposta TH1 ou TH2 é controlado pela produção relativa de
IL-12 e INFγ (TH1) versus IL-4 e IL-10 (TH2). Como a IL-12 passa a predominar no sítio de
inflamação, ocorrerá o favorecimento de uma resposta celular (TH1) (CASTRO, et al 2006).
3. ALERGIA RESPIRATÓRIA
3.1 ASMA
A asma é considerada como uma doença crônica das vias aéreas mais comuns, e é
caracterizada por obstrução ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. A
hipersensibilidade aos ácaros da poeira doméstica está entre um dos mais principais
predisponentes da asma, mas os alérgenos de baratas presente também em domicílios são
altamente capazes de precipitar a crise da asma em pacientes predispostos a alergias e podem
sensibilizar 50% a 60% dos asmáticos em nosso meio (ARRUDA et al, 1991).
18
Na patogenia da asma está envolvida uma variedade de células e mediadores
inflamatórios que atuam sobre a via aérea e levam ao desenvolvimento e manutenção dos
sintomas. Entre os pontos importantes estão os fatores de risco derivados de fatores
ambientais que são exposição a poeira domiciliar, a baratas, infecções virais e muitos casos
aspectos genéticos.
O diagnóstico da asma é eminentemente clínico e, sempre que possível, a prova de
função pulmonar deve ser realizada, para a confirmação diagnóstica e para a classificação da
gravidade. O diagnostico pode ser dado de acordo com alguns sintomas como, sibilância,
dispneia, desconforto torácico e tosse, e em alguns casos a história familiar de asma crônica
(MINISTERIO DA SAÚDE,2010).
3.1.1 Asma Atópica e Não Atópica
Indivíduos atópicos tendem a reagir de forma exagerada, com produção de grandes
quantidades de IgE especifica, para o determinado alérgeno. Estes indivíduos apresentam
altos níveis de IgE e a reação cutânea é positiva a extratos de alérgenos através de testes
cutâneos de hipersensibilidade imediata. Devidamente os linfócitos T desses determinados
indivíduos respondem a alérgenos in vitro com a produção de citocinas características de
células Th2: interleucina (IL)-4, IL-5 e IL-13, ao contrário daquelas que são produzidas pelas
células Th1. Sendo assim, foi comprovado que a ativação de células Th2 ativadas por
alérgenos é o elemento central para o desencadeamento e a manutenção da resposta alérgica
mediada por anticorpo IgE (SILVA et al, 2009).
Segundo Silva et al (2009), definindo também a asma não atópica, ele afirma que a
mesma é desencadeada pela infecção do trato respiratório. Os vírus, mais do que as bactérias,
são os principais agentes etiológicos envolvidos. Nesses indivíduos o resultado dos testes
cutâneos são em geral negativos, os níveis séricos de IgE são normais e embora a
hipersensibilidade venha a ter alguma importância, as teorias atuais só apontam uma
hiperirritabilidade da árvore brônquica.
3.2 RINITE ALÉRGICA
A rinite alérgica é caracterizada por uma inflamação das membranas nasais, induzida
por exposição à alérgenos. Clinicamente, a rinite alérgica é caracterizada por prurido nasal
intenso, espirros em salva, obstrução nasal, coriza hialina, respiração oral, diminuição de
19
olfato, sintomas decorrentes do processo inflamatório tipicamente rico em eosinófilos que
causam a irritação no nariz, devido a liberação de histaminas (CAMPANHA , 2008). A rinite
alérgica resulta da ativação dos mastócitos das mucosas do epitélio nasal por alérgenos que se
difundem pela membrana mucosa das passagens nasais, a rinite é comumente causada por
alérgenos ambientais que estão presentes durante certas estações do ano (MURPHY, 2010 ).
A rinite alérgica se desenvolve a partir de fatores etiológicos quando se evidencia pela
respiração oral. A elucidação para esse fato é devido ao estabelecimento do processo
inflamatório presente nessa morbidade que é desencadeada tanto pelo contato com os
alérgenos quanto com agentes irritantes. Esse processo inflamatório desencadeia a obstrução
nasal e consequentemente a respiração oral. Processos inflamatórios nasais, como a rinite
alérgica podem aumentar ainda mais a hiperresponsividade brônquica e assim intensificar a
inflamação crônica do epitélio de todo trato respiratório em resposta aos alérgenos através do
sistema imunológico(CAMPANHA, 2008).
3.2.1 Resposta imunológica da Asma e Rinite
O índice de doenças alérgicas vem aumentando significamente nos últimos anos.
Alguns fatores são apontados como causadores deste processo alérgico, entre eles o que está
em maior prevalência é exposição a alérgenos intradomiciliares pelo fato de indivíduos ter
uma maior permanência dentro das moradias, exposição a agentes poluentes e o menor
estimulo ao sistema imune, pelo emprego precoce de antimicrobianos na defesa contra
infecções(SPALDING et al, 2000).
