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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS-GRADUAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA
AFRO-BRASILEIRA
9,0
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: METODOLOGIA DE ENSINO PARA
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Autor: EDUARDO ABEL ROHLING
Orientadora: Profa. Me. MARINA SILVEIRA LOPES
ALTA FLORESTA/ 2011
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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS-GRADUAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA
AFRO-BRASILEIRA
HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: METODOLOGIA DE ENSINO PARA
ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Autor: EDUARDO ABEL ROHLING
Orientadora: Profa. Me.MARINA SILVEIRA LOPES
“Trabalho de conclusão de curso para a obtenção do título de “Especialista em Metodologia do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira”.
ALTA FLORESTA/2011
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AJES-INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
PÓS-GRADUAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA
AFRO-BRASILEIRA
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
_____________________________________________
_____________________________________________
ORIENTADORA
PROFA. Me. MARINA SILVEIRA LOPES
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AGRADECIMENTOS
A Deus que me deu saúde, força e perseverança no decorrer dessa
caminhada e iluminou meus passos nos momentos mais difíceis dessa
jornada.
Aos amigos que me apoiaram e incentivaram durante todo esse
processo para que eu não desistisse quando estava desanimado.
Agradeço ainda, a todos os amigos de faculdade pelo companheirismo
no decorrer desse período.
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EPÍGRAFE
“ Orí simboliza o princípio, a natureza original que ao se fazer presente biológica e
espiritualmente no ser humano o individualiza, revelando sua riqueza e seu mistério
particular. Permite a ele viver a relação interativa com o Axé do pai, mãe, ancestrais
(antepassados) e Orixás (forças cósmicas), entidades divinas”.
(RORIGUÉ, M.G.S., 2001,37).
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RESUMO
Por meio desse trabalho buscamos compreender e conhecer a lei 10639/03, que
estabelece a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana no Currículo Escolar da Educação Básica, sendo que a partir dela vários
projetos coletivos e individuais passaram a ser desenvolvidos nas escolas públicas
sobre a História da África. Tal quadro possibilitou a investigação da prática dos
professores no que diz respeito à inserção do conteúdo de História e cultura afro-
brasileira nos currículos escolares. Nossa pesquisa procurou perceber como os
professores apresentam esse tema ministrado no ensino médio no Município de
Carlinda/MT. Devido à miscigenação formadora da sociedade brasileira, o presente
estudo pretende fazer uma reflexão sobre a importância de se trabalhar com a
História da África em toda rede de educação básica, tendo como ponto de partida a
igualdade e o respeito quando se trata de trabalhar estes conteúdos nas escolas em
todas as disciplinas por meio de projetos e pesquisas. No entanto, é necessário que
os professores compreendam a real importância desta Lei, para que conhecendo a
história e cultura dos negros possa haver uma sociedade menos preconceituosa e
uma real valorização destes povos. A necessidade de capacitação do professorado
nessa área é iminente, para que consigamos ao menos minimizar o preconceito
racial existente em nossa sociedade. A partir daí estaremos caminhando em direção
a uma sociedade mais justa.
Palavras-Chave: Lei 10639/03, História da África, Preconceito, Miscigenação
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................11
1. CULTURA E PRECONCEITO: O Embate da Contemporaneidade.................14
2. BRASIL: Um caldeirão pluriétnico ....................................................................19
3. A HISTÓRIA DISTORCIDA: Como ensinar o não conhecido...........................23
4. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................25
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................27
5.1. MATERIAL DIDÁTICO ESPECÍFICO: Carência e metodologias
divergentes.................................................................................................31
CONCLUSÃO.......................................................................................................34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................35
APENDICE...........................................................................................................37
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Jogos de Mancalas...........................................................................16
Figura 02: Busto do Zumbi dos Palmares..........................................................21
Figura 03: Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves..................................25
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LISTA DE MAPAS
Mapa 01: Distribuição dos jogos de Mancalas no mundo...................................16
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Professores que tem conhecimento da lei...................................28
Gráfico 02: Acreditam que há ou não profissionais capacitados na escola...29
Gráfico 03: Professores que acreditam que ha preconceito na escola..........30
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INTRODUÇÃO
Segundo a SEED-PR, 2006 (Secretaria de Estado da Educação/Paraná) com o
início do Governo Lula, em 09 de janeiro de 2003, foi promulgada a Lei 10639 e,
desde essa data tornou-se obrigatório a inclusão nos currículos dos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio os conteúdos relacionados à
História da África e à Cultura Afro-Brasileira, até então praticamente inexistentes, ou
inadequadamente trabalhados. Uma medida necessária e justa a todos que sofrem
com a falta de uma “democracia racial”.
Em geral os materiais didáticos pedagógicos utilizados na sala de aula
principalmente livros e revistas mostram as pessoas brancas como referencia
positiva, no entanto o negro na sua maioria sempre aparece como representação da
escravidão ou para discutir a desvalorização social, a utilização desses recursos
reforça uma imagem racista com perfil eurocêntrico, ou seja, idéia que coloca os
interesses e a cultura européia como sendo as mais importantes e avançadas do
mundo, dando pouca visibilidade para africanos e indígenas que assim como o
europeu também contribuiu na formação da sociedade brasileira.
Com a promulgação dessa lei, o governo atendeu a uma demanda do
movimento negro organizado nacional e internacionalmente que há muito tempo
reivindicava mudanças na forma da transmissão de conhecimentos para os
estudantes brasileiros, até então com ênfase na superioridade branca. Esses
movimentos negros se organizaram, empenhando-se e dedicando-se na tarefa de
avaliar e propor estratégias que garantiriam a implantação dessa lei.
Porém, ainda, para o sistema educacional brasileiro atender a nova
demanda, precisa de professores capacitados para desenvolverem tal tema.
Atualmente, contamos com uma minoria de professores que atuam no ensino
fundamental e médio para transmitirem a verdadeira história de lutas e conquistas
que a população negra conseguiu desde o período da escravização.
Ao ministrar aulas com base nos fatos rompe-se, assim, com a imagem
destorcida dada aos negros africanos, face a cultura eurocêntrica que permeiou a
nossa colonização. Abre-se, assim, uma brecha para visualizarmos os valores, as
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tradições e as organizações, que por anos mantiveram-se em “segredos
guardados”1 pela carência de literatura especializada e acessível.
