Post on 30-May-2020
Piracicaba - SP12 e 13 de abril de 2018
“FERTILIZANTES POTÁSSICOS,
CÁLCICOS E MAGNESIANOS”
Prof. Dr. Rafael Otto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”LSO 526 - Adubos e Adubação
Semelhanças entre Ca, Mg e K no solo
• Liberado através do intemperismo dos minerais
• Ocorrem como bases trocáveis
Principais cátions trocáveis na maioria dos solos agrícolas
• Não ocorrem em formas orgânicas
• Não sofrem transformações microbianas
Absorvidos por microorganismos, mas
Não sofrem conversões microbianas
• Ocorrem em uma forma iônica simples
Ca2+
Mg2+
K+
• Exibem comportamento similar no solo
Sem perdas por volatilização
Semelhanças entre Ca, Mg e K no solo (cont.)
Ca e Mg mineral
Ca, Mg Disponível
K mineral
K disponível
K não trocável
Requerimento pelas culturas
K > Ca > Mg
Fonte: Havlin et al. (1999)
PANORAMA DA INDÚSTRIA MUNDIAL DE FERTILIZANTES
Reservas Mundiais Prontamente Disponível Limitadas Grande Limitação
PaísesProdutores/ Empresas
12 / ~20(base KCl)
# 1 – Canadá# 2 – Rússia
# 3 – Alemanha# 4 – Bielo-Rússia
44 / + 100(base P2O5 )
# 1 – USA# 2 – Marrocos# 3 – Rússia# 4 – China
Mais de 75 / + 200(base amônia)
# 1 – China# 2 – EUA# 3 – Índia
# 4 – Rússia
Característicasdo Mercado
Global, Poucos Players Mundiais
Global, Players Mundiais
Global, MuitosPlayers
InvestimentosProgramados
China, Catar, Omã, Vietnam
China, Brasil, África do Sul, Marrocos, Peru
Em Estudo: Laos, Argentina e Tailândia
PosiçãoBrasileira
Produção: 1 %Consumo: 2 %
Produção: 4 %Consumo: 8%
Produção: 1 %Consumo: 13 %
Nitrogênio Fósforo Potássio
Inclui rocha fosfática, ácido sulfúrico, ácido fosfórico e MAP//DAPFonte: IFA, ANDA e PotashCorp.
RESERVAS MUNDIAIS DE POTÁSSIOUm assunto controverso
*considerando o consumo de fertilizantes potássicos no mundode 31 milhões t de K2O por ano (FAO, 2015)
Reservabilhões de t
Esgotamento* Fonte
8 a 18 250 a 580 anos Mineral... 2009
100 > 3 mil anos Orris et al. (2014)
250 > 8 mil anos Mineral... (2015)
Referências:MINERAL COMMODITY SUMMARIES 2009: Potash. Washington, DC: U.S. Geological Survey, 2009. Disponível em: http://minerals.usgs.gov/minerals/pubs/mcs/2009/mcs2009.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2015.MINERAL COMMODITY SUMMARIES 2015. Reston: U.S. Geological Survey, 2015. DOI: 10.3133/70140094.Orris et al. Potash – a global overview of evaporite-related potash resources, including spatial databases of deposits, occurrences, and permissive tracts. Reston: U.S. Geological Survey, 2014. 76 p. (Scientific investigations report 2010–5090–S). DOI: 10.3133/sir20105090S.