Ainda conforme descrito por Spalding et al (2000), a associação de anticorpos com
doenças alérgicas, tem uma paralela caracterização da Imunoglobulina E (IgE), através dos
trabalhos, uma maior quantidade de anticorpos (IgE) produzida se fixa a receptores de alta
afinidade presente na membrana celular de mastócitos e basófilos. No entanto o nível de IgE
no soro, e relacionada com a IgE total produzida, sobrepondo a quantidade de IgE disponível
ao nível celular. O nível de Imunoglobulinas IgE no soro varia com a idade e tende a flutuar
em consequência do contato com o antígeno. Indivíduos atópicos, que apresentam doenças
alérgicas, como a asma e a rinite se caracterizam por desenvolver altos títulos de anticorpos
IgE, para alérgenos do ambiente. De modo geral a imunoglobulina IgE sérica está sempre
elevada nos quadros mais graves ou extensos de atópicos. Devido a este critério é possível
verificar IgE mas elevada em indivíduos com asma do que aqueles com rinite alérgica, pelo
fato de que em alguns casos a asma se desenvolva para um caso crônico.
20
A resposta imunológica da asma e da rinite alérgica não se diferenciam, afetam o
nariz, os seios paranasais e brônquios. Todo o processo inflamatório alérgico, desde a
sensibilização até a resposta alérgica á exposição ao antígeno, infiltração, ativação de
mastócitos, linfócitos, eosinófilos, produção de citocinas, e liberação de mediadores pró-
inflamatórios, tendem a ocorrer de forma semelhante, tanto na asma quanto na rinite. Na
resposta imunológica alérgica há sempre o predomínio de uma subpopulação de linfócitos
Th2, que são responsáveis pela liberação e produção de Interleucinas(IL) 4, 5, e 13, embora
essas interleucinas não contribua de forma exclusiva. As IL-4 E IL-13 são de extremamente
importância para a produção de IgE(anticorpo importante para o desencadeamento do
processo alérgico), e tem como papel de ativação dos mastócitos e basófilos. A IL-5 é
responsável pelo recrutamento, ativação e prolongamento da vida dos eosinófilos, que tem
como função inibir a sua apoptose. A partir do contato direto com o devido alérgeno ou
antígeno a resposta imunológica se desenvolve a partir de fatores que persistem nas células
afetadas e desencadeiam o processo de inflamação (Figura 1) ( RIZZO; CRUZ, 2007).
Figura 1 : A cascata alérgica na asma e rinite.
Fonte: (RIZZO; CRUZ , 2007)
3.3 HIPÓTESE DE HIGIENE
21
Na infância, os fatores ambientais tendem a influenciar no desenvolvimento de
doenças alérgicas desenvolvidas a partir de infecções causadas por alérgenos ou helmintos. O
surgimento de doenças infecciosas numa determinada faixa etária, na infância, podem
contribuir para um determinado equilíbrio da atividade imunológica na vida futura do
individuo, impedindo o surgimento de alergias devido a defesa dos anticorpos que foi gerado
pelo contato na infância (PONTE et al, 2007 ).
A hipótese de higiene coloca as alterações no estilo de vida das pessoas vividas na
sociedade ocidental como melhores nas ultimas décadas, devido a ter um aumento
significativo nas condições de higiene básica as alergias só aumentaram em maior
prevalência, devido a fatores associados a modos de vida, como a redução do número de
pessoas na família, calendários de vacinas amplos, melhores condições sanitárias, isso
explicita um aumento significativo na prevalência de doenças alérgicas, já que os fatores
acima acaba impedindo o contato de alérgenos com determinados indivíduos na infância,
provocando o impedimento do equilíbrio imunológico no mesmo (TAKETOMI et al, 2005 ).
3.4 EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, foram realizados poucos estudos sobre a asma, e isto tem como
consequência o desconhecimento da realidade dessa patologia em diferentes áreas do país,
tornando um pouco difícil a execução de programas de prevenção da mesma. Mundialmente a
asma é uma doença crônica de difícil cura, pois é uma doença persistente, que geralmente é
mais comum na infância, cerca de 4,8 milhões de crianças são afetadas por ano. A taxa de
prevalência da asma aumentou 72,3% nos períodos de 1979 e 1998 (SOLÉ et al, 2004).
