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ECIDO EPITELIAL E CONJUNTIVO
1. TECIDO EPITELIAL1
1.1. Introdução
O tecido epitelial é uma lâmina formada por uma camada celular que
reveste toda superfície externa e interna do organismo. Enquanto a
epiderme é um exemplo de revestimento externo da superfície do
corpo, o mesotélio reveste as cavidades e o endotélio reveste o
coração, vasos sanguíneos e linfáticos. Embora os nomes sejam
diferentes, todos os epitélios são caracterizados por células
intimamente ligadas que exibem especializações de membranas
chamadas junções celulares.
A primeira característica levada em conta para classificação dos
diversos epitélios é o número de camadas celulares. Enquanto alguns
são formados por única camada, muitos exibem várias. O segundo
critério é a característica de suas células mais superficiais. Prestem
atenção na informação a seguir: todos os epitélios são avasculares,
ou seja, não apresentam capilares e dependem exclusivamente da
camada conjuntiva ao seu redor para receberem nutrientes, oxigênio,
sinalizadores químicos e exportarem metabólitos. Desta forma, a
comunicação entre o epitélio e o tecido subjacente é de suma
importância e se dá através da lâmina basal, estrutura que
estudaremos mais à frente.
1.2. Classificação dos epitélios
Bom, existem várias classificações, falaremos agora quanto ao
número de células presentes nos tecidos epitelias: estes são
classificados em simples quando exibem apenas uma camada
celular,estratificados, quando exibem duas ou mais camadas
celulares, e pseudoestratificado, quando exibem apenas uma
camada, como o simples, porém suas células apresentam alturas
distintas dando a impressão de mais de uma camada. Prezados
alunos, vocês podem acessar o link:
http://www.educacional.com.br/upload/arquivo/212-
Bbfc0740.jpg
O epitélio pavimentoso ou escamoso simples é constituído por
única camada de células planas, semelhantes às escamas.
Figura 1 - Tipos de epitélio
Fonte: Wikimedia Commons (2006a)
Pelo fato das células serem planas, elas exibem pouco volume
citoplasmático, tornado difícil sua visualização no microscópio óptico.
São exemplos deste epitélio o revestimento interno dos túbulos
renais, os mesotélios das cavidades corporais e o endotélio que
reveste os vasos sanguíneos.
Semelhante ao epitélio simples, porem com células cujo formato
assemelha-se ao hexágono (cubo) é o epitélio simples cúbico. Os
dois principais exemplos deste epitélio são o revestimento dos
ovários e os túbulos coletores renais.
O epitélio simples cilíndrico apresenta células cilíndricas, altas
quando comparadas às cúbicas. Geralmente encontra-se revestindo
ductos glandulares, o estomago e o colo do útero. Além da função de
proteção, pode estar envolvido com as funções de secreção, absorção
ou ambas.
Mais atenção deve ser dispensada à observação do epitélio
cilíndrico pseudoestratificado, por se tratar células de diferentes
alturas e com núcleos visíveis em diferentes níveis, cria a errada
impressão (pseudo – falso) de mais de uma camada. Além disso, a
superfície luminal das células pode apresentar uma especialização de
membrana denominada cílios (do epitélio cilíndrico ciliado
pseudoestratificado), cuja função é de impulsionar o muco que
reveste esta superfície. Este muco é produzido por células
denominadas caliciformes (em forma de cálice) que também
alcançam a superfície epitelial. Este tipo de epitélio está presente nas
vias aéreas de grande calibre.
O epitélio cilíndrico estratificado apresenta, geralmente, não mais
do que duas ou três camadas de células relativamente baixas. Ganha
resistência ao atrito, mas perde eficiência na absorção em
comparação com o epitélio simples. Sua presença se dá
principalmente nos ductos que revestem as glândulas derivadas da
pele (sebáceas e sudoríparas).
Nas superfícies expostas a um maior atrito, encontramos
basicamente dois tipos de epitélios, oepitélio pavimentoso
estratificado que apresenta células superficiais em forma de
escama e as camadas subjacentes cubica e cilíndricas. A superfície
deste epitélio não é secretora nem apresenta queratina, e reveste
superfícies úmidas, as chamadas mucosas presentes, por exemplo,
no interior da boca, no esôfago e na vagina.
