Post on 16-Dec-2015
description
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ADMINISTRAO
DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS
Otvio Augusto Mendes
GESTO DE ESTOQUES BASEADA EM ESTRUTURA GENRICA DE
MATERIAIS
Porto Alegre
2011
2
Otvio Augusto Mendes
GESTO DE ESTOQUES BASEADA EM ESTRUTURA GENRICA DE
MATERIAIS
Trabalho de concluso de curso de graduao apresentado ao Departamento de Cincias Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Administrao.
Orientador: Prof. Eduardo Ribas Santos
Porto Alegre
2011
3
Otvio Augusto Mendes
GESTO DE ESTOQUES BASEADA EM ESTRUTURA GENRICA DE
MATERIAIS
Trabalho de concluso de curso de graduao apresentado ao Departamento de Cincias Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Administrao.
Orientador: Prof. Eduardo Ribas Santos
Conceito final:
Aprovado em ........ de .............................de............. .
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Dra. Denise Lindstrom Bandeira UFRGS
____________________________________________
Orientador Prof. Dr. Eduardo Santos Ribas UFRGS
4
DEDICATRIA Dedico este trabalho aos meus pais e meu
irmo que esperaram ansiosamente pelo encerramento dessa etapa em minha vida e a minha eterna amiga Simone e seu filho Rodrigo.
5
AGRADECIMENTOS
Os meus agradecimentos vo para o professor Eduardo Ribas Santos que me
acompanhou nessa breve jornada de concluso de curso, me transmitindo
confiana, tranqilidade e conhecimentos valorosos.
Aos meus pais pela educao, valores e suporte que me proporcionaram em
todas as etapas de minha vida.
Ao meu irmo e meus amigos que toleraram a minha ausncia e acima de
tudo me apoiaram, cobraram e incentivaram a concluso do meu curso de
graduao.
Aos funcionrios da COMGRAD, especialmente ao Gustavo, pela pacincia,
ateno e suporte que dedicou ao meu caso.
E, por fim, agradeo e tambm solicito desculpas aos demais professores
que, anos anteriores, se dispuseram a me orientar no trabalho de concluso e se
viram abandonados no meio do caminho.
6
EPGRAFE
Se as coisas so inatingveis... ora! No motivo para no quer-las... Que tristes os caminhos se no fora A mgica presena das estrelas! Mario Quintana
7
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo propor uma gesto de estoque baseada em
uma Estrutura Genrica de Materiais, a fim de eliminar redundncias e possibilitar
economias de escala nos pedidos de compra. Aps a definio do problema, foram
analisados documentos tcnicos e montado o exemplo prtico para aplicao da
soluo. Assim, foi possvel definir um modelo de aplicao para melhorar a
eficincia da gesto de estoques da empresa.
Palavras-chave: Estrutura Genrica de Materiais, Gesto de Estoque, Controle de
Estoque.
8
LISTA DE ILUSTRAES
Figura 1 Planejamento das necessidades de Materiais..........................................21
Figura 2 Concepo do GBOM...............................................................................24
Figura 3 Sistema de filtragem da bomba de combustvel.......................................30
Figura 4 Estrutura Genrica de Materiais................................................................31
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 GBOM parcial de um lava-jato................................................................26
Quadro 2 GBOM detalhado.....................................................................................28
10
LISTA DE SIGLAS
MRP Material Requirement Planning
MRP II Manufacturing Resources Planning
ERP Enterprise Resources Planning
BOM Bill of Materials
GBOM Generic Bill of Materials
LEC Lote Econmico de Compra
11
SUMRIO
1 INTRODUO...........................................................................................12
1.1 CARACTERIZAO DA ORGANIZAO................................................13
1.2 DEFINIO DO PROBLEMA....................................................................14
1.3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................15
1.4 OBJETIVOS...............................................................................................16
1.4.1 Objetivo Geral............................................................................................16
1.4.2 Objetivos Especficos.................................................................................16
2 REFERENCIAL TERICO.........................................................................17
2.1 ESTOQUES...............................................................................................17
2.1.1 Conceito.....................................................................................................17
2.1.2 Benefcios..................................................................................................17
2.1.3 Custos........................................................................................................18
2.1.4 Gesto de Estoques...................................................................................19
2.1.5 Sistema de Controle de Estoques..............................................................20
2.1.6 MRP (Material Requirement Planning).......................................................20
2.1.7 MRP II e ERP (Enterprise Resource Planning)..........................................21
2.2 LEC (Lote Econmico de Compra)............................................................22
2.3 ESTRUTURA DE MATERIAIS (BOM Bill of Materials)...........................22
2.3.1 Conceito.....................................................................................................22
2.3.2 Importncia da Estrutura de Materiais.......................................................23
2.3.3 Estrutura Genrica de Materiais (GBOM Generic Bill of Materials)........23
3 DESENVOLVIMENTO...............................................................................27
3.1 SITUAO PROBLEMTICA...................................................................27
3.2 ABORDAGEM DO PROBLEMA................................................................28
3.3 APLICAO DO GBOM NA ORGANIZAO..........................................28
4 CONCLUSES..........................................................................................34
REFERNCIAS..........................................................................................................35
12
1 INTRODUO
A necessidade de um melhor planejamento e controle da Produo comeou
a ganhar maior importncia com a expanso e desenvolvimento das organizaes
do setor secundrio, sobretudo aps a Revoluo Industrial em meados do sculo
XVIII.
