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CONVERSÃO OU TRADUÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
AULA 8
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• OBJETIVOS:– obter demonstrações contábeis em moeda forte;– analisar o desempenho econômico-financeiro das subsidiárias espalhadas pelo mundo em uma única moeda;
– apresentar ao investidor estrangeiro demonstrações contábeis conforme critérios que ele entende;
– permitir a aplicação do método de equivalência patrimonial para os investimentos em outros países;
– possibilitar a consolidação de demonstrações contábeis de empresas localizadas em vários países;
Observações:1) conversão de demonstrações contábeis e contabilidade em moeda estrangeira são coisas diferentes;2) a moeda estrangeira é uma “mercadoria” sujeita à lei da oferta e procura, consequentemente a taxa de câmbio está sujeita a fatores conjunturais como: inflação, fluxo de recursos estrangeiros, Balanço de Pagamentos, taxa de crescimento econômico, credibilidade do Governo, etc.
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• Normas Contábeis Aplicáveis:• Estados Unidos – FASB
– até 1975 SFAS Nº 8 – Contabilidade para Transações em Moeda Estrangeira e de Tradução de Demonstrações Financeiras, substituída em:
– 1981 pela SFAS nº 52 = Tradução de Moeda Estrangeira;
• IASB – em 2003 IAS 21Efeitos das Alterações nas Taxas de Câmbio;
• Brasil – CVM– 2008 – Deliberação nº 534/08 = Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis.
• Observação: as três normas estão alinhadas.
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• Principais Pontos:– avaliação e definição da moeda funcional;
– avaliação e definição do ambiente econômico;
– aplicação do método de conversão;
– mensuração e contabilização dos ganhos e perdas;
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• Conceitos de Moedas:• Moeda Corrente: é a moeda do país em que a empresa opera, Reais no Brasil;
• Moeda Funcional: é a moeda do ambiente econômico principal no qual a empresa opera, que gera seu fluxo de caixa;
• Moeda de Relatório: é a moeda constante das demonstrações financeiras que serão reportadas, por exemplo, US$ se mando minhas DF para investidores nos EUA;
• Moeda Estrangeira: é qualquer moeda que não seja a moeda funcional da empresa;
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• a moeda funcional de uma empresa édeterminada a partir da avaliação dos seguintes indicadores principais:– preço de venda dos produtos e serviços;– custo de produção e serviços;– financiamentos;
• Quando os indicadores não deixarem claro qual é a moeda funcional da empresa, a administração pode julgar e tomar a decisão final na determinação da moeda funcional que melhor represente os efeitos econômicos das transações da empresa.
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• moedas de países com economia hiperinflacionária não podem ser utilizadas como moeda funcional;
• economia hiperinflacionária - países com inflação acumulada de até 100% num período de três anos;
• o Brasil passou a ser considerado país de economia estável em 1º de Julho de 1997, e o Real passou a poder ser utilizado como moeda funcional.
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• Conceitos de Taxas de Câmbio:– Taxa de câmbio: é a taxa utilizada para a troca de duas moedas.
– taxa histórica: taxa de câmbio vigente à data de realização de uma determinada transação;
– Taxa corrente ou de fechamento: taxa de câmbio vigente na data do encerramento das demonstrações contábeis;
– taxa média: média aritmética ponderada das taxas de câmbio durante determinado período;
– Taxa projetada ou prevista: taxas projetadas para data futura (não prevista no FASB 52).
– Observação: normalmente utilizada taxa de venda do câmbio comercial oficial.
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• Métodos de conversão:– câmbio de fechamento ou método corrente;
– monetário e não monetário;
– temporal;
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• Método câmbio de fechamento:Contas taxa de conversão
Ativo – todas as contas câmbio de fechamento
Passivo exigível câmbio de fechamento
Patrimônio Líquido histórica
Receitas e despesas histórica ou média
• ganhos e perdas da conversão são lançados no PL na conta Ajustes Acumulados de Conversão (Cumulative Translation Adjustments);
• este método só é aplicável em países de economia estável;
• vide exemplo arquivo Word anexo.
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• Método monetário e não monetário– Itens monetários expostos: valores em R$ que serão realizados ou exigidos em R$. Exemplo: duplicatas a receber, fornecedores, duplicatas descontadas, provisão para devedores duvidosos, caixa, bancos etc. Esses itens geram ganhos e perdas de conversão em US$ devido a flutuações na taxa de câmbio; (itens que sofrem efeitos da inflação);
– Itens monetários protegidos: disponibilidades, direitos e obrigações em US$ que serão realizados e exigidos em US$. Exemplo: contas a receber de clientes estrangeiros, faturas a pagar a fornecedores estrangeiros, empréstimos em US$. Os itens monetários protegidos geram receitas e despesas de variação cambial. Receitas e despesas de variação cambial não serão convertidos para US$, pois em US$ não houve variação nos saldos contábeis (itens que não sofrem efeitos da inflação).
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• Método monetário e não monetário– Itens não monetários: bens, direitos e obrigações que serão realizados ou exigidos em bens ou serviços. Exemplo: estoques, despesas pagas antecipadamente, adiantamento a fornecedores, participações societárias realizáveis ou permanentes, ativo imobilizado, ativo diferido, adiantamento de clientes, resultados de exercícios futuros e PL (itens que não sofrem efeitos da inflação).
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• Método monetário e não monetário– receitas e despesas monetárias: são aquelas que tem como contrapartida ativos ou passivos monetários. Exemplos:• receitas de vendas a vista disponibilidade
• receitas de vendas a prazo dupls. a receber
• Despesas pagas no período disponibilidade
• Despesas não pagas contas a pagar
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• Método monetário e não monetário– receitas e despesas não monetárias: são aquelas que tem como contrapartida ativos ou passivos não monetários. Exemplo: • custo das vendas estoques• depreciação ativo imobilizado• Aprop. Desp. Seguros desp. Seguros• Resultado eq. Patr. investimentos
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• Método monetário e não monetário– nesse método os saldos contábeis são convertidos:
– ativos e passivos monetários expostos câmbio de fechamento– ativos e passivos monet protegidos câmbio de fechamento– ativos e passivos não monetários histórica de aquisição– receitas e despesas monetárias histórica da realização
ou média ponderada– receitas e despesas não monet. histórica de aquisição
ou formação Observação: ganhos e perdas de conversão ajuste no resultado do
exercício. Este método pode ser usado em qualquer tipo de economia.
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• Método monetário e não monetário
– vide exemplo no arquivo Word anexo.
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• Método temporal– o mais completo: pode ser usado em quaisquer circunstâncias de economia;
– Utilizada taxa cambial de acordo com a base adotada para avaliação do item patrimonial, ou seja, taxa de câmbio histórica, presente ou futura;
– Os itens patrimoniais no Brasil são avaliados conforme o quadro a seguir:
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• Método temporalItens exemplos critério de avaliação taxa de câmbio
Itens monetários pre- duplicatas a rece- valor nominal,isto é, fechamento ou fixados (expostos) ber e a pagar em R$ futuro prevista
Itens monetários pós- contas a receber e a atualizados até a da- fechamentofixados (protegidos) pagar em US$ e in- do balanço, portanto
dexados presente
Itens não monetários estoques custo histórico de a- históricaquisição, portanto valor passado
Itens não monetários ativo imobilizado, ca- custo histórico de a- históricapermanente e PL pital e reservas quisição, portanto
valor passado
Fonte: Perez Jr.(2005:132) com adaptações
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• Método temporal
• Observação: a diferença entre a taxa prevista e efetiva, mencionada no quadro anterior, será apropriada como ganho ou perda na conversão.
– vide exemplo no arquivo Word anexo.
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• apurar resultado e elaborar balanço patrimonial na moeda e critérios contábeis local;
• ajustar, extracontabilmente, as demonstrações contábeis aos USGAAP;
• determinar o método de conversão a ser utilizado;• classificar os itens das demonstrações contábeis em monetários e não monetários;
• converter os itens das demonstrações contábeis para US$ pela taxa de câmbio apropriada;
• obter por diferença o lucro líquido do exercício, na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
Metodologia de Conversão Passo a Passo
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• classificar as receitas e despesas em monetárias e não monetárias;
• conveter as receitas e despesa pela taxa de câmbio apropriada;
• comparar o resultado do exercício apurado conforme item supra com o resultado apurado por diferença na DLPA, sendo a diferença lançado como ganhos ou perdas na conversão (translation gain or loss) no resultado do exercício;
• elaborar a prova da conversão.
Metodologia de Conversão Passo a Passo
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• REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA– Perez Jr., José Hernandez. Conversão das Demonstrações Contábeis, Atlas, São Paulo, 6ª edição, 2005.– Santos, João José dos. IFRS Manual de Contabilidade Internacional, São Paulo, CENOFISCO,2007;– Deliberação CVM nº 534/08, disponível em www.cvm.gov.br
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