31
21
17
6 64 4
3 2 1 1 1 1
Minério (~18 bi t)Equivalente K2O (~3,5 bi t)
%
RESERVAS MUNDIAIS DE POTÁSSIO (%)
CONSUMO MUNDIAL DE FERTILIZANTES POTÁSSICOS
TOTAL: 26,50 milhões t de K2O
China5,0 (19%)
EUA4,4 (16%)
Brasil3,7 (14%)
Índia2,8 (11%)
Malásia0,9 (3%)
Indonésia0,8 (2,8%)
Bielorússia0,7 (2,6%)
Polônia0,5 (1,8%)
Outros < 0,477,14 (27,0%)
Fonte: IFA, 2009
França0,7 (2,8%)
O PESO DAS IMPORTAÇÕES NO SUPRIMENTO
18%
19%32%
12%
16%
3% - Outros
Fonte: ANDA/IFA
18%
19%32%
12%
16%
3% - Outros
Fonte: ANDA/IFA
PRINCIPAIS ORIGENS DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE POTÁSSIO
A Rússia estabeleceu imposto de exportação para os fertilizantes
potássicos em 2008
ORIGEM DO POTÁSSIO
Todos os depósitos comerciais de potássio são de fontes marinhas:
1. Mares antigos (enterrados)
2. Depósitos de águas salgadas (salmouras)
Formação
Evaporação pelo calor do sol
Depósito de potássio
Lago vai-vem
Mineral Composição ConteúdoK2O (%)
Cloretos
Silvinita KCl.NaCl 28
Silvita KCl 63
Carnalita KCl.MgCl2.6H2O 17
Kainita 4KCl.4MgSO4.11H2O 18
Sulfatos
Polialita K2SO4.2MgSO4.2CaSO4.2H2O 15
Langbeinita K2SO4.2MgSO4 22
Schoenita K2SO4.MgSO4.4H2O 23
Nitratos
Salitre KNO3 46
Fonte: IPNI, 2009
Alguns minerais comuns contendo potássio
Outras rochas contendo K (feldspatos) menor apelo comercial
Obtenção dos Adubos Potássicos
1) Mineração convencional
Poços e galerias carvão
Profundidade: 1000 - 1200m
2) Mineração por dissolução
Injeção de uma salmoura (KCl + NaCl)
Bombeamento da solução para a superfície
Profundidade > 1600m
3) Evaporação de águas salgadas
Mar morto (Israel)
Great Salt Lake (USA)
- Depósitos profundos
- Técnicas especiaisde mineração
- Profundidade podelimitar acessoDepósito
de K
Minas de potássio
Fonte: IPNI, 2009
1) Mineração convencional de jazidas de potássio
Abertura de poço até a camada de sais potássicos
Obtenção dos Adubos Potássicos
- Abertura de galerias laterais (horizontais)
- Remoção do minério das paredes das
galerias com escavadeiras ou explosivos
Fonte: IPNI, 2009
- Transporte com vagões ou correias
transportadoras, e até a superfície
por elevadores
Fonte: IPNI, 2009
- Trituração e peneiramento. Nessa fase
o produto tem apenas 10 - 20% K2O
Fonte: IPNI, 2009
- Limpeza e deslamagem
Potássio é lavado e
agitado com uma
solução salina saturada
para remover argila e
impurezas
Fonte: IPNI, 2009
- Separação do KCl do NaCl por
flotação (amida)
Os minerais contendo K
flutuam nas células de
flotação e são retirados
Fonte: IPNI, 2009
Etapa final
-O bloco compactado
é moído e peneirado
até o tamanho
desejado (<2,0 mm)
- Secagem - Compactação - Moagem
Fonte: IPNI, 2009
Cristalização
Processo para produzir KCl totalmente solúvel
- Quente: KCl é dissolvido em água fervente para
dissolver NaCl e KCl, permitindo cristalização e
separação
- Frio: Solubilidade do KCl é menor em baixas
temperaturas do que o NaCl, permitindo cristalização
e separação
Forma granular
Forma solúvel
Fonte: IPNI, 2009
2) Mineração por dissolução
Obtenção dos Adubos Potássicos
Usada quando a mina é muito profunda (>1200 m), quando
o depósito é irregular ou está submerso.
