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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁCENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADASDEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CUSTEIO VARIÁVEL COMO INSTRUMENTO DE APOIO ÀS DECISÕES GERENCIAIS:
UM ESTUDO DE CASO NUMA PEQUENA EMPRESA FAMILIAR DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO SETOR DE LAVANDERIAS
INDUSTRIAIS
MARCELO DEL TREJO
MARINGÁ
2008
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁCENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADASDEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CUSTEIO VARIÁVEL COMO INSTRUMENTO DE APOIO ÀS DECISÕES GERENCIAIS:
UM ESTUDO DE CASO NUMA PEQUENA EMPRESA FAMILIAR DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO SETOR DE LAVANDERIAS
INDUSTRIAIS
Projeto apresentado pelo aluno Marcelo Del Trejo, como requisito parcial para a aprovação da disciplina Trabalho Final de Graduação, do curso de Ciências Contábeis, da Universidade Estadual de Maringá. Orientador: Prof. Dr. Paulo Moreira da Rosa
MARINGÁ
2008
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................................3
1.2. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................5
1.3. OBJETIVOS................................................................................................................6
1.3.1. Objetivo Geral....................................................................................................6
1.3.2. Objetivos Específicos.........................................................................................6
1.4. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................................7
1.5. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO......................................................................................8
2. REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................9
2.1. EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS.............................................................9
2.2. TERMINOLOGIA E CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS.....................................................11
2.2.1. Desembolso.......................................................................................................11
2.2.2. Gastos...............................................................................................................11
2.2.3. Despesas...........................................................................................................12
2.2.4. Custos...............................................................................................................12
2.2.5. Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos..............................................13
2.2.5.1. Custos Diretos................................................................................................13
2.2.5.2. Custos Indiretos.............................................................................................13
2.2.6.1. Custos Fixos...................................................................................................14
2.2.6.2. Custos Variáveis............................................................................................14
2.2.7. Outras Nomenclaturas de Custos......................................................................14
2.2.7.1. Custos Primários............................................................................................14
2.2.7.2. Custos de Transformação..............................................................................14
2.2.7.3. Custo de Produto............................................................................................14
2.2.7.4. Custo de Período............................................................................................14
2.2.7.5. Custos de Produção........................................................................................14
2.2.7.6. Custos de não-produção.................................................................................14
2.3. ELEMENTOS DE CUSTO...........................................................................................15
2.3.1. Materiais Diretos..............................................................................................15
2.3.1.1. Impostos Recuperáveis..................................................................................15
2.3.1.2. Gastos Adicionais..........................................................................................16
2.3.2.3. Critérios de Avaliação dos Materiais.............................................................16
2.3.2.3.1. PEPS (FIFO)...............................................................................................16
2.3.2.3.1. Média Ponderada........................................................................................17
2.3.2. Mão-de-Obra Direta..........................................................................................17
2.3.3. Custos Indiretos de Fabricação.........................................................................17
2.4. CUSTEIO VARIÁVEL.................................................................................................18
2.4.1. Margem de Contribuição..................................................................................18
2.4.2. Ponto de Equilíbrio...........................................................................................18
2.4.3. Demonstração de Resultado.............................................................................18
3. METODOLOGIA.................................................................................................19
3.1. DEFINIÇÃO DO TIPO DE PESQUISA..........................................................................19
3.2. DEFINIÇÃO DAS PERGUNTAS DA PESQUISA.............................................................20
3.3. MÉTODO DE COLETA DE DADOS.............................................................................21
3.4. LIMITAÇÃO DA PESQUISA........................................................................................22
REFERÊNCIAS........................................................................................................23
CRONOGRAMA......................................................................................................24
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1. INTRODUÇÃO
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO
As transformações econômicas, sociais e culturais da sociedade em geral
representam os efeitos da globalização e do progresso da ciência, da tecnologia e da
telecomunicação que atinge o comportamento social do indivíduo.