É de fundamental importância resgatar uma imagem positiva do negro, para
que os alunos negros projetem possibilidades de ascensão na sociedade. No
entanto, a maioria dos professores, prefere falar o menos possível sobre o assunto,
até mesmo pelo medo de se levantar uma polêmica em sala, confirmando a
existência de uma população homogênea . O medo, aqui, alia-se à falta de preparo
do profissional na área de educação para atuar como facilitador de discussões tão
polêmicas, enraizadas em nossa cultura de colonizados.
Segundo ANJO (1997) uma das possíveis soluções do problema é a de que
o professor aborde o negro de forma que narre os grandes feitos das personalidades
negras e a importância das civilizações africanas, fazendo com que as crianças
negras elevem a autoestima e estejam preparadas para enfrentar esse mundo cada
vez mais competitivo e que seja capaz de fazer uma discussão sobre a questão
racial enfocando a sua importância no contexto sócio-cultural do país.
Dessa forma se faz necessário à utilização das mais diferenciadas fontes de
ensino para que os alunos sintam-se atraídos pelo aprendizado de História e Cultura
Africana, existem diversos artifícios e um desses métodos seria a utilização de
fontes primárias literárias enriquecendo as aulas enfocando principalmente o período
anterior aos descobrimentos, no Norte da África.
Uma didática diferente seria o professor trabalhar o cotidiano dos seus
alunos, ou enfocar a realidade na qual os negros escravos que saíam do continente
africano, como por exemplo, as tribos secularmente inimigas se organizavam com os
portugueses e vendiam seus prisioneiros de guerra. São temas que chamam a
atenção e fazem com que os alunos aprendam.
Conforme BLOCH (2002, p. 52) “a História é a ciência dos homens no
transcurso tempo” e somente sendo analisada sob diversos aspectos, com
seriedade e responsabilidade, exercendo a crítica é que ela se torna uma ciência.
Tornando-se a memória importantíssima de uma sociedade.
Para trabalhar com o conteúdo afro-brasileiro temos que nos redobrar para
encontrar a melhor maneira de ensinar de forma que prenda a atenção do aluno e o
mesmo possa aprender com muito mais interesse sobre o assunto, encontrar formas
1 Alusão ao livro SEGREDOS GUARDADOS: Orixás na alma brasileira de Reginaldo Prandi, Editora:
Companhia das Letras.
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que faça o aluno ser atraído pelo conteúdo e querer aprender sempre mais e mais.
Parece uma utopia imaginar que isso realmente aconteça com toda a turma, mas se
bem trabalhado alguns alunos podem verdadeiramente se destacar, inclusive
aqueles que não demonstram tanto interesse pela escola. Diante do trabalho e
desenvolvimento das metodologias de ensino na sala de aula pode-se concretizar
sim que é possível transformar os alunos diante de boas metodologias de ensino,
que vão desde a aula dentro de sala com o quadro negro e o giz, até as aulas de
campo como visitas e museus em que os alunos podem constatar parte da história
que até então só havia visto em livros didáticos.
Nesse trabalho iremos refletir sobre as questões culturais e a presença do
preconceito na sociedade, bem como as diversas etnias presentes no Brasil, sempre
enfatizando a melhor forma de se trabalhar o conteúdo em sala de aula já que desde
2003 existe uma lei que obriga o ensino, porém não há capacitação nem cursos
disponíveis pelo governo para ensinar os professores a ministrar essas aulas e nem
material suficientemente acessível.
Para tanto dividimos essa monografia em 05 capítulos. Sendo o primeiro
CULTURA E PRECONCEITO: O Embate da Contemporaneidade, no qual
explanamos sobre a luta pela sobrevivência da cultura afro-descendente no Brasil,
sendo que o preconceito impregnado na sociedade ainda é muito grande levando
em consideração a trajetória dos negros desde o Brasil colônia, enfocando os
comportamentos preconceituosos e discriminatórios por parte de outros grupos que
acabam por excluir a população negra do convívio em sociedade. Nesse sentido são
apresentadas algumas metodologias de combate ao preconceito e para resgatar a
auto-estima dos alunos negros. No segundo, BRASIL: Um caldeirão pluriétnico,
mostraremos a grande diversidade de culturas existem no Brasil, um país marcado
pela mestiçagem, enfatizando as tentativas de branquização da população
chegando até a impedir a entrada de negros como idéia de diminuir o atraso do país.
Em A HISTÓRIA DISTORCIDA: Como ensinar o desconhecido, foi abordado
a questão de que a lei esta presente para obrigar o ensino porem não existem
capacitações para formar professores aptos a trabalhar com o conteúdo, e tão pouco
materiais acessíveis para passar um ensino de qualidade. No quarto MATERIAL e
METODOS detalhamos como foi realizada a pesquisa e no quinto capítulo
trabalhamos a ANÁLISE DOS RESULTADOS. E, por fim tivemos a CONCLUSÃO e
as REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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1. CULTURA E PRECONCEITO: o embate da contemporaneidade
Segundo SANTOS (1983) o conceito “cultura” não tem uma definição clara
aceita por todos podendo ser vista de vários sentidos, como por exemplo, estar
associada ao estudo, educação, formação escolar, manifestações artísticas, festas,
crenças, modo de vestir, comida e uma ampla lista, no entanto prefere falar de
cultura de maneira mais genérica, classificando-as em duas concepções básicas.
A primeira concepção de cultura remete a todos os aspectos de uma realidade social; a segunda refere-se mais especificamente ao conhecimento, às idéias e crenças de um povo (SANTOS, 1983, p. 23).
Sendo, assim, é importante que mantenhamos traços de nossa cultura, pois é
ela que revela quem somos verdadeiramente.
GEERTZ (1978, p.15) coloca a que “cultura deve ser vista não como uma
ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, a
procura do significado”.
Porém, a visão etnocêntrica trazida pela colonização impregnou a nossa
cultura, fazendo-se camuflar a verdadeira composição étnica que forma a população
brasileira. Tal implicação reforçou valores e padrões adotados por outros grupos
sociais, o que levou a posicionamentos preconceituosos e discriminatórios, feitos a
partir de um ponto de vista específico, em que um grupo social se considera superior
a outro.
Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc (ROCHA, 1988, p. 5).
Não existem grupos superiores ou inferiores, e sim grupos diferentes, cada
povo tem seu modo de vida, cabendo a cada um de nós respeitarmos os a
diversidade cultural que envolve o planeta. Mesmo, porque, já é cientificado que só
existe uma raça para os seres humanos, a Homo sapiens-sapiens. O preconceito
racial é infundado, o que prevalece são os nuances culturais de cada povo.
O conceito raça, conforme Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), tem uma
conotação política e é utilizado com frequência nas relações sociais brasileiras, para
mostrar determinadas características físicas, como cor da pele, tipo de cabelo, entre
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outras, que interferem e até mesmo determinam o destino e o lugar social dos
sujeitos no interior da sociedade brasileira. No entanto, o termo étnico segundo
Petronilha Beatriz Silva (BRASIL, 2004), geralmente marca as relações tensas por
causa das diferenças na cor da pele e nos traços fisionômicos que caracterizam a
raiz cultural plantada dos mais diversos grupos, que difere em visão de mundo,
valores e princípios de origem indígena, européia ou asiática. O conceito étnico é
fundamental para demarcar que o individuo pode ter a mesma cor da pele que o
outro, o mesmo tipo de cabelo e traços culturais e sociais que os distingue,
caracterizando assim etnias diferentes.
Conforme PEDRETTI (2009) preconceito é um entrave ao desenvolvimento e
ao relacionamento da humanidade.
No Brasil, pretende-se erradicar o racismo com leis. Só a educação poderá esclarecer a todos, sobretudo aos brancos, o que representou para a raça negra o que lhe foi imposto pelo tráfico escravista. A Igreja se julgava com o direito de catequizar aqueles que nada sabiam da religião católica. O Governo nada fez, depois da Abolição, para dar aos ex-escravos condições de estudar e conquistar um lugar na sociedade. O Brasil está muito longe de ser um país onde todos sejam iguais. O espaço e a visibilidade que o negro tem em nossa sociedade, não permitem que ele sirva de referência”. (PEDRETTI, 2009, p.1. DISPONÍVEL NO SITE: www.coladaweb.com/sociologia/preconceito-racial. Acesso em: 20 set. 2009).
Tal situação floresceu a partir de um contexto histórico, no qual a economia
do mundo girava em torno da escravização, ocorrida principalmente entre os séculos
XVI e XVII. Assim, o preconceito para com os negros foi por terem vivido na
condição de escravos, quando foram trazidos a países da América, como o Brasil,
os Estados Unidos, não sendo considerados cidadãos de plenos direitos. Embora,
atualmente, os negros sejam considerados cidadãos comuns nesses países, ainda
vivem em condições de vida menos favorecidas. A população negra, ainda vive em
desvantagem à população branca.
O preconceito dentro da sociedade brasileira ainda é muito forte, PEDRETTI
(2009) aponta que os “Estudos realizados pelo IBGE mostram que no Brasil os
brancos recebem salários superiores, cerca de 50%, aos recebidos pelos negros no
desempenho das mesmas funções, e que o índice de desemprego desses também é
maior”. (PEDRETTI, 2009, p.1. DISPONÍVEL NO SITE:
www.coladaweb.com/sociologia/preconceito-racial. Acesso em: 20 set. 2009).
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Não é somente no campo do trabalho que o negro sofre preconceito, esse
fato está condicionado ao campo da educação, pois “o analfabetismo, a repetência,
a evasão escolar são consideravelmente mais acentuados para os negros.”
(PEDRETTI, 2009, p.1. DISPONÍVEL NO SITE:
www.coladaweb.com/sociologia/preconceito-racial. Acesso em: 20 set. 2009).
Segundo documento publicado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos), 2007 o motivo para que os homens
abandonem cedo à escola é a obrigação, cultural, de trabalhar para ajudar a
sustentar as famílias. No entanto, apesar de serem mais escolarizadas, as mulheres
negras e brancas recebem menos que os homens não-negros.
Sendo assim, tem-se a necessidade da criação de leis como forma de acabar
com esse preconceito na sociedade brasileira, uma delas é a Lei 10639/03 que
promoveu significativas alterações na Lei de Diretrizes e Bases - LDB (Lei 9394/96),
ao determinar que em todas as áreas do currículo escolar, seja Ciências Naturais,
Sociais, Humanas ou Exatas, todas estudando, de forma positivada, conteúdos
relacionados à História e Cultura Africana e Afro-brasileira.
O termo afro-descendente tem servido para designar as pessoas com ascendência africana e a sua cultura imaterial e material. Lembrando que os africanos, em sua grande maioria foram trazidos como escravos para o Brasil. Esta terminologia é fruto, em grande parte, do debate provocado por movimentos sociais negros organizados contra a discriminação, o racismo e o estereotipo vinculados à cor de sua pele (NODA, 2009, p. 2).
A lei foi aprovada a fim de alterar as relações étnico-raciais no ambiente
escolar, promovendo a superação de preconceitos e discriminações, em que o aluno
passa muitas vezes por humilhações por se negro ou pobre, para esse combate
deve-se resgatar a autoestima dos estudantes, em especial da parcela negra da
população brasileira e possibilitar que todos os estudantes, independente de sua
etnia, tenham ampliada sua visão de mundo.
Nesse sentido aparece uma série de questionamentos, um exemplo seria
como ensinar a cultura afro-brasileira como forma de combater o preconceito nas
aulas de matemática.
Os jogos representam um microcosmo da vida, uma vez que as partidas jogadas numa sociedade são um sutil reflexo dos valores dessa sociedade. Assim, o uso de jogos matemáticos de origem africana, pode constituir-se num importante instrumento para o cumprimento do Art. 26-A da LDBEN, normatizado pelo Conselho Nacional de Educação através da Resolução
17
CNE/CP 1/2004 e pelo Conselho Estadual de Educação do Paraná, Deliberação 04/2006, no âmbito da matemática (SANTOS, 2008, p. 2).
Segundo o autor os jogos matemáticos africanos, em seus aspectos
históricos, filosóficos, culturais e matemáticos e sua potencialidade como
instrumento de educação é capaz de aproximar a História e Cultura Africana e Afro-
brasileira da Matemática.