Fonte: IPNI, 2009
- Bomdas submersas succionam a solução para tanques de evaporação- Cristalização e decantação
- Água salina aquecida é injetada na mina e circula para dissolver minerais potássicos das paredes da mina
Exemplo de mineração por dissolução
Fonte: IPNI, 2009
Fonte: IPNI, 2009
3) Evaporação de águas salgadas
Obtenção dos Adubos Potássicos
Armazenamento
Transporte
PRINCIPAIS RECURSOS DE POTÁSSIO NO BRASIL
Potássio da Amazônia(Fazendinha e Arari)71 milhões t de KCl
Potássio de SergipeSilvinitaTaquari VassourasKCl = 6 milhões t 625 mil t/ano
Santa Rosa de LimaKCl = 7 milhões tSem previsão300 mil t/ano 20 anos
CarnalitaRecurso total “in situ”1, 2 milhão t/anoApós 2014 20 anos
Fonte: Vale, 2009
• Projeto Carnalita (Sergipe – Brasil)
- 1,2 mi t-1 ano-1 KCl
• Projeto Kronau (Saskatchewan, Canadá) – estudode pré-viabilidade
- 2,9 mi t-1 ano-1 KCl
• Projeto Rio Colorado (Província de Mendoza -Argentina) - após 2014
- 4,3 mi t-1 ano-1 (CANCELADO EM MAR/2013)
• Explorar jazidas na Amazônia (Fazendinha e Arari)
Novos projetos - Vale
Taquari-Vassouras,Rosário do Catete/SE
MINA DE KClTAQUARI-VASSOURAS
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Polysulphate™ é a marca comercial para o fertilizante extraído
cuja fórmula química é: um mineral natural, , polyhalitada
O) 2H(2. 4)4SOMg(2Ca2K
Formação durante evaporação de mares pré históricos.
UM NOVO FERTILIZANTE POTÁSSICO
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Mina do Polysulphate
A mina está localizada dentro do North Yorkshire Moors National Park na costa nordeste da Inglaterra.
36
Mina do Polysulphate
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Polysulphate - Oportunidades no Brasil
• Três sulfatos naturais em mesmo mineral
• Todos no mesmo grânulo
• Não é mistura de grânulos
19,2% O2K% 14 3,6% 12%
Características dos Principais Adubos Potássicos
Propriedades KCl K2SO4 K-MAG KNO3 KNO3 NaNO3
K2O (%) 60 50 22 44 14
S (%) - 17 22 - -
MgO (%) - - 18 - -
N (%) - - - 13 15
Cl (%) 47 - - - -
Na (%) - - - - 18
Índice salino 115 46 43 74 87
Cor BrancoRóseo
Branco BrancoRóseo
Branco Róseo
Polisulfato (polialita): 19%S, 14%K2O, 12% Ca e 4% Mg
K em fertilizante
Fonte: Raij (1991)
EQUILIBRIO DO K NO SISTEMA SOLO-PLANTA
K na solução do solo
K trocável K não trocável
K lixiviado
K na planta
K mineral
Fatores que Influem na disponibilidade de K
para as plantas
(1) Textura do solo
Solos mais ricos em MO e argila
maior CTC maior adsorção mais K-
trocável menor perda por lixiviação
(2) Reação do solo (pH)
Em solos ácidos a CTC está preenchida
principalmente com H menos K-trocável
maior perda por lixiviação
Calagem diminui perdas de K por lixiviação emsolos ácidos:
Fonte: Brady and Weil (2008)
- Devido à menorcompetição com H+ e Al3+
trocáveis
- Aumento na CTC efetiva (pH dependente)
Conseqüências Práticas
(1) Solos com textura mais arenosa menorCTC o potássio colocado como adubo ficarápraticamente na solução do solo.
Absorção de luxo
Ocorre
Perdas por lixiviação
Logo, aplicar: - Doses menores de K
- Parcelar adubação potássica
(2) Solos com textura mais argilosa maiorCTC ou ainda, solos com mais calagem(mais Ca++ e Mg++)Logo, aplicar: - Doses maiores de K
- Menor necessidade de parcelamento
PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA CANA-DE-AÇÚCAR
Fonte: Lana et al. (2004) – Revista STAB
LVA, textura arenosa. Igarapava/SP – Cobertura aos 6 meses
b
b
aa
b
125
130
135
140
145
150
155
120 S - 0 C 90 S - 30 C 60 S - 60 C 30 S - 90 C 0 S - 120 C
Pro
du
tivi
dad
e (
t h
a-1)
SALINIDADE DO CLORETO DE POTÁSSIO
Fonte: Fancelli (dados não publicados)
Cinzas vegetais
K2O%
Madeira 5 - 25
Palha de café 18 - 21
Casca de arroz 1 - 2
Torta de algodão 8 - 30
Resíduo de melaço 33 - 35
Fontes alternativas de K
Outros resíduos
K2O%
Vinhaça 0,30
A) Resina (São Paulo)
Fonte: Raij et al. (1997)
> 6,0>100Muito alto
3,1 – 6,0>100Alto
1,6 – 3,091 – 100Médio
0,8 – 1,571 – 90Baixo
0 – 0,70 – 70Muito baixo
mmolc dm-3
Resina%Teor
Teor de K Produção Relativa
1,0 mmolc dm-3 K = 96 kg ha-1 de K2O
INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO
Com base no teor no solo
V% K%T Mg%T Ca%T
50 4 11 35
60 5 15 40
70 5 16 48
Fonte: Vitti, G.C.
