“CRISE INTERNACIONAL, OPORTUNIDADES E DESAFIOS PARA A RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO...

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“ CRISE INTERNACIONAL , OPORTUNIDADES E DESAFIOS

PARA A RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO

BRASILEIRO ”

CONVENÇÃO - CIESP

DECOMTEC - Departamento deCompetitividade e Tecnologia

Agosto de 2012

José Ricardo Roriz Coelho

DECOMTEC

2

1. Quais as perspectivas para o crescimento econômico mundi al nospróximos anos e a situação das principais economias? Qual o p rincipaldrive para o crescimento?

2. Quais as principais oportunidades para acelerar o cresci mento do PIBbrasileiro nos próximos anos? Quais as cadeias produtivas c om maiorpotencial de crescimento?

3. O Brasil tem aproveitado e está preparado para aproveitar taisoportunidades?

4. De que maneira alguns países converteram oportunidades e mcrescimento econômico? O que seria um crescimento razoável p ara oBrasil nos próximos anos?

5. Qual estratégia o Brasil precisa seguir para crescer nova mente?

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3Fonte: Banco Mundial. Elaboração:DECOMTEC/FIESP.

Crescimento do PIB (%a.a.)

A crise financeira internacional afetou o crescimento econômico mundialem 2008-09. Houve recuperação em 2010-11, mas até 2014 a economiaglobal terá nova desaceleração

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

60´s 70´s 80´s 90´s 2000-07 2008-09 2010-11 2012-2014

Área do Euro Mundo Brasil China Índia Estados Unidos

Mundo:3,5%

2,9%

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4Fonte: Banco Mundial. Elaboração:DECOMTEC/FIESP.

Crescimento do PIB (%a.a.)

A crise financeira internacional afetou o crescimento econômico mundialem 2008-09. Houve recuperação em 2010-11, mas até 2014 a economiaglobal terá nova desaceleração

-2,0

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60´s 70´s 80´s 90´s 2000-07 2008-09 2010-11 2012-2014

Área do Euro Mundo Brasil China Índia Estados Unidos

2,9%

3,7%

6,9%

8,4%

2,4%

0,6%

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Principais características da crise nas maioreseconomias mundiais: Europa, EUA e China

� Europa:o Elevado endividamento público e privado com aumento expressivo nas taxas de juros

da dívida (por exemplo, Espanha acima de 7,0%a.a. para 10 anos);o Políticas fiscais recessivas (contração do gasto público) e queda da demanda interna;o Indefinições na política monetária levando à insuficiência de políticas anticíclicas;o Estagnação ou retração do mercado interno e retração no comércio externo.

� EUA:o Alto endividamento das famílias;o Deflação de ativos (imóveis) e insolvência de empresas e famílias;o Baixo nível de confiança do consumidor, em economia cuja base é o consumo;o Paralisia nas decisões de política econômica de reação à crise;o Baixo crescimento do mercado interno, do PIB e retração no comércio externo.

� China:o Menor capacidade de exportação (queda da demanda nos mercados: EUA e UE);o Mercado interno ainda insuficiente para sustentar crescimento econômico recente;o Possíveis pressões por redução no superávit comercial chinês de manufaturados;o Regime político tem baixa eficácia na resolução de conflitos, o que é especialmente

problemático em épocas de redução do crescimento.o Alguns trabalhos indicam tendência a significativa redução no crescimento da renda

per capita no nível que a China deverá atingir em quatro anos.

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o Os prognósticos indicam que a expansão das exportações deve dar menor contribuição aocrescimento da economia mundial até 2014, se comparado às últimas décadas.

o Reduzido crescimento das exportações e queda da demanda interna dos países têmcontribuído para elevação das taxas de desemprego. O Brasil é exceção, com diminuição dodesemprego.

o O aumento do desemprego é agravado pelo crescimento do endividamento do setor privado,limitando a recuperação das economias centrais. Apesar do crescimento recente, o créditono Brasil é relativamente reduzido.

o O endividamento público alto e crescente é mais um fator negativo nas perspectivas derecuperação do crescimento da economia mundial. Já no Brasil, o endividamento públicotem diminuído.

Cenário econômico Mundo X Brasil

O Brasil possui mercado interno com crescimento rel evante, e a curto e médio prazo não existem alternativas

Nesse quadro, o crescimento com base na demanda externa tem m enor potencial...logo: os países que quiserem crescer, nestes próximos anos, vão depender daexpansão do mercado interno.

Além disso, o Brasil ainda possui outros aspectos que podem contribuir para a retomada do crescimento econômico nos próximos anos.

Mundo = (-) Mercado Interno (+)Endividamento (+)Desemprego (-)Exportações

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O processo de mudança na composição de classes (aumento de re ndade parte da população das classes C, D, E + Bônus demográfico) , comconsequente crescimento da participação das classes C, bem como A eB, projeta mais crescimento do consumo interno nos próximos anos

93 83 9673 64 56

46 55

6695 106 113

9 13

1320 23 31

1993 1995 2003 2009 2011 2014P

Classes A e B

Classe C

Classes D e E

57% da população

População Brasileira por Classes Sociais* (milhões de pessoas)

Fonte: FGV. BC e MF. Elaboração Decomtec/FIESP. *Baseado em dados da PNAD (IBGE)

Boa parte da população cuja renda tem crescido está ingressando no mercadoconsumidor, sobretudo de bens de consumo não duráveis e duráveis.

Elevada propensão ao consumo de

produtos industriais

57% da população

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No ESTADO DE SÃO PAULO, avalia-se que nove cadeiasprodutivas têm potencial de crescimento, favorecendo a realizaçãode significativo volume de investimentos nos próximos anos.

• Outros setores da economia brasileira

-Positivamenteimpactados peloaumento da renda e dos investimentos

• Cadeias produtivas estruturantes no Estado de São Paul o

• Viabilizadores:-Política industrial-Fundamentos macroeconômicos- Inovação e tecnologia

Aço-intensiva-Bens de capital-Automotiva-Produtos de metal

Petróleo e gás-E&P-Refino

Agropecuária-Agro: açúcar/etanol, laranja-Pecuária: bovino, frango, suíno, lácteos

Têxtil-Confecção

Química-Fertilizantes-Petroquímica-Química fina / fármacos-Plástico-Química verde / biodiversidade

Alimentos-Processamento de alimentos

Eletrônica-TIC´s

-Semicondutores

Aeroespacial-Aviação/Defesa

Constr. civil- Infraestrutura-Habitação

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Petróleo e gás Alimentos

EtanolAutomotiva QuímicaConstrução Civil

Setores vetoresancorados na demanda interna:

Setores vetoresancorados na demanda externa:

Grau de dinamismo+ -

Grau de dinamismo+ -Fonte: análise Bain

Eletrônicos

Foram identificados os setores potencialmente mais dinâmicos,com papel indutor no desenvolvimento de suas cadeias noESTADO DE SÃO PAULO

Aeroespacial

Autopeças

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Petróleo e gás Alimentos

EtanolAutomotiva QuímicaConstrução Civil

Setores vetoresancorados na demanda interna:

Setores vetoresancorados na demanda externa:

Grau de dinamismo+ -

Grau de dinamismo+ -Fonte: análise Bain

Eletrônicos

Aeroespacial

Bens de capitalAutopeças

Foram identificados os setores potencialmente mais dinâmicos,com papel indutor no desenvolvimento de suas cadeias noESTADO DE SÃO PAULO

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11

Petróleo e gás Alimentos

EtanolAutomotiva QuímicaConstrução Civil

Setores vetoresancorados na demanda interna:

Setores vetoresancorados na demanda externa:

Grau de dinamismo+ -

Grau de dinamismo+ -Fonte: análise Bain

Eletrônicos

Aeroespacial

Bens de capitalAutopeças Fertilizantes

Foram identificados os setores potencialmente mais dinâmicos,com papel indutor no desenvolvimento de suas cadeias noESTADO DE SÃO PAULO

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12

Petróleo e gás Alimentos

EtanolAutomotiva QuímicaConstrução Civil

Setores vetoresancorados na demanda interna:

Setores vetoresancorados na demanda externa:

Grau de dinamismo+ -

Grau de dinamismo+ -Fonte: análise Bain

Eletrônicos

Aeroespacial

Bens de capitalAutopeças Fertilizantes Engenharia

Foram identificados os setores potencialmente mais dinâmicos,com papel indutor no desenvolvimento de suas cadeias noESTADO DE SÃO PAULO

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Petróleo e gás Alimentos

EtanolAutomotiva QuímicaConstrução Civil

Setores vetoresancorados na demanda interna:

Setores vetoresancorados na demanda externa:

Grau de dinamismo+ -

Grau de dinamismo+ -Fonte: análise Bain

Eletrônicos

Aeroespacial

Bens de capitalAutopeças Fertilizantes Engenharia Logística

Foram identificados os setores potencialmente mais dinâmicos,com papel indutor no desenvolvimento de suas cadeias noESTADO DE SÃO PAULO

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Petróleo e gás Alimentos

EtanolAutomotiva QuímicaConstrução Civil

Setores vetoresancorados na demanda interna:

Setores vetoresancorados na demanda externa:

Grau de dinamismo+ -

Grau de dinamismo+ -Fonte: análise Bain

Eletrônicos

Aeroespacial

Bens de capitalAutopeças Fertilizantes Engenharia Logística Energia/TIC

Foram identificados os setores potencialmente mais dinâmicos,com papel indutor no desenvolvimento de suas cadeias noESTADO DE SÃO PAULO

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As cadeias indicadas correspondem a parcela expressiva doPIB, dos investimentos e do emprego nos últimos anos noEstado de São Paulo

*Investimento ponderado pela participação dos setores selecionados nas Contas Regionais e PIA-IBGE, SEADE.Fonte: SCN-IBGE, PIA-IBGE, Rais-MTE, SEADE, Análise Bain.

Representatividade das cadeias produtivas seleciona das no ESP, 2009 (%)

31%

92%

60%

31%

69%

8%

40%

69%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

PIB PIB indústriatransformação

Investimento* Emprego

Demaiscadeias

Cadeiasselecionadas

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Uma das cadeias com maior potencial é de O&G. Com a E&P em águasprofundas, o Brasil pode se tornar um dos poucos países que combinagrandes reservas com estabilidade institucional

Bacia de Santos – Pré SalBrasil será um dos países mais estáveis

dentre os 10 maiores detentores de reservas

23o

Efeito do pré-sal nas reservas brasileiras

Reservas de petróleo, 2010 (Bboe)

Estabilidade política comparada ao Brasil

9o

Estabilidade política melhor que o Brasil

Estabilidade política piorque o Brasil

Estima-se que os investimentos projetados em

E&P (US$ 528 bilhões até 2020) tem o potencial de gerar 3,9 milhões de

empregos na economia nesse período (~40% no

ESP)

Santos

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1717

RA Registro0,2% VA Fiscal Estado

• Químicos 67,4% • Minerais Não Metálicos 16,9%• Extrativo 5,0%

Acumulado 89,3%

RA Barretos1,0% VA Fiscal

• Alimentos 63,3% • Etanol 28,6%• Máquinas 2,5%

Acumulado 94,4%

RA Campinas27,7% VA Fiscal

• Combustível 18,4% • Auto-Peças 14,3%• Alimentos 9,4%• Químicos 7,7%• Maquinas Equip. 7,1%• Papel Celulose 5,0% • Farmacêuticos 4,2%• Informática 3,6%

Acumulado 69,7%

RA Araçatuba1,2% VA Fiscal

• Alimentos 47,9% • Etanol 27,8%• Couro Calçados 8,7%

Acumulado 84,4%

Valor Adicionado Fiscal* do Setor Industrial (Proxi PIB)

Segmentado por RA (Região Administrativa)

(*) VA Fiscal 2009 Fonte Secretaria da Fazenda

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1818

RA SANTOS3,3% VA Fiscal

• Combustível 32,6% • Químicos 21,0%• Metalúrgica Básica 19,9%

Acumulado 73,5%

RA Ribeirão Preto3,1% VA Fiscal

• Alimentos 37,2% • Etanol 20,8%• Máquinas Equip. 13,2%

Acumulado 71,2%

Presidente Prudente0,9% VA Fiscal

• Alimentos 63,8% • Etanol 22,5%

Acumulado 86,3%

RA Sorocaba6,5% VA Fiscal

• Alimentos 16,9% • Transporte 11,2%• Maquinas Equip. 10,9%• Químicos 7,9%• Minerais Ñ Metal 5,4%• Equip. Elétrico 5,1%• Bebidas 4,7%• Metalurgia Basica 4,3%• Prod Metal 4,1%

Acumulado 70,5%

Valor Adicionado Fiscal* do Setor Industrial (Proxi PIB)

Segmentado por RA (Região Administrativa)

(*) VA Fiscal 2009 Fonte Secretaria da Fazenda

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1919

RA Franca1,3% VA Fiscal

• Alimentos 50,5% • Etanol 17,7%

Acumulado 68,2%

RA RMSP37,2% VA Fiscal

• Equip Transporte 19,8% • Químicos 11,7%• Farmacêutico 9,1%• Máquina Equip 7,1%• Produtos Metal 6,5%• Edição Impressão 5,4%• Plástico 4,8%

Acumulado 64,4%

RA Central2,1% VA Fiscal

Alimentos 41,4% Máquinas Equip. 11,3%Eletrodomésticos 8,7% Vestuário 5,1%Minerais Não Metálico 4,7%

Acumulado 71,2%

RA Marília1,5% VA Fiscal

• Alimentos 61,3% • Maq Equipamentos 9,8 %• Etanol 8,3%

Acumulado 79,4%

Valor Adicionado Fiscal* do Setor Industrial (Proxi PIB)

Segmentado por RA (Região Administrativa)

(*) VA Fiscal 2009 Fonte Secretaria da Fazenda

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2020

VA Bauru2,1% VA Fiscal

• Alimentos 38,2% • Bebidas 14,8%• Etanol 11,2%• Máquinas Equip. 7,3%

Acumulado 71,5%

RA S. J. Rio Preto2,1% VA Fiscal

• Alimentos 59,6% • Etanol 9,4%

Acumulado 69,0%

RA S. J. Campos9,7% VA Fiscal

• Alimentos 16,9% • Transporte 11,2%• Maquinas Equip 10,9%• Químicos 7,9%• Minerais Ñ Metal 5,4%• Equip Elétrico 5,1%• Bebidas 4,7%• Metalurgia Básica 4,3%• Produtos Metal 4,1%

Acumulado 71,2%

Valor Adicionado Fiscal* do Setor Industrial (Proxi PIB)

Segmentado por RA (Região Administrativa)

(*) VA Fiscal 2009 Fonte Secretaria da Fazenda

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Por que o aumento do consumo no mercado interno (visto pelo volumede vendas no varejo ampliado) não foi capturado em crescimento daprodução da ind. de transformação?

Obs: Varejo Ampliado considera Veículos, motocicletas, partes e peças" e "Material de construção"Fonte: IBGE. Elaboração: DECOMTEC/FIESP.

Produção Industrial e Volume de Vendas no Varejo (j an/2004 = 100)

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10,5%11,6%

12,6%14,4%

16,4%18,3%

16,6%

20,4%21,9%

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 201122

Aumento de 11,4p. p. no coeficiente, o que

equivale aUS$ 102,8 bi ou

R$ 171,7 bi (efeito direto). Contando os

efeitos direto e indireto em toda economia, isso significou R$ 381 bi a menos na produção

Dessa forma, 4,5 milhões de empregos

deixaram de ser gerados na economia

Como indicado, a expansão do consumo doméstico tem sido absorvidasobretudo pelas importações. Entre 2003 e 2011 o coeficiente deimportação da ind. de transformação aumentou de 10,5% para 21,9%

R$ 1,00 de aumento na produção daindústria de transformação eleva em R$2,22 a produção da economia.

Fonte: DEREX/FIESP. Elaboração: DECOMTEC/FIESP.

Coeficiente de Importação da Indústria de Transformaçã o

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O aumento recente e previsto para o consumo, o excesso de ofer ta demanufaturados no mercado internacional, associados a comp etição emcondições não isonômicas com importados, podem levar a maio relevação do coeficiente de penetração de importações

1°tri/2015: 26,5%

Indústria de Transformação

Vol. Vendas Varejo Ampliado

Coef. Import.

5

10

15

20

25

30

50

100

150

200

250

300

Coe

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nte

de p

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ões

(%)

Ativ

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d. tr

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arej

o, (

jan0

4=10

0)

1°tri/2012: 21,6%

Produção Industrial, Volume de Vendas no Varejo e c oeficiente de penetração de importações

Fonte: FUNCEX, IBGE, FIESP. Elaboração: DECOMTEC/FIESP.

Tendência de piora para a Tendência de piora para a indústria nacional (e paulista)

no mercado interno provocado pelo redirecionamento das

exportações mundiais (chinesas): de países com

fraco desempenho (EUA e UE) para países com melhor

desempenho (Brasil)

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O que há em comum entre países com alto e prolongado aumentodo PIB per capita? (acima de 4,5% a.a. por 30 anos ou mais)

Fonte: Rodrik, 2012. Elaboração: DECOMTEC/FIESP.

Crescimento anual do PIB per capita dos países (%)

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25

O elevado desempenho desses países se deveu, em boa medida, a generalizadaaplicação de políticas macroeconômicas e industriais com foco na indust rializaçãoacelerada. Tais países utilizaram, com variações, tais instrumentos de política:

o Coerência da política macroeconômica favorecendo a estratégia dedesenvolvimento industrial ;

o Alto nível de investimento em educação;o Taxas de câmbio administradas e competitivas internacionalmente;o Estrutura tributária racional , proporcionando isonomia vis-à-vis competidores

internacionais;o Financiamento com baixo custo , para capital de giro, investimento e

exportações;o Insumos básicos com custos muito competitivos e oferta abundante,

favorecendo a agregação de valor nos elos a jusante das cadeias de valor;o Regras de conteúdo local e outros instrumentos de adensamento de cadeias

produtivas;o Incentivos tributários e subvenção econômica a atividades de P&D ;o Incentivos diversos a exportações e formação e expansão de empresas de

capital nacional ;o Institucionalização da Política Industrial como política de Estado , com eficazes

mecanismos de coordenação.

Quais foram as principais políticas adotadas por esses países?

A Coréia do Sul foi exemplar na aplicação dessas políticas, com resultados excepcionais

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26

O crescimento econômico dos países que aumentaram seu PIB percapita com maior rapidez foi apoiado em altas taxas de investimento.

Aumento do investimento produtivo:

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27

O investimento fixo deve contemplar a infraestrutura. Outros aspectosfundamentais são os investimentos em educação e inovação/P&D. OBrasil tem desempenho muito deficiente nesses fatores.

Fonte: Banco Mundial, IBGE

� Infraestrutura : os investimentos em infraestrutura no Brasil ainda não sãosuficientes para gerar as condições necessárias tanto ao crescimentoeconômico como para ganhos sustentados de competitividade. O país tembaixa classificação quando comparado a demais países.

� Educação : o nível de escolaridade no Brasil é inferior aos alcançados porpaíses com praticamente mesmo gasto como, por exemplo: Colômbia,Chile e Argentina. Ainda, a China gasta o correspondente a 48,5% do gastodo Brasil, mas tem anos de escolaridade 19% superior além de menor taxade analfabetismo. Ou seja, é preciso dar maior eficiência aos investimentosem educação.

� Inovação/P&D : o Brasil tem contribuído muito pouco com o gasto mundialde P&D: em 2007, contribuiu com 1,8%; enquanto a China com 8,9%,Alemanha 6,3%, Coréia do Sul 3,6%, Japão 12,9% e EUA 32,6%. OInvestimento bem direcionado é a grande alavanca da Inovação.

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Os principais entraves ao desenvolvimento da Indústria deTransformação no país estão relacionados ao “Custo Brasil”.Ficou muito caro produzir no Brasil, principalmente devido a:

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O câmbio se tornou um dos principais instrumentos de competi tividadeentre os países. A perda de competitividade do Brasil é em par te devidoà fortíssima valorização do real. Entre jan/04 e mai/12, o rea l foi a maisvalorizada ante o dólar (78,5%) dentre várias moedas relevan tes

0

20

40

60

80

100

120

140

jan-04 jan-05 jan-06 jan-07 jan-08 jan-09 jan-10 jan-11 jan-12

Brasil EUA Coreia do Sul Russia India China Euro Africa do Sul

Câmbio Real - Evolução em relação ao Dólar Americano - jan/2004 a mai/2012

Fonte: OCDE e BCB. Elaboração: DECOMTEC/FIESP

base: jan 2004 = 100

Brasil 78,5%

Russia 61,5%

China 34,8%

India 27,0%

Coreia do Sul 5,5%

Africa do Sul 5,5%

Euro 2,2%

Valorização real das moedas em relação

ao Dólar Americano - mai12/jan04

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� Os juros básicos e spread bancário implicam em custo de R$ 156bilhões com financiamento para capital de giro da indústria detransformação. Considerando a cumulatividade na cadeia, em 2011, 7,5%do preço dos produtos industriais na porta da fábrica se deve ram aocusto de capital de giro . O spread brasileiro é 11,5 vezes maior doque os países que calculam com critério idêntico ao nosso (*).

Juros e spread elevados / Tributação e burocracia

(*) Malásia, Japão, Chile e Itália

� A indústria de transformação é o setor que mais contribui com aarrecadação dentre todos os setores (33,9% do total da carga em 2010),mas sua participação no PIB foi de 16,2%;

� A carga tributária da indústria de transformação é de 59,5% do seu PIB,representando 40,3% dos preços dos produtos industriais.

Os custos da burocracia para pagar os tributos existentes no paísrepresentam R$ 19,7 bilhões do faturamento da indústria de transformação.Considerando o carregamento na cadeia à montante, totaliza um custoanual de 2,6% do preço dos produtos industriais

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• XX• XX

31

Quando medidos em % do custo da mão de obra, o Brasil écampeão em encargos sobre folha de pagamento

Encargos trabalhistas (% do custo da mão de obra in dustrial)

� Os encargos trabalhistas representam 32,4% do total dos custos de mão de obra na indústria , aumentando o custo de produção

� O problema é mais grave na indústria de transformação, que compete em mercados com escala global

Os encargos de nossos competidores são muito menores: 14,7% em Taiwan, 17% na Argentina e Coréia do Sul e 27% no México

Encargos trabalhistas elevados

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A tarifa de energia elétrica para a indústria no Brasil é uma dasmais caras do mundo

Tarifa de energia elétrica para a indústria (US$/MW h)

Fonte: EIA - Energy Information Administration. Elaboração: DECOMTEC/FIESP

Nossa elevada tarifa não se justifica pela matriz energética. OCanadá é o país que tem a matriz mais semelhante à doBrasil, mas sua tarifa é 64% menor

Energia cara

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33Fonte: Word Economic Forum- The Global Competitiviness Report 2011-2012

Classificação do Brasil entre 142 países

104º Geral

66º Telefonia celular

124º Procedimentos alfandegários

91º Ferrovias

122º Aeroportos

118º Estradas

130º Portos

� Os produtos industriais são encarecidos em R$ 17,1 bilhões pelos custosde um sistema logístico deficiente, que não faz jus aos tributosarrecadados pelo Estado. Considerando o carregamento de custo nacadeia à montante, as deficiências da infraestrutura logísticarepresentam 1,8% do preço desses produtos.

Infraestrutura deficiente

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Custo Brasil

1. Câmbio valorizado Valorização de 78,5% ante o dólar desde jan/04

2. Juros e spreads elevadosCusto do capital de giro é 7,5% do preço dos produtos industrializados (2011)

3. Tributação e burocraciaCarga tributária do setor é 40,3% dos preços dos produtos.Custos da burocracia = 2,6% dos preços

4. Encargos trabalhistas elevados

Igual a 32,4% do total dos custos de mão de obra

5. Energia caraUma das mais caras do mundo. O Canadá, com matriz semelhante, tem tarifa 64% menor

6. Infraestrutura deficienteMuito ruim. Custos das deficiências da infraestrutura logística = 1,8% do preço dos produtos industriais

Em síntese, produzir no Brasil é muito caro, especialmente devido aosseis fatores a seguir:

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Qual a estratégia a seguir, de modo a atingir essa meta decrescimento?

O Brasil precisa de uma estratégia de desenvolvimento, na qual os seguintes aspectos são fundamentais:• Expressivo aumento do investimento produtivo;• Reindustrialização , readensando as cadeias produtivas

comprometidas no período de valorização cambial, e outras com maior intensidade tecnológica;

• Programa de redução do Custo Brasil

Manter controle sobre as principais variáveismacroeconômicas é importante, mas não suficiente...

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36

José Ricardo Roriz Coelhojrroriz@fiesp.org.br

Vice-Presidente – FIESPDiretor Titular – Departamento de Competitividade e Tecnologia

Coordenador - Comite de Petroleo e Gas

Presidente - Abiplast