Post on 10-Dec-2018
0
UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pedagogia
Josiane Cristina Cardoso
Leticia Andrade de Souza Lima
CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
LINS – SP
2016
1
JOSIANE CRISTINA CARDOSO
LETICIA ANDRADE DE SOUZA LIMA
CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação do Prof. Dr Luiz Carlos de Oliveira e orientação técnica da Profª Ma. Fatima Eliana Frigatto Bozzo
LINS – SP 2016
2
Josiane Cristina Cardoso
Leticia Andrade de Souza Lima
CONTRIBUIÇÃO DOS CONTOS DE FADAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação
do curso de Pedagogia.
Aprovado em ________/________/________
Banca Examinadora:
Prof (a) Orientador (a): Luiz Carlos de Oliveira
Titulação: Dr. Em educação escolar pela UNESP/Araraquara
Assinatura: _________________________________
1º Prof(a): Denise Rocha Pereira
Titulação: Mestra em Educação –linha de pesquisa – Psicologia da Educação :
Processos Educativos e Desenvolvimento Humano – pela UNESP-Marília.
Assinatura: _________________________________
2º Prof(a): Paulo Sergio Fernandes
Titulação: Mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada- UNESP-Assis.
Assinatura: _________________________________
3
DEDICATÓRIA Dedico aos meus pais Tereza Cristina Lopes Cardoso e Odário Cardoso, por
todo apoio e esforço para a realização de um sonho concretizado, a meu Noivo Plinio
Marcos da Silva Ferreira pela paciência e dedicação as ajudas necessárias por mim
prestadas, a minha amiga e parceira Leticia Andrade de Souza Lima, por toda a amizade
e parceria construída nesta caminhada.
Josiane Cristina Cardoso
Dedico a minha mãe Alzira Andrade pela confiança e total apoio a essa
caminhada vitoriosa, em minhas decisões e por tudo que superamos na vida juntas,ao
meu pai Nestor de Souza Lima Filho por ter nesses quatro anos de luta me ajudado a
caminhar sempre ao meu lado, minha irmã Bruna Andrade de Souza Lima por sempre
estar ao meu lado me ajudando nas horas mais difíceis. Dedico também a minha amiga
Josiane Cristina Cardoso que teve comigo, pelo incondicional apoio durante todo esse
temo e esforço que tivemos juntas, fomos companheiras em todas as horas.Dedico
também a todos os professores envolvido . Enfim muitíssimo obrigada a todos.
Letícia Andrade de Souza Lima
4
AGRADECIMENTOS
Nenhuma batalha é vencida sozinha. No decorrer desta luta algumas pessoas
estiveram ao meu lado e percorreram este caminho apoiando e me estimulando para que
eu buscasse a minha vitória e a conquista do meu sonho.
Agradeço em primeiro lugar a Deus, que me deu força, saúde e proteção nas
viagens diárias para que eu chegasse onde estou.
Um agradecimento mais que especial aos meus pais, que sempre foram exemplo
de pessoas na minha vida, integras e corretas me ensinaram sempre a andar com a
honestidade e a verdade, sempre estiveram todo o tempo do meu lado, obrigada pai e
mãe sem vocês esta conquista não seria possível.
Agradeço ao meu noivo Plínio Marco da Silva Ferreira, por toda a paciência,
apoio e ajudas necessários para percorrer este caminho.
Agradeço a minha amiga parceira Leticia Andrade de Souza lima por toda
parceria e amizade que teve comigo, me ajudando me apoiando e sempre cuidando de
mim, obrigada Le quero sua amizade para sempre, tenho certeza que um dia
trabalharemos juntas como trabalhamos no Pibid, não teria ficado todo aquele tempo se
não tivesse você do meu lado
Não posso deixar de agradecer o colégio Centro Educacional John F. Kennedy
Júnior localizado na cidade de Cafelândia pela oportunidade do meu primeiro trabalho
na área infantil, por sempre que precisei atendeu minhas necessidades serie grata
eternamente por esta oportunidade, junto com minhas parceiras de trabalho e amigas:
Ana Carla Camargo Marques, Fernanda Vieira Camargo, Maria Angélica Vieira ,
Patrícia Brochato e Vanessa Badanai Marques, que sempre me apoiaram e me
incentivaram e nunca negaram qualquer tipo de ajuda que precisei, obrigada meninas,
estamos junto sempre !
Agradeço todos os meus professores que sempre foram incansáveis na arte de ensinar.
Como dizia Antonie Saint Exupéry em sua obra prima “O pequeno Príncipe”
“ Foi o tempo que perdeste a tua rosa, que fez a tua rosa tão importante”
Josiane Cristina Cardoso
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me dado saúde e força a
essa vitoria de fazer uma faculdade, agradeço por ter iluminando esses quatro
anos a estrada que venho todos os dias, a família que tenho que sei que sem
eles nada disso seria possível e por toda força que eles me deram durante
esses anos.
Agradeço minha família, mãe pai e Irma por ter me ajudado
financeiramente e não mediu esforços para me ajudar, ao carinho e afeto que
tiveram esse tempo, sempre tiveram ao meu lado me amando e sempre
suprindo as minhas necessidades. Serei grata a tudo que fizeram por mim.
Não posso deixar de agradecer a todos os professores que tiveram
durante essa fase da minha vida, por todas as orientações e direções e dos
momentos de alegrias, descontrações, aprendizagem e dificuldade em sala
E agradeço muito minha amiga Josiane por todo esse tempo juntas por
ter aturado as minhas brincadeiras que não tiveram graças, por ter me ajudado
em horas difíceis, pelos dois anos de PIBID que fizemos juntas onde
aprendemos muito, agradeço muito por ter essa pessoa com o nome Josiane
em anjo em forma de humano que Deus colocou na minha vida que vai ficar
para sempre que amo muito.
E não posso esquecer-me de todos os amigos que fiz nessa jornada e
muitas aventuras.
Letícia Andrade de Souza Lima
6
RESUMO
O estudo tem como tema a utilização dos contos de fadas no contexto escolar, especificamente nas series iniciais do ensino fundamental, na importância da fantasia para o universo infantil e também destacando a possibilidade de incentivo à leitura através dessa modalidade literária. Seus objetivos são destacar o conhecimento sobre literatura infantil através da pesquisa bibliográfica, aprimorar o conhecimento sobre literatura infantil, conhecer de forma mais complexa a origem, a historia e o conteúdo dos contos de fada e suas influência na vida da criança, nos aspectos psicológico, afetivo e cognitivo e buscar meios de incentivar a leitura e a formação de leitores competentes desenvolvendo nos alunos o senso crítico. O método de trabalho adotado é a pesquisa bibliográfica que consiste na seleção, leitura e analise de ideias de autores que já estudaram o assunto, visando a construção de um ponto de vista próprio através de reflexão. A leitura dos contos de fadas na escola pode despertar na criança o gosto pela literatura, ao trazer fantasia e encantamento para a sala de aula, quando trabalhada de forma significativa. Além disso, essa leitura pode também oportunizar o desenvolvimento da imaginação, dos sentimentos, da emoção e da expressão. A obtenção de resultados positivos a partir dessa proposta está vinculada, num primeiro momento, à escolha do conto adequado. Nesse sentido, é necessário que o professor considere que a estória mais importante para uma criança específica numa idade específica depende de seu estágio psicológico de desenvolvimento e dos problemas que mais a pressionam no momento. Por isso, pode-se concluir que ao trazer para a sala de aula o conto de fadas, recomenda-se utilizar como critério de seleção a preferência da criança, pois com certeza, ela escolherá, entre os muitos contos existentes, aquele que pode conter a resposta para os seus conflitos interiores.
Palavras- chave: Educação infantil; Contos de fadas ; leitura .
7
ABSTRACT
The study has as its theme the use of fairy tales in the school context, specifically in the initial series of elementary school, in the importance of fantasy for the children universe and also highlighting the possibility of encouraging reading through this literary modality. Its objectives are to highlight knowledge about children's literature through bibliographic research, to improve knowledge about children's literature, to know in a more complex way the origin, history and content of fairy tales and their influence on the child's life, psychological, Affective and cognitive and find ways to encourage the reading and the formation of competent readers by developing in the students the critical sense. The method of work adopted is the bibliographical research that consists in the selection, reading and analysis of ideas of authors who have studied the subject, aiming at the construction of a point of view of their own through reflection. The reading of fairy tales in school can awaken in the child the taste for literature, bringing fantasy and enchantment to the classroom, when worked in a meaningful way. In addition, this reading can also allow the development of imagination, feelings, emotion and expression. The achievement of positive results from this proposal is bound, at first, to the choice of the appropriate story. In this sense, it is necessary for the teacher to consider that the most important story for a specific child at a specific age depends on his or her psychological developmental stage and the problems that are most pressing in the moment. When bringing the fairy tale to the classroom, it is recommended to use as a selection criterion the child's preference, since, of course, she will choose among the many existing stories that may contain the answer to her inner conflicts.