Conforme o site www.ludomania.com.br (2010) os mancalas são uma família
de jogos em que o tabuleiro tem de duas a quatro fileiras de buracos, nos quais são
distribuídas pedrinhas. Vide figura 1.
Figura 01: Jogo de Mancalas Fonte: http://www.tabberer.com/sandyknoll/more/mancala2000
Conforme figura 1 verificamos que esse tipo de jogo é muito popular e
espalhou-se por vários continentes e tornou-se muito popular na África. Ele é antigo
e sua origem, incerta.
Mapa 01: Jogo de Mancala pelo mundo Fonte: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://manqala.org/
18
SANTOS (2008), coloca que a lei 10639/03 se apresenta como uma
alternativa para reverter essa situação do negro no país, promovendo uma revolução
na Educação das Relações Étnico-Raciais no ambiente escolar, visando formar
cidadãos atuantes na sociedade Brasileira, que busquem relações étnico-sociais
positivas, rumo à construção de uma nação democrática. Por meio da produção de
conhecimentos, atitudes, posturas e valores que eduquem os cidadãos conforme a
pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos
comuns que garantam a todos, respeito aos direitos legais e valorização da
identidade, além do reconhecimento da história e cultura dos afro-brasileiros, bem
como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas
da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias e asiáticas.
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2. BRASIL: um caldeirão pluriétnico
A Lei do Ventre livre assinada em 1871 tornou livres as crianças filhas de
mães escravas, e somente no dia 13 de maio de 1888 os escravos conseguiram a
tão sonhada liberdade, porém o ex-escravo não tinha lugar na sociedade que estava
para se firmar, conseguiram a independência, porém não a aceitação, e ainda hoje
toda essa indiferença se reflete na sociedade.
Após conseguirem a tão sonhada independência foram jogados à margem da
sociedade. Pois a eles não foram oferecidos nenhum apoio para que pudessem ter
uma vida apropriada, um escravo já na velhice, não aguentando mais o trabalho
pesado, conseguira a liberdade, porem não a sua independência econômica. Muitos
deles continuaram nas terras de seus senhores se sujeitando ao trabalho escravo,
em troca de alimentos ou um salário miserável. Era o modo de vida que conheciam.
Finalmente a abolição da escravatura no papel.
Para NODA (2009) a formação do povo brasileiro é diferente, somos mestiços
e existem diversas interpretações de muitos autores utilizando o meio e a raça para
explicar o não desenvolvimento econômico da sociedade brasileira, para eles o
clima e a raça é que interferiam no processo de civilização do brasileiro, sendo
considerados obstáculos ao progresso do país.
Desde o século XIX existe o discurso de que o povo brasileiro se originou do
cruzamento de três “raças” sendo elas, o índio, o negro e o branco que se
misturaram criando um país marcado pela mestiçagem, em que o branco é superior
ao negro e ao índio. O Brasil assim como em todo o mundo ocidental cristão, era
considerado pelos europeus, no século XIX como uma “sociedade de raças
cruzadas”, “um país mestiço”, “um festival de cores”. A ideia era que o negro
desaparecesse pela miscigenação e que algum dia o Brasil pudesse ser “branco”.
Nina Rodrigues em suas abras Os africanos no Brasil, As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil e O animismo fetichista dos negros da Bahia, Silvio Romero na obra Etnologia Selvagem e Euclides da Cunha Os Sertões, estes três elementos formadores do brasileiro, contribuíam de forma desigual para o progresso do país: o branco: a raça superior; o negro e o índio: raças inferiores; puxavam o Brasil para trás, para a barbárie. Se para o romantismo, representado por José de Alencar e Gonçalves Dias, o índio era representante de valores morais e ética igual ao europeu, para Nina Rodrigues e Silvio Romero o indígena e o escravo negro representavam a causa do atraso do Brasil em relação à Europa. (NODA, 2009, p. 8).
20
MARISA NODA (2009) diz que na visão desses autores a miscigenação era
uma tendência. No final do século XVIII e XIX, o branqueamento do povo passou a
ser um ideal e a solução para que o país pudesse caminhar rumo ao progresso nos
olhos dos interessados nessa imigração. Pelos argumentos, nota-se que a
miscigenação no Brasil era descrita como a esperança para a diminuição do atraso
do país, pois o negro era indesejável. Muito se foi feito na tentativa de transformar o
Brasil em um país branco inclusive proibir a entrada de negros no país.
Alguns adeptos da “ideologia do branqueamento” buscaram através de leis proibirem a imigração negra para o Brasil pós Lei Áurea, exemplo é o projeto de Lei nº. 209 de 1921 dos deputados Cincinato Braga e Andrade Bezerra, um de São Paulo outro de Pernambuco, o que nos leva a perceber que a idéia não era localizada apenas no centro econômico do país” (NODA, 2006, p. 9).
DARCY RIBEIRO (1985) dizia que prevaleceu em todo Brasil uma expectativa
assimilacionista, que levou os brasileiros a suporem e desejarem que os negros
desaparecessem pela branquização progressiva. Ocorrendo efetivamente uma
morenização dos brasileiros, mas ela se faz tanto pela branquização dos pretos,
como pela negrização dos brancos. Desse modo, temos uma população morena que
em cada família, por imperativo genético, tem por vezes, ocasionalmente uma negra
retinta, ou um branco desbotado.
Entretanto, atualmente, sabe-se pelos estudos genéticos que a maioria dos
brasileiros e brasileiras compartilham um percentual de genes vindos dos negros e
dos índios. Mesmo com o grande número de europeus que promoveu o
branqueamento da raça brasileira, esses genes permaneceram na população.
Mesmo, sabendo desses novos estudos científicos, temos as sequelas da
abolição da escravatura, que não garantiu condições políticas e de igualdade com os
demais brasileiros para os afrodescendentes. Porque se assim fosse, não
precisaríamos de leis como a Lei nº. 10.639 de 9 de janeiro de 2003 que inclui no
currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática sobre a História e
Cultura Afro-Brasileira, nem da luta do movimento negro no Brasil.
NODA (2009, p.11) diz que “Entendermos que nosso preconceito foi
embasado em cientificidade duvidosa e muitas histórias inconsistentes podem ser o
início de um desmantelamento deste racismo herdado”.