A tecnologia de informação facilita o intercâmbio entre as comunidades. Os recursos
eletrônicos como internet, intranet, celular e outros, possibilitam o acesso a bens e serviços,
fornecedores e clientes de qualquer lugar o mundo.
Existem, porém, aspectos positivos e negativos nessas mudanças.
Num primeiro momento, quando um país passa a ter acesso aos mercados
internacionais, é comum que haja elevado número de falências e desemprego, pois as
indústrias locais não conseguem concorrer com suas congêneres mundiais, que oferecem
melhores produtos e preços menores.
Posteriormente, quando a indústria local consegue ajustar-se à concorrência e torna-
se ela própria uma concorrente no mercado mundial, inicia-se um processo de rápido
desenvolvimento.
No momento atual, o grupo de países conhecidos por BRIC (Brasil, Rússia, Índia e
China), com suas grandes economias exportadoras têm sido os grandes beneficiários da
globalização, ao lado de outras economias emergentes.
Brasil, Rússia, Índia e China. Até 2050, esses países podem se tornar as quatro potências econômicas dominantes no planeta, responsáveis por uma grande parte da produção industrial mundial. A China, então uma força econômica 20 vezes maior do que hoje, terá ultrapassado os EUA. Em 2050, os países BRIC podem ter até mesmo um peso econômico maior do que os membros do atual G7.
(O'Neill, Jim; Deutsche Welle – 10/05/2007)
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Na década de 70, foi o Japão que “pegou carona” na globalização, embora o termo
ainda nem existisse, e fez dela a sua passagem de entrada para o primeiro mundo.
Nas décadas de 80 e 90, foi a vez dos “Tigres Asiáticos”, países como Coréia,
Taiwan, Singapura, Hong-Kong, usarem essa mesma porta de entrada para o grupo dos países
desenvolvidos.
Agora, é a vez do Brasil.
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1.2. JUSTIFICATIVA
As empresas nunca enfrentaram tamanha competição como a que enfrentam
atualmente. Os desafios do dia-a-dia levam as empresas buscarem cada vez mais a sua
eficiência.
O custo de produção passou a ser fator fundamental para o sucesso de qualquer
empreendimento. Com as empresas do setor de lavanderias industriais não poderia ser
diferente, elas são afetadas direta e indiretamente. Diretamente, porque seus concorrentes, ao
disporem de equipamentos e técnicas mais adequadas, conseguem maior produtividade e
praticar preços mais competitivos com um bom desempenho econômico. E indiretamente,
porque seus clientes estão sujeitos a competição ainda mais agressiva, muitas vezes
enfrentando concorrentes internacionais que se utilizam até mesmo de práticas eticamente
duvidosas para colocar seu produto no mercado.
Uma operária vietnamita de uma confecção nos arredores da capital Hanói recebe US$ 0,28 por hora. É o salário mais baixo do mundo nesse setor, só igualado por Bangladesh, segundo dados da Werner Consulting, principal consultoria global da área têxtil. No Brasil, uma costureira recebe, em média, quatro vezes mais: US$ 1,06 por hora. No Vietnã, o salário consegue ser menor que na China, conhecida pelas longas jornadas e pelos raros direitos trabalhistas. Uma operária ganha US$ 0,76 por hora em uma confecção do litoral chinês e US$ 0,48 no interior do país. A situação no Vietnã pode ser considerada opressiva, mas o custo do trabalho se transformou na principal ferramenta de desenvolvimento do pequeno país asiático.
(www.valoronline.com.br – em 14/05/2007)
Nesse contexto, esse trabalho pretende contribuir para que as empresas do setor de
lavanderias industriais possam conhecer melhor os seus custos, e assim ter melhores
condições de competir no mercado.
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1.3. OBJETIVOS
1.3.1. Objetivo Geral
O objetivo deste trabalho é aplicar a metodologia do custeio variável em uma
empresa do setor de lavanderia industrial para que a mesma possa ter conhecimento dos seus
custos e melhorar sua competitividade.