KEY WORDS: Child Education; Fairy tale; Reading.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Através dos tempos...........................................................................13
Figura 2- A psicanálise dos contos...................................................................23
Figura 3- As histórias.........................................................................................31
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................10
CAPÍTULO I – OS CONTOS DE FADAS ATRAVÉS DOSTEMPOS.............13
1 CONTOS E FADAS......................................................................................14
1.1 De onde vieram os contos de fadas...........................................................15
1.2 Por que os contos de fadas são atemporais .............................................20
CAPÍTULO II – A PSICANALISE DOS CONTOS DE FADAS........................23
1 OS CONTOS ................................................................................................24
CAPÍTULO III – LEITURA, ESCOLA E CONTOS DE FADAS: A EDUCAÇÃO
PELA SENSIBILIDADE ...................................................................................31
1 A ESCOLA E OS CONTOS ..........................................................................32
CONCLUSÃO...................................................................................................41
REFERÊNCIAS.................................................................................................43
10
INTRODUÇÃO
O presente estudo se justifica como uma oportunidade de destacar a
utilização dos contos de fadas como elementos de incentivo á leitura no sentido
de encontrar novos caminhos, e poder oferecer novas propostas aos
professores que trabalham junto as crianças nas series iniciais da Educação
Infantil.
A leitura e a escrita são, nos dias de hoje, exigências fundamentais do
mercado de trabalho, o leitor se comunica com o autor do texto, enquanto que
ao escrever o autor se comunica com o leitor, ambos casos, a língua faz a
comunicação acontecer.
De acordo com os Parâmetro Curricular Nacional: língua portuguesa
(BRASIL,2001) o domínio da língua oral e escrita é fundamental para a
participação social efetiva, pois é por meio dela que o homem se comunica,
tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista, partilha ou
constrói visões de mundo e produz conhecimentos.
A escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o
acesso aos saberes linguísticos necessários ao exercício da cidadania, que é
direito de todos, principalmente aqueles que não tiveram muitas oportunidades
de contato com os textos que circulam socialmente fora do universo escolar.
Diante da importância em se formar leitores, a escola precisa
desenvolver meios de aproximar mais as crianças e o livro, principalmente no
atual contexto, onde a televisão e o computador não requerem da criança o uso
da imaginação, já que apresentam a ela uma grande variedade de imagens
prontas.
O livro ao contrario, pode proporcionar o desenvolvimento cognitivo e da
criatividade na medida em que exigem da criança a capacidade de abstração a
criança passa ter a capacidade de imaginar, ou seja, criar uma imagem na sua
mente do que esta sendo falado pelo professor.
A vida é frequentemente desconcertante para acriança, ela precisa ter
ainda mais ter a possibilidade de se entender nesse mundo complexo com o
qual deve aprender a lidar.
11
Segundo Bettehein (2002,p.13), nada é tão enriquecedor e satisfatório
para a criança do que o conto de fada:
Na verdade, em um nível manifesto , os contos de fadas ensinam pouco sobre as condições especificas da vida na moderna sociedade de massa esses contos foram inventados muito antes que ela existisse. Mas através deles pode-se aprender as soluções corretas para seus predicamentos em qualquer sociedade, do que com qualquer outro tipo de estória dentro de uma compreensão infantil. Como a criança em cada momento de sua vida está exposto à sociedade em que vive, certamente aprenderá a enfrentar as condições que lhe são próprias, desde que seus recursos interiores o permitam.
Nesse aspecto, a criança deve receber ajuda para que possa dar algum
sentido coerente aos seus sentimentos, necessita de ideias sobre a forma de
organizar seu mundo interior.
Utilizando os contos de fada no contexto escolar, torna-se possível ao
professor saber um pouco mais sobre eles, ou seja , sua origem , suas
características principais e sua influência no mundo infantil , já que muitos
afirmam que os contos podem ajudar a criança a lidar com seus conflitos.
Segundo Garcez (2004, p.19):
Os contos de fada são historias originadas na tradição popular e, mais tarde, escritas em diferentes versões que vêm atravessando gerações e gerações sem se modificar sua estrutura básica: o eterno conflito entre o bem e o mal . Isso acontece porque esses contos partem das emoções naturais dos seres humanos, que são transformados em personagens imaginários de um mundo de fantasia
A autora destaca que existe o momento certo no desenvolvimento
infantil para apresentar cada um desses contos, de acordo com sua maior ou
menor complexidade, visto que sua estrutura básica não deve ser modificada.
De acordo com Garcez (2004, p.19):
Não podemos transformar o lobo mau em lobo bom, ou a bruxa numa princesa, pois dessa forma estaríamos anulando a sua função na historia: entras em contato com os medos e dificuldades para, então, conseguir vencê-los
O resgate da magia da leitura dos contos de fadas não será a solução
dos problemas mundiais, no entanto, como eles atuam também no
inconsciente, podem ajudar muito a criança a eliminar, entender os conflitos
pelo qual está passando no momento que entra em contato com a leitura ou a
escuta deles.
12
No entanto é possível afirmar que pode ser muito importante selecionar
e incluir essas historia no imaginário e na realidade das crianças, cuidando
para abranger ao máximo a riqueza de resultados que podem proporcionar.
Assim, partindo-se do enfoque da origem, da história e do teor dos
contos de fadas e de sua influência na vida da criança, especificamente no
aspecto psicológico, pretende-se enfatizar a viabilidade de seu uso pela escola.
Os objetivos foram destacar o conhecimento sobre literatura infantil
através da pesquisa bibliográfica, aprimorar o conhecimento sobre literatura
infantil, conhecer de forma mais complexa a origem, a historia e o conteúdo
dos contos de fada e suas influência na vida da criança, nos aspectos
psicológico, afetivo e cognitivo, buscar meios de incentivar a leitura e a
formação de leitores competentes desenvolvendo nos alunos o senso crítico.
Para atingir os objetivos propostos será utilizada a pesquisa
bibliográfica, que consiste na investigação do problema mediante um
referencial teórico selecionado a partir da leitura de obras que tratam do
assunto.
O estudo encontra-se dividido em três capítulos principais, a partir dos
quais foi possível elaborar algumas conclusões.
O capítulo I "contos de fadas" contém um breve histórico dos contos de
fadas, onde se comenta sua origem e suas características estruturais.
O capítulo II "A psicanálise dos contos de fadas" apresenta a relação
entre os contos de fadas e o universo infantil, muitas vezes repleto de conflitos,
medos e ansiedades, inevitáveis nessa fase do desenvolvimento da criança.
O capítulo III "Leitura, Escola e Contos de Fadas" expõe os aspectos
positivos que a leitura dos contos de fadas no contexto escolar pode trazer
para a criança.
CAPÍTULO I
14
1 OS CONTOS DE FADAS ATRÁVES DOS TEMPOS
Para que se possa entender a importância dos contos de fadas no
universo infantil, é indispensável, em primeiro lugar considerar como uma
modalidade literária, o que implica na abordagem de sua definição e ainda no
conhecimento de sua origem e evolução histórica já que a origem dos contos
não foi feita especialmente para as crianças, vindo posteriormente a tornar-se
parte integrante das obras da literatura infantil mundial e nos tempos atuais é
adaptada para ser uma forma de libertação que permite a criança que vivencie
seus problemas de modo simbólico, dessa forma amplia na felicidade dessa
experiência.
No livro os sete contos de fadas a autora Kupstas(1993) afirma com
suas palavras que os contos de fadas eram na verdade historias narrativas
conhecidas como mitos contadas pelos diversos povos onde se tratava de um
conflito entre a natureza e o homem.
O nascimento da Literatura infantil tem o objetivo de conduzir os valores
do novo padrão de família direcionado no reconhecimento da vida domestica
formada no casamento e na educação de herdeiros.
Segundo Coelho a literatura infantil é:
Abertura pra informação de uma nova mentalidade, alem de ser um instrumento de emoções, diversão ou prazer, desempenhada pelas historias, mitos, lendas, poemas, contos, teatro, etc., criadas pela imaginação poética ao nível da mente infantil, que objetiva a educação integral da criança, propiciando-lhe a educação humanística e ajudando-a na formação de seu próprio estilo(COELHO, 1991, p.5).
A literatura infantil é instrumento de imaginação que retrata o ser
humano, o mundo, a vida, por meio da palavra, reproduzindo os sonhos e os
acontecimentos, entre o real e o imaginário. O conto de fada é um
acontecimento impar, decorreu pela transmissão oral dos camponeses
medievais e agora se modificou em historias em quadrinhos, filme e desenhos.
Segundo Corso e Corso (2006, p.16), "os contos de fadas que
continuam encantando crianças das gerações dos computadores, consiste em
seu poder de simbolizar e resolver os conflitos psíquicos inconscientes que
ainda dizem respeito às crianças de hoje".
Carvalho (1987) diz que a estória deve ser considerada como uma
atividade doméstica, ou seja, os livros de contos infantis devem ser lidos e
15
apresentados para as crianças, não somente no ambiente escolar, mas
também em seu ambiente familiar.
Sendo assim quando mais cedo à criança se interagir com os contos,
mais ela é capaz de criar um habito da leitura, já que são nos livros de estórias
que se apresenta o primeiro contato da criança com a leitura, para que isso
aconteça, é necessário que a escola não exatamente seja a dar o primeiro
passo, mas sim a continuação do que a família pode realizar deste a primeira
infância.
1.1 De onde vieram os contos de fadas
Procurando descobrir as origens da existência histórica para poder
entendemos o papel do fantástico a sua função nos dias atuais e o que
representava na época, percebe-se que o mítico em assuntos comuns da
época medieval, uma extensa literatura infantil aparece pra fascinar as crianças
de todo o universo.