Já no epitélio pavimentoso estratificado queratinizado as
células mais superficiais são produtoras de queratina e conforme vão
morrendo formam uma camada de revestimento queratinizado que
fica firmemente presa às células vivas subjacentes. Este tipo de
epitélio, resistente a infecções e desidratação, forma a camada
epidérmica da pele. Caros alunos, vocês podem comparar os
diferentes tipos de epitélios no link:
http://iws.collin.edu/cdoumen/HistoCCCCD/LabSlides/
images2/Epithelium.gif
1.3. Junções celulares
Imagino que estejam se perguntando o que serão as junções
celulares. Vamos então conhecer o que são e suas funções.
A superfície celular dos tecidos epiteliais apresenta especializações
que podem ser basicamente de três tipos e cada qual com uma
função em particular. Envolvem alterações na membrana plasmática,
no citoesqueleto e proteínas específicas.
A junção de oclusão também é conhecida como tightjunction e
ocorre entre células que formam um compartimento isolado,
dificultando a passagem de macromoléculas. As membranas
plasmáticas destas células estabelecem contato íntimo entre si em
forma de cristas que se encaixam. Este tipo de encaixe assemelha-se
a um zíper formado por proteínas integrais da membrana. Este tipo
de junção pode circundar toda a célula gerando uma espécie de
cinturão de oclusão também chamado dezonulaoccludens.
A junção de adesão, conforme indica o nome, promove uma firme
interação entre o glicocalix de células vizinhas e pode se estender por
toda a célula gerando a zonulaadherens ou zônula de adesão. A
zônula de adesão é particularmente importante para garantir que as
células permaneçam unidas mesmo quando ocorre atividade de
contração de microfilamentos. Um segundo tipo de especialização
importante para adesão celular, em particular das células da
epiderme é odesmossoma. Com formato circular e presente nas
duas faces de membranas vizinhas, esta estrutura é responsável por
manter a união celular em epitélios sujeitos a intenso atrito. São
comuns nas células mais profundas da epiderme.
O terceiro tipo de junção comunicante consiste de proteínas integrais
(que atravessam toda extensão da membrana) de células vizinhas,
são denominados conexônios e agem como canais através dos quais
íons e pequenas moléculas atravessem do citoplasma de uma célula
para outra sem passar pelo meio intercelular. Este tipo de junção
comunicante é de fundamental importância na transmissão do
potencial elétrico entre células cardíacas. Caros alunos, você podem
visualizar estes exemplos nos links:
http://www.afh.bio.br/nervoso/img/juncoes%20gap.gif
http://www.nature.com/nrm/journal/v2/n4/images/
nrm0401_285a_f3.gif
http://t3.gstatic.com/images?
q=tbn:ANd9GcQrub4qbOGbdkS8UvCW7-flzurAv1swaywvxkYB-
fwzW7pAmeU9wffczmE-
Finalizamos nessa web aula o estudo dos tecidos epiteliais. Vamos
então iniciar o estudo dos tecidos conjuntivos, presentes em diversos
órgãos e estruturas do corpo humano.
2. TECIDO CONJUNTIVO
2.1. Introdução
Também conhecido como tecido conjuntivo frouxo ou
simplesmente tecido conectivo, é fundamental para maioria dos
outros tecidos por promover sustentação, levar nutrientes, retirar
metabólitos e por interconectar tecidos diferentes.
Para tanto, o tecido conjuntivo apresenta uma matriz extracelular
composta de dois importantes conjuntos. A matriz
intersticial composta de proteínas fibrosas dentre as quais as duas
mais importantes são o colágeno e a fibra elástica. Entre as proteínas
fibrosas, encontra-se a substância fundamental, que é uma
espécie de gel de preenchimento entre as proteínas fibrosas. E quais
serão essas proteínas? Acredito que já tenha ouvido falar de algumas,
vamos à elas então.
2.2. Proteínas Fibrosas
2.2.1. Colágeno
A principal e mais abundante proteína do tecido conjuntivo é o
colágeno, sendo descritos total ou parcialmente 12 tipos diferentes. O
tipo I é o mais comum e representa aproximadamente 90% de todo
colágeno presente em nosso corpo. Sua principal característica é sua
alta resistência ao estiramento (distensão). Todos os tipos são
compostos por três cadeias polipeptídicas.
O colágeno não é secretado como tal, mas sim como uma molécula
ligeiramente mais longa denominada pró-colágeno que é clivada por
enzimas peptidases e incorporada a conjuntos de moléculas de
colágeno denominadas fibrilas de colágeno. As fibrilas de colágeno,
particularmente do tipo I, são por sua vez, reunidas em fibras de
colágeno.