1.3.2. Objetivos Específicos
a) Elaborar, caso existam, verificar as planilhas de custo dos serviços executados
pela empresa;
b) Identificar por meio da metodologia do custeio variável, quais os custos diretos
nos serviços executados;
c) Apurar a margem de contribuição individual dos serviços;
d) Apurar a margem de contribuição ponderada dos serviços;
e) Elaborar a classificação decrescente da margem de contribuição ponderada dos
serviços, de modo a evidenciar ao empresário quais os produtos que mais
contribuem no pagamento dos custos e despesas fixas.
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1.4. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo delimita-se aos componentes de custo dos serviços prestados, em especial
aos custos diretos, utilizando-se os dados das atividades realizadas pela empresa no mês de
fevereiro de 2008.
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1.5. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO
O trabalho será organizado em 5 capítulos, como segue:
No Capítulo I será abordado o atual contexto que envolve a área relacionada ao tema
do trabalho e os fundamentos que justificam a sua realização.
No Capítulo II será realizada uma pesquisa bibliográfica que descreverá a
fundamentação teórica que dará suporte à realização do trabalho prático.
No Capítulo III serão descritos os métodos que serão utilizados para a elaboração do
trabalho.
No Capítulo IV será apresentado o estudo de caso que será realizado na Empresa
XYZ.
No Capítulo V serão descritas as conclusões que poderão ser tomadas com a
finalização do estudo, como também serão relacionadas algumas recomendações à entidade
estudada
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2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade de custos surgiu com o advento da revolução industrial, a partir do
século XVIII. A crescente mecanização do que era artesanal e familiar, o impacto nas
relações de troca de mercadorias e no regime de trabalho resultaram no que conhecemos
como Revolução Industrial.
Com a sofisticação dos processos industriais e utilização de novos processos
produtivos, naturalmente surgiu a necessidade de novas formas de controle e apuração de
resultados. Essa necessidade é uma preocupação antiga dos empresários.
As primeiras organizações comerciais americanas a desenvolverem sistemas de contabilidade gerencial foram as tecelagens de algodão mecanizadas e integradas, surgidas após 1812. Elas utilizavam contas de custos para avaliar a mão-de-obra direta e custos gerais na conversão das matérias-primas em fios e tecidos acabados. Antes da Revolução Industrial, a contabilidade era sobretudo um registro das relações externas de uma unidade comercial. Com o advento das operações produtivas de larga escala, surgiu a necessidade de maior ênfase na contabilidade voltada aos interesses dentro da unidade competitiva e ao uso de registros como meio de controle administrativo das empresas.
KAPLAN, in OLIVEIRA (2005, p.17)
Com o surgimento das indústrias, o trabalho do contador tornou-se mais complexo.
Os dados necessários para fazer o balanço e a apuração de resultado já não eram mais
facilmente obtidos. Passou a ser mais trabalhoso e complexo atribuir valor aos estoques e aos
produtos vendidos. Foram desenvolvidos diversos métodos de custeio, sendo os mais
conhecidos o custeio por absorção ou tradicional, custeio direto ou variável, e o custeio ABC.
Segundo Martins (2003, p.21), “(...) a preocupação primeira dos contadores,
auditores e fiscais foi a de fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus
problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, e não de fazer dela um
instrumento de administração”.
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Com o passar do tempo, a Contabilidade de Custos foi assumindo novas funções, e
assumiu o papel de geradora de informações de apoio a decisões e controle de operações.
Leone (1994), afirma que a Contabilidade de Custos funciona como um centro
processador de informações, que recebe os dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os
e interpreta-os, produzindo informações de custos para os diversos níveis gerenciais.
Assim, a contabilidade evolui de um mero registro das operações da empresa, e passa
a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às
funções de determinação de desempenho, de planejamento e de controle das operações e de
tomada de decisões.
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2.2. TERMINOLOGIA E CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS
É comum, de maneira freqüente nas ciências econômicas, que utilizem várias
denominações para um mesmo conceito, tornado assim confuso o entendimento de idéias cuja
diferenciação é bastante sutil, embora mudem radicalmente a interpretação de um conceito se
mal entendidas.