A sua origem se perde no tempo, e nada ainda é comprovado sobre seu
surgimento. Na literatura a conhecimento que as histórias divulgadas oralmente
por geração a geração que mesmo com o tempo moderno que vivemos e com
toda a nossa tecnologia existente, mantêm seu espaço de destaque narrativo
ligado à infância, já não se tem a cautela de apenas ter à função de distração
ou uma boa historia para as crianças dormirem, mas o seu poder que
demonstra na magia e na fantasia que despertam na criança.
Não se pode deixar de relatar que contos, em sua essência, não eram
destinados ao universo das crianças, como acontece nos dias de hoje, suas
histórias eram diferentes, recheadas de cenas de adultério, canibalismo,
incesto, mortes hediondas e outros componentes do imaginário dos adultos.
Muito ainda se produz sobre essa modalidade de literatura, em uma
tentativa de encontrar as questões sobre suas concepções.
A maioria dos contos de fadas teve origem em períodos em que a
religião era parte importante da vida, por isso, lidam diretamente ou por
inferência, com temas religiosos.
Algumas histórias dos irmãos Grimm iniciam-se com alusões religiosas,
como por exemplo, no conto O velho que voltou a ser jovem, começa “No
16
tempo em que Nosso Senhor ainda andava pela terra, Ele e São Pedro
pararam uma noite na casa de um ferreiro”. (BETTELHEIM, 2002, p.23)
Há registros bastante antigos sobre os contos e seu uso nas mais
diversas culturas.
Os contos de fadas, especialmente, têm encantado várias gerações em
diferentes países e, antes mesmo de serem registrados pela escrita na forma
como é conhecido hoje, era responsável pela formação coletiva da
espiritualidade e da cultura de inúmeros povos (MELLI; GIGLIO, 1999;
OLIVEIRA, 1993).
Souza (2005) faz uma referencia aos contos, descrevendo-os como
histórias que narravam o futuro dos homens, seus problemas, seus afetos,
suas inter-relações e suas crenças no sobrenatural. Eram escritos por
narradores profissionais, que ganhava essa função dos antepassados, ou
como uma simples tradição transmitida de pessoa para pessoa. Normalmente,
as narrações aconteciam em campos de lavouras, grupos sociais, nas salas de
fiar, casas de chá, nas aldeias ou nos demais lugares em que os adultos se
reuniam (RADINO, 2001, 2003).
Com o decorrer do tempo, torna-se o centro do estudo científico de
diversas ciências do entendimento e do desenvolvimento infantil, como a
Pedagogia, a Psicologia e, em especial, a psicanálise.
De acordo com Carvalho (1987, p.54),"o conto é a mais antiga forma de
narração, em seu sentido mítico, natural, de narrativa tradicional, de contar e
ouvir".
"Na Europa, nas antigas civilizações, os contos de fadas desenvolvia
uma forma de entretenimento, tanto para as crianças como para os adultos, e
eram contados principalmente entre as comunidades agrícolas, na época do
inverno" (CARVALHO, 1987, p.57).
Na opinião de Carvalho (1987, p.59), "o conto de fadas pertence ao
gênero maravilhoso, e se caracteriza por sua natureza sobrenatural e pelo
desafio á razão e as leis gerais, já que o mundo das estórias encantadas é
povoado de seres sobrenaturais, de elementos mágicos e de encantamentos".
A autora comenta também a origem das fadas, além de descrevê-las:
De origem pagã, as Fadas devem ter sido inspiração mitológica das Vestais, Musas e Ninfas. São belas e boas, numa associação
17
platônica . Segundo alguns estudiosos elas vêm da raça ariana, dos povos indo- germânicos. Outros afirmam que as fadas nasceram na Pérsia, cujo povo, pelo seu refinamento e requinte, foi chamado o francês do Oriente. Na verdade, as fadas persas são datadas de qualidades imaginativas e delicadezas de sílfides, são pequenos seres alados que não se encontram em outros lugares. Contudo, elas identificam o seu clima na França, onde encontraram a plenitude de sua atuação poética, social e humana (CARVALHO, 1987,p.60).
A autora destaca ainda, nos contos de fadas, a importância da presença
da bruxa, simbolizando a maldade humana, em contraposição as formas do
bem, numa proposição maniqueísta, e conclui que:
Essas duas personagens-símbolos (Fadas e Bruxa) são as representações simbólicas do Bem e do Mal. Veículos da bondade e da maldade, do certo e do errado , da felicidade e da desgraça, elas vão tecendo a trama dos destinos, comentando e questionando valores, dramatizando a própria vida, para concluir a mensagem, pela qual elas também são responsáveis ( CARVALHO, 1987,p.60-1).
Zilberman (1983, p. 39-40) observa que "os contos de fadas e a
literatura infantil são frequentemente confundidos, por serem direcionados a um
público comum: a criança".
Zilberman (1983) revela que os contos de fadas pertenceram
originalmente ao folclore, passando de geração em geração através da
oralidade. Nesse passado distante, eram contados pelos adultos e
direcionados ao publico em geral, exclusivamente as pessoas pertencentes as
classes mais pobres, tais como empregados, pequenos arrendatários,
marinheiros, diaristas, lavradores, artífices, pastores, pescadores e também
mendigos.
Perante disso, pode-se afirmar que os contos de fadas antecedem a
ideias de infância como um período separado do mundo adulto, que é um
acontecimento da idade moderna e, portanto surgiram antes da literatura
infantil, sendo posteriormente adaptados a ela.
Zilberman (1983, p.40-1) explica que "somente com a ascensão da
burguesia é que os contos de fadas passaram a ser utilizado com o objetivo
pedagógico de incutir nas crianças os valores sociais burgueses, fato ocorrido
durante o século XVIII".
18
Na opinião da autora, "existem duas propriedades fundamentais que
definem os contos de fadas: a presença do maravilhoso e a peculiaridade de
apresentar um universo em miniatura" (ZILBERMAN, 1983, p.44).
Diante da intrínseca relação entre a literatura infantil e os contos de
fadas, a autora conclui que ambos os gêneros evoluíram juntos, motivo pelo
qual a historia da literatura infantil se confunde com a trajetória das
transformações vividas pelos contos de fadas.
Discorrendo sobre a definição e origem dos contos de fadas, Coelho
(2002, p.173) comenta que:
O conto de fadas é de natureza espiritual / ética / existencial.Originou-se entre os celtas, com heróis e heroínas, cujas aventuras estavam ligadas ao sobrenatural, ao mistério do além-vida e visavam a realização interior do ser humano. Dai a presença da fada, cujo nome vem do termo latino fatum, que significa destino.
A autora ainda analisa que a fada é um personagem único, pois apesar
dos séculos e das modificações dos costumes, continua conservando a sua
capacidade de atração sobre adultos e crianças. Em sua opinião esse ser
imaginário atribuído de poderes sobrenaturais encarna a possível realização
dos sonhos ou ideias pertencentes condição humana.
Coelho (2002) acredita que as fadas surgiram no estágio em que o
pensamento mágico dominava a humanidade e considera que:
Segundo a tradição as fadas são seres imaginários dotados de virtudes positivas sobrenaturais, que interferem na vida dos homes para auxiliá-los em situações-limite ( quando nenhuma solução natural poderia valer). A partir do momento em que passam a ter comportamento negativo, transformam-se em bruxas . A beleza, a bondade e a delicadeza no trato são suas características comuns (COELHO, 2002, p.174).
Para Carvalho (1987), os contos de fadas são as ultimas divisão da
mitologia universal da sobrevivência de mitos e dos velhos cultos e rituais da
pratica de todos os povos, o que os coloca num posicionamento singular de
folclore universal: seus princípios folclóricos estão ligados a fenômenos e
elementos da natureza, especificando-se apenas as formas de expressão.
Observando que os contos de fadas só passaram a fazer parte do
imaginário infantil a partir do momento em que foram recolhidos do folclore,
juntado e transformados em literatura para as crianças, coincide com a historia
19
do reconhecimento da infância, é fundamental mencionar alguns autores que
escreveram para o público infantil em diferentes partes do mundo e também
em diversos momentos históricos.
Nesse sentido, Abramovich (1989) comenta a importância do trabalho de
Perrault (1628-1703) na França, dos irmãos Jacob (1785-1863) e Wilhelm
Grimm (1786-1859) na Alemanha e de Hans Christian Andersen (1805-1875)
na Dinamarca cujas obras são lidas até hoje por crianças de todo o mundo.
Perrault, um erudito e acadêmico francês, é autor de vários livros para adultos, tornando-se célebre e imortal por seu único volume de contos para crianças. São historias recolhidas junto ao povo, respeitando o que tivessem de cruel, de Wilhelm, foram estudiosos, pesquisadores, que em 1800 viajaram por toda a Alemanha conversando com o povo, levantando suas lendas e sua linguagem e recolhendo um farto material oral que transcreviam á noite... Não pretendiam escrever para crianças, tanto que seu primeiro livro não se destinava a elas... Só em 1815 Wilhelm mostrou alguma preocupação de estilo, usando seu material fantástico de forma sensível e conservando a ingenuidade popular, a fantasia e o poético ao escreve-lo. Andersen é filho do povo, e seus contos brotam de sua própria infância. [...] É o poeta da infância (ABRAMOVICH, 1989, p.122-3)
Corso e Corso (2006) garante que as narrativas folclóricas, ditos contos
de fadas, foram voltadas as crianças quando a infância passou a ter valor
social, ou seja, mais ou menos a quatro séculos, mesmo assim não eram todas
as crianças que teriam acesso a este novo mundo da fantasia, os contos eram
apresentados primeiramente a crianças que pertenciam a classe da burguesia.
Na opinião de Bettelheim (2002) os contos de fadas têm costumes
folclóricos, assim sendo os mais clássicos mais verdadeiros e importantes que
serão para as crianças. Os contos de fadas nasceram e cresceram entre as
pessoas mais humildes e em seguida se transformaram em objeto de uso da
corte, requintando na linguagem da corte.
Diante de tudo o que foi exposto pode-se afirmar que os contos de fadas
têm acompanhado o homem já há bastante tempo. Num primeiro momento,
projetando seus desejos e sonhos, fizeram parte do folclore, em foram
transmitidos através da oralidade. Nesse contexto, podem ser vistos como uma
forma das pessoas expressarem sua esperança por um mundo melhor, já que
surgiram entre as classes mais pobres.
Num momento posterior, os contos de fadas tornaram-se parte
integrante do acervo da literatura infantil, ao ser recolhidos da oralidade,
20
compilados e direcionados ás crianças. As fadas, por suas características
mágicas e positivas têm exercido um papel importante no imaginário infantil
desde então.
1.2 Por que os contos de fadas são atemporais?
Os contos de fada fazem parte do universo infantil desde o momento em
que a infância passou a ser entendida como um período separado da vida
adulta, ou seja, desde quando as crianças começaram a ser tratado como
crianças a diferenciando de um “mini adulto”, com necessária atenção
diferenciada a elas, fato que ate então não era considerado, seus gostos, sua
forma de pensar, sua visão ao mundo.
A maioria dos contos de fadas traz uma riqueza significativa de sentidos
ocultos e essenciais para a vida. Da maneira que toda obra de arte, os contos
de fadas são uma modificação em relação ao mesmo tema, ou seja, o homem
procurando a definição da vida.
Eles agem para solucionar questões internas, tornando-se decisivos na
construção da criança.
Para Vieira (apud RADINO, 2003), as crianças tinham comportamento
de um adulto em miniatura.
Não são relatados em suas obras os acontecimentos verdadeiros, mas
tinha a finalidade de introduzir a criança em outro mundo, fora da sua vida,
para que ao começar sua leitura a criança pudesse pressenti se dentro da
historia. A missão da existência e do imaginário permitia que a criança ficasse
livre e aprendesse brincando. Além das suas próprias obras, Lobato também
teve um grande valor ao efetuar as traduções e adaptações de obras.
Construir um texto que valorize a fantasia e deixe de lado o caráter realista constituiu um dos eixos centrais da ruptura de Lobato. “[...] O texto deveria não auxiliar a criança na inserção da realidade da realidade adulta, transmitindo-lhes preceitos morais, permitindo que ela se evadisse da vida cotidiana transformando-se para um universo interno ao texto”. (GOUVEIA apud RADINO,2003,p.101)
A partir desse momento, essa modalidade literária tem sido amada pela
maioria das crianças, independente de sua condição socioeconômica e cultural,
em diferentes contextos históricos.
21
Devido á sua riqueza de conteúdo e estrutura singular, os contos de fadas
se tornaram atemporais, ou seja, permanecem através do tempo. Por isso, ao
se propor a sua utilização no contexto escolar é importante compreender seus
aspectos fundamentais, de modo a maximizar as oportunidades de
aprendizado e de incentivo a leitura.
Nesse sentido, Carvalho (1987, p.79) observa que: “Os contos de
Perrault, como os de Grimm e de Andersen, são conhecidos das crianças antes
das letras do alfabeto: eles se antecipam á alfabetização porque fazem parte
da vida afetiva da criança”.
Na opinião de Carvalho (1987, p.79) a perpetuação dos contos de fadas
junto ao publico infantil pode ser entendida a partir de seu conteúdo:
Os contos de fadas, além de suas implicações psicanalíticas, apresentam, como toda Literatura Infantil, conteúdo tridimensional, isto é, recreativo, como, interessa á criança; representativo, refletindo sua época e suas características folclóricas; e crítico, satirizando, veladamente , a sociedade ou o indivíduo. Possuindo um conteúdo rico, esses contos, a proporção que se distanciam de suas motivações e do contexto social em que foram escritos , ganham mais intensidade em seu mundo mágico, maravilhoso.
Abramovich (1989. p.120) também comenta as possíveis causas da
atemporalidade dos contos de fadas:
Quem lê Cinderela não imagina que há registros de que essa historia já era contada na China, durante o século IX d. C. E, assim como tantas outras, tem se perpetuado há milênios, atravessando todas as geografias, mostrando toda a força e a perenidade do folclore dos povos. Por quê? Porque os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso, um universo que detona a fantasia,a partindo sempre duma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer criança já viveu... Porque se passam num lugar que é apenas esboçado, fora dos limites do tempo e do espaço, mas onde qualquer um pode caminhar... Porque as personagens são simples e colocadas em inúmeras situações diferentes, onde têm que buscar e encontrar uma resposta de importância fundamental, chamando a criança a percorrer e achar junto uma resposta sua para o conflito... Porque todo esse processo é vivido através da fantasia, do imaginário, com intervenção de entidades fantásticas ( bruxas, fadas, duendes, animais falantes, plantas sábias...).
A autora ainda descreve que os contos de fadas mantêm uma condição
fixa, partindo de um problema unido na realidade, como por exemplo, o estado
de penúria, a carência afetiva, o conflito entre mãe e filho, entre outros, que
desequilibra a harmonia inicial. O desenvolvimento é uma busca de soluções,
no plano da fantasia, com a incorporação de elementos mágicos, como fadas,
22
bruxas, anões, duendes, gigantes, entre outros. A restauração da ordem
acontece no desfecho da narrativa, quando há uma volta ao real.
Dessa maneira, utilizando-se dessa estrutura, os autores, "por um lado
demonstram que aceitam o potencial imaginativo infantil e ao mesmo tempo
transmite à criança a ideia de que ela não pode viver totalmente no mundo da
fantasia, sendo necessário assumir o real no momento certo" (ABRAMOVICH,
1989, p.120).
Diante disso, Abramovich (1989, p.120) conclui que, "por lidar com
conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição
humana, é que os contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje".
A autora deixa claro que cada elemento dos contos de fadas tem um
papel significativo, importantíssimo e se for retirado suprimido ou atenuado, vai
impedir que a criança compreendesse integralmente o conto. Por isso deve-se
ter muito cuidado com as adaptações, canalizações, suavizações ou
alterações, que muitas vezes prejudicam a integridade da historia original.
Diante de tudo o que foi exposto e considerando o fascínio que os
contos de fadas exercem sobre o universo infantil, pode-se afirmar que eles
podem despertar o interesse da criança pela leitura principalmente durante a
educação infantil, que é um período no qual se formam leitores em potencial.
Nesse sentido, não se pode deixar de considerar também as implicações
psicanalíticas que envolvem essa modalidade literária.
23
CAPÍTULO II
A PSICANALISE DOS CONTOS DE FADAS
Figura 2 - A psicanálise dos contos
fonte: www.google.com.br/search?q=a+psicanálise+dos+contos
24
1 OS CONTOS
A psicanálise tem como ideia o motivo o entendimento de que nossas
atitudes e sentimentos comandados pelos nossos desejos inconscientes,
sendo uma observação a realizar por meio da associação livre.
De acordo com Lorenço (2009), no século XX, a Psicanálise passou a
ganhar e aproveitar na sua metodologia os contos de fadas como registro do
inconsciente coletivo.
Bonaventura (2008), declamar um conto ou contar para uma criança não
é um passatempo, ou uma saída da verdadeira realidade, com o propósito de
permanecer com princesas e príncipes, fadas que modificam a dura realidade
do homem, de sua procura, de seus perturbações e obstáculos.
No universo escolar, há muitos anos, a contação de historia acontece e
contribui para que os professores compreendam o quanto as historias auxilia
em sua função de educador.
A psicanálise sente-se a vontade no terreno das narrativas, afinal, trocando em miúdos, uma vida é uma historia e o que contamos dela é sempre algum tipo de ficção. A historia de uma pessoa pode ser rica em aventuras, reflexões, frustrações ou mesmo pode ser insignificante, mas sempre será uma trama da qual parcialmente escrevemos o roteiro. Frequentar as historias imaginadas por outros, seja escutando, lendo, assistindo a filmes ou a televisão ou ainda indo ao teatro, ajuda a pensar a nossa existência sob pontos de vistas diferentes. Habitar essas vidas de fantasia é uma forma de refletir sobre destinos possíveis e coteja-los com o nosso. As vezes , uma historia ilustra temores de que padecemos, outras, encarna ideias ou desejos que nutrimos, em certas ocasiões ilumina cantos obscuros do nosso ser. O certo é que escolhemos aqueles enredos que nos falam de perto, mas não necessariamente de forma direta, pode ser uma identificação tangencial, enviesada. (CORSO, 2006 p.21)
A riqueza de conteúdos dos contos de fadas faz com que se pense na
possibilidade de sua utilização no contexto escolar. Isso porque a escolha de
estórias para as crianças implica na observação de alguns critérios
fundamentais, critérios estéticos para a escolha de obras redimensionando a
capacidade de observação e analise de linguagem poética dos contos.