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Nesse sentido faz-se necessário encontramos maneiras de solucionar os
problemas relacionados ao preconceito no Brasil. Uma delas seria resgatar
conteúdos que demonstrem a contribuição do povo negro na nossa sociedade, em
vários setores, principalmente, no campo econômico-cultural. Lembramos que esse
processo de resgate precisa ser num longo contínuo face essas questões terem sido
socialmente construídas por vários séculos.
A lei também determina que o dia 20 de Novembro deva ser incluído no calendário escolar como dia Nacional da Consciência Negra, pois por muito tempo a questão do negro no Brasil só era lembrada na data 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea, em 1888, a qual aboliu a escravatura. Nessa data, nas escolas, as crianças negras encenavam peças teatrais representando os escravos, e meninas brancas, a Princesa Izabel. Tais encenações remetiam sempre o negro como passivo no processo de libertação.” (OLIVEIRA, 2010, p.1 DISPONÍVEL EM : www.romanegocios.com.br/sociedade-e-cultura/16038-20-de-novembro-dia-da-consciencia-negra. Acesso em: 15 Nov, 2010).
No entanto, nos anos 1970 com o surgimento dos Movimentos Negros,
ocorreu à denúncia dessa distorção, dando início a uma luta para que o povo
brasileiro lembrasse e conhecesse as diversas lideranças negras e as muitas ações
de resistências dos negros africanos no decorrer da história.
Sendo assim o dia 13 de maio não deve ser comemorado como uma boa
ação do branco, pois houve muitos movimentos de luta e resistência em diversas
regiões do país na tentativa de conquistar a liberdade.
Dessa forma, atualmente os Movimentos Negros atribuem à data 13 de Maio,
como o dia Nacional de Luta Contra o Racismo. O Movimento Negro também deu
destaque ao dia 20 de Novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares como uma
data a ser lembrada e comemorada, já que ele é considerado um dos principais
símbolos de luta e resistência contra a opressão e exclusão vivenciada hoje pelos
afrodescendentes. Vide figura 02.
22
Figura 02 : Busto do Zumbi dos Palmares Fonte:http://www.geledes.org.br/zumbi-dos-palmares/zumbi-dos-palmares-
Zumbi dos Palmares foi um escravo alagoano, líder de um movimento
importantíssimo para a história brasileira. Nasceu em 1655 e morreu com 30 anos.
Símbolo da resistência negra contra a escravidão é o último chefe do Quilombo dos Palmares. Criado pelo padre Antônio Melo, aos 15 anos foge para Palmares e adota o nome Zumbi, que significa guerreiro. Logo ascende ao comando militar do quilombo, governado então por Ganga Zumba. Em 1678, renega um acordo com as autoridades coloniais e provoca uma guerra civil no quilombo. Manda envenenar Ganga Zumba e assume seu lugar. Lidera a resistência contra os portugueses, que dura 14 anos. Com a destruição de Palmares, em 1694, foge com outros sobreviventes e esconde-se na mata. É morto numa emboscada. Seu corpo é mutilado e a cabeça é enviada para o Recife, onde é exposta em praça pública.(http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=482&Itemid=25. Acesso em: 23 Jan, 2011).
23
3. A HISTÓRIA DISTORCIDA: Como ensinar o não conhecido
A aprovação da lei 10639/03 gerou muitas dúvidas e inquietações nos meios
escolares e acadêmicos devido à complexidade do assunto, como ensinar aquilo
que não se aprendeu? Por falta de material, de pesquisa e por falta de interesse da
classe dominante, o continente africano, por muito tempo, ficou esquecido aos olhos
do professores de História. Após, os avanços das pesquisas históricas que reportam
a trajetória dos negros africanos e com a obrigatoriedade da lei é que se vão dar
relevância as profundas relações que temos com esse continente.
A lei deixa nítida a obrigatoriedade do ensino de conteúdos sobre a matriz negra africana na constituição da nossa sociedade no âmbito de todo o currículo escolar, e sugere as áreas de História, Literatura e Educação Artística como áreas especiais para o tratamento desse conteúdo, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio. (MEC, 1996, p.01).
Somente, assim, mais profissionais buscarão novos conhecimentos sobre o
assunto, atingindo o objetivo esperado, que é resgatar a verdade histórica. Para que
a população negra projete-se num contexto globalizado da contemporaneidade sem
rechaço de cor e falta de escolaridade.
Para resolver o problema é necessário que o professor aborde a negritude de
forma correta, mostrando os grandes feitos de personalidades negras que são
referências na sociedade e a importância das civilizações africanas.
Um dos princípios que devem orientar os temas, os projetos e as atividades pedagógicas em relação à questão do negro na escola é a desconstrução do preconceito racial e a reafirmação de uma auto-estima positiva da população negra e mestiça. Ensinar e aprender sobre e na diversidade, propor situações de aprendizagem que sejam desafiadoras e que tragam novos conhecimentos são cuidados que se deve ter quando o que se estuda vem carregado de imagens e crenças baseadas no preconceito e na discriminação. (MEC, 1996, p.01).
OLIVA (2003, p.423) diz que o ofício do historiador e do professor não pode
ser visto separadamente, pois habilita-nos à compreensão e análise da humanidade
em sua trajetória no tempo, “[...] voltar ao passado apenas por erudição ou
curiosidade não é a nossa tarefa. O passado comunica o presente, o presente
dialoga com o passado. Só, assim, nossa árdua função se recobre de significados e
de sentidos”.
24
A História da África precisa, antes de tudo, ser atribuída a ênfase necessária
quanto a sua importância curricular e histórica para a formação do povo brasileiro.
Acreditamos que dessa possa motivar dos alunos para intelecção desse processo
histórico. Muitas vezes alguns professores acabam se referindo a História da África
como algo que não explica nossa realidade, por isso muitas vezes é vista como um
assunto sem importância a ser trabalhado em sala de aula.
O ensino dela está carregado de informações que se referem à composição
da etnia brasileira. As aulas não devem ser simplesmente um repasse de
informações, mas sim serem vivenciadas de forma que os alunos possam entender
todos os processos de encontros e desencontros étnicos no decorrer da nossa
historia, retirando as amarras eurocêntricas, pelos quais muitos fatos históricos são
priorizados nas escolas brasileiras.