No ramo da aviao surgida ainda na primeira metade do Sculo XX, essa
necessidade ganha uma importncia ainda maior devido a vrias peculiaridades
presentes na sua concepo. Entre essas peculiaridades, destaca-se o rgido
controle da segurana de vo que faz do avio o meio de transporte mais seguro do
mundo. No entanto, esse alto padro de segurana exige tambm, um alto custo
financeiro, pois na indstria aeronutica necessria mo-de-obra altamente
qualificada, contnuo desenvolvimento tecnolgico e permanente controle de
qualidade nos processos e recursos materiais empregados.
A indstria aeronutica pode ser dividida em empresas fabricantes e
empresas de manuteno, conhecidas como MRO (Maintenance, Repair e
Overhaul). As fabricantes so mais tradicionais e conhecidas pela populao em
geral e os seus maiores representantes so a americana Boeing e a europia
Airbus. Contudo, esse trabalho de concluso de curso vai se focar em uma MRO, a
TAP Manuteno e Engenharia Brasil.
Uma empresa de manuteno aeronutica pode prestar servios de
manuteno, reparo e reviso em um avio propriamente dito e tambm nos
diversos componentes que o compe, desde que esteja devidamente certificada e
autorizada para tanto. Assim, no h linhas de montagem como em uma fbrica de
avies e a imprevisibilidade na necessidade de materiais torna-se um item crtico,
exigindo uma inteligente e eficiente gesto de estoque.
Esse trabalho visa propor uma poltica de gesto de estoques, a partir do
emprego de uma estrutura genrica de materiais (GBOM Generic Bill of Materials),
onde componentes de diferentes avies podem ser acomodados em uma nica
estrutura de representao, sem que ocorra a redundncia das informaes. Esta
abordagem para a gesto de estoques de materiais para manuteno ser ilustrada
atravs do seu emprego para a anlise comparativa da lista de materiais do sistema
de filtragem da bomba de combustvel de motores diferentes, pertencentes a avies
de frotas diferentes, porm com similaridades em sua composio.
13
1.1 CARACTERIZAO DA ORGANIZAO
A TAP Manuteno e Engenharia uma empresa estatal portuguesa com
matriz em Lisboa, Portugal, que pertence ao Grupo TAP (Transportes Areos
Portugueses) e atua no segmento de manuteno de avies.
A unidade Brasil, possui mais de 80 anos de experincia e reconhecimento
internacional herdados de sua controladora anterior, da qual se tornou independente
em 2001. Atualmente, a empresa controlada pelo Grupo TAP Portugal desde
novembro de 2005 e em janeiro de 2009 foi transformada em subsidiria e tambm
passou a adotar o nome TAP Manuteno e Engenharia. A infra-estrutura fsica e
tecnolgica construda e a gama de conhecimentos acumulados em tantos
anos fazem da TAP M&E Brasil, uma das dez maiores empresas de manuteno,
reparo e reviso geral de avies e componentes da atualidade, contando com cerca
de 2.300 funcionrios distribudos em dois grandes Centros de Manuteno situados
no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.
O objetivo da TAP M&E Brasil executar servios de engenharia e
manuteno em avies e seus componentes, com elevado nvel de qualidade e
pontualidade, com prazos e preos competitivos com o mercado internacional e em
conformidade com os requisitos das autoridades aeronuticas, buscando exceder as
expectativas de clientes e acionistas.
14
1.2 DEFINIO DO PROBLEMA
A TAP Manuteno e Engenharia oferece uma grande variedade de servios
a seus clientes, incluindo os de manuteno, reviso e reparo em diversos tipos de
componentes, dos mais variados fabricantes. Ao longo do tempo, administrando o
estoque de materiais que compe esses componentes, percebi que muitos desses
materiais so comuns, apresentando redundncia ao comparar a estrutura de
materiais de cada um respectivamente, apesar de utilizados em componentes de
fabricantes, modelos, desenhos e conjuntos diferentes.
Assim, por falta de comunicao entre o a Engenharia de Manuteno e o
Planejamento e Compra de Material, a gesto do estoque futuro desses materiais
comuns fica prejudicada, pois essa informao no levada em considerao
gerando diversos prejuzos para a empresa como segue:
1. Pode gerar um prejuzo financeiro ao impossibilitar economias de
escala nos pedidos de compra;
2. Pode gerar a falta do material no estoque e ocasionar um atraso no
prazo de entrega do componente (lead time) com a conseqente perda
de credibilidade diante do cliente e, dependendo da situao, at
mesmo multa;
3. A falta do material certamente ir agregar um custo extra no apenas
no valor de mercado do material, mas tambm em todo o processo
logstico.