Um estudo desenvolvido por Almeida e colaboradores no Hospital Universitário
Professor Edgard Santos – Universidade Federal da Bahia, mostrou 55,1% de pacientes com
diagnóstico de rinite, 26% de asma, 13,3% de urticária idiopática, 8% de hipersensibilidade a
drogas, dermatite atópica foi diagnosticada em 4% dos pacientes (4%), angioedema em 3,7%,
3,6% com dermatite de contato e conjuntivite alérgica em 2% dos pacientes (ALMEIDA et al,
2008).Anteriormente, Baqueiro e cols. (2007), após realização de estudos em dois grupos
diferentes de níveis socioeconômicos, encontraram prevalências semelhantes às encontradas
por Medeiros e colaboradores para asma brônquica tendo um resultado em porcentagem de
(12,1%) e rinite (18,8%) em indivíduos de nível socioeconômico baixo, no entanto em
indivíduos de nível socioeconômico elevado as prevalências de asma e rinite tiveram um
aumento respectivamente de 21,1% e 32,5%.
22
3.5 TRATAMENTOS
No tratamento para os diversos tipos de alergias é indicado sempre a utilização de
corticosteróides por tempo indeterminado, mas segundo a literatura, o uso prolongado desses
corticosteróides principalmente em crianças, pode levar a supressão adrenal, com redução da
produção de hormônio de crescimento e consequente baixa estatura, demonstrando que o uso
de corticosteróides tem efeitos adversos(BALBANI et al,1997).
4. METODOLOGIA
4.1 NATUREZADOESTUDO
Esta pesquisa cientifica trata-se de um estudo exploratório, de corte transversal que foi
realizado no período de agosto a novembro de 2013.
A pesquisa exploratória tem como seu principal objetivo identificar os conceitos
iniciais sobre um tópico, dar ênfase na determinação de quais conceitos devem ser medidos e
como devem ser medidos, buscar e descobrir novas possibilidades e dimensões da população
de interesse (FREITAS et al , 2000)
No corte transversal a coleta dos dados deve ocorrer, em um só momento, pretendendo
descrever e analisar o estado de uma ou várias variáveis em um dado momento (FREITAS et
al, 2000).
4.2 ÁREA DE ESTUDO
Este estudo foi realizado na instituição de ensino do interior da Bahia, a Faculdade
Maria Milza (FAMAM), situada na cidade de Governador Mangabeira – BA.
4.2.1 População Alvo
A população alvo desse estudo foi estudantes universitários da Faculdade Maria Milza
(FAMAM). De modo a obter dados que sejam reprodutíveis e com alta confiabilidade de
95%, devem ser selecionados uma população de 274 indivíduos aleatoriamente (tamanho de
amostra para determinação de frequência em uma população considerando 95% de nível de
confiabilidade, calculado no programa OpenEpi:
http://www.openepi.com/OE2.3/Menu/OpenEpiMenu.htm).
23
Tamanho da população: 1800
Frequência do evento: 30% de alérgicos nos países industrializados
Figura 2- Cálculo de tamanho de amostra para análise de frequência em uma população.
Os estudantes foram abordados em sala de aula, mediante uma explicação sobre a
relevância do estudo e convidados a participar do mesmo. Os que aceitaram, foram instruídos
a ler o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice A) antes da realização do
questionário.
4.2.2 Os critérios de inclusão foram:
Se predispor conscientemente a responder o questionário.
Ser estudante regularmente matriculado da faculdade em estudo.
4.2.3 Os critérios de exclusão foram:
Não ser estudante de graduação dessa instituição.
24
4.3 COLETA DE DADOS
De inicio, foram contatados os responsáveis pela instituição,apresentando a pesquisa e
solicitando sua autorização mediante a assinatura da carta de anuência para que o
estabelecimento seja incluído no estudo e que os universitários possam participar da pesquisa
(anexo 1). Os universitários foram instruídos a ler o (TCLE) (apêndice A) e, assim
concordaram com os termos e assinou o mesmo.
A coleta de dados foi realizada através da aplicação de um questionário aos alunos
para obtenção de informações a respeito dos dados sócio demográficos baseados no método
de Gallup (idade, sexo, endereço, estado civil, número de moradores na mesma casa,
escolaridade) e informações relacionadas à alergia (apêndiceB).
Os dados coletados foram categorizados de acordo com as características
sóciodemográficas e com os parâmetros de avaliação de alergias, baseado no questionário
ISAAC. O “International Study of Asthma and Aller-gies in Childhood” (ISAAC), que tem
como propósito criar um método claro e maximizar os efeitos da pesquisa epidemiológica,
para estabelecer um método padrão e facilitar a colaboração internacional. Os objetivos do
ISAAC são: descrever a prevalência e gravidade das doenças alérgicas, em diferentes centros;
obter medidas basais, tendências futuras da prevalência e gravidade das doenças; relacionar
fatores etiológicos, genéticos, modo de vida, ambiente e tratamento (ESTEVES et al, 1999).