Para que haja uma comunicação adequada e perfeito entendimento das idéias, é
imprescindível que os conceitos e significados de termos utilizados na contabilidade de custos
tenham o mesmo nome entre as parte que se comunicam, sob pena de, no mínimo, ter o
entendimento prejudicado.
2.2.1. Desembolso
Ao adquirir-se um bem ou um serviço, pagar-se-á por ele. Esse pagamento se dará no
momento da aquisição, no caso das compras a vista, ou posteriormente, quando a compra for
a prazo. No momento em que efetuarmos o pagamento, estaremos realizando um desembolso.
Assim, podemos definir os desembolsos como sendo os pagamentos que realizamos, ou seja,
as saídas de dinheiro do caixa ou das contas da empresa.
Martins (2003, p.25), define desembolso como o “pagamento resultante da aquisição
de bem ou serviço”.
Já Oliveira (2005, p.29) considera desembolsos as “saídas de dinheiro do caixa ou
das contas bancárias das empresas, ou seja, entrega a terceiros de parte dos numerários da
empresa”.
2.2.2. Gastos
Podemos definir gasto como sendo o consumo de bens ou serviços. Quando utilizo
uma matéria-prima, utilizo mão-de-obra própria ou de terceiros, consumo energia elétrica, etc,
estou realizando um gasto, pois estou consumindo um bem ou utilizando um serviço.
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Oliveira (2005, p.30), define gastos como “o consumo genérico de bens e serviços
ou, em outras palavras, dos fatores e produção”.
Leone (1997, p.46), diz:
O termo gastos é usado para definir as transações financeiras em que há ou a diminuição ou do disponível ou a assunção de um compromisso em troca de algum bem de investimento ou bem de consumo. Desse modo, o gasto pode ser imediatamente classificado como gasto de investimento (aquele que vai ser ativado) ou como gasto de consumo (que será batizado como uma despesa).
Para Martins (2003, p.24) gasto é a “compra de um produto ou serviço qualquer, que
gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse representado por
entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”.
Vemos que as três definições são essencialmente semelhantes, embora Martins
(2003) a defina de forma mais abrangente, ainda que sucinta.
2.2.3. Despesas
Despesa é um gasto. É o consumo de bens e serviços no esforço de obtenção de
receitas.
Martins (2003, p.25) define despesa como sendo um “bem ou serviço consumido
direta ou indiretamente para a obtenção de receitas”.
Oliveira (2005, p.32), por sua vez, faz uma definição mais clara: despesas são
“gastos relativos aos bens e serviços consumidos no processo de geração de receitas e
manutenção do negócio da empresa. Todas as despesas estão direta ou indiretamente
associadas à realização de receitas”.
2.2.4. Custos
O conceito que diferencia despesa de custo, embora sutil num primeiro momento,
torna-se bastante claro após algumas definições. Essencialmente, a distinção se dá pelo fato de
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que chamamos um gasto de custo quando ele está ligado ao processo produtivo. É o sacrifício
de bens e serviços realizado na produção de outros bens e serviços.
Atkinson (2000, p.125) diz que “Custo é definido como o valor monetário de bens e
serviços gastos para se obter benefícios reais ou futuros”.
Para Martins (2003, p.25), custo é um “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na
produção de outros bens ou serviços”. E acrescenta, “O Custo é também um gasto, só que
reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção
(bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço”.
2.2.5. Classificação dos Custos em Diretos e Indiretos
Uma classificação bastante usual é a que leva em conta a possibilidade de identificar
diretamente os custos nos produtos, ou não. Sob essa ótica, os custos podem ser classificados
em Diretos e Indiretos.
2.2.5.1. Custos Diretos
Os custos são classificados como diretos, quando podem ser identificados
diretamente ao produto. Não se faz necessário um critério de rateio para determiná-los. Podem
ser identificados com 100% de certeza.