15
1.3 JUSTIFICATIVA
A grande variedade de componentes trabalhados, nas diversas oficinas da
empresa, demonstra ter grande potencial para uma economia de escala na compra
dos materiais que os compe. A viabilidade desse projeto possvel devido ao
sistema integrado de gesto empresarial ERP (Enterprise Resource Planning) que a
empresa dispe e que possibilitar a Engenharia de Manuteno, aps anlise
tcnica de documentos, comunicar e informar a Central de Cadastro e ao
Planejamento e Compra de Material a estrutura de materiais que compe os
componentes.
A recente crise e falncia da antiga controladora da atual TAP Manuteno e
Engenharia Brasil afetou diretamente a empresa na poca, com perda de clientes,
demisses e salrios atrasados. Hoje a empresa encontra-se em processo de
reestruturao, mudando diversos hbitos nocivos do passado, entre eles o
desperdcio, e adotando cada vez mais idias que proporcionem benefcios para a
empresa.
A possibilidade de gerar economia e agilidade para a empresa atravs de
uma poltica inteligente de estoques, proporcionando economia de escala nos
pedidos de compra a maneira que o setor de Planejamento e Compra de Material,
que est diretamente relacionado a custos, tem de dar a sua colaborao para que a
TAP Manuteno e Engenharia volte a ser saudvel e lucrativa.
16
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
O objetivo geral do trabalho propor uma poltica inteligente de estoque,
integrando as reas de Engenharia de Manuteno e Planejamento e Compra de
Material atravs da definio de uma Estrutura Genrica de Materiais (GBOM)
utilizados na manuteno dos componentes.
1.4.2 Objetivos Especficos
1. Definir a ferramenta para abordar o problema de redundncia de
materiais;
2. Investigar como adaptar as aplicaes j desenvolvidas ao problema
da empresa;
3. Sugerir a integrao entre as reas envolvidas para a aplicao das
abordagens desenvolvidas.
17
2. REFERENCIAL TERICO
2.1 ESTOQUES
2.1.1 Conceito
Segundo Ballou (2001) estoques so acumulaes de matrias-primas,
suprimentos, componentes, materiais em processos e produtos acabados que
surgem em numerosos pontos do canal de produo e logstica das empresas.
A necessidade da existncia de estoques em uma empresa deve-se a
diferena que existe entre o tempo de demanda ou necessidade de um determinado
material e o tempo de fornecimento ou atendimento desse material.
Segundo Ballou (2011) o ideal seria a perfeita sincronia entre a oferta e a
demanda, de maneira a tornar a manuteno de estoques desnecessria. No
entanto, existe uma srie de variantes que impossibilitam essa sincronia perfeita,
como a demanda futura e a disponibilidade a qualquer momento dos suprimentos
necessrios a produo que acabam por exigir a manuteno de estoques.
2.1.2 Benefcios
Segundo Ballou (2011) existem vrias razes para se manter estoques como
segue abaixo:
1. Melhoram o nvel de servio. Estoques auxiliam e facilitam as funes
de Marketing e Vendas diante de clientes que procuram uma
disponibilidade imediata;
2. Incentiva economias de produo em que custos unitrios de produo
geralmente ocorrem para grandes lotes de fabricao com o mesmo
tamanho.
18
3. Permitir economias de escala nas compras e no transporte. Grandes
quantidades em pedido normalmente geram descontos e dilui os
custos fixos, como o frete por exemplo.
4. Proteo contra a alterao de preos. Compras podem ser
antecipadas em funo do aumento previsto de preos.
5. Proteo contra oscilaes na demanda ou no tempo de
ressuprimento. Devido a imprevisibilidade da demanda e dos tempos
de ressuprimento estoques so importantes para garantir a
disponibilidade do produto.
2.1.3 Custos
Existem diversos tipos de custos inerentes ao estoque e os mais relevantes
segundo Slack et al (1997) so os seguintes:
1. Custos que diminuem com o aumento do pedido:
(a) Custo de colocao do pedido. A colocao de um pedido envolve
uma srie de processos onerosos para empresa e assim quanto
menor a quantidade de pedidos menor o custo;
(b) Custos de desconto de preos. Existe uma prtica comum por parte
de fornecedores que o de proporcionar descontos para grandes
quantidades e tambm a cobrana de custos extras por pequenas
quantidades.
(c) Custos de falta de estoque. Uma deciso errada em um pedido
pode ocasionar a falta de estoque e por sua vez clientes internos e
externos insatisfeitos e prejuzos com tempo ocioso e ineficincia
de produo.
19
2. Custos que aumentam com o aumento do pedido:
(a) Custos de capital de giro. Esse custo surge devido s diferenas
entre o pagamento de fornecedores e o recebimento de
consumidores.
(b) Custos de armazenagem. So os custos relacionados
armazenagem fsica dos materiais, que podem se tornar altamente
onerosas devido as necessidades especiais de conservao de
alguns tipos de materiais.
(c) Custos de obsolescncia. Em contrapartida, a economia com
descontos por grandes pedidos existe os custos por obsolescncia
de materiais que devido ao tempo de estocagem podem se tornar
obsoletos ou sofrer deteriorao.
(d) Custos de ineficincia de produo. Neste ponto, altos nveis de
estoque podem mascarar os problemas existentes dentro da
produo.