Como dados sócio demográficos avaliamos: Idade: em anos para se obter dados
contínuos , media e mediana; Município de Residência: referida pela paciente, dividida em
Salvador ou cidade do interior da Bahia; Cor da pele: característica autodeclarada,
categorizada em: Amarela, Branca, Indígena, Parda, Negra; Estado Civil: dividida em:
Solteiro, Convive/União Estável, Casado, Divorciado, Viúvo; Presença de filhos e quantas
pessoas residem no domicílio.
Para identificação das alergias e fatores associados os critérios a seguir foram
avaliados: histórico de rinite, sinusite, asma, alergia respiratória, alergia cutânea, alergia
alimentar, alergia a medicamentos, presença de animais domésticos no domicílio, forma e
frequência de limpeza da casa, presença de umidade, como se adquiriu a doença, sintomas
relatados, diagnóstico e tratamento.
4.4 ANÁLISE DOS DADOS
25
Os dados obtidos foram apresentados em forma de tabelas, apresentando as
características de distribuição dos valores observados. Foi realizada análise estatística
descritiva para as variáveis categóricas, incluindo a frequência e percentagem. Foram
avaliadas as variáveis preditoras e a associação destas com a presença das alergias serão
estudadas através do teste qui-quadrado e teste exato de Fisher. A análise estatística foi
realizada com o programa GraphPad Prism, versão 5. Consideram-se como significantes
ocorrências com risco tipo I (erro α) inferior a 0,05 ou 5%.
4.5 ASPECTOS ÉTICOS
O relativo estudo foi encaminhado ao comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
Maria Milza (CEP-FAMAM),e aprovado com o parecer de número 113/2013 (anexo 2), por
se tratar de um estudo na área de saúde, envolvendo diretamente a participação de seres
humanos, estabelecendo as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas como consta
na resolução 466/12, que regem os princípios éticos da pesquisa garantindo todo sigilo e
anonimato dos sujeitos. Os universitários que não concordaram ou que desistiram durante a
coleta de dados sobre o estudo tiveram os seus direitos reservados, não sendo incluídos na
amostra.
26
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre os estudantes da Faculdade Maria Milza contatados, 132 individuos foram
voluntários, um valor que dá um grau de confiabilidade acima de 80% para as análises (Figura
2). O presente estudo teve como objetivo investigar a prevalência dos tipos de alergias
predominantes entre os universitários do interior da Bahia. A FAMAM foi escolhida por se
tratar de uma faculdade de médio porte que abrange indivíduos de diversos interiores
circunvizinhos. A aplicação do questionário validou os dados epidemiológicos dos
universitários, indicando que em uma população total de 132 voluntários, o gênero de maior
prevalência era o feminino, com faixa etária de 16 a 22 anos, de cor autodeclarada parda, cujo
estado civil predominante eram solteiros, e a maioria reside nas cidades de Cruz das Almas e
Santo Antonio de Jesus, as duas maiores da região (Tabela 1).O predomínio de mulheres entre
os alérgicos pode ser em função da faculdade apresentar maior numero de alunos do sexo
feminino, a literatura mostra um amplo predomínio de indivíduos do sexo feminino com
diferentes alergias (PARK et al, 2010). Além disso, as mulheres tem maior percepção em
relação a sinais e sintomas de várias doenças e utilizam mais os serviços de saúde
(PINHEIRO et al, 2002).
27
Tabela 1- Dados epidemiológicos dos universitários do interior da Bahia.
Nº
GÊNERO MASCULINO 37
FEMININO 95
TOTAL 132
FAIXA ETÁRIA
16-22 68
22-35 60
35-50 3
50-65 1
TOTAL 132
COR
PARDA 73
NEGRA 30
AMARELA 5
BRANCA 24
INDÍGENA 0
TOTAL 132
MUNICIPIO DE RESIDÊNCIA
SANTA TEREZINHA 3
CRUZ DAS ALMAS 37
SANTO ANTONIO DE JESUS 35
CABAÇEIRAS DO PARAGUASSU 7
CASTRO ALVES 4
SAPEAÇU 13
MURITIBA 5
CACHOEIRA 3
SÃO FELIPE 4
CONCEIÇÃO DO ALMEIDA 6
GOVERNADOR MANGABEIRA 3
FEIRA DE SANTANA 7
MARAGOJIPE 3
SÃO FÉLIX 2
TOTAL 132
ESTADO CIVIL
SOLTEIRO 113
CASADO 13
VIÚVO 0
DESQUITADO 0
DIVORCIADO 1
UNIÃO ESTÁVEL 5
Total 132
28
A avaliação da prevalência das alergias é de suma importância, pois permite
identificar qual o tipo e alergia que está em maior predominância e direcionar as ações
preventivas e terapêuticas de forma específica. De acordo com os questionários, a alergia a
ácaros da poeira doméstica se destaca com maior prevalência entre os voluntários, sendo
relatada por 59 indivíduos, correspondendo a 44,7% dos voluntários. Outros tipos de alergias
bem citados foram alergia a medicamentos, fumaça e material de limpeza (tabela 2). Diante a
um levantamento recente a dois hospitais britânicos foi determinado que a reação adversa a
medicamentos é responsável por 5-6% das internações de pacientes maiores de 16 anos,
constata-se que reações adversas a medicamentos são muito frequentes nessa faixa etária
(BERND, 2005). O aumento do índice de alergias a fumaça vem aumentando devido a fatores
correlacionados a poluição do meio ambiente, sendo totalmente associada a fumaça de
cigarro, exaustão de diesel, entre outras e isso acaba influenciando no desenvolvimento de
doenças alérgicas, e na maioria dos casos em especial a asma (TAKETOMI et al, 2005).