Ca++ > Mg++ > K+ - Série Liotrópica
INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO
Proporção de bases na saturação da CTC
FERTILIZANTES CÁLCICOS E
MAGNESIANOS
INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DE SOLO
A) Resina (São Paulo)
Teor Ca2+ trocável Mg2+ trocável
mmolc dm-3
Baixo 0-3 0-4
Médio 4-7 5-8
Alto > 7 > 8
Fonte: Raij et al. (1997)
Principal fonte de Ca e Mg para as
plantas: Calcários
Escolha do Tipo de Calcário
a) Teor de Mg do solo
b) Exigências da cultura quanto ao Mg
Material PN (Eq CaCO3)
CaO + MgOmínimo
PRNT mínimo
% % %
Calcário Agrícola 67 38 45
Calcário Calcinado Agrícola 80 43 54
Cal hidratada agrícola 94 50 90
Cal Virgem agrícola 125 68 120
Corretivos de acidez (Legislação)
25 2530
34 33 31
44
17 17 1511
16 19
8
70 7076
88 90 9198
0
20
40
60
80
100
120
1 2 3 4 5 6 7
Po
rce
nta
gem
Tipo de calcário
CaO MgO PRNT
Apesar de todos estarem de acordo com a Legislação, hágrande variação na composição dos calcários!
OUTRAS FONTES DE CÁLCIO E MAGNÉSIO
Fontes de Cálcio
a) Gesso Agrícola
Usos: Fontes de S: 15% S Fontes de Ca: 20% Ca Condicionador do solo Corretivo de solos sódicos
b1) Superfosfatos % CaO
SPS 20 SPT 10 Termofosfato 30
b2) Adubos Nitrogenados % CaO
Nitrato de Cálcio (Calcário + HNO3) 26 Nitrocalcio (Calcário + NH4NO3) 10
b) Outras Fontes de Ca
b3) Adubos Potássicos % CaO Cinzas 3,5 – 19
b4) Outros % CaO Calcário Calcinado 42 Cal Virgem 68 Cal Hidratada 50 Escória de Siderurgia 30 CaCl2 38
Fontes de Mg
Via Solo (30-40 kg ha-1 MgO) % MgO Termofosfato 16 Óxido de Mg 90 K – MAG 18 Kieserita (MgSO4.H2O) 27
(16,2%Mg, 22%S)
Via Foliar % MgO Epsomita (MgSO4- 7H2O) 16(9,6%Mg, 13,0%S)
MgNO3 9–10
RESUMO: Fontes de K
RESUMO: Fontes de K
RESUMO: Fontes de K (Mg)
RESUMO: Fontes de K
RESUMO: Fontes de Ca e Mg
• CaCO3.MgCO3
• 12-30% CaO
• 4-18% MgO
• Economia
• Correção da acidez
• Fornecimento de Ca e Mg
Calcários
Óxido de magnésio – 54-58% MgEx: Q-MAG®(Magnesita)
RESUMO: Fontes de Ca
• CaSO4
• 20% Ca
• 15% S
• Economia
• Neutralização do Al
• Fonte de S
Gesso agrícola
RESUMO: Fontes de Ca e Mg
Óxido de Magnésio
• Calcinação do calcário
• 95%MgO (55% Mg)
• Alto PRNT
• 30-40 kg ha-1 MgO
• Produto comercial: QMAG
RESUMO: Outras fontes
Ca • Superfosfato simples (20% CaO)
• Superfosfato triplo (10% CaO)
• Termofosfato magnesiano (30% CaO)
• Nitrato de cálcio (26% CaO)
• Termofosfato magnesiano (16% MgO)
• K-Mag (18% MgO)
• Multifosfato magnesiano (5% MgO)
• Kieserita (27% MgO)
• Sulfato de magnésio (16% MgO)
Mg
Obrigado.
“Quanto mais eu treino mais eu tenho sorte.”Tiger Woods