E me respondam a seguinte pergunta: Em qual Sistema corporal
bastante importante na área da estética encontramos o Colágeno em
abundância? Bom, vamos lá à essa resposta: O colágeno é
encontrado na derme, ou seja, na camada mais profunda da pele e é
ele que garante às pessoas uma pele firme, lisa e de aspecto jovem.
2.2.2. Fibra Elástica
As fibras elásticas são compostas de uma proteína denominada
elastina. Esta proteína também é secretada como um precursor
solúvel denominado tropoelastina. Depois de secretada, a elastina
forma uma extensa rede intercruzada entre suas moléculas que lhes
conferem a formação de camadas e fibras que podem superar em até
5 vezes a elasticidade e resistência do látex. Pessoal, as fibras
elásticas também são encontradas na pele, assim como o colágeno e
sua função é garantir elasticidade à nossa pele! Caros alunos, vocês
podem conferir no link:
http://www.sigmaaldrich.com/etc/medialib/life-science/
metabolomics/enzyme-explorer/
elastin.Par.0001.Image.545.gif
2.3. Substância Fundamental
A substância fundamental é composta basicamente de proteínas de
adesão, as glicosaminoglicanas associadas a proteínas
(proteoglicanas) altamente hidratadas, sendo o ácido hialurônico a
principal glicosaminoglicanas. Além das proteoglicanas, também se
encontram glicoproteínas.
Este gel semissólido é de fundamental importância para distribuir a
pressão exercida sobre as proteínas fibrosas. A água altamente retida
pelas glicosaminoglicanas é facilitadora da difusão de íons,
nutrientes, metabólitos e hormônios entre o sangue e as células.
Existem ainda outras duas proteínas que merecem atenção na matriz
extracelular do tecido conjuntivo. Uma delas é a fibronectina, que
conecta as várias células do tecido conjuntivo umas as outras. Já a
laminina faz a conexão entre as células do tecido epitelial à lâmina
basal.
2.4. Lâmina Basal
Entre o tecido conjuntivo estudado e os outros tecidos existe uma
camada muito delgada da matriz extracelular especializada e
denominada membrana basal ou lâmina basal. É encontrada nos
limites entre os vários epitélios, inclusive o endotélio, adipócitos,
miócitos e revestindo glândulas epiteliais e as células de Schwann
que formam a bainha de mielinas nas células nervosas periféricas e o
tecido conjuntivo. A membrana basal é fundamental para conectar o
tecido conjuntivo aos outros tecidos proporcionando flexibilidade e
suporte.
Entre os principais componentes estruturais da lâmina basal,
encontramos o colágeno do tipo IV que não forma fibrilas e
apresenta-se estruturalmente mais frouxo e menos elétron-denso e
também a glicoproteína denominada laminina, a fibronectina e
a entactina ou também chamada nidogen que está envolvida na
interação e conexão entre a laminina e o colágeno tipo IV.
2.5. Principais Células do Tecido Conjuntivo
As células do tecido conjuntivo são derivadas de um tecido
embrionário denominado mesênquima. No tecido conjuntivo maduro,
os vários tipos celulares encontrados são produzidos e desenvolvem-
se no próprio local, ou podem se originar em outro local e alcançar o
tecido conjuntivo através da corrente sanguínea. As atividades
desenvolvidas nessas células podem estar envolvidas desde a
estruturação de uma resposta inflamatória ou imunológica até a
produção de proteínas e moléculas intercelulares sinalizadoras.
2.6. Fibroblastos
Os fibroblastos são as principais células responsáveis pela produção
da matriz extracelular. Existe uma diferença na atividade dos
fibroblastos jovens quando comparados aos fibroblastos encontrados
na vida adulta, estes últimos têm menor taxa de secreção e não se
dividem, são menos ativos e podem ser chamados de fibrócitos. Os
fibroblastos jovens têm grande taxa de síntese e apresentam-se
alongados em forma de fuso (fusiformes) e com projeções
citoplasmáticas amplas.
É importante compartilhar que os fibroblastos somente irão sintetizar
as proteínas da matriz extracelular se tiverem acesso a água em
abundância e a vitamina C, portanto, mais uma vez fica clara a
necessidade de termos uma nutrição balanceada e saudável para o
pleno funcionamento dos sistemas do corpo.
Figura 2- Fibroblasto
Fonte: Wikimedia Commons (2009b)
2.7. Células Endoteliais
Estas células revestem a parede interior dos vasos sanguíneos,
entretanto, são classificadas como tecido conjuntivo e não epitelial
porque são derivadas do mesênquima e funcionalmente são
secretoras dos constituintes da matriz extracelular.
