Post on 25-Jul-2015
ELIMINAÇÃO ADIADA: O OCASO DAS CLASSES POPULARES NO INTERIOR DA ESCOLA E A OCULTAÇÃO DA (MÁ) QUALIDADE DO ENSINO.
Luiz Carlos de Freitas
Síntese do texto:
Por: Maria Inês Ambrosio Garcia
A IDEOLOGIA LIBERAL ADOTADA NOS
PROJETOS EDUCACIONAIS É
RESPONSÁVEL POR BOA PARTE DOS
PROBLEMAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.
Introdução
Por que isso acontece?
O ACESSO existe, mas falta QUALIDADE.
Os resultados são DESIGUAIS.
O ESFORÇO PESSOAL (uma retribuição ao
acesso permitido) determina o sucesso.
AS DESIGUALDADES DE OPORTUNIDADES
(econômicas e culturais) não são consideradas.
Consequências
A EQUIDADE fica limitada ao ACESSO ou ao COMBATE AOS ÍNDICES DE REPROVAÇÃO (através da progressão continuada).
O problema da UNIVERSALIZAÇÃO da QUALIDADE da educação não se resolve.
Os resultados (índices) são expostos à sociedade e a ESCOLA é responsabilizada pelo sucesso ou fracasso.
PORQUE ALUNOS QUE NÃO ACOMPANHAM A
APRENDIZAGEM PERMANECEM NA ESCOLA,
OU SEJA, TÊM SUA ELIMINAÇÃO ADIADA E
SAEM DAS ESTATÍSTICAS DE REPROVAÇÃO.
Por que o autor fala em OCASO no
interior das escolas?
RESULTADOS
Com a divulgação dos resultados por escola, o serviço público transforma-se em MERCADO.
As políticas de equidade ocultam o problema central: a desigualdade socioeconômica.
RESULTADOS
Melhores desempenhos escolares estão nas camadas com melhor nível socioeconômico, brancas.
Este resultado é atribuído ao mérito pessoal dos alunos e aos profissionais da escola.
POR CAUSA DA FALTA DE INVESTIMENTO NAS ESCOLAS QUE MAIS
NECESSITAM.
Surge a questão: por que nem todas as escolas são
eficazes?
A meritocracia limita a universalização
da melhoria da qualidade da escola
porque a Avaliação se coloca a serviço
dela e oculta a desigualdade social sob a
forma de indicadores “neutros”
(resultados do IDEB), criados pelo MEC.
Conclusões
Nesses sistemas de avaliação, o desempenho
individual é subsumido nas estatísticas que lidam
com tendências globais dos sistemas de ensino ao
longo do tempo, a partir da proficiência média dos
alunos.
Não se pode fazer do resultado o ponto de partida para um processo de responsabilização da escola, pois essa é apenas UMA VARIÁVEL.
O nível socioeconômico é uma variável relevante nas análises de avaliação do desempenho do aluno e da escola.
As metas não podem ser definidas a longo prazo.
Durante muito tempo, duas vertentes
se opuseram no cenário educacional:
uma tentando explicar o fracasso
escolar por fatores pedagógicos,
internos à escola, e outra tentando
explicar o mesmo fracasso por fatores
externos à escola, sociais.
Nenhuma delas, isoladamente, dá conta
do fenômeno.
Durante muito tempo, duas vertentes
se opuseram no cenário educacional:
uma tentando explicar o fracasso
escolar por fatores pedagógicos,
internos à escola, e outra tentando
explicar o mesmo fracasso por fatores
externos à escola, sociais.
Nenhuma delas, isoladamente, dá conta
do fenômeno.
Outras questões a serem levantadas:
Quais as condições de vida dos alunos e professores?
E as políticas governamentais inadequadas?
O que dizer da remoção? E dos professores horistas?
O que dizer dos alunos que habitam as crescentes favelas
sem condições mínimas de sobrevivência e muito menos
para criar um ambiente propício ao estudo?
Sem falar do número de alunos em sala de aula.(grifo do autor)
DESENVOLVER UMA NOVA FORMA DE
CONCEBER A RELAÇÃO COM AS ESCOLAS:
QUALIDADE NEGOCIADA, OU SEJA
RESPONSABILIZAÇÃO BILATERAL (ESCOLA E
SISTEMA).
O que fazer?
Como fazer?
Os mecanismos para este processo ocorrer devem
ser baseados no Projeto Político-Pedagógico da
escola (sintonizado com as políticas públicas
de Estado e governo) e no processo de
Avaliação Institucional.
Proposta de ação do autor:
Articular a avaliação em larga escala de redes de ensino com a avaliação institucional e de sala de aula.
Mobilizar a comunidade local da escola, com a finalidade dupla de comprometer-se com resultados e, ao mesmo tempo, demandar do poder público condições para tal.
FREITAS, Luiz Carlos de. Eliminação Adiada: o ocaso das classes populares no interior da escola e a ocultação da (má) qualidade do ensino. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 28. Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>
Referência bibliográfica