OLIVA (2003) afirma que a
História da África e a História do Brasil estão mais próximas do que alguns gostariam. Se nos desdobramos para pesquisar e ensinar tantos conteúdos, em um esforço de, algumas vezes, apenas noticiar o passado, por que não dedicarmos um espaço efetivo para a África em nossos programas ou projetos. OLIVA (2003, p. 424).
Devemos começar a desenvolver condições para uma abordagem da História
da África no mesmo nível de profundidade com que se estuda a história europeia e
suas influências sobre o continente americano. Para tentar resolver esse problema,
o atual governo sancionou a lei tornando obrigatório o ensino da história dos afro-
brasileiros e da África em escolas do ensino fundamental e médio.
Oportuno para a realidade brasileira, porém ao mesmo tempo surgem vários
questionamentos, quando à capacitação dos professores destinados a ministrarem
tal conteúdo, como também, a ausência de material pedagógico.
Para OLIVA (2003) a maioria dos livros didáticos trazem um espaço exíguo
para a esse tema. O que, ainda reflete uma visão superficial aos alunos, sobre o
continente africano, restando-lhes a informação de que é a terra onde a maioria da
população negra vive `a margem da tecnologia e do progresso, vive em agonia, com
medo da AIDS que se alastra, da fome que esmaga, das etnias que se enfrentam
com grande violência ou dos safáris e dos animais exóticos em extinção, mas como
a História da África é ensinada em nossas escolas?
25
4. MATERIAIS E METODOS
Para entender um pouco mais sobre o desempenho dos profissionais da
educação, principalmente, os professores de História, realizamos uma pesquisa de
caráter exploratório com seis questões direcionadas aos professores que trabalham
com o ensino médio na Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves com sede no
Município de Carlinda (MT).
A coleta de dados foi por meio de um questionário semi-aberto realizado em
outubro de 2009. Tendo em vista que muitas vezes esse ensino esta submetido
somente a disciplina de história, ao todo 10 professores de diferentes disciplinas
receberam a pesquisa e prontamente as responderam. Os professores tem idade
entre 22 e 44 anos, sendo 7 contratados e 3 efetivos na função, destes apenas 2
eram mulheres, entre os entrevistados apenas um se considerou negro, são
pertencentes a classe média, os interinos tem relativa experiência em sala e os
profissionais efetivos já trabalham a mais de 8 anos na instituição e todos tem
pretensões de dar continuidade aos estudos de mestrado e doutorado na mesma
área de formação.
Devido ao fato de também trabalharmos na escola se tornou muito mais fácil
o acompanhamento na aplicação do questionário, realizar a pesquisa e fazer o
levantamento das informações junto à escola e os professores. Mesmo com
conhecimento prévio, pedimos à coordenação o Projeto Político Pedagógico (PPP)
da escola, para saber a real identidade da escola e os caminhos da instituição em
busca de qualidade de ensino, os objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e
sonhos a realizar.
De posse de uma máquina fotográfica, retratamos a estrutura física da escola,
conversamos com alguns professores colegas de trabalho sobre o tema da pesquisa
com o objetivo de verificar qual a percepção que eles têm acerca da proposta
contida na lei 10639/03, e o resultado foi o esperado, todos já conheciam a lei,
porem somente 60% dos professores conversam com os alunos sobre a importância
da lei.
Essa escola tem uma estrutura adequada para seu funcionamento tendo uma
equipe de profissionais capacitados para o trabalho, incluindo: 01 secretaria, 02
salas de professores, 01 laboratório de informática, 01 sala de vídeo, 01 refeitório,
26
01 sala de articulação, e mais de 17 salas regulares funcionando em regime de
externato com três turnos: matutino, vespertino e noturno. Vide figura 03.
Figura 03: Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves – Carlinda/MT
Fonte: ROHLING,E. , 2009
27
5. ANALISE DOS RESULTADOS
Grande parte dos profissionais já conheciam a Lei 10639/03 mesmo por que,
essa questão já havia sido trabalhada na formação continuada da escola, sendo
estabelecida como uma atitude altamente necessária como forma de combate ao
preconceito. A primeira pergunta do questionário era se o professor considerava a
mestiçagem existente no Brasil um obstáculo para o desenvolvimento do país.
“Acredito que a mestiçagem não atrapalhe em nada, o desenvolvimento do
país, pois a cor não influência no caráter das pessoas. Entendo que o preconceito
esta vivo na sociedade e que não sumirá tão logo, porem as poucos sinto que a
população vai aceitando as diferenças, até por que ninguém é igual a ninguém.”
(José)2. “Se existir uma melhor conscientização do respeito que se deve ter com uns
aos outros, através da mídia, poderemos sim acabar com o preconceito no Brasil.”
(João)
Conforme as respostas entendeu-se que a mestiçagem não é um obstáculo
para o desenvolvimento do país, e o problema são os valores basilares dos povos,
julgando serem superiores uns aos outros. Os profissionais da escola consideram
que é as diferenças étnicas que dão equilíbrio a interação dos povos sendo que,
num mundo de competição e individualismo, a diferença é motivo de discriminação e
dominação.
Num mundo em que se busca a solidariedade, a diferença é motivo de
enriquecimento e complementação, a cor da pele não é um fator limitante de
desenvolvimento, ao contrário essa mistura de etnias enriquece a nossa cultura
sendo um fator de peso favorável para o nosso país, em que cada cultura pode
contribuir com seu conhecimento.
A segunda e terceira questões, perguntam se o professor conhece a Lei
10639/03 e o que acha, 6 professores afirmaram conhecer e passar em sala de aula
para os alunos, 4 dizem conhecer porem nunca trabalharam a lei, e nenhum
professor desconhece a lei. “Creio que a lei chegou em boa hora, pois somente
assim as pessoas serão educadas afim de melhorar o convívio uns com os outros,
2 Foram dados nomes fictícios aos entrevistados
28
conhecendo e respeitando a cultura de cada um. Assim que tomei conhecimento da
lei de imediato trabalhei em sala para que meus alunos também pudessem se interar
do assunto, e possivelmente combater algumas ações preconceituosas” (Maria)
Gráfico 01 – Professores que tem conhecimento da lei
0
10
20
30
40
50
60Tem conhecimentoda Lei 10639/03, etrabalha em sala
Tem conhecimentoda Lei 10639/03,porêm não trabalhaem sala
Não temconhecimento da Lei10639/03
Fonte: ROHLING, E. 2010
Pelo gráfico 01 percebe-se nitidamente que professores têm conhecimento da
lei e sabem da importância de se ensinar a História e cultura Afro-brasileira nas
escolas para que os alunos possam entender a cultura um do outro e
conseqüentemente se respeitando.