São estas células as responsáveis por todo movimento de substâncias
que entram ou saem do sistema circulatório no nível capilar. Para que
a passagem de substâncias ocorra, estas células apresentam em suas
membranas áreas arredondadas que formam passagens
denominadas fenestras. Nas áreas onde as fenestras são mais
abundantes (alta permeabilidade), a continuidade da membrana
plasmática extremamente fina é denominada diafragma. A
ancoragem destas células ao tecido conjuntivo adjacente é feita pela
membrana basal delgada.
2.8. Pericitos
Os pericitos são células que envolvem os capilares e não são
totalmente diferenciadas. Isto significa que, são células
potencialmente capazes de reconstituir o tecido conjuntivo gerando
novos fibroblastos ou vasos lesionados.
Figura 3- Pericito
Fonte: Wikimedia Commons (2010)
2.9. Adipócitos e Tecido Adiposo
As células do tecido conjuntivo responsáveis pelo armazenamento de
lipídeos são denominadas células de gordura ou adipócitos. Quando
os adipócitos do tecido conjuntivo perfazem a maioria das células de
um determinado local ou região, o tecido é denominado adiposo.
O tecido adiposo é responsável pela reserva energética do organismo,
pelo isolamento térmico contra a perda de energia calorífica e por
gerar um sistema físico de amortecimento de impactos em
determinadas áreas do corpo.
O desequilíbrio entre a ingestão e o consumo de energia promove o
quadro de obesidade que tem como uma das características
histológicas a proliferação e o aumento do volume dos adipócitos.
Estas células quando presentes no adulto têm sua taxa de divisão
diminuída, mas precursores ainda persistem e podem multiplicar-se.
A principal característica celular do adipócito é a presença de uma
grande gotícula lipídica que preenche quase todo volume celular
exceto pelo núcleo e mitocôndrias que se destacam em uma faixa
delgada de citoplasma restrita à periferia.
O suprimento vascular do tecido adiposo, como era de se esperar, é
rico em capilares que tanto suprem as células de seu principal
substrato de armazenamento, como levam destas o resultado da
degradação lipídica quando necessário suprir os outros tecidos em
situação de privação energética. Também se encontra no tecido
adiposo uma rica ramificação nervosa simpática (sistema nervoso
neurovegetativo) responsável pela organização das respostas
metabólicas.
Figura 4 - Adipócito
Fonte: Wikimedia Commons (2006b)
Os plasmócitos estão presentes no tecido conjuntivo e em epitélios
úmidos, entretanto, são células do sistema imune envolvidas com a
defesa do organismo. Linfócitos B deixam o sistema linfático e
migram para os tecidos acima e, quando entram em contato com
antígenos, transformam-se em plasmócitos secretores de
imunoglobulinas (anticorpos). Implicação clínica: os plasmócitos são
mediadores do desenvolvimento do sistema imune, conforme
respondem aos agentes infecciosos e produzem anticorpos, auxiliam
na prevenção contra uma reinfecção.
2.10. Mastócitos
Também são células presentes no tecido conjuntivo, porém
pertencentes ao sistema imune. Apresentam grandes grânulos
secretores principalmente de mediadores inflamatórios, entre eles a
histamina que é um importante vasodilatador cutâneo.
2.11. Macrófagos
Os macrófagos são responsáveis pela digestão celular de substâncias
particuladas através do processo de fagocitose. Após fagocitadas, as
substâncias entram em contato com enzimas de degradação
presentes em lizossomos. São importantes por proteger o organismo
contra moléculas e agentes infecciosos que encontrariam na pele
uma possível via de entrada até a corrente sanguínea. Caros alunos
vocês podem acessar alguns links relacionados com o texto:
http://www.youtube.com/watch?v=Pvl_xDMTZiQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Hf5wNkEc0Xg
http://www.youtube.com/watch?v=IDlPJW1GI58&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=MVs2mzzgVKQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=evP0udA4QOc&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=jVTHaJ-8qak&feature=related
Espero que tenham gostado dos vídeos! Agora continuaremos o nosso
estudo porém, será sobre o tecido cartilaginoso e ósseo, me
acompanhem!
3. TECIDO CARTILAGINOSO
A cartilagem é um tecido capaz de oferecer grande força e resistência
com certo grau de flexibilidade. Tais propriedades são de grande
importância para a formação óssea, que é resultado da substituição
do molde cartilaginoso por tecido ósseo calcificado. Todavia, a
cartilagem está presente na vida adulta em estruturas que
necessitam de flexibilidade e certa resistência às forças de
compressão, como por exemplo, discos intervertebrais, tendões,
nariz, traqueia e brônquios (vias aéreas).
Assim como o tecido epitelial, o tecido cartilaginoso não possui
capilares para o suprimento sanguíneo. As células cartilaginosas
dependem do processo de difusão para obter oxigênio, nutrientes e
todas as outras moléculas de que necessitam. Portanto, é de esperar
que sua taxa metabólica seja mais baixa do que a de outros tecidos
comparativamente.
Figura 5 - Tecido cartilaginoso
Fonte: Wikimedia Commons (2009a)
O tecido cartilaginoso apresenta-se basicamente de três formas no
organismo: a cartilagem hialina, a fibrocartilagem e a cartilagem
elástica.
A cartilagem hialina é o tipo mais comum presente no organismo e
pode ser encontrada revestindo a superfície da maioria dos ossos
longos, nos anéis presentes na traqueia e nos brônquios. A cartilagem
hialina é um tecido rico em matriz extracelular que é secretada por
células denominadas condrócitos. Os principais componentes
moleculares da matriz são as fibras de colágeno tipo II e moléculas de
proteoglicanas.
A fibrocartilagem e caracterizada pelo arranjo e disposição das
fibras de colágeno que se dispõe paralelamente e, por isso, são
extremamente resistentes ao estiramento. Esta propriedade justifica
a presença da fibrocartilagem nos tendões e inserções ósseas.
Conforme o nome indica, a cartilagem elástica tem como principal
propriedade a capacidade de resistir a flexões repetidamente. Além
das fibras de colágeno tipo II também estão presentes em sua
constituição as fibras de elastina. Estão presentes em estruturas
como o nariz, orelhas e epiglote.
4. TECIDO ÓSSEO
O tecido ósseo compartilha algumas características com o tecido
cartilaginoso como, por exemplo, a presença de células relativamente
isoladas na grande quantidade de matriz intercelular e que esta
matriz no tecido ósseo também é rica em colágeno. Porém, a matriz
óssea é mineralizada o que torna o tecido muito mais rígido e muito
menos flexível quando comparado à cartilagem.
Esta matriz calcificada é produzida essencialmente por células
denominadas osteócitos que ficam “presas” em espaços presentes
na matriz denominados lacunas. Conectando as lacunas existe uma
elaborada e densa rede de canais denominados canalículos que, além
de comunicar uma célula com as outras também é fundamental para
difusão de nutrientes, gases e moléculas necessárias ao metabolismo
ósseo. Diferentemente do tecido cartilaginoso, o tecido ósseo é bem
vascularizado. Geralmente, as lacunas contendo os osteócitos não
ficam mais distantes do que 0,3mm de um capilar e o processo de
difusão é conduzido pelos canalículos.
Figura 6 - Tecido ósseo
Fonte: Wikimedia Commons (2005)
Também encontramos no tecido ósseo uma classe de células
denominadas osteclastos importantes para remodelagem da matriz
óssea necessária para o crescimento e reparo ósseo. Diferentemente
do que podemos imaginar, durante a vida adulta os ossos são
continuamente remodelados em função das tensões sob as quais são
submetidos. De modo oposto, se um osso deixa de sofrer tensão
muscular, ele pode ter sua matriz reabsorvida em um processo
denominado atrofia por desuso.
O crescimento ósseo, conforme comentado previamente, é
dependente de um molde cartilaginoso, sobre o qual ocorre o
crescimento. A vitamina C presente na dieta é fundamental para a
produção de cartilagem, que fica comprometida na sua ausência.
O escorbuto é uma doença que pode ocorrer na infância ou na vida
adulta, devido à deficiência de vitamina C. Fato que acometeu no
passado muitos marinheiros que não tinham acesso às folhas verdes
e frutas cítricas.
Caros alunos, vocês podem conferir o link abaixo:
http://img151.imageshack.us/img151/8049/escorbuto.jpg
Outra vitamina com importante papel no desenvolvimento e
manutenção do tecido ósseo é a vitamina D ou calcitriol, como é
chamada cientificamente. A vitamina D é produzida em nosso corpo
naturalmente, mas depende da luz solar em uma de suas etapas de
síntese. Assim, indivíduos privados ou com uma baixa exposição à
radiação solar podem apresentar deficiência na produção de vitamina
D. A falta desta vitamina promove, por sua vez, comprometimento na
absorção intestinal do cálcio presente nos alimentos. Com deficiência
de cálcio, o desenvolvimento (calcificação) ósseo é diminuído e na
infância pode levar a uma condição patológica
denominada raquitismo. Já na vida adulta, a deficiência de vitamina
D é mais comum em mulheres após o climatério onde a produção fica
comprometida pela diminuição da produção de estrógenos e pode
levar a uma condição de reabsorção óssea aumentada pela
necessidade de se repor o cálcio plasmático causando uma condição
denominada osteoporose.
5. ARTICULAÇÕES
Mais uma vez, a relação entre tecidos ósseos e cartilaginosos pode
ser observada nas articulações. O movimento implica na presença de
pontos articulares entre os ossos, mas este ponto articular não
resistiria na presença do desgaste que o atrito entre ossos gera.
Desta forma, é na articulação que o tecido cartilaginoso recobrindo as
extremidades ósseas articulares impede o desgaste que poderia
comprometer o livre movimento, como se observa em varias
patologias.
As principais características da cartilagem articular é a superfície
polida desta cartilagem que permite um deslizamento suave.
Também se observa nas articulações a presença de um líquido
viscoso semelhante à clara de ovo (latim ovum) denominado líquido
sinovial que também contribui para minimizar o atrito.
Caros alunos vocês podem acessar alguns Lins relacionados:
http://www.youtube.com/watch?v=zGg6tG52qh0&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=1XKpA6B4D0w&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ww0e4BRtaTw
http://www.youtube.com/watch?v=TiI5cc80LqE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=SjfVm5I6s5s
Pessoal, antes de continuarmos aproveitem e finalizem o estudo dos
tecidos epitelial, conjuntivo, cartilaginoso e ósseo com algumas
questões que preparamos para vocês!
Questionário
1 - A pele é importante para a manutenção homeostática em diversos
animais. Ela fornece proteção contra traumas mecânicos, químicos e
agentes infecciosos, além de prevenir a desidratação e auxiliar no
controle de temperatura. Com base no exposto escolha a afirmação
incorreta:
a) abaixo da derme encontra-se a camada de tecido adiposo,
responsável pela produção do sebo que é liberado para superfície da
pele lubrificando-a.
b) a epiderme é constituída por um tipo de epitélio denominado
epitélio estratificado com a camada mais externa queratinizada que
descama.
c) o principal componente do suor é a água. Sua produção ocorre nas
glândulas sudoríparas classificadas como exócrinas.
d) os estímulos mecânicos captados pela superfície da pele são
convertidos em potenciais de ação por estruturas denominadas
mecanorreceptores.
e) o tecido conjuntivo é o principal componente da camada
denominada derme que apresenta vasos sanguíneos e é responsável
pela nutrição da camada avascular superficial denominada epiderme.
2 – Para que o tecido epitelial possa desempenhar a função de
revestir e delimitar cavidades e os órgãos presentes no organismo,
podemos esperar que seja:
a) formado por células que não se dividem
b) abundante em vasos sanguíneos
c) rico em substância fundamental amorfa no interstício.
d) rico em sinapses que unem as células justapostas.
e) estruturado por células fortemente unidas.
3 - Suas funções principais são: sustentar o corpo; permitir a
realização de movimentos; proteger certos órgãos e realizar a
produção de elementos celulares do sangue, além de ser calcificado.
Com relação à afirmação anterior, podemos afirmar que define qual
tecido
a) cartilaginoso.
b) esquelético.
c) nervoso.
d) sanguíneo.
e) muscular.
4 – São estas células as responsáveis por todo movimento de
substâncias que entram ou saem do sistema circulatório no nível
capilar. Para que a passagem de substâncias ocorra, estas células
apresentam em suas membranas áreas arredondadas que formam
passagens denominadas fenestras. A afirmação refere-se a qual tipo
celular?
a) musculares
b) endoteliais
c) adiposas
d) macrófagos
e) fibroblastos
5 - é responsável pela reserva energética do organismo, pelo
isolamento térmico contra a perda de energia calorífica e por gerar
um sistema físico de amortecimento de impactos em determinadas
áreas do corpo. Como era de se esperar, é rico em capilares que
tanto suprem as células de seu principal substrato de
armazenamento, como levam destas o resultado da degradação
lipídica quando necessário suprir os outros tecidos em situação de
privação energética. A afirmação refere-se ao tecido:
a) adiposo
b) muscular
c) nervoso
d) ósseo
e) sanguíneo