Diante uma pesquisa realizada em cinco regiões do Brasil para destacar os principais
desencadeadores de reações alérgicas foi constatado um predomínio acentuado de total
positividade de alérgenos inalantes, principalmente os ácaros, sendo que apenas os indivíduos
com predisposição à atopia desenvolvem sensibilização e manifestam a doença alérgica. (NASPITZ
et al, 2004; RIZZO, 1991) Estudos anteriores realizados, já haviam apontado um índice
elevado de ácaros como causadores de reações alérgicas, destacando os mais importantes D
Dermatophagoides peronyssinus, Dermatophagoides farinae, Blomia tropicalis (NASPITZ
et al, 2004; SARINHO et al, 2004).
29
Tabela 2- Prevalência de alergias entre universitários determinado tipos de alergias e faixa
etária utilizando o questionário adaptado do Estudo Internacional de Asma e Alergias em
Crianças (ISAAC).
16-22
(%)
22-35
(%)
35-50
(%)
50-65
(%)
Tota
l
ALERGIA A MEDICAMENTOS 9,8 9,1 0,8 0,0 19,7
ALERGIA A ÁCAROS ( POEIRA DOMÉSTICA) 24,2 18,9 1,5 0,0 44,7
ALERGIA A NÍQUEL 1,5 2,3 0,0 0,0 3,8
ALERGIA A FUNGOS 5,3 6,8 0,8 0,0 12,9
ALERGIA ALIMENTARES 8,3 2,3 0,0 0,0 10,6
ALERGIA A LÁTEX 0,8 0,0 0,0 0,0 0,8
ALERGIA A MATERIAL DE LIMPEZA 9,8 6,1 0,8 0,8 17,4
ALERGIA A FUMAÇA (CIGARRO,
ESCAPAMENTO DE CARRO...) 11,4 5,3 1,5 0,0 18,2
Total 71,2 50,8 5,3 0,8
Dentre os indivíduos que relataram algum tipo de alergia (82), os sintomas apareciam
principalmente entre os meses de dezembro a fevereiro, correspondendo ao período do verão,
e no período de junho a agosto, período do inverno (Figura 3). As características da região
influenciam bastante nesse resultado, no verão há predominância de muita poeira, um fator
predisponente para acúmulo de ácaros, já no período do inverno as baixas temperaturas são
comuns nessas cidades, o que reforça o aparecimento de doenças alérgicas. A qualidade do ar
é totalmente influenciada pelas condições que determinam uma elevada concentração de
poluentes e está diretamente associada a ocorrência de alergias respiratórias. No inverno, em
função da inversão térmica, a qualidade do ar piora, ocorre aumento nos níveis de materiais
particulados, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e óxidos de enxofre. Entretanto, no
verão as concentrações dessas moléculas são mais elevadas, em função do aumento da
intensidade de luz solar, aumento da temperatura e acúmulo das partículas pela camada de
ozônio (VIANNA et al, 2008).
30
Figura 3- Frequência de alergias durante o ano
dez-fe
v
mar
-mai
jun-a
go
set-nov
0
10
20
30
40
50
Meses de ocorrência (estações do Ano)
% V
olu
ntá
rio
s c
om
Sin
tom
as
de
Ale
rgia
Procuramos relacionar os sintomas relatados com os tipos de alergias a que são
comuns entre os universitários (tabela 3). Além de ser o sintoma mais prevalente na rinite, a
coriza foi o sintoma mais relatado entre os estudantes (62 indivíduos), seguido da erupção
cutânea (51 indivíduos) e de falta de ar ou cansaço (39 indivíduos), sintomas relacionados
com alergias cutâneas e asma, respectivamente. Um estudo realizado em Salvador mostra uma
relação positiva entre a rinite crônica e a asma com a positividade dos testes cutâneos para
ácaros (MEDEIROS et al, 1997), indicando que a alta prevalência de alergias à poeira pode
estar relacionada a presença de sintomas da rinite entre os mais citados nesse trabalho.