A quarta questão pergunta se na escola tem profissionais preparados para
trabalhar com o ensino de História e Cultura Afro-brasileira. Vide gráfico 02. “Temos
professores com muita bagagem de conteúdo, porém nenhum deles recebeu uma
formação especifica, então acredito que não tenha nenhum profissional preparado
para trabalhar com esse tema.” (José). “Sim. Temos professores que já estão em
sala de aula há muito tempo e por si só dominaram o assunto e poderiam sim
trabalhar nessa área. Inclusive já estudamos esse tema na formação continuada”
(Moises)
29
Gráfico 02 – Professores que acreditam que há ou não profissionais capacitados na escola
0
10
20
30
40
50
60
70Consideram que háprofissionaiscapacitados
Consideram que não há profissionaiscapacitados
Fonte: ROHLING, E. 2010
Hoje em dia, os professores têm muita liberdade para desenvolver os seus
trabalhos e muitas vezes toda essa liberdade acaba por dificultar a busca pelo
conhecimento, justamente por que o professor acaba se acomodando se não for
cobrado, não busca os aperfeiçoamentos para ir além do ensino repetitivo e sem
incentivo para o aluno prejudicando-o no processo de aprendizagem.
O professor deve entender que a liberdade de ensinar pressupõe também que
o professor tenha que, instruir e transmitir conhecimento, pelas exposições
dialogadas e dos recursos materiais e tecnológicos disponíveis nas instituições de
ensino, mas o professor poderá reconhecer que ensinar é fundamentalmente levar o
aluno a aprender por si.
Enfim, o professor deve ter liberdade de ensinar para poder viabilizar a
liberdade de aprender do aluno. Mas sempre buscando formas atraentes de ensinar
para o aluno, afinal o objetivo é fazer com que eles entendam o que estamos
querendo passar, encontrando a melhor forma para que essas informações sejam
assimiladas.
A participação do aluno é fundamental nessa dialética professor-aluno. Não
podemos inibir sua linha de raciocino, e sim saber usar a ideia que ele forneceu para
complementar no aprendizado. Hoje, os alunos vão para as salas de aula com
muitas informações que absorvem em seu cotidiano, na TV, no radio, na internet e
cabe ao professor utilizar isso para tornar as aulas atraentes, pois, eles têm a
informação, mas para que essa informação possa se tornar conhecimento ela deve
ser discutida e debatida em sala de aula com a ajuda de um professor. A quinta e
sexta questão perguntam se o professor acredita que existe preconceito na escola e
30
se é feito algo para solucionar o problema, grande parte afirmam que, há, sim,
preconceito na instituição, pois se ouve constantemente piadas ou simplesmente
conversas involuntárias preconceituosas e que a medida de implantação da lei
10639/03 poderá ajudar a mudar esse pensamento de alunos, pais e toda a
comunidade escolar. Conforme gráfico 03.
Gráfico 03 – Professores que acreditam que ha preconceito na escola.
0
10
20
30
40
50
60
70
80Acreditam que hápreconceito naescola.
Acreditam que nãohá preconceito naescola.
Fonte: ROHLING, E. 2010
“Não creio que seja necessariamente preconceito, às vezes alguns alunos se
referem aos outros com palavras inapropriadas, mas por pura brincadeira, quando
vemos procuramos chamar a atenção, no entanto nunca passou disso.” (Inês)
“Sim. Há preconceito na escola, não só nessa mais em todas, já trabalhei em
varias escolas e sempre me deparei com situações constrangedoras em que alunos
desferem palavrões sobre raça, e situação econômica. A gente fica meio sem saber
o que dizer quando nos vemos nessa situação e vejo que a criação dessa lei pode
sim ser uma excelente ferramenta a ser utilizada contra o preconceito.” (Maria)
Porém, sabemos que somente a obrigatoriedade de uma lei ou a obediência
forçada não resolve, não traz a solução, a postura do brasileiro na maioria das vezes
e simplesmente de ignorar as leis, assim como continuamos a dirigir falando no
celular, ou sem cinto de segurança e habilitação, precisamos sim conscientizar as
pessoas da importância do respeito para com o próximo.
31
5.1. MATERIAL DIDÁTICO ESPECÍFICO: Carências e metodologias
divergentes.
Para trabalhar com o ensino de História e Cultura Afro-brasileira o professor
encontrará muitas dificuldades, pois há uma carência muito grande no que se refere
a material didático especifico, a maior parte das obras tem um perfil eurocêntrico,
porém o professor deve ir além, vencendo obstáculos de forma que se encontre os
recursos necessários, por tanto muitas vezes “a vontade de ensinar não será
suficiente e, quando as barreiras se apresentam para um profissional que já enfrenta
muitas dificuldades, acaba caindo na desistência” (LAUREANO, 2008, p. 341).
Os professores podem usar as mais diferenciadas metodologias como, por
exemplo, a prática de atividades como a roda de conversas entre os alunos
discutindo temas relacionados à cultura afro, como as danças e comidas típicas. A
confecção de instrumentos utilizados na música também é uma alternativa que
possibilita um significativo desenvolvimento da oralidade das crianças e
adolescentes, que podem se identificam com o tema e descobrir, o valor das raízes
culturais afros descendentes.
Em Língua Portuguesa pode ser trabalhada leitura de livros e exibição de
filmes relativos ao tema, composição de poemas e encenação de peças teatrais, que
são muito atrativas aos olhos dos alunos. Em Filosofia e Educação Artística podem
ser elaborados pesquisas e painéis relacionados ao tema.