2.1.4 Gesto de Estoques
A administrao dos estoques de uma empresa est ganhando cada vez mais
importncia e chamando a ateno de seus gestores devido a grande soma de
capital que so direcionados para a aquisio e manuteno do estoques. Assim,
segundo Ballou (2011), para manter o nvel de servio ao cliente, assim como a
operao eficiente das atividades de produo e distribuio procurando minimizar o
investimento em inventrio fundamental uma boa gesto de estoques.
20
2.1.5 Sistemas de Controle de Estoque
Segundo Slack et al (1997), gerir milhares de itens estocados, fornecidos por
centenas de fornecedores se tornou uma tarefa dinmica e complexa para os
gestores. Assim, faz-se necessrio o investimento em sistemas computadorizados
de gerenciamento que possam lidar com essas particularidades dos conjuntos de
circunstncias do controle de estoque.
As funes mais comuns presentes nos sistemas de controle de estoque so:
1. Atualizar os registros de estoque: Nessa funo, todo movimento de
entrada e sada de material registrado, mantendo as informaes
atualizadas de quantidades disponveis, bem como de quantidades
utilizadas;
2. Gerar registros de estoque: Nessa funo possvel verificar os
valores dos materiais estocados de maneira que possibilite a
verificao de desempenho do controle do mesmo;
3. Prever: Nessa funo, o sistema vai prever a demanda futura de um
material conforme a movimentao dos registros de estoque.
4. Gerar pedidos: Nessa funo, o sistema vai informar quando um
pedido dever ser criado e tambm a quantidade desse pedido.
2.1.6 MRP (Material Requirement Planning)
O MRP ou MRP I , segundo Peinado e Graeml (2007), uma tcnica que
permite determinar as necessidades dos materiais que sero utilizados na Produo.
Na essncia, o MRP um mecanismo de clculo atravs do lote econmico de
compra, para o planejamento das necessidades de materiais para a produo,
baseando-se em previses de demanda e nos nveis de estoque disponveis para
funcionar.
A grande quantidade e diversidade de materiais disponveis em estoques
exigem o controle de um nmero muito grande de informaes sobre eles,
envolvendo a determinao, com preciso, das quantidades e os tempos
21
necessrios para o atendimento das necessidades da Produo e portanto, o MRP
normalmente a tcnica utilizada pelos sistemas de controle de estoque. De acordo
com Slack et al (1997, p. 443).
o MRP I permite que as empresas calculem quanto material de determinado tipo necessrio e em que momento. Para fazer isso, ele utiliza os pedidos em carteira, assim como uma previso dos pedidos que a empresa acha que ir receber. O MRP verifica, ento, todos os ingredientes ou componentes que so necessrios para completar estes pedidos, garantindo que sejam providenciados a tempo.
Figura 1 Planejamento das necessidades de Material (Fonte: Slack et al.
(1997)).
2.1.7 MRP II e ERP (Enterprise Resource Planning)
Os primeiros programas de MRP rodavam em computadores de grande porte
que chegavam a trabalhar durante todo um final de semana para calcular as
necessidades de materiais. O objetivo era determinar, com o auxlio de um sistema
informatizado, quanto e quando os materiais seriam necessrios produo
Carteira de Pedidos Programa-mestre de
produo
Previso de vendas
Planos de materiais
Lista de materiais
Ordens de compra Ordens de trabalho
Registros de estoque Planejamento das
necessidades de
materiais
22
planejada, sempre com um mnimo de estoque possvel. Com o desenvolvimento da
informtica e o advento dos microcomputadores, o MRP, originalmente criado para o
controle de materiais, foi naturalmente estendido para outras reas da empresa
relacionadas a Produo. A partir desta ampliao de funcionalidade, o MRP passou
a ser denominado Manufacturing Resouce Planning (Planejamento dos Recursos de
Produo) e passou-se a se chamar MRP II.
Os programas atuais, que evoluram a partir do MRP englobam todas as
atividades de uma organizao, so programas mais completos e que se propem a
integrar as diversas atividades da empresa, so denominados ERPS, sigla para
Enterprise Resource Planning (Planejamento dos Recursos Empresariais) e
justamente esse o programa utilizado pela TAPME Brasil.
2.2 LEC (LOTE ECONMICO DE COMPRA)
Os sistemas em MRP usam como base de clculo o LEC. Segundo Martins e
Campos (2000), lote econmico de compra a quantidade que deve ser comprada
para que o custo total de aquisio e de manuteno de estoques seja mnimo.
2.3 ESTRUTURA DE MATERIAIS (BOM Bill of Materials)
2.3.1 Conceito
A estrutura de materiais, lista de materiais ou BOM (Bill of Material), como
costuma ser chamada, onde esto listados todos os componentes, conjuntos e
subconjuntos de um produto, assim como as relaes e quantidades entre eles na
confeco do produto final.
23
2.3.2 Importncia da Estrutura de Materiais
A estrutura de materiais uma das ferramentas fundamentais da produo,
pois nela registram-se as informaes de produtos utilizadas por todos os setores e
processos envolvidos na produo e por isso se torna essencial para a
implementao de sistemas integrados como o ERP (Enterprise Resource Planning).