31
Tabela 3- Relação entre os sintomas relatados e as doenças alérgicas entre
universitários do interior da Bahia.
RINITE N ALERGIA CUTANÊA N
Coriza 62 Erupção cutânea 51
Espirros repetidos 40 Coceira intensa na pele 25
Coceira nasal insistente 20 Empolação 20
Placas vermelhas na pele 21
ASMA N TUBERCULOSE N
Sensação de aperto ou opressão no peito 4 Tosse seca 11
Chiados no peito 7 Tosse crônica noturna 2
Falta de ar ou sensação de cansaço 39
CONJUTIVITE ALÉRGICA N OTITE N
Vermelhidão nos olhos 15 Otites repetidas 4
Coceira intensa nos olhos 8 Faringite 18
Lacrimejamento 16
Alguns fatores associados ao desenvolvimento de alergias foram avaliados como
ventilação, método e frequência de limpeza da residência, presença de alérgenos (animais,
fungos e baratas) e histórico familiar de doenças alérgicas. A maioria dos voluntários que
apresentaram sintomas dos diversos tipos de reações alérgicas relatou o uso diário de
ventilador e ar condicionando dentro das suas moradias, e como método utilizado para
limpeza da casa foi citado principalmente a utilização de vassouras e pano úmido de forma
diária. Sendo que a utilização de ar condicionado e ventilador é uma porta para entrada de
ácaros, fazendo com que eles fiquem condicionados dentro do filtro destes materiais, o
ventilador ajuda o espalhamento da poeira doméstica junto com a utilização de vassouras,
pois eliminam pó, e neste pó consequentemente haverá ácaros domésticos, que provavelmente
é disseminado da poeira doméstica causando uma reação alérgica pela inalação de
determinados alérgenos. Dentre os indivíduos que apresentaram algum tipo de alergia (82), 48
deles apresentaram histórico familiar e 34 não apresentava histórico familiar de doenças
alérgicas, e a analise estatística indicou um risco relativo de 1,62, ou seja indivíduos com
histórico familiar de alguma doença alérgica tem 1,62 vezes mais chance de desenvolver
alergia.(tabela 4) . O fator genético contribui para desenvolvimento de doenças alérgicas,
32
principalmente a asma, que tem por sua natureza hereditária (PINTO et al, 2008). Embora
muitos trabalhos relatem relação entre alergias e presença de fungos (CROCE, 1989), pelos de
animais (LAILA et al, 2001) e antígenos de baratas (KANG, 1990), portanto não foi
observada correlação entre esses fatores nos indivíduos avaliados nesse trabalho.
Tabela 4- Relação entre alergias, histórico familiar e fatores predisponentes de doenças
alérgicas.
Alergias
Histórico Familiar * Fungos Animais
domésticos Barata
Sim
82
Sim
48 13 49 47
Não
34 69 33 35
Não
50
Sim
18 6 28 24
Não
32 44 22 26
Fisher's exact test; * p < 0,05
Os indivíduos alérgicos em minoria (38) ressaltaram que as reações alérgicas
desenvolvidas acabam afetando o seu dia-a-dia, impedindo a realização de atividades diárias,
e a forma de tratamento mais utilizada pelos voluntários foi a administração de
medicamentos, principalmente anti-histamínicos, pois a utilização dos mesmos acaba agindo
de maneira imediata combatendo o aparecimento dos sintomas, embora 82 indivíduos não
sabiam relatar qual medicamento haviam utilizado. O uso de corticoides e anti-histamínicos é
indicado para o tratamento de diversos tipos de alergias, pois a utilização deles acaba
reduzindo de maneira eficaz o aparecimento dos sintomas (NUNES et al, 2010).
33
34
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como importante hipótese mostrar que com o desenvolvimento
econômico/industrial das regiões do interior do país, há uma melhora nas condições sanitárias
da região e com isso o aumento da prevalência de alergias, se igualando aos países
industrializados e o tratamento adequado depende do conhecimento dos alérgenos da região.
Este trabalho mostrou que entre universitários do interior da Bahia, principalmente das
cidades de Cruz das Almas e Santo Antonio de Jesus, o tipo de alergia mais prevalente é a
alergia respiratória, tendo ácaros de poeira doméstica como principal aeroalérgeno e a rinite
como manifestação clinica mais relatada, ocorrendo no período de dezembro a fevereiro e
junho a agosto. Conclui-se que a prevalência de alergia respiratória entre universitários do
interior da Bahia é alta, a maioria dos entrevistados relataram algum tipo de alergia. Dessa
forma, o desenvolvimento de produtos e protocolos que possam atuar no controle da alergia
respiratória serão úteis na região, atuando na prevenção e promoção da saúde, além de
complementar a preparação profissional dos acadêmicos que vierem a desenvolver trabalhos
sobre o tema com embasamento científico, realizando ações coniventes com os ideais de
pesquisa, ensino e extensão.
35
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Gaz.méd.Bahia. pg. 86-92, 2008.
38
APÊNDICE A
39
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado a participar de um estudo denominado “Prevalência de alergia respiratória
entre universitários do interior da Bahia”. Sua participação é totalmente voluntária e a sua permissão par a
participar do estudo pode ser retirada a qualquer momento, sem precisar justificar, não resultando em punições.
O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de um estudo de corte transversal para identificar a
prevalência de alergias em jovens do interior da Bahia, determinando quais os principais tipos predominantes de
alergia e destacar os alérgenos desencadeadores.
A sua participação no referido estudo será no sentido de responder a um questionário baseado no
questionário anexo. Os registros da sua participação (nome da instituição e de seu Responsável ou qualquer outro
dado ou elemento que possa, de qualquer forma, o identificar) serão mantidos confidencialmente, sendo de
conhecimento apenas dos autores do projeto. Os resultados da pesquisa serão disponibilizados a todos os
participantes e serão tornados públicos sejam eles favoráveis ou não. Sua colaboração com essa pesquisa irá
servir de base para novos estudos sobre alergias. Contribuindo com dados específicos da região sobre causas
doenças do trato respiratório, sintomas, fatores de riscos, possibilitando melhores diagnósticos e tratamentos.
Você poderá entrar em contato com a equipe responsável pelo trabalho, a qualquer momento, para obter
informações e esclarecimentos adicionais antes, durante e depois da sua participação e receberá uma cópia deste
termo de consentimento livre e esclarecido. Esse estudo será desenvolvido na Faculdade Maria Milza-
FAMAM/BA.
Os pesquisadores envolvidos como referido projeto são:
Ana Cleide dos Santos Passos, telefone75-8104-6608,email:Anepassos01@hotmail.com
Luciana Souza de Aragão França , telefone71-9938-3801, email: professoralucianafranca@gmail.com
Enfim,tendosidoorientadoquantoaoteordetodooaquimencionadoecompreendidoanaturezaeoobjetivodojár
eferidoestudo,estandototalmentecientedequenãohánenhumvaloreconômico,areceberouapagar,porsuaparticipação,
manifesteseuconsentimentomedianteassinaturaabaixo.
_____________________________,____/__________________/_____
__________________________________________________________
Nome do entrevistado
__________________________________________________________
Assinatura do entrevistado
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Assinatura(s) do (s)pesquisador (ES) responsável (eis)
40
APENDICE B
41
QUESTIONÁRIO
01. Cidade onde mora: __________________________________________________
02. Tipo de residência:
( ) Casa ( ) apartamento
03. Há quanto tempo mora no local (em anos): ____________________________
04. Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino
05. Estado civil:
( ) Solteiro(a)
( ) Casado(a)
( ) Viúvo(a)
( ) Desquitado(a)
( ) Divorciado(a)
( ) União estável
06. Tem filhos(as)?
( ) Não ( ) Sim. Quantos? ____________________
07. Quantas pessoas moram com você?
______________________________________________________
08. Cor: (autodeclarada)
( ) Parda
( ) Negra
( ) Amarela
( ) Branca
( ) Indígena
09. Idade:
( ) 16 a 22 anos
( ) 22 a 35 anos
( ) 35 a 50 anos
( ) 50 a 65 anos
( ) mais de 65 anos
10. Qual o principal responsável pelo sustento de seu grupo familiar?
( ) Pai
( ) Mãe
( ) Pai e Mãe
( ) Você mesmo
( ) Cônjuge
( ) Parente. Qual(is)? ________________________________________
( ) Outros ____________________________________________
11.Possui alguma doença alérgica como :
( ) Alergia a medicamentos
42
( ) Alergia a ácaros (poeira domestica)
( ) Alergia a níquel (bijouteria)
( ) Alergia a fungos
( ) Alergia alimentares
( ) Alergia a látex (borracha)
( ) Alergia a material de limpeza
( ) Alergia a fumaça (cigarro, escapamento de carro...)
Outros: __________________________________________
12. No ultimo ano teve algum desses sintomas?
( ) erupção cutâneaQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( )
todo mês ( ) falta de ar ou sensação de cansaço Quantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x (
) mais de 5x ( ) todo mês ( ) corizaQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( ) todo mês
( ) coceira intensa na peleQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de
5x ( ) todo mês ( ) vermelhidão dos olhosQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de
5x ( ) todo mês ( ) coceira intensa nos olhosQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de
5x ( ) todo mês ( )lacrimejamentoQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( )
todo mês ( ) Sensação de "aperto" ou opressão no peito ("peito preso")Quantas vezes: ( ) pelo menos
1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( ) todo mês ( ) Chiados no peitoQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( )
todo mês ( ) Tosse secaQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( ) todo
mês ( ) Tosse acompanhada de eliminação de secreção (gosma branca) Quantas vezes: ( ) pelo
menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( ) todo mês ( ) Espirros repetidosQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( )
todo mês () Coceira nasal insistente (ou os ouvidos, céu da boca e garganta)Quantas vezes: ( ) pelo
menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( ) todo mês ( ) Mucosa nasal congestionada e narinas entupidasQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x(
)menos de 5 x ( ) mais de 5x ( ) todo mês ( ) empolaçãoQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( ) todo
mês ( ) Placas vermelhas na peleQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais
de 5x ( ) todo mês ( ) alteração de olfato e paladarQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais
de 5x ( ) todo mês ( ) Tosse crônica noturnaQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de
5x ( ) todo mês ( ) otites repetidasQuantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais de 5x ( )
todo mês ( ) Faringite (dor de garganta)Quantas vezes: ( ) pelo menos 1x( )menos de 5 x ( ) mais
de 5x ( ) todo mês
13. Algum desses sintomas já te impediu de realizar atividades diárias?
( ) sim( ) não
43
14. Em que período do ano (meses) é pior o aparecimento?
____________________________________
15. Possui algum histórico de algumas dessas doenças:
( ) Asma
( ) Rinite Alérgica
( ) Sinusite
( ) Conjutivite alérgica
( ) Tuberculose
( ) Amigdalite
( ) Otite
( ) Desvio de Septo
( ) Dermatite
Outras:__________________________________________
16. Desde quando tem a doença: ______________________________________________________________________
17. Como foi feito o diagnóstico: ___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
18.Quais formas utilizadas para o tratamento ( ex: cirurgia, mudança de hábitos,
medicamentos): ___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
19. Existem outras pessoas na família com algum tipo de alergia?
( ) não ( ) sim Quem?______________ Que tipo?__________________________
20. Possui algum animal doméstico no domicilio:
( ) Cão( ) Gato ( ) Pássaro
Outros: _________________________________________________________
21. Forma de limpeza da casa:
( ) Aspirador de pó( ) Espanador ( ) Vassoura ( ) Pano úmido
Outros : ___________________________________________________
22. Frequência de limpeza da casa:
( ) Todos os dias
( ) 2 vezes por semana
( ) 3 vezes por semana
( ) Semanalmente
23. Há presença de umidade (fungos) na casa:
( ) Sim
Onde? _______________________________________________
Em que período do ano é pior o aparecimento? ____________________________________
( ) Não
24. Há presença de depósitos no domicilio?
( ) Sim ( ) Não
25. Há presença de roedores?
( ) Sim ( ) Não
26. Há presença de baratas?
( ) Sim ( ) Não
27. Ventilação do quarto em que você dorme ou passa maior parte do tempo:
( ) ventilador
( ) ar condicionado
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( ) janela aberta durante o dia
( ) janela aberta durante a noite
45
ANEXOS
46
D E C L A R A Ç Ã O
Eu, Josemare Pinheiro, portador da cédula de identidade nº
_____________________________, declaro estar ciente da pesquisa intitulada “Prevalência
de alergiarespiratória entre universitários do interior da Bahia”, de responsabilidade do(s)
pesquisador(es): Luciana Souza de Aragão França e Ana Cleide dos Santos Passos.
Em relação a pesquisa supracitada, informamos que o acesso dos pesquisadores ao local
da pesquisa e o desenvolvimento da mesma com os alunos dessa instituiçãoserá autorizado
somente após a emissão do PARECER DE APROVAÇÃO do Comitê de Ética em
pesquisa em Seres Humanos da FAMAM.
Declaro conhecer e cumprir com as Resoluções Éticas Brasileiras, em especial a
Resolução CNS 196/96. Esta instituição está ciente de suas co-responsabilidades como
instituição co-participante do presente projeto de pesquisa, e de seu compromisso no
resguardo da segurança e bem-estar dos sujeitos de pesquisa nela recrutados, dispondo de
infra-estrutura necessária para a garantia de tal segurança e bem-estar.
Local/Setor onde a pesquisa será realizada:.Faculdade Maria Milza- Governador
Mangabeira-Bahia
Por ser verdade, firmo a presente.
Governador Mangabeira, 17 de maio de 2013
Assinatura do Responsável pela Instituição, (com carimbo)