Na Matemática os alunos podem confeccionar gráficos com porcentagem do
número de negros em relação ao número de habitantes do Brasil, elaboração de
gráfico apontando o número de negros no ensino superior em relação ao número
total de alunos do ensino superior. Além de jogar as Mancalas. Com a
interdisciplinaridade com Geografia pode haver a elaboração e confecção de mapas
da rota do tráfico de escravos, gráficos, tabelas etc. (CARNEIRO e PORTELLA,
2005) por tanto todas as áreas de conhecimento estão encarregadas de participar
desse desafio na tentativa de mudança a consciência quanto ao preconceito e a
discriminação.
A discussão sobre como ensinar o conteúdo de História da África e cultura
Afro-brasileira acompanha os debates há muito tempo. A forma e os métodos de se
ensinar essa história variam muito de acordo com o contexto histórico em que se
32
está inserido. A proposta seria possibilitar ao aluno a capacidade de interpretação e
critica, o professor deve discutir o assunto de forma que se deixe aberto para as
diversas interpretações que possam aparecer no âmbito da sala de aula, sem
determinar este ou aquele pensamento, mas deixar com que o aluno observe a sua
maneira, e fazer com que expressem e defendam suas opiniões. O próprio professor
está em uma constante adequação.
Para que possa desenvolver um bom trabalho, ele deve perceber a realidade
em que seus alunos estão situados de modo que nas aulas possa utilizar
metodologias atraentes, abrangendo o cotidiano vivenciado e assim consiga chamar
a atenção dos alunos, e passar o conteúdo.
Muitas vezes os alunos têm pouco interesse em aulas expositivas com giz
branco e quadro negro, portanto o professor deve buscar maneiras atraentes de
desenvolver seu trabalho, existem diversos recursos que chamam a atenção dos
alunos, uma ótima dica seria a utilização do projetor multimídia, sendo um recurso
audiovisual é capaz de mostrar com detalhes o que o professor esta dizendo, no
entanto o professor nunca deixa de ser a peça central dessa aprendizagem, por
mais que existam diversas tecnologias e a cada dia que passa elas inovam cada vez
mais.
É o professor que vai se encarregar de transmitir e discutir os assuntos
abordados em sala de aula mostrando as diversas interpretações, cabendo ao aluno
aceitar a que mais lhe chama a atenção. As fontes de recursos para tornar as aulas
atrativas são muitas, porem elas devem ser devidamente selecionadas para se
atingir os objetivos esperados. “O aluno é agente da construção de seu
conhecimento, mas não o faz sozinho. É importante a mediação do professor e de
outros adultos significativos nesse processo”.(NEMI; MARTINS, 1996, p. 56).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (2001) o trabalho do
professor consiste em introduzir o aluno na leitura das diversas fontes de
informação, para que adquira, pouco a pouco, autonomia intelectual. O percurso do
trabalho escolar inicia, dentro dessa perspectiva, com a identificação das
especificidades das linguagens dos documentos, textos escritos, desenhos, filmes.
Pois a leitura é de suma importância no exercício da mente, de um modo
geral ela amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o mundo, e da
33
vida como um todo. E, no que se refere ao estudo de história e cultura afro-
brasileira, a interpretação é indispensável, pois os alunos precisam entender as
origens e a face do preconceito para combatê-lo.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs (2001) o ensino e a
aprendizagem de História e cultura Afro-brasileira estão voltados, inicialmente, para
atividades em que os alunos possam compreender as semelhanças e as diferenças,
as permanências e as transformações no modo de vida social, cultural e econômico,
no presente e no passado, mediante a leitura de diferentes obras humanas.
É neste contexto que entra a disciplina de História, como formadora de
opinião, desenvolvendo nos alunos o senso crítico, ou seja, o amadurecimento
transformando essas crianças em homens e mulheres que irão buscar com
seriedade a verdade por meio de questionamentos. Para se criticar algo se deve
usar da reflexão, da análise, e pesquisas, e também é claro, estar preparado para
receber criticas, contudo a disciplina de História fornece esse desenvolvimento
intelectual.
O aluno já chega à escola com determinados conhecimentos sobre o mundo a sua volta. Não é uma tabula rasa a ser continuamente preenchida ou esvaziada. Esse conhecimento prévio é ponto de partida para a aprendizagem que acontece na sala de aula. (NEMI; MARTINS, 1996, p. 56).
As crianças, desde pequenas, recebem um grande número de informações
sobre as relações interpessoais e coletivas. Entretanto, suas reflexões sustentam-
se, geralmente, em concepções de senso comum. Cabe à escola em especial o
professor de História e disciplinas afins, como Geografia, Sociologia e Filosofia,
interferir em suas concepções de mundo, para que desenvolvam uma observação
atenta do seu entorno, identificando as relações sociais em dimensões múltiplas e
diferenciadas.
O preconceito existente em nossa sociedade é um reflexo das piadas, das
brincadeiras, das historinhas contadas de geração em geração que a cada dia
ensina novas crianças a serem possíveis preconceituosos. O professor deve estar
atento as formas de reverter essa situação, promovendo debates na sala de aula
fazendo com que os alunos expressem seus conhecimentos com relação ao
assunto, assim o professor saberá como fazer o seu planejamento para trabalhar o
conteúdo de História e Cultura Afro-brasileira.
34
CONCLUSÃO
A contribuição do negro na formação sociocultural da população brasileira,
historicamente, tem sido negada, disfarçadamente ou não, tendo em vista a
ausência dos direitos humanos fundamentais e o sofrimento com as consequências
de séculos de discriminação e racismo, tem se a necessidade de pensar e tomar
medidas contundentes nas diversas áreas governamentais no sentido de
proporcionar o equilíbrio e igualdade que propiciem condições de existência e
garantia do respeito e a dignidade a todos os afros descendentes em nosso país.
Nesse sentido, na área educacional, a Lei nº 10.639/2003 traz no seu
contexto os anseios dos afro-brasileiros principalmente aqueles ligados aos
movimentos sociais e de articulação dos direitos civis, políticos, sociais e
econômicos, de valorização de sua historicidade, riqueza cultural e da
ancestralidade africana.
Os professores que não tiveram acesso ao conteúdo de História e Cultura
Afro-brasileira na faculdade, e ainda não estão capacitados para trabalhar com esse
novo conteúdo devem procurar cursos de formação abordando à temática que estão
sendo realizