Post on 12-Apr-2017
C O M O L I D A R C O M
U M G U I A P A R A P A I S E M Ã E S D E F I L H O S S E L E T I V O S
CRIANÇAS SELETIVAS?
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Um convite à saúde.
Olá! Meu nome é Maria Cristina Lopes. Sou psicóloga e trabalho
com o comportamento alimentar infantil. Hoje gostaria de te
fazer um convite à saúde e me acompanhar ao longo deste e-
book. O que eu quero é que seu filho possa comer normalmente
e que a sua família viva com menos estresse. Mas isso só é
possível com muita informação sobre o tema.
Aqui vou te falar sobre como surge a seletividade, tratamentos e
estratégias possíveis, com quais profissionais contar e o que
realmente vai fazer seu filho comer.
Vamos juntos?
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O que é a seletividade?
A seletividade é um transtornocaracterizado por rejeição adiversos alimentos afetandoestado nutricional,comportamental e asocialização.
Antes de diagnosticar aseletividade devemos investigarquaisquer fatores orgânicosatuais que possam interferir noapetite. Alguns destes fatorespodem ser: nascimento dosdentes, dor dentária crônica,condições respiratórias quecausem intenso desconforto,alergias e intolerânciasalimentares, refluxo, febre,estomatite, etc.
Geralmente a seletividade éocasionada por algum destesfatores orgânicos.
Mas como exatamente aseletividade se inicia?
Durante a refeição algumdesconforto orgânico seintensifica. Após este mesmoepisódio ocorrer diversas vezes,a associação entre o desconfortoe a alimentação se inicia. Aassociação pode ser mais forteou mais fraca de acordo com onível de desconforto percebidopela criança ou pelo tempo deduração do desconforto (dias,semanas, meses ou anos).
Além disso, casos de estresseinfantil também afetam aalimentação. Este estresse podenão ser facilmente detectado.Mas algumas situações de vidapodem nos dar sinais. Como:mudança de rotina, entrada nacreche, falecimento de alguémpróximo, mudança deresidência, entre outros.
Da mesma maneira existemcomorbidades associadas aseletividade. Isso significa dizerque alguns transtornos préviospodem favorecer o aparecimentoda seletividade.
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Os mais comuns são: transtornodo espectro autista, transtornoobssessivo compulsivo,transtorno de ansiedade etranstorno de atenção ehiperatividade. Nestes casos épreciso fazer um tratamentosassociados com outrosprofissionais.
Uma outra questão poucoabordada é a genética.Percebemos em estudos e naclínica que pais que jáapresentaram a seletividade temmais chances de ter filhosseletivos.
Quando se inicia a seletividade?
Em geral a seletividade se iniciaa partir de alguns meses de vidaaté os quatro anos. Isso nãosignifica dizer que após osquatro anos a criança não terámais seletividade. Significaapenas que a idade de iníciousual dos sintomas vai até osquatro anos. O transtorno podeperdurar por toda a vida.
Existe tratamento para aseletividade?
Existem diversas formas detratar a seletividade. Médicos,nutricionistas e psicólogospodem cuidar de criançasseletivas de diversas formas.
Médicos e nutricionistas irãocuidar da parte orgânica, secertificar que não existecondições médicas atuais (comorefluxo, alergias ou estomatite) emedicar para que não haja perdade nutrientes ou peso.
Já o psicólogo atuará nacaracterística principal dotranstorno: o comportamento derejeição alimentar.
É o psicólogo que vai conseguirorientar sobre formas deintrodução efetiva de alimentos.Com o objetivo final de que paise cuidadores consigam ampliar avariedade de alimentos nocardápio da criança.
Afinal, de nada adianta fornecerum cardápio e os pais nãoconseguirem fazer seu filhocomer os alimentos. O objetivofinal é que realmente a criançatenha uma vida normal e comanovos alimentos.
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Quais são os tipos de rejeiçãopossíveis para uma criançaseletiva?
Existem diversos tipos derejeição. Aqui vou te falar asquatro principais formas derejeição.
A rejeição pode ser visual – aansiedade e o comportamento derejeição aparecem quando acriança vê o alimento. Alimentoscom aspectos muito diferentescausam estresse.
A rejeição também pode sereferir ao cheiro. Ou seja, arejeição é suscitada pelo aromado alimento.
Agora falaremos dos dois tiposde rejeição mais fortes ecomuns. O primeiro é ao sabor.Ou seja, sabores diferentescausam repulsa. Portanto, paraeste tipo de rejeição o alimentojá deve estar na boca.
O segundo tipo mais comum derejeição é à textura. Neste caso oalimento também deve serlevado à boca para ocorrer arejeição.
Outro tipo de rejeição é peloambiente. Portanto, emdeterminados ambientes acriança aceita alguns alimentos eem outros não. em geral issoocorre pois a criança não sesente segura. Por exemplo: já foiforçada a comer naquele local.
Uma das maiores dificuldadesdos pais é identificar o tipo derejeição da criança. Otratamento sempre devecomeçar pela identificação darejeição.
Em alguns casos as criançaspossuem apenas um dos tipos derejeição citadas acima como aque causa maior ansiedade.Porém é bem possível que elatenha todos os tipos de rejeição.
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Quais são as maneiras mais
comuns de lidar com a
seletividade?
Existem muitas maneiras de
lidar com a seletividade das
crianças. Porém, as mais comuns
não são ideais. Inclusive, podem
piorar a seletividade.
Uma das maneiras mais comuns
de lidar com a seletividade é
com a técnica da distração. Ou
seja, durante a refeição o
cuidador distrai a criança com
televisão, tablet, celular ou
brinquedos, enquanto coloca o
alimento na sua boca.
Apesar de funcionar com
algumas crianças esta técnica
não modifica a alimentação da
criança. Justamente, por que,
distraída, não registra novas
texturas, sabores, visual e
cheiros.
Outra maneira comum de lidar
com a seletividade é forçar a
criança a comer segurando sua
boca, gritando, castigando, etc.
Essa é uma estratégia que
funciona momentaneamente.
Pois a criança irá, naturalmente,
associar este novo estresse ao
alimento novo.
A última estratégia comum é
deixar a criança com fome. Ou
seja, só irá comer se for o
alimento novo. Se não quiser
comer este alimento novo não
irá comer nada.
Esta é uma estratégia que não
funciona em nenhuma ocasião.
Já tive mães de pacientes que
deixaram seus filhso sem comer
por mais de 16 horas.
Se os pais e cuidadores tinham
alguma dúvida sobre a
veracidade do transtorno e
estresse ocasionado não resta
nenhuma. A criança preferirá
passar fome ao invés de comer o
alimento diferente.
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A seletividade é "frescura"?
Não! Como acabamos de ver o
estresse ocasionado pela rejeição
é tão grande que a criança
prefere passar fome a comer.
O estresse ocasionado pela
seletividade é o mesmo que uma
pessoa que tem medo de avião
sentiria ao pegar um vôo de doze
horas para Paris sem
medicamentos. A seletividade é
real!
Então qual é a melhor maneira
de lidar com a seletividade?
Se perceber todas as estratégias
que citei até aqui foram
"inundações". Ou seja,
"inundamos" a criança com
estímulo extremamente
estressor - a comida.
Vários estudos demonstram que
a inundação não é uma técnica
que realmente funciona.
Inclusive, como já foi dito, pode
piorar a ansiedade e estresse.
O que tem mostrado bons
resultados uma técnica contrária
à "inundação". Esta técnica se
chama "exposição graduada".
A estratégia de exposição
graduada é a estratégia que
utilizamos e a mais
cientificamente eficaz para o
tratamento da seletividade. Ela
se baseia em graduar em várias
etapas de exposição ao alimento
até chegarmos ao objetivo final.
Por exemplo: se a criança
consome apenas sopa de cenoura
não posso de uma hora para a
outro oferecer sopa de couve.
Devo escolher um alimento que
se assemelhe visualmente à
cenoura - como a abóbora. E
introduzir o sabor da abóbora
colocando uma porcentagem da
sopa de abóbora junto à sopa de
cenoura. Gradativamente
aumento esta proporção até
chegar ao 100%.
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Bem como se quiser colocar atextura da abóbora apenascozida. Não devo oferecer àcriança seletiva esta textura "derepente". Devo graduar emvárias etapas de exposição detextura.
Assim, se a sopa é peneiradacomeço a colocar metadepeneirada e metade nãopeneirada. Devo aumentar estaproporção gardativamente atétoda a sopa não ser peneirada.
A partir de então posso começara colocar pedaços pequenos eaumentar esta quantidade atéatingir meu objetivo final. Aexposição graduada pode serfeita com qualquer alimento.Lembre-se: quando uma etapade exposição não dá certo é sinalque precisamos graduar mais.
Existem várias formas deexposição. O essencial éconhecer o tipo de rejeiçãoprincipal do sue filho e começarsempre pequeno.
Não tenha medo de pedir ajuda.Quanto mais ficamos semtratamento mais a seletividadese sedimenta.
Quantas vezes devo oferecer oalimento em uma etapa deexposição?
A cada etapa de exposiçãodevemos oferecer no mínimocinco vezes. Mas isso pode seextender até vinte vezes. Ou seja,durante uma semana vocêoferecerá o prato com 50% desopa de cenoura e 50% de sopa deabóbora. Na semana seguinteposso oferecer a proporçãomaior de 80% de sopa de abóborae 20% de sopa de cenoura e assimpor diante.
Você não precisa oferecersomente esta refeição. Os pais ecuidadores podem variar. Masdeve ser oferecido com afrequência mínima de uma vez acada três dias. Afinal, énecessário sedimentar cada etapade exposição.
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Que outras estratégias posso
utilizar?
Bem, a exposição graduada será
a base e a fortaleza da mudança
da seletividade do seu filho.
Porém, outras estratégias podem
ser utilizadas para facilitar e
permitir que essa mudança
ocorra.
Levar as crianças para a
cozinha.
É interessante levar seu filho
para a cozinho e pedir sua ajuda.
Favorecer uma relação positiva
com os alimentos pode favorecer
o interesse.
Esse experimento também pode
servir como uma exposição
visual aos alimentos. Porém,
isso só deve ser utilizado em
casos de uma seletividade leve.
Afinal, crianças com uma
seletividade muito forte podem
achar este programa muito
estressor. Esteja atento ao perfil
do seu filho!
Comer à mesa.
Comer a mesa é umcomportamento básico quepermite a criação de hábitossaudáveis.
Dormir bem.
O sono é algo que interferemuito no apetite ecomportamento alimentar. Terum sono adequado é primordial
Levar brinquedos à mesa.
Levar brinquedos à mesatambém favorece a relaçãopositiva com o momento darefeição. Afinal, este é ummomento que geralmente érecheado de estresse para ospais, cuidadores e crianças.
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Conversar sobre coisas
positivas.
Permita conversas leves.
Conversas carregadas de
emoções negativas são
prejudiciais por que preenchem
aquele momento de
negatividade.
Mesmo que a conversa seja
entre os adultos da casa a
criança consegue perceber o
teor da conversa. Portanto à
mesa planejem passeios,
conversem sobre coisas boas e
alegres, brinquem e encham a
mesa de coisas positivas. Deixe
a bronca para outro momento.
Colocar pouca comida no prato.
Colocar muita comida no prato
pode causar estresse na criança
na criança seletiva. Colocamos
muita comida e muita
expectativa.
Assim frustramos a nós mesmos
e às crianças. O ideal é colocar
pouco, evitar frustrações
desnecessárias e colocar mais
comida caso a criança peça.
Elogie a cada pequena conquista.
Um dos erros mais comuns dospais é ter uma expectativa altademais e punir a criança empequenos avanços. Por exemplo:"ele mal colocou na boca","comeu algo novo mas nãoconta, comeu tão pouco", etc.Isso é o mesmo que dizer que oesforço da criança não serviu denada.
Cada pequeno avanço é umagrande conquista para umacriança seletiva. Vamoscompreendê-la, ir no tempo queé possível para ela e permitirque tenha a vida mais normalpossível no meio do caminho.Afinal, não é isso que os paistambém querem?
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Considerações finais
A seletividade é um transtorno
sério que precisa de atenção
clínica. Existem muitas fases da
seletividade. Há aqueles pouco
seletivos e aqueles hiper
seletivos.
Independente de qual seja o
caso do seu filho não fique sem
ajuda. Existe uma forma
científica e testada de tratar a
seletividade. Ou seja, tem
solução. O psicólogo é o
profissional ideal pois trata as
questões principais da
seletividade: a rejeição e o
comportamento.
É possível ter uma vida normal,
viajar, confraternizar e ter
refeições agradáveis
novamente. Não desista.
Quem sou eu?
Olá! Meu nome é MariaCristina Lopes, sou psicólogapela PUC-Rio e trabalho comcomportamento alimentardesde 2013. Já ajudei muitasfamílias melhorando ocomportamento alimentar dascrianças.
Como entrar em contatocomigo?
É só me enviar uma mensagemou mesmo me ligar. Vamosbater um papo. Tenho certezaque posso te ajudar.
Meu número: 21 99305 3432.Meu e-mail:mariacristinalopes@gmail.comMeu site:www.mamaecuidadora.com.br