A estrutura de materiais passa a agir como um elemento que gera integrao,
uma vez que suas informaes so compartilhadas por quase todos os setores da
empresa, como por exemplo, a engenharia de manuteno e o planejamento de
material. No entanto, apesar do desempenho desses sistemas estar vinculado
qualidade dessas informaes, muitas vezes as empresas no garantem que essas
informaes estejam completas e precisas, prejudicando o desempenho e resultados
desses sistemas.
Portanto, segundo Zhang et al. (2005), cada componente ou tarefa podem ter
os seus materiais discriminados em uma nica estrutura de materiais. Porm, ao se
adotar essa filosofia em grande escala acaba-se criando uma enorme quantidade de
redundncias e dificuldades na sua manuteno que exigem uma extenso do BOM
que possa capturar as relaes internas entre os componentes incluindo as
repeties ou redundncias e similaridades entre as suas variveis.
2.3.3 Estrutura Genrica de Materiais (GBOM - Generic Bill of Materials)
As empresas esto cada vez mais ampliando a variedade de opes de seus
produtos e servios e a estrutura de materiais tradicional trata cada produto de
maneira individual, gerando redundncias nas necessidades de materiais entre os
produtos de uma mesma famlia. Para solucionar esse problema, a estrutura de
produtos genrica foi projetada como uma extenso do BOM para descrever as
estruturas de materiais para uma famlia de produtos em um nico modelo de dados
24
com o objetivo de evitar as redundncias de materiais e possibilitar uma viso mais
clara de toda a estrutura do componente, possibilitando que se conhea o destino
dos materiais no conjunto.
Segundo Hegge & Wortmann (1991), assim como uma estrutura de materiais
especfica descreve exatamente um produto, a estrutura de produtos genrica
descreve a variedade de uma famlia de produtos. Ou seja, ao invs de se fazer uma
estrutura de materiais para cada produto faz-se apenas uma estrutura genrica de
materiais que representar toda a famlia. Na essncia, o GBOM representa uma
famlia de componentes que compartilha BOM similares, como exemplificado na
concepo da figura abaixo:
Figura 2 Concepo do GBOM (Fonte: Zhang et al. (2005)).
Conforme Zhang et al. (2005), uma GBOM pode ser definida atravs dos
conceitos apresentados a seguir.
25
Uma GBOM de uma famlia de produto consiste de uma composio de itens,
da relao entre a composio dos itens e restries conforme tabela 1. Um item
pode ser um produto final, um subconjunto, uma pea manufaturada ou uma pea
pronta (fornecida). Por exemplo, se a variedade da famlia origina-se de partes
prontas, o projetista provavelmente dever levar em conta algum custo extra devido
ao projeto, ou seja, um custo extra devido ao envolvimento de um nmero maior de
fornecedores ou um preo mais alto devido a lotes pequenos, etc.
Cada item que compe a estrutura do produto possui um conjunto de
parmetros que o caracteriza, sendo que cada parmetro pode ter um conjunto de
valores relacionados ao projeto da famlia do produto. Esses parmetros, que
contm um conjunto de mltiplos valores possveis denominam-se variantes. Um
item genrico aquele que tem pelo menos uma variante; no caso contrrio um
item comum no projeto da famlia do produto.
A relao parte/todo a principal relao entre um item e os itens que
constituem as partes intermedirias do produto. Uma relao parte/todo inclui:
Uma relao estrutural (Du et al., 2001 apud Zhang et al. (2005)) que
indica se um item opcional na composio a qual pertence;
A relao de quantidade que designa o nmero de unidades do
componente necessrias para formar uma unidade do conjunto ao qual
pertence o conjunto do componente (Hegge e Wortmann, 1991). Esta
relao a mesma da estrutura do BOM tradicional.
A relao de parmetro, que define relaes determinsticas entre
valores de um parmetro de variantes de um item que designa um
conjunto e as variantes de um item que parte desse conjunto. Essas
relaes so de duas naturezas: herana ou funo. Um parmetro de
um componente qualquer herda as caractersticas dos parmetros dos
componentes definidos no nvel mais alto da hierarquia (pea pronta ou
fornecida). Tambm possvel que a instncia do parmetro de um
componente constitua uma funo definida a partir dos valores de
parmetros de um item que o compe;
Restries podem ser definidas entre parmetros de maneira a garantir
que o projeto das variantes na famlia do produto seja consistente.
26
A seguir apresenta-se como exemplo a GBOM de um lava-jato:
Outras variantes Nome do item
Smbolo Tipo Qtd. Relao Estrutural
Herana Nome
Conjunto de Instncias
Restries
Lava-jato de alta presso
M0 Produto final 1 No tem No tem Tamanho mini, normal no tem
Barra de ajuste
M1 Subconjunto 1 1 No tem Tamanho mini, normal no tem
Punho M11 Subconjunto ou pea manufaturada
1 1 M1, tamanho
Material PP (transparente, translcido, opaco) madeira, alumnio
Se material (madeira, alumnio) ento a cor (natural)
Capa Com ou sem couro
Cor Verde, amarelo, preto, branco, vermelho, natural
Barra do Punho
M12 Subconjunto ou pea manufaturada
2 1 No tem Comprimento Fixa (customizada entre 40-120 cm), Ajustvel (30-60 cm; comprimento mximo: 60-130 cm)
Se material (alumnio) ento a cor (natural); Se material (madeira); ento o comprimento (fixo)
Cor Verde, amarelo, preto, branco, vermelho, natural
Material PP (transparente, translcido, opaco) madeira, alumnio
Forma Forma A, Forma B, Forma C
Mangueira M2 Subconjunto ou pea manufaturada
1 0 No tem Tamanho mini, normal Se material (ao inox) ento cor (natural)
Cor Verde, amarelo, preto, branco, vermelho, natural
Material PP (transparente, translcido, opaco) ao inox
Carcaa M3 Subconjunto 1 1 M0, tamanho
No tem No tem No tem
. . . . . . . . .
. . . . . . . . .
. . . . . . . . .
Motor M3111 Pea fornecida
1 1 M311, tamanho
Fora 2, 2.5, 3, 3.5 KW no tem
Quadro 1 GBOM parcial de um lava-jato (Fonte: ZHANG et al.(2005)).
27
3 DESENVOLVIMENTO
3.1 SITUAO PROBLEMTICA
A TAP ME possui uma estrutura capaz de prestar manuteno em avies de
todos os portes, tendo o seu foco em avies de mdio e grande porte utilizado pelas
grandes companhias areas brasileiras e estrangeiras. Em paralelo a manuteno
do avio propriamente dito, existe a manuteno dos componentes desses avies
que so revisados e reparados nas diversas oficinas que a empresa dispe.
Essa gama de servios envolve uma enorme diversidade de materiais
envolvidos em seus processos e para realizar o controle e a gesto do estoque
desses materiais, a partir de 2004, a empresa adotou o sistema de gerenciamento
do tipo ERP para gerir no somente o seu estoque, mas tambm todas as demais
reas da empresa. O planejamento de materiais para estoque ocorre desde ento
baseado em MRP presente no ERP adotado pela empresa.
Entretanto, o processo de reestruturao da empresa nos ltimos anos e a
escassez de recursos financeiros vem forando o setor de planejamento de
materiais a adotar a poltica do mnimo de investimento possvel em estoques. Essa
situao nos levou a realizar projetos de manuteno especficos para avies que
estejam com os seus contratos de manuteno devidamente confirmados e
assinados pelos clientes. Nas oficinas, o processo semelhante, no entanto, ao
invs de avies so componentes que devem ter suas ordens de servios
previamente aprovadas pelo cliente para que o planejamento de materiais possa
realizar a anlise e compra dos materiais necessrios.
Contudo, esse modelo de trabalho adotado, apesar de satisfazer as
necessidades eminentes de materiais, evita com que se realizem pedidos em um
lote econmico de compra, pois ao se trabalhar as necessidades de materiais dos
avies e componentes de maneira individual, as redundncias dessas necessidades
tambm so tratadas de maneira individual e conseqentemente pedidos de compra
redundantes so criados resultando em prejuzos financeiros.
28
3.2 ABORDAGEM DO PROBLEMA
A soluo proposta para esse problema da redundncia de materiais e
conseqentemente dos pedidos a aplicao do conceito de Lista Genrica de
Materiais (GBOM) na origem de todo o processo.
A aplicao do GBOM deve comear na Engenharia de Manuteno onde o
mesmo deve ser criado atravs da anlise dos documentos tcnicos referentes aos
avies e seus componentes. Aps a criao do GBOM, ele deve ser encaminhado
para setor de Planejamento e Compra de Material para que o mesmo possa agregar
essa informao ao gerir o estoque.
O GBOM pode ser criado para os avies reunindo as necessidades de
materiais das tarefas de rotina que constam nos manuais tcnicos de reviso de
frotas diversas em uma nica estrutura a fim de evitar as redundncias. Dessa
mesma maneira, pode-se reunir as necessidades de materiais dos componentes
semelhantes pertencentes a uma mesma oficina.
Assim, caber ao Planejamento de Materiais fazer a anlise das
necessidades atravs da GBOM e assim criar lotes econmicos de compra e
propiciar economia de escala para a empresa.
3.3 APLICAO DO GBOM NA ORGANIZAO
Para aplicar a GBOM, conforme definida por Hegge e Vortmann (1991) e
Zhang et al. (2005), uma adaptao ao contexto da manuteno de avies foi
necessria.
Primeiramente, todos os materiais mantidos em estoque referem-se a itens
que so fornecidos por terceiros, ou seja, o parmetro tipo de item (produto final,
subconjunto, pea pronta ou pea fornecida) tem sempre o valor de pea fornecida.
Este parmetro conseqentemente no necessrio no contexto do servio de
29
manuteno dos avies. Eventualmente, alguns materiais podem ser
confeccionados pela TAPME, porm, no podem ser estocados.
Devido a questes de certificao e controle para rastreamento, todos os
materiais mantidos em estoque tm uma identificao prpria que est diretamente
relacionada ao seu uso em cada modelo de avio e seu fabricante,
conseqentemente o part number do item est associado ao avio, seu modelo e
seu fabricante. Em decorrncia deste fato, os subconjuntos no herdam os
parmetros de uma pea pronta ou pea fornecida, uma vez que estas ltimas tm
uma parametrizao dedicada a cada modelo de avio e fabricante.
As variantes, portanto, reduzem-se ao modelo do avio e seu fabricante. As
instncias de uma variante referem-se ao modelo do avio e seu fabricante. Porm,
uma vez que cada part number est diretamente associado ao modelo de avio e
seu fabricante, cada part number deve estar relacionado a uma estncia da variante.
Para isso foram criadas trs classes que descrevem a origem dos
componentes e os seus destinos:
1. Comum: o part number pode ser utilizado em qualquer um dos
elementos do conjunto das instncias da variante.
2. Genrico: o part number s pode ser utilizado em um dos elementos do
conjunto das instncias da variante.
3. Semi-genrico: um conjunto de part numbers diferentes podem ser
utilizados indiferenciadamente em apenas uma instncia do conjunto
de instncias.
Para tal, foram criados grupos de part numbers que designam os conjuntos de
part numbers pertencentes a cada uma das classes acima.
A aplicao do GBOM na empresa vai utilizar como exemplo o sistema de
filtragem da bomba de combustvel (Figura 3) de dois avies de modelos distintos,
um Boeing 737-300 e um Boeing 737-800.
30
Figura 3 Sistema de filtragem da bomba de combustvel
(Fonte: 737-800 Ilustrated Parts Catalogue).
Aps a anlise dos manuais tcnicos de ambos os avies, os materiais foram
relacionados em itens de acordo com a sua funo no conjunto, representados por
um smbolo, Assim, podemos montar a Estrutura Genrica de Materiais do sistema
de filtragem da bomba de combustvel agregando os dois sistemas de filtragem da
bomba de combustvel em apenas uma nica estrutura.
31
Figura 4 Estrutura Genrica de Materiais (Fonte: Zhang et al. (2005)).
Dessa forma, o item representado por seu respectivo smbolo, pode ser
composto por um part number ou um grupo de part numbers, com a variante modelo
de avio e separados em trs classes de acordo com a sua aplicabilidade no
conjunto de instncias da variante: comum, genrico e semi-genrico. Assim, foi
possvel a criao de uma tabela com a GBOM detalhada como segue abaixo:
VARIANTES
NOME DO ITEM SMBOLO GRUPO DE PART NUMBER
PART NUMBER QTD. CLASSE NOME
CONJUNTO DE
INSTNCIAS CONJUNTO BOMBA DE COMBUSTVEL
M0
BOMBA DE COMBUSTVEL PPD
M1 M1A 708300-6 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300
708600-7 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300
M1B 828300-5 1 GENRICO AVIO B737-800
SISTEMA DE FILTRAGEM
M2
CONJUNTO DA TAMPA
M21
TAMPA PPD M211 219819 1 COMUM
ELEMENTOS DE FIXAO
M212
CONJUNTO 1 M2121
DRENO M21211 MS9954-06 1 COMUM
32
ARRUELA M21212 M21212A M25988-1-906 1 GENRICO AVIO B737-300
M21212B AS3208-06 1 GENRICO AVIO B737-800
M83248-1-906 1 GENRICO AVIO B737-800
CONJUNTO 2 M2122
PARAFUSO M21221 M21221A J644P23A 1 COMUM
AS3237-24 1 COMUM
M21221B AS3237-16 1 GENRICO AVIO B737-800
ARRUELA M21222 M21222A NAS1149E0463R 1 COMUM
MS9320-10 1 COMUM
M21222B AN960-416L 1 GENRICO AVIO B737-300
CONJUNTO 3 M2123
ARRUELA M21231 PH030035W4 1 COMUM
NAS1727-4W 1 COMUM
PORCA M21232 NAS1727-4N 1 COMUM
PH030035N4 1 COMUM
CONJUNTO 4 M2124
PARAFUSO M21241 M21241A 219818-1 5 COMUM
219818-2 5 COMUM
ARRUELA M21242 NAS1149E0463R 5 GENRICO AVIO B737-300
MS16632-4031 5 GENRICO AVIO B737-800
CONJUNTO 5 M2125
PORCA M21251 AS3066-10 5 COMUM
ARRUELA M21252 NAS1149E0463R 5 COMUM
CONJUNTO DO ELEMENTO FILTRANTE
M22
ELEMENTO FILTRANTE
M221 M221A 218134 1 COMUM - -
ACB006F2474Y6 1 COMUM - -
ACC462F2038M 1 COMUM - -
CA01962B 1 COMUM - -
CH0697101552N00 1 COMUM - -
M221B 217415 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300
ACB006F2474Y3 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300
C8205 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300
R9W2135 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-300
M221C 218883 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-800
ACC331F2038 1 SEMI-GENRICO AVIO B737-800
JUNTAS DE VEDAO
M222 M222A 215172 1 COMUM - -
GRS118SPK 1 COMUM - -
M83248-1-123 2 COMUM - -
M222B M25988-1-156 1 GENRICO AVIO B737-300
M222C AS3209-156 1 GENRICO AVIO B737-800
Quadro 2 GBOM detalhado
A montagem da estrutura genrica de materiais da figura 4, bem como da
GBOM detalhada do quadro 2, comeou com a anlise dos documentos tcnicos
33
relacionados ao sistema de filtragem da bomba de combustvel de avies de um
mesmo fabricante, mas com modelos diferentes e conseqentemente motores
diferentes tambm, no exemplo, dois Boeing modelos B737-300 e B737-800, ambos
de uso comum pelas companhias areas brasileiras. Esses documentos forneceram
a figura e os itens com part number, descrio e quantidade.
Para a montagem do GBOM da figura 4, foi feita a anlise dos itens e suas
descries com base nas funes de cada um desses itens. Assim, o conjunto maior
da bomba de combustvel foi estratificado em dois subconjuntos: Bomba de
combustvel propriamente dita e sistema de filtragem. O sistema de filtragem por sua
vez foi estratificado em outros dois subconjuntos, da tampa e seus elementos de
fixao e do elemento filtrante e seus elementos de vedao. Nos elementos de
fixao, em especial, os itens foram divididos em cinco conjuntos de acordo com a
posio e funo de fixao de cada conjunto no todo.
Para a montagem do GBOM detalhado da tabela 2, foi utilizado como base a
tabela 1 e a estrutura criada na figura 4, no entanto foram necessrios alguns
ajustes para adequar as necessidades da manuteno de avies.
Foram mantidas as colunas, nome do item, discriminados nos documentos
tcnicos assim como a quantidade, smbolo (adotando o exemplo do quadro 1),
nome da variante que no exemplo adotado ser avio e o conjunto das instncias
que vai se referir aos modelos dos avies em questo.
Foram adicionadas: a coluna part number conforme informado nos
documentos tcnicos, a coluna grupo de part numbers para itens que possuem mais
de um part number relacionados nos documentos tcnicos sendo representado
atravs de uma extenso da coluna smbolo e a coluna classe para descrever a
origem e o destino dos itens de acordo com os elementos de conjuntos de
instncias.
Foram removidas: a coluna tipo de item, pois na TAPME so utilizadas
apenas peas prontas ou fornecidas no proporcionando varivel para esse
parmetro, a coluna relao estrutural e de herana devido aos itens possurem part
numbers que no possuem relao de herana com os demais conjuntos e sim com
a variante avio.
34
4 CONCLUSES
O atual modelo de gesto de estoques adotado na TAPME Brasil, atravs do
planejamento e anlise individual dos projetos de trabalho a serem executados, seja
na reviso de um avio ou apenas de um componente especfico, torna o ambiente
na empresa propcio para a sugesto e adoo de novas maneiras de gerir e
controlar os estoques.
Assim, o modelo adotado por esse trabalho de concluso de curso, teve por
objetivo propor uma fonte de informaes que agregue valor para uma gesto
inteligente dos estoques, a fim de evitar as redundncias nas necessidades de
materiais e conseqentemente na criao de pedidos que esto acontecendo no
setor de Planejamento e Compra de Materiais. Essas redundncias de necessidades
e pedidos geradas acabam por descaracterizar o lote econmico de compra imbudo
dentro do MRP utilizado pelo ERP da empresa.
O GBOM mostrou-se uma eficiente fonte de informaes a respeito dos
materiais, demonstrando as origens e destinos dos mesmos. Tambm mostrou-se
eficaz ao suprir as redundncias e agreg-las em uma nica estrutura de materiais,
gerando uma nica necessidade.
Portanto, diante dessas novas possibilidades proporcionadas pelo GBOM, vai
caber ao Planejamento de Materiais em conjunto com a Engenharia de Manuteno
utilizar o GBOM como uma importante ferramenta no processo de aprimoramento da
gesto de estoques da TAPME Brasil.
35
REFERNCIAS
BALLOU, Ronald H. Logstica empresarial: transportes, administrao de
materiais e distribuio fsica. 24 ed. So Paulo: Atlas, 2011.
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos:
planejamento, organizao e logstica empresarial. 5 ed. Porto Alegre: Bookman,
2001.
HEGGE, H. M. H.; WORTMANN, J. C. Generic bill-of-material: a new product
model. International Journal of Production Economies, Vol. 23, pp. 117-128,
1991.
MARTINS, P. G.; CAMPOS, P. R. Administrao de materiais e recursos
patrimoniais. 2 ed. So Paulo: Saraiva, 2000.
PEINADO, Jurandir; GRAEML, Alexandre R. Administrao da produo
(Operaes Industriais e de Servio). 1 ed. Curitiba: UnicemP, 2007.
SLACK, Nigel, et al. Administrao da produo. 6 ed. So Paulo: Atlas,
1997.
ZHANG, M.; CHEN, Y. J.; TSENG, M. M. Distributed knowledge management
for product and process variety in mass customisation. International Journal of
Computer Applications in Technology, Vol. 23, No.1, 2005.