Martins (2003, p.48) diz, “podemos verificar que alguns custos podem ser
diretamente apropriados aos produtos, bastando haver uma medida de consumo (quilogramas
de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão-de-obra utilizadas e até
quantidade de força consumida). São os Custos Diretos com relação aos produtos”.
Segundo Atkinson (2000, p.127), “custos diretos de produção podem ser
identificados diretamente ao produto”.
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2.2.5.2. Custos Indiretos
São classificados como indiretos os custos que não podem ser identificados
diretamente ao produto. Para determiná-los, é necessário um critério de rateio, critério esse
por vezes bastante arbitrário e impreciso.
Martins (2003, p.49) diz, referindo-se aos custos, que “outros realmente não
oferecem condição de nenhuma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser
feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias
etc.). São os custos indiretos com relação aos produtos”.
Iudícibus (2003, p.126) chama os custos indiretos de gastos gerais de fabricação, e
escreve que:
Os gastos gerais de fabricação, também chamados custos indiretos industriais, incluem todos os demais custos incorridos na produção (inspeção, manutenção, almoxarifado, supervisão, administração da fábrica, depreciação, energia, seguros etc.) e são, em geral, atribuídos aos produtos por meio de rateios. Tais custos são geralmente aplicados com base no número de horas ou valor da mão-de-obra direta, ou horas-máquina etc.
2.2.6. Classificação dos Custos em Fixos e Variáveis
Além de seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos podem ser classificados
de outras formas diferentes. Uma outra forma bastante comum, e muito importante, é a que
leva em conta o valor total do custo numa unidade de tempo e sua relação com o volume de
produção. Nesta classificação, os custos são considerados Fixos ou Variáveis.
2.2.6.1. Custos Fixos
São custos que não variam proporcionalmente em relação à produção, sendo mesmo
fixos realmente em sua grande maioria. Um exemplo típico desse tipo de custo é o aluguel da
fábrica, que para um mês específico tem um valor determinado, independente do volume de
produção.
Para Atkinson (2000, p.183) os “Custos Fixos não mudam com as mudanças no nível
de produção (ou vendas) durante curtos períodos de tempo. Aluguel e seguro para instalações
de uma fábrica, por exemplo, não mudarão mesmo se a produção cair por 5% ou 10%”.
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Martins (2003, p.50) diz: “o aluguel da fábrica em certo mês é de determinado valor,
independentemente de aumentos ou diminuições naquele mês do volume elaborado de
produtos. Por isso, o aluguel é Custo Fixo”.
2.2.6.2. Custos Variáveis
Os custos variáveis são aqueles que variam na mesma proporção do aumento ou
diminuição da produção. Se em determinado mês a empresa produzir mais, os custos variáveis
aumentarão na mesma proporção. Se, por outro lado, a produção diminuir, igualmente
diminuirão os custos variáveis, também na mesma proporção. Nos custos variáveis estão
classificados os custos de materiais diretos e a mão-de-obra direta.
Hong (2006, p.45) afirma que os custos variáveis “variam na mesma proporção das
alterações no nível de atividades da empresa em determinado período (dia, semana ou mês). “
Ainda segundo Hong(2006) alguns exemplos de custos variáveis são matéria-prima,
salários, mão-de-obra direta e energia elétrica.
2.2.7. Outras Nomenclaturas de Custos
2.2.7.1. Custos Primários
2.2.7.2. Custos de Transformação
2.2.7.3. Custo de Produto
2.2.7.4. Custo de Período
2.2.7.5. Custos de Produção
2.2.7.6. Custos de não-produção
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2.3. ELEMENTOS DE CUSTO
Podemos dividir os custos de fabricação essencialmente em três elementos: materiais
diretos, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação.
2.3.1. Materiais Diretos
São os materiais que podem ser identificados diretamente no produto final, não
havendo necessidade de se adotar um critério de rateio. Podemos mensurar ou calcular sem
margem de erros os valores alocados.
Os materiais diretos são caracterizados como custos adotados nos produtos da forma
mais direta possível, por serem facilmente identificáveis. São constituídos por todas as
matérias-primas, materiais secundários, peças adquiridas prontas, embalagens e outro que
sejam aplicados diretamente ao produto.
Atkinson (2000, p.127) diz que “custos de material direto são os custos de todos os
materiais e peças que podem ser facilmente identificáveis no produto final”.
Ainda Atkinson (2000, p.127) exemplifica “se a produção de um chassis de
automóvel requer 120 quilo de aço e o preço do aço é $11 o quilo, o custo direto de material
do chassis é computado como: preço por quilo x quantidade de quilos de aço por chassis, ou
$ 1.320 ($11 x 120)”.
2.3.1.1. Impostos Recuperáveis
Caso existam impostos recuperáveis incluídos no preço pago pelo material, como
ICMS ou PIS, os mesmos devem ser excluídos do custo da material.
Iudícibus (2003, p.119) afirma que “no caso [...] em que o ICMS é fiscalmente
recuperável, não deverá fazer parte dos estoques”.
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2.3.1.2. Gastos Adicionais
Por outro lado, se houverem gastos com transporte, seguros, armazenagens, impostos
de importação e outros encargos adicionais ao valor pago ao fornecedor, estes devem compor
os custos dos estoques.
O conceito de custo de aquisição é que deve englobar o preço do produto comprado mais os custos incorridos adicionalmente, até estar o item no estabelecimento da empresa. Nesse sentido, os custos de embalagem, transporte e seguro, quando por conta da empresa, devem ser considerados como parte do custo de aquisição e debitados a tais estoques.
IUDÍCIBUS (2003, p.119)
Segundo Martins (2003, p.117) “todos os gastos incorridos para a colocação do ativo
em condições de uso [...] ou em condições de venda [...] incorporam o valor desse mesmo
ativo”.
2.3.2.3. Critérios de Avaliação dos Materiais
Se a matéria-prima foi adquirida especificamente para o uso numa determinada
ordem de produção ou encomenda, não há o que ter dúvida quanto ao reconhecimento do
quanto lhe atribuir: será o seu preço específico de aquisição. Entretanto, se diversos materiais
iguais forem comprados por preços diferentes, principalmente por terem sido adquiridos em
datas diversas, e forem intercambiáveis entre si, algumas alternativas surgem.
2.3.2.3.1. PEPS (FIFO)
PEPS significa Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (Fisrt In, First Out). Neste
método, os custos dos estoques mais antigos são atribuídos primeiro aos produtos,
permanecendo os mais recentes em estoque.
Iudícibus (2003, p.120) afirma:
Com base neste critério, daremos baixa pelo custo de aquisição, da seguinte maneira: o Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS ou FIFO – Fist-In-First-Out). À medida que ocorrem as vendas ou o consumo, vai-se dando baixa, a partir das primeiras compras, o que equivale ao seguinte raciocínio: vendem-se ou consomem-se antes as primeiras mercadorias compradas.
19
Segundo Martins (2003, p.119), “neste critério, o material utilizado é custeado pelos
preços mais antigos, permanecendo os mais recentes em estoque. O primeiro a entrar é o
primeiro a sair (first-in, first-out)”.
2.3.2.3.1. UEPS (LIFO)
2.3.2.3.1. Média Ponderada
2.3.2. Mão-de-Obra Direta
Encargos
Tempo não produtivo
2.3.3. Custos Indiretos de Fabricação
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2.4. CUSTEIO VARIÁVEL
2.4.1. Margem de Contribuição
2.4.2. Ponto de Equilíbrio
2.4.3. Demonstração de Resultado
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3. METODOLOGIA
3.1. DEFINIÇÃO DO TIPO DE PESQUISA
O tipo de pesquisa utilizado na elaboração deste trabalho será o estudo de caso.
O estudo de caso é uma técnica de pesquisa na qual o pesquisador, utilizando-se da
observação e da coleta de dados, realiza um estudo aprofundado de uma ou mais
características do objeto estudado, objetivando obter ou mesmo comprovar o conhecimento a
seu respeito.
Segundo Gil (1999), o estudo de caso é constituído pelo estudo profundo e exaustivo
de um ou de poucos objetos, permitindo que se obtenha o seu amplo e detalhado
conhecimento, tarefa praticamente impossível caso se utilize outros tipos de delineamento.
Para Pádua (2004), o estudo de caso não pode ser considerado uma técnica que
realiza a análise do indivíduo em toda sua unicidade, mas é uma tentativa de abranger as
características mais importantes do tema que se está pesquisando, bem como seu processo de
desenvolvimento.
A grande vantagem do estudo de caso é permitir ao pesquisador concentrar-se em um
aspecto ou situação específica e identificar, ou tentar identificar, os diversos processos que
interagem no contexto estudado.
O ponto forte do estudo de caso é sua capacidade de explorar processos à medida que
esses ocorrem nas organizações.
A esse respeito, Pádua (2004, p.75) diz:
Mesmo se considerando que o pesquisador, ao se propor desenvolver sua investigação através do estudo de caso, já parta de alguns pressupostos teóricos, o caso propriamente dito se constrói no processo de pesquisa, à medida que se identificam os múltiplos fatores que concorrem para sua configuração.Nesse sentido, esta técnica é flexível, podendo o pesquisador passar do contexto meramente descritivo para o contexto interpretativo ou heurístico, à medida que sua pesquisa avance.
As principais desvantagens do método do estudo de caso, segundo Gil (1999) são:
- a falta de rigor científico;
- a influência do investigador – falsas evidências, visões distorcidas;
- fornece pouquíssima base para generalizações;
- são muito extensos e demandam muito tempo para serem concluídos.
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3.2. DEFINIÇÃO DAS PERGUNTAS DA PESQUISA
A presente pesquisa busca responder as seguintes indagações:
- A empresa possui sistema de controle interno em todas as áreas funcionais?
- É utilizado algum tipo de software para controle e movimentação dos produtos
em estoque, controle e planejamento financeiro?
- A empresa sabe quais são os seus custos de produção, e faz o seu
acompanhamento?
- Quais são os produtos e famílias de produtos mais rentáveis?
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3.3. MÉTODO DE COLETA DE DADOS
A fonte de dados para o desenvolvimento desta pesquisa serão as informações e a
análise dos procedimentos adotados pela empresa, utilizando os seguintes meios:
- Avaliação do controle interno existente na empresa;
- Entrevistas com funcionários e proprietário;
- Observação direta e acompanhamento dos procedimentos operacionais internos;
- Consulta a diversos documentos fiscais e de suporte (notas fiscais, fichas de estoque,
livro caixa, ficha técnicas, etc.).
Posteriormente, serão feitas conclusões e recomendações.
24
3.4. LIMITAÇÃO DA PESQUISA
Esta pesquisa limita-se a tratar o caso específico dos componentes de custo dos
serviços prestados, em especial aos custos diretos, utilizando-se os dados das atividades
realizadas pela empresa no mês de fevereiro de 2008. Assim sendo, o resultado obtido não
poderá ser generalizado para todas as empresas, pois cada entidade possui suas próprias
particularidades.
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REFERÊNCIAS
ATKINSON, Anthony A.; BANKER, Rajiv; KAPLAN, Robert S.; YOUNG, S. Mark. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
HONG, Yuh Ching. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Gerencial. 6 ed. São Paulo: Atlas, 1998.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável às demais sociedades. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1997.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2003.
OLIVEIRA, Luís Martins de; HERNANDEZ PEREZ JÚNIOR., José. Contabilidade de custos para não contadores. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Curso básico gerencial de custos. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.
PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: Abordagem teórico-prática. 10. ed. Campinas, SP: Papirus, 2004.
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CRONOGRAMA
ATIVIDADES
MESES - ANO 2008
04 05 06 07 08 09 10 11
Elaboração do Projeto
Revisão Bibliográfica
Levantamento de Dados
Análise dos Dados
Conclusão/Recomendação
Redação Preliminar
Revisão
Versão Final