Adotando esses critérios, o professor, além de proporcionar aos alunos
um momento de diversão estará ao mesmo tempo dando oportunidade para
que a criança possa se desenvolver emocionalmente.
25
A criança poderá se comunicar exteriorizar sua vida e impulsionar seus
pensamentos transformar o mundo real em função de seus desejos e fantasias.
Posteriormente utiliza essas fantasias como referencias para ampliar a sua
realidade a sua própria atividade ao seu e as suas leis morais.
A criança esta vivendo um período repleto de possibilidade no qual
através do imaginário é permitida a ela interação constante com o mundo real e
o mundo da fantasia.
Nesse sentido, Bettelheim (2002,p.13) observa que:
Para que uma estória realmente prenda a atenção da criança deve entretela e despertar sua curiosidade. Mas para enriquecer sua vida deve estimular a imaginação, assim ajuda a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações, reconhecer plenamente suas dificuldades e ao mesmo tempo sugerir soluções para os problemas que a perturbam. Resumindo deve de uma só vez relacionar-se com todos os aspectos de sua personalidade e isso sem nunca menosprezar a criança, buscando dar inteiro credito a seus predicamentos e simultaneamente promovendo a confiança nela mesma e no seu futuro.
Na opinião de Bettelher (2002, p.13), nada é tão enriquecedor e
satisfatório para a criança do que o conto de fadas:
Na verdade um nível manifesto, os contos de fadas ensinam pouco sobre as condições especificas da vida na moderna sociedade de massa, esses contos foram inventados muito antes que ela existisse. Mas através deles pode-se aprender mais sobre os problemas interiores dos seus predicamentos em qualquer sociedade, do que com qualquer outro tipo de estória dentro de uma compreensão infantil. Com a criança em cada momento da sua vida está exposta á sociedade em que vive certamente aprendera a enfrentar as condições que lhe são próprias, desde que seus recursos interiores o permitam.
Para o autor, exatamente porque a vida é frequentemente
desconcertante para a criança, ela assim precisa ainda mais ter a possibilidade
de se entender nesse mundo complexo como qual deve aprender a lidar. Para
ser bem sucedida nesse aspecto, a criança deve receber ajuda para que possa
dar algum sentido coerente aos seus sentimentos, necessita de ideias sobre a
forma de organizar seu mundo interior. Necessita também de uma educação
moral, que de modo sutil e implícito, conduza as vantagens do comportamento
moral, não através de conceitos éticos abstratos, mas daquilo que lhe parecem
tangivelmente correto e, portanto significativo. Em sua opinião, a criança pode
encontrar esse tipo de significado nos contos de fadas (BETTELHEIM, 2002,
p.13).
26
Educação moral entendida como arte de formar caráter a que incute
hábitos, a que forma o conjunto de ações de hábitos adquiridos não pode
deixar de ser lembrado e mesmo quando da forma que deve ser tratar cada
criança que é educada. E absolutamente necessário lembrar que a criança
desde a mais terá idade assimila pelo exemplo pelo tratamento recebido.
Assim é que a educação moral para todo individuo em formação é o
elemento que o levará a escolher a própria estrada. É a base que faz com que
as influencias negativas sejam neutralizadas e o conduza a diligencia baseadas
em recursos morais firmes e possa se defender com firmeza destas influencias
e conduzir seu livre arbítrio de forma equilibrada e sadia.
Bettelheim (2002) também explica que, através dos tempos os contos de
fadas, sendo recontados, foram se tornando cada vez mais refinados e
passaram a transmitir ao mesmo tempo significados manifestos e encobertos,
falando simultaneamente a todos os níveis da personalidade humana. Por isso,
os contos de fadas transmitem importantes mensagens à mente consciente, a
pré- consciente, e a inconsciente, em qualquer nível que esteja funcionando no
momento.
Através da analise dos contos de fadas e de sua influência no
desenvolvimento infantil o autor observa que esses contos, em um sentido bem
mais profundo do que outros tipos de leitura começam onde a criança
realmente se encontra no seu psicológico e emocional. Falam de suas
pressões internas graves de um modo que ela inconscientemente compreende
e oferecem exemplos tanto de soluções temporárias quanto permanentes para
suas dificuldades. A partir dessa constatação, ele comenta que:
Esta é exatamente a mensagem que os contos de fada transmitem a criança de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana mas que se a pessoa não se intimida, e se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominara todos os obstáculos e ao fim emergira vitoriosa( BETTELHEIM, 2002, p.14).
O autor observa ainda que as estórias modernas escritas para crianças
pequenas evita esses problemas existentes, embora eles sejam questões
cruciais para qualquer pessoa. O conto de fadas, ao contrario, confronta a
criança honestamente com os dilemas humanos fundamentais, como por
27
exemplo, a morte, o envelhecimento, os limites da existência e o desejo pela
vida eterna.
Outra característica diferencial dos contos de fada, segundo o autor, é
que neles, o mal é tão onipresente quanto a virtude. Em praticamente todo o
conto de fada entre o bem e o mal recebem o corpo na forma de algumas
figuras e de suas ações, já que bem e mal são onipresentes na vida e as
propensões para ambos estão presentes em todas as pessoas. É essa
dualidade que expõe o problema moral e requisita a luta para resolver.
Nesse sentido, Bettelheim (2002, p15) entende que:
O mal não é inseto de atrações simbolizado pela poderoso gigante ou dragão, o poder da bruxa, a astuta rainha na Branca de Neve e com frequência se encontra temporariamente vitorioso. Em vários contos de fadas um usurpador consegue por algum tempo tomar o lugar que corretamente percebe ao herói assim como as irmãs malvadas fazem em Borralheira. Não é o fato de o malfeitor ser punido no final da estória que torna nossa imersão nos contos de fadas uma experiência em educação moral, embora isto também se dê. Nos contos de fadas, como na vida, a punição ou o temor dela é apenas um fator limitado de intimidação do crime. A convicção de que o crime não compensa é um meio de intimidação muito mais efetivo, e esta é um meio de intimidação muito mais efetivo, e esta é a razão pela qual nas estórias de fadas a pessoa má sempre perde. Não é o fato de a virtude vencer no final que promove a moralidade, mas de o herói ser mais atraente para a criança, que se identifica com ele em todas as suas lutas. Devido a esta identificação a criança imagina que sofre com o herói suas provas e tribulações, e triunfa com ele quando a virtude sai vitoriosa. A criança faz tais identificações por conta própria e as lutas interiores e exteriores do herói imprimem moralidade sobre ela.
O autor explica que, para dominar os problemas psicológicos do
crescimento a criança necessita entender o que está se passando dentro de
seu eu inconsciente. Ela pode atingir essa compreensão, e com isso a
habilidade de lidar com as coisas, não através da compreensão racional da
natureza e conteúdo de seu inconsciente, mas familiarizando com ele através
de devaneios prolongados. Com isso, a criança pode adequar o conteúdo
inconsciente as fantasias conscientes, o que a capacita a lidar com esse
conteúdo. É assim que os contos de fadas tem um valor inigualável, pois
oferecem novas dimensões a imaginação da criança, que ela não poderia
descobri sozinha. Além disso, a forma e a estrutura dos contos de fadas
sugerem imagens a criança com as quais ela pode estruturar seus devaneios e
com eles dar melhor direção a sua vida (BETTELHEIM, 2002).
28
Sobre a tipologia dos personagens dos contos de fada, de padrão
maniqueísta, o autor comenta que:
As figuras nos contos de fadas não são ambivalentes não são boas e más ao mesmo tempo, como somos todos na realidade. Mas dado que a polarização domina a mente da criança, também domina os contos de fadas. Uma pessoa é ou boa ou má, sem meio termo. Um irmão é tolo, o outro esperto. Uma irmã é virtuosa e trabalhadora, as outras são vis e preguiçosas. Uma é linda, as outras são feias. Um dos pais é todo bondade, o outro é malvado.(...) Então a criança tem uma base para compreender que há grandes diferenças entre as pessoas e que, por conseguinte, uma pessoa tem que fazer opções sobre quem quer ser. Esta decisão básica sobre a qual todo o desenvolvimento ulterior da personalidade se construirá, é facilitada pelas polarizações do conto de fadas ( BETTELHEIM,2002, p.17).
Além disso, Bettelheim (2002) ressalta que as escolhas das crianças são
baseadas muito mais na simpatia do que na contraposição entre certo e errado.
Por isso quando mais simples e direto é um bom personagem tanto mais fácil
será para a criança identificar com ele e rejeitar o outro mau. Portanto, a
criança se identifica com o bom herói não por causa de sua bondade, mas
porque a condição do herói lhe traz um profundo apelo positivo.
O autor observa ainda que os contos de fadas podem também ser de
grande valia para a superação dos momentos de solidão e ansiedade tão
comuns na infância, na medida em que oferecem soluções sob formas que a
criança pode apreender no seu nível de compreensão, para os dilemas
existenciais. O conto de fadas é orientado para o futuro e guia a criança, em
termos que ela pode entender tanto na sua mente inconsciente quanto
consciente, a abandonar seus desejos de independência infantil e conseguir
uma existência mais satisfatoriamente independente (BETTELHEIM, 2002,).
Em sua analise, Bettelheim(2002) ainda considera que atualmente as
crianças não crescem mais dentro da segurança de uma família numerosa, ou
de uma comunidade bem integrada. Por isso mais ainda do que na época em
que os contos de fadas foram inventados, é importante prover a criança
moderna com imagens de heróis que partiram para o mundo sozinho e que
apesar de inicialmente ignorado as coisas ultimas encontram lugares seguros
seguindo seus caminhos com uma profunda confiança interior.
Diante disso, o autor conclui que:
Hoje, ainda mais do que no passado, a criança necessita o reasseguramento oferecido pela imagem do homem isolado que contudo é capaz de conseguir relações significativas e
29
compensadoras com o mundo ao seu redor (BETTELHEIM, 2002, p.20).
Em sua opinião os contos de fadas são impares não só como forma de
literatura, mas como obras de artes integramente compreensíveis para a
criança. Assim como acontece com toda grande arte o significado mais
profundo do conto de fada será diferente para cada pessoa e diferente para a
mesma pessoa em vários momentos de sua vida. Por isso a criança extrairá
significados diferentes do mesmo conto de fadas, dependendo de seus
interesses do momento. Tendo oportunidade voltara ao mesmo conto quando
estiver pronta a ampliar os velhos significados ou substituir por novos.
Explicado o papel significativo dos contos de fadas para as crianças
ajudando a lidar com os problemas psicológicos do crescimento e da
integração de suas personalidades, surge a necessidade de se escolher o
conto adequado. Diante disso o professor deve considerar que a estória mais
importante para uma criança especifica numa idade especifica depende
inteiramente de seu estagio psicológico de desenvolvimento e dos problemas
que mais a pressionam no momento (BETTELHEIM, 2002, P.23).
Nesse sentido, o autor explica que:
Como não podemos saber em que idade um conto especifico será mais importante para uma criança especifica, não podemos decidir qual dos vários contos ela deveria escutar num dado período ou por quê. Isto só a criança pode determinar e revelar pela força com que reage emocionalmente aquilo que um conto evoca na sua mente consciente e inconsciente. (...) Se a criança não liga a estória isto significa que os motivos ou temas ai apresentados falharam em despertar uma resposta significativa neste momento da sua vida. Então é melhor contar-lhe um outro conto de fadas (...) Logo ela indicará que uma certa estória tornou-se importante para ela por sua resposta imediata ou pedido para que lhe contem a estória outra vez. Se tudo correr bem, o entusiasmo da criança pela estória será contagioso (...) Finalmente chegara o tempo em que a criança obteve tudo o que pôde da estória preferida, ou que os problemas que faziam com que respondesse a ela foram substituídos por outros que encontram melhor expressão em outro conto. Ela pode então temporariamente perder o interesse nessa estória e sentir mais prazer numa outra, ao contar estórias de fadas é sempre melhor seguir a orientação da criança ( BETTELHEIM, 2002, p.26).
Bettelheim (2002) ainda destaca que não se deve tentar explicar para
uma criança por que um conto de fadas é tão cativante para ela, pois isso pode
destruir o encantamento da estória. Em sua opinião, as interpretações adultas,
por mais corretas que sejam, roubam da criança a oportunidade de sentir que
30
ela, por sua própria conta, através de repetidas audições e de refletir sobre a
estória, enfrentou com êxito uma situação difícil.
Quanto ao contador de historias, Abramovich (1989, p.121) adverte que:
Se o adulto não tiver condições emocionais para contar a historia inteira, com todos os seus elementos, suas facetas de crueldade, de angústias ( que fazem parte da vida, senão fariam parte do repertorio popular...), então é melhor dar outro livro pra criança ler... ou esperar o momento em que ela queira ou necessite dele e que o adulto esteja preparado para contá-lo... de qualquer modo, ou se respeita a integridade, a inteireza, a totalidade de narrativa, ou se muda de historia...
Nesse sentido, Bettelheim (2002) também enfatiza que o verdadeiro
significado e impacto de um conto de fadas podem ser apreciados seu
encantamento pode ser experimentado, apenas com a estória na sua forma
original, pois adaptações pobres de livros baratos destroem os sentidos.
Assim, o professor deve tomar muito cuidado com as adaptações e
outras formas que podem suprimir ou distorcer o conteúdo desses contos.
Mediante a abordagem da importância e da complexidade dos contos de
fadas no universo infantil, pode afirmar que todo professor atuante nas series
iniciais do Ensino Fundamental deve procurar despertar em seus alunos o
desejo de lê-los.
31
CAPÍTULO III
LEITURA, ESCOLA E CONTOS DE FADA: A EDUCAÇÃO PELA SENSIBILIDADE.
Figura 3 - as histórias
Fonte: www.tumblr.com
32
1 A ESCOLA E OS CONTOS
Não existe uma formula mágica para que se transforme um educador em
um especialista em contar historias não e uma tarefa fácil é preciso de
incentivo e estimulo interno por parte do educador, assim como também não é
uma tarefa fácil despertar aos alunos o total interesse de se ler livros.
Uma teoria essencial deve ser acompanhada, ou seja, o educador tem
que ser primeiro de tudo um bom leitor, que traga em si o gosto pela leitura.
Um educador que não lê em nenhum momento trabalhará bem com a
leitura. É preciso ler e ler muito, apreciar e praticar com os alunos, ler para eles
de forma prazerosa para que atraiam seus olhares, ler junto com os alunos e
poder ouvir a leitura, ainda que de inicio seja tímida.
O educador obrigatoriamente necessita ter habilidade teórica e
metodológica e conhecer que a escola é o ambiente responsável pelo
desenvolvimento da leitura.
As historias lidas por si próprias não são as que permanecem na infância
da criança, mas sim aquelas que foram contadas, mais precisamente que
foram contadas de forma encantadora. Armazena se na memória os
personagens e as historias a fala de quem contou seus sentimentos, suas
ações e suas expressões.
Diante da preferência das crianças pelos contos de fadas, e do papel
que essa modalidade literária exerce no desenvolvimento infantil, não se
limitando à recreação, mas também com profundas implicações psicanalíticas,
percebe-se a possibilidade e a necessidade de sua utilização em todo o
contexto escolar, especificamente nas primeiras séries do Ensino Fundamental,
durante o processo de alfabetização e também como incentivo à leitura, tão
importante para o desenvolvimento global da criança.
Na opinião de Cagliari (1994, p. 148), a escola precisa ter a leitura como
prioridade dentre seus múltiplos objetivos. Nesse sentido, o autor argumenta
que:
É muito mais importante saber ler do que saber escrever. O melhor que a escola pode oferecer aos alunos deve estar voltado para a leitura. Se um aluno não se sai muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, penso que a escola cumpriu em grande parte sua tarefa.
33
Sob esse enfoque, tudo que é fundamental se instrui na escola está
exatamente unido à leitura e necessita dela para se mantiver e se progredir
(CAGLIARI, 1994).
As escolas deveriam preservar as obras de historias que os alunos
ouvem em casa e nos lugares que convivem, uma vez que essa historia
representa uma rica mina de conhecimentos sobre as diferentes formas
culturais de enfrentar os sentimentos e com assuntos éticos, auxiliando no
desenvolvimento da subjetividade e da sensibilidade dos alunos.
Ter acesso a boa literatura é dispor de uma informação cultural que alimenta a imaginação e desperta o prazer pela leitura . A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo , apreciem o momento de sentar para ouvir historias exige que o professor, como leitor, preocupa-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo a escuta atenta , mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a historia é lida. (BRASIL, 1998,p.144)
Ainda sobre a relação entre escola e leitura, Cagliari (1994, p. 150)
enfatiza que:
Ao contrário da escrita, que é uma atividade de exteriorizar o pensamento, a leitura é uma atividade de assimilação de conhecimento, de interiorização, de reflexão. Por isso, a escola que não lê muito para os seus alunos e não lhes dá a chance de ler muito está fadada ao insucesso, e não sabe aproveitar o melhor que tem para oferecer aos seus alunos.
O autor analisa inclusive que se podem ter várias ações perante a
leitura, pois ela é uma atividade extremamente individual:
Diante das mesmas histórias, certas crianças ficam revoltadas, outras apavoradas, outras, ainda, acham graça e algumas até não entendem o fantástico. Cada uma lê a seu modo. E isso não é mau, mas é o que deve acontecer, e a escola deve respeitar a leitura de cada um. (...) Caberá sempre ao leitor interferir na leitura que fará de acordo com seu mundo interior (CAGLIARI, 1994, p. 151).
De acordo com Martins (1984), aprender a ler significa também aprender
a ler o mundo e dar definição a ele. Sob esse enfoque, a papel do educador é a
de produzir situações para o educando atingir a sua própria aprendizagem, de
acordo com seus próprios objetivos, dificuldades e fantasias, segundo as
dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta.
Assim, produzir situações de leitura não representa apenas alfabetizar
ou permitir acesso aos livros. Trata-se de dialogar com o leitor sobre a sua
leitura, isto é, em relação à definição que ele dá a algo escrito.
34
Para Martins (1984), a ação de ler está associada aos sentidos,
às emoções e à razão, estabelecendo assim três níveis básicos de leitura, os
quais são prováveis de se visualizar como níveis sensorial, emocional e
racional. Cada um desses três níveis refere-se a um modo de semelhança do
objeto lido, e por isso estão inter-relacionados, mesmo sendo um ou outro
favorecido.
A leitura sensorial inicia se muito cedo e segue o leitor por toda a
vida, relaciona-se com as primeiras opções e causa as primeiras revelações.
Essa leitura vai dando a conhecer ao leitor o que ele gosta ou
não, mesmo involuntariamente, sem a obrigação de racionalizações e
justificativas, apenas porque impressiona a vista, o ouvido, o tato, o olfato, ou o
paladar, um livro consegue fazer uma pessoa ouvi- ló ao manusear suas
páginas.
Martins (1984,p.42 ) descreve:
Na criança, essa leitura por meio dos sentidos assumi um prazer singular, que está associado à sua liberdade e curiosidade. Inicia se uma leitura de um livro sempre pela capa, pela forma que examinamos, esta mentindo aquele que fala que não é uma maravilhosa sensação a de manusear as paginas de um livro especialmente se o livro for novo, de sentir o aroma de novo. E assim serve para qualquer outras formas de leitura, a maneira como lemos o contexto provem muito do nosso sensorial.
Para uma pessoa madura e principalmente para uma criança
iletrada essa é a leitura que considera na sua vida para poder se comunicar.
Quem já teve o momento de passar e de notar a sua
transformação sabe o quanto ela pode conquistar. Para criança a leitura por
meio dos sentidos representa uma satisfação especial relativa com sua
liberdade (superior a de um adulto) e o interesse mais abertamente e
transparente.
O livro , um objeto sem movimentos próprios, trazendo diferentes sinais, talvez com imagens coloridas, envolve pela aparência e a capacidade de manuseio, pela facilidade de abri-lo traduzi-lo seus enigmas e de descobri-los, por meio da associação rítmica, sonora e visual dos sinais ,uma historia de fantasia, imprevistos, de animação e de compreensão. Dessa forma o livro é um jogo que desenvolve na criança a descoberta da evolução da linguagem, aprimorando sua competência de dialogar com o mundo. Manifesta as primeiras opções: o livro com ilustrações coloridas que chama mais a atenção e diverte mais, se não tem imagens chama menos atenção. O fato de manusear, abrir e fechar, causa uma emoção de capacidades de explorar, seja para comandar, seja para apreciar comunicando a fim de voltar novamente a ele.(MARTINS, 1984, p.47)
35
Na leitura emocional surge a empatia, descrevendo um processo de
participação afetiva numa existência alheia. Provoca essencialmente
disponibilidade, ou seja, prevenir para aceitar o que vem do mundo exterior.
Segundo Martins (1984, p. 52), a criança segue a ter maior
disponibilidade para a leitura emocional, pela situação, em princípio, tudo lhe
ser novo e estranho. Por isso ela é mais verdadeira e receptiva quanto a
demonstrar emoções.
Durante o entretenimento, essa leitura representa a predisposição do leitor de dedicar-se ao universo exibido no texto, desligando-se das situações concretas e imediatas. A leitura sensorial que apresenta ser evidente em sua próprio universo, a leitura emocional tem seu assunto de inferioridade por se referir de uma leitura por se tratar de uma leitura no assunto das emoções utilizando assim com os sentimentos, o que causaria uma falta de clareza, seria pessoal. Sem dizer que essa leitura é mais geral de quem diz apreciar da leitura, mas é pouco reconhecida e não é exposta. (MARTINS, 1984, p.53)
A Leitura , seja ela feita de princípios de mundo, de representar, a
imagem tem o controle de libertar emoções, sabendo conduzir um conjunto de
sentimentos como, por modelo, ao realizar uma leitura consegue-se sentir
prazer como podemos sentir enorme infelicidade e quando compreender o que
está sendo monitorados por nossas emoções neste momento procura reprimir
naquele instante, porque desse modo liberta a expressão para se transformar
o quanto vulneráveis.
Notamos a capacidade que a leitura e de que como ela desenvolve
nossa mente. O fato de ela conduzir dentro de si mesma uma sobrecarga de
emoções, não provocaria sermos ironizados, como muitas vezes as pessoas
são quando leem poucos textos ou vêm a muitas cenas de filme ou novelas e
no exato momento há um estouro de emoção como felicidade ao ler ou ver
uma situação que seja engraçada, afeto, infelicidade ou de choro.
São registrados na memória, situações e visões deparadas quando no
ato de realizar uma leitura de um romance ou filme, e percebe que se tornou
uma ligação com uma fase em nossas vidas. É inacreditável como isso é
modificador, para recuperar as situações únicas da vida, acontecem muitas
recordações alegres, tristes e indelicadas.
Segundo a autora Martins (1984, p.55):
36
A leitura emocional nos emerge a empatia, por nós nos sentimos também envolvidos no outro, isto é na pele de outra pessoa, objeto, personagem. Conceituando pois, de um processo de participação efetiva numa realidade alheia, que não é sua, virtual, criada no campo da mente isso implica uma disponibilidade para aquilo que vem do mundo exterior. Na leitura emocional consiste também a provocação de um texto sobre nós, o que ele faz. Às vezes achamos certos assuntos chatos e medíocres, sem interesse, mas com o passar do texto corrido ou descrito, algo nos prende aquele tema, e poderá acontecer o inverso também.
A autora explica também os interesses dos leitores pela leitura:
Essas aparentes predileções ou rejeições são explicadas pelo universo social e individual de cada um. Há também os aspectos projetivos. O leitor sente-se atraído pelo objeto lido por se assemelhar a imagem que o leitor faz de si, ou o contrario , quando sente-se atraído pelo oposto.. Mesmo quando começa a ter uma leitura consciente, em alguns momentos, há recaídas. Isto se explica por causa da criança que ainda está dentro de nós, ela se emerge e possibilita a identificação do universo social e do inconsciente individual .(MARTINS, 1984, p.58)
Assim como se refere a uma leitura de distração, já que caracteriza uma
leitura de escape. Na qual o leitor deixa desligar-se do ambiente existentes e
outras situações.
Na leitura racional prevalece o caráter reflexivo e dinâmico. Isso quer
dizer que o método de leitura racional é constantemente atualizado e
referenciado.
A leitura é coisa séria,dizem os intelectuais. Para muitos , relacionar a leitura as nossas experiências sensoriais e emocionais é reduzir a leitura, revela ignorância. Essa é a postura dominante e intelectualizada mantida por uma elite. Obviamente, faz-se necessário distinguir essa ideia de intelectuais que avaliamos. Entre outras coisas, esse tipo de intelectualismo limita a leitura a noção do texto escrito, pressupondo educação formal e certo grau de cultura e erudição do leitor. (MARTINS, 1984, p.63)
Analisando a leitura como um método de percepção abrangente, no qual
o leitor relaciona com toda sua pratica a fim de compreender as mais inúmeras
formas de expressão.
A leitura como um texto nos liga em princípios, culturas, pratica e pontos
de vistas diferenciadas. Inclui também a procura do significado de um texto e
se realiza no instante em que o leitor possa relacionar com ele. No entanto
esse objetivo é especificado para cada leitor e talvez dos seus entendimentos
sobre o assunto e de seus interesses e objetivos na clareza das ideias.
37
Então, a leitura racional é intelectual quando elaborada por nosso intelecto – estamos falando de um processo eminentemente reflexivo, dialético. Isso implica dizer que os demais níveis de leitura são válidos. Entretanto, a leitura racional acrescenta o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento. (MARTINS, 1984, p.64)
Em síntese, a leitura racional inclui à sensorial e a emocional a situação
de determinar um caminho entre o leitor e a compreensão, a reflexão, a
reestruturação do mundo objetivo, permitindo-lhe, no ato de ler, dar definição
ao texto e perguntar tanto a própria individualidade como o universo dos
conhecimentos sociais (MARTINS).
De acordo com a autora, os níveis de leitura são ligados, senão
simultâneos, mesmo sendo um ou outro favorecido. São as histórias, os
conhecimentos e as situações de vida de cada leitor na ação de ler, bem como
as questões e respostas apontadas pelo objeto lido, no decorrer do processo,
que podem esclarecer certo nível de leitura (MARTINS).
Segundo Cagliari (1994, p. 155), uma leitura pode ser ouvida, vista ou
falada. O autor explica que o primeiro influencia das crianças com a leitura se
dá por meio da leitura auditiva:
A leitura oral é feita não somente por quem lê, mas pode ser dirigida a outras pessoas, que também lêem o texto ouvindo-o. Os primeiros contatos das crianças com a leitura ocorrem desse modo. Os adultos lêem histórias para elas. Ouvir histórias é uma forma de ler.
É necessário considerar também que, assim como há muitas leituras e
diversos leitores, há também uma nova leitura a cada comparação do leitor
com um mesmo texto. Nesse sentido, Abramovich (1989, p. 148) comenta que:
E por que se precisa tanto, sempre, estar indicando um novo livro? Por que não propor, também, que se releia algo que algum dia tenha sido importante?... Reler pode ser tão bom, tão forte, tão esclarecedor... Não é apenas na novidade que está o novo, mas na forma de nos aproximarmos de algo já conhecido e perceber mudanças...
Na verdade, á dimensão que as praticas sensoriais, emocionais e
racionais se ampliam, também a leitura nesses níveis melhora em processo de
constante interação.
Cagliari (1994, p. 169) observa que escrever e ler são duas praticas da
38
alfabetização dirigidas conjuntamente pela escola. No entanto, em sua opinião,
a leitura é um pré-requisito para a escrita, vindo em primeiro lugar:
O objetivo da escrita é a leitura, mas quem vai escrever só é capaz de fazê-lo se souber ler o que escreve. Portanto, a leitura é uma habilidade que precede a própria escrita. Por que então, não começar a ensinar a escrever e a ler, dando mais ênfase à leitura?
O autor observa ainda a importância de se proporcionar uma boa leitura
no contexto escolar, principalmente para a criança que se encontra no período
de alfabetização:
Além de ter um valor técnico para a alfabetização, a leitura é ainda uma fonte de prazer, de satisfação pessoal, de conquista, de realização, que serve de grande estímulo e motivação para que a criança goste da escola e de estudar. Mas, se frustramos as crianças não lhes dando essa chance ou, pior ainda, se substituímos essa leitura gostosa por textos mal escritos, enfadonhos, estranhos, o que vamos esperar delas depois? Que graça tem a escola? Para que serve ler e escrever? Para reproduzir essas idiotices? Será essa a melhor maneira de se introduzir a criança na escrita e na leitura? (CAGLIARI, 1994, p. 169).
Portanto, conduzir a criança a ler, apenas, não é o suficiente para formar
a pratica da leitura, que mantém por toda a vida. Para isso é preciso
compreender os valores que a leitura causa torná-la curioso aos olhos da
criança, como uma fonte de surpresas e descobertas.
Diante disso, pode-se afirmar que só se consegue criar o hábito de ler
com boa leitura, e a grande responsabilidade do educador reside no fato de
saber escolher aquilo que ao mesmo tempo agrada, comove e instrui.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, a
leitura na escola deve ter como objetivo a desenvolvimento de leitores
competentes e, assim, o conhecimento de escritores, pois a capacidade de
desenvolver textos eficazes tem sua origem no desempenho da leitura: “A
leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita: o que escrever.
Por outro, contribui para a constituição de modelos: como escrever” (BRASIL,
2001, p. 53).
O referido documento ainda explica que:
Para tornar os alunos bons leitores – para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura - , a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado
39
plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se desafiar a aprender fazendo. Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente (BRASIL, 2001, p. 58).
Diante da importância do estímulo à prática da leitura na escola, cabe
observar ainda que essa tarefa é imprescindível quando se trata das crianças
que não tiveram em casa um contato anterior efetivo com o livro. Nesse caso, a
responsabilidade da escola é ainda maior.
Para se efetivar, a leitura precisa preencher uma lacuna em nossa vida, vir ao encontro de uma necessidade (vontade de conhecer mais). A isso se acrescentam os estímulos e os percalços do mundo exterior, suas exigências e recompensas. A leitura constitui um fator decisivo de estudo, pois proporciona a ampliação de conhecimento, a obtenção de informações básicas, a abertura de novos horizontes para a mente, a sistematização do pensamento, o enriquecimento de vocabulário e a melhoria dos conteúdos e obras literárias. O fascínio é tão grande, que há quem consiga ler um livro em lugares que não é muito recomendável para uma boa leitura.(MARTINS 1984, p.79)
Cada um necessita buscar sua pratica de ler e melhorar para a leitura se
transformar cada vez mais satisfatório. Nunca é o suficiente ler uma, duas ou
três vezes o mesmo texto. É necessário parar para explorar, examinar, debater,
interrogar, registrar, sublinhar, memorizar, refazer mentalmente e quando
possível em resumo escrito, é necessário captar com discrição, observar,
relacionar, compreender e retiver com dedicação, amadurecer através do
desenvolvimento interno e não por acumulação ou quantidade confusa de
informação superficial e assistemática.
A leitura dos contos de fadas na escola pode despertar na criança o
gosto pela literatura, ao trazer fantasia e encantamento para a sala de aula,
quando trabalhada de forma significativa. Além disso, ela pode oportunizar o
desenvolvimento da imaginação, dos sentimentos, da emoção e da expressão.
Nesse sentido, Abramovich (1989, p. 138) comenta que:
Pois é só estarmos atentos ao nosso processo pessoal, às nossas relações com os outros e com o mundo, à nossa memória e aos nossos projetos, para compreender que a fantasia é uma das formas de ler, de perceber, de detalhar, de raciocinar, de sentir... o quanto a realidade é um impulsionador (e dos bons!) para desencadear nossas fantasias...
É de fato que a leitura sempre estará presente na vida do ser humano, e
que seu primeiro contado vem através do encantamento das historias sejam
elas narradas ou apresentadas com os livros, por tudo isso, os contos de fadas.
40
Devido a suas características já abordadas no presente estudo, podem
ser um excelente caminho de aproximação entre a criança e o livro, na medida
em que são tão significativos para as crianças que se encontram na educação
infantil, ajudando-as a lidar com os problemas psicológicos do crescimento e da
integração de suas personalidades.
41
CONCLUSÃO
Falar sobre literatura já torna algo fascinante, pois logo veem a mente a
magia e o encantamento que os contos de fadas despertam crianças e ainda
nos adulto, pois trazem à lembrança do universo infantil, algumas histórias são
tão encantadoras que fazem com que são repetidas suas leituras inúmeras
vezes, muitas vezes contadas pela mesma pessoa, mas cada vez ouvida a
torna mais interessante.
Com todas as pesquisas bibliográficas realizadas, ao terminar esse
estudo pode-se perceber a grande importância dos contos de fadas no
universo infantil, e sua essencial relação com o processo de desenvolvimento
da criança, nos aspectos psicológico, cognitivo e afetivo.
Diante disso, a utilização dessa modalidade literária no contexto escolar
configura-se como uma proposta viável e necessária, principalmente na
educação infantil, quando a criança tem os primeiros contatos formais com a
leitura e a escrita.
No entanto, a obtenção de resultados positivos a partir dessa proposta
está vinculada, num primeiro momento, à escolha do conto adequado. Nesse
sentido, é necessário que o professor considere que a estória mais importante
para uma criança específica numa idade específica depende de seu estágio
psicológico de desenvolvimento e dos problemas que mais a pressionam no
momento.
Por isso, ao trazer para a sala de aula o conto de fadas, recomenda-se
utilizar como critério de seleção a preferência da criança, e de sua faixa etária,
pois com certeza, ela escolherá, entre os muitos contos existentes, aquele que
pode conter a resposta para os seus conflitos interiores. Ao mesmo tempo e de
extrema importância que acrescente as crianças novos contos para que elas
tenham acesso a novos conhecimentos enriquecendo ainda mais seu gosto
pela leitura.
Além disso, o professor precisa ter o cuidado de trabalhar sempre com
os contos em sua forma original, devido à existência de adaptações, versões e
outras modalidades do gênero que podem distorcer o seu sentido e conteúdo,
e com isso prejudicar o seu significado para a mente infantil.
42
Partindo desses princípios, o professor estará também proporcionando
às crianças momentos de alegria, emoção e fantasia, estimulando-as a
prosseguirem no mundo da leitura, que é uma atividade essencial ao seu
desenvolvimento como pessoa, já que nos tempos atuas o prazer pelos livros
esta se perdendo devido ao contexto onde as imagens fornecidas pela
televisão, pelo computador e pelo videogame são hoje tão valorizadas e de
fáceis acessos, pois se torna uma forma mais rápida de ver o que esta sendo
contado, sem necessidade de fazer com que haja o desenvolvimento da
imaginação, contudo podemos afirmar que a leitura, para o ser humano, é
insubstituível, e que seu gosto deve ser despertado quando sua curiosidade
esteja na melhor fase, ou seja, na criança.
43
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989. BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 16 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. BONAVENTURE, Jette. O que conta um conto?. 5. Ed. São Paulo: Paulus, 2008. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. 3 ed. Brasília: MEC / SEF, 2001. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC, 1998 CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. 7 ed. São Paulo: Scipione, 1994. CARVALHO, Bárbara Vasconcelos de. A literatura infantil: visão histórica e crítica. 5 ed. São Paulo: Global, 1987. COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2002. CORSO,Diana Lichtenstein; CORSO, Mario . Fadas no divã. Porto Alegre: Artmed, 2006.
GARCEZ, Sabrina. Contos – da – carochinha: literatura infantil enriquece o processo de ler e escrever. Revista do Professor, Porto Alegre, v. 20, n. 77, p. 19 – 21. jan. / mar. 2004. KUPSTAS Márcia. Sete faces do conto de fadas. São Paulo. Moderna,1993. (Coleção Veredas) LOURENÇO, Rossana. Os contos tradicionais, a sabedoria popular e os contos de fada. In: SILVA, L.P. B (Org). Bruxas e fadas, sapos e príncipes:os contos de fadas em experiência arte terapêuticas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2009.p.11-24. MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1984.
MELLI, R.& GIGLIO, J. Enquanto seu lobo não vem...contos de fada na escola? Relato de uma Experiência. Psico-USF, 4 (1), 13 -23 RADINO, Glória. Contos de fada e realidade psíquica: a importância da fantasia no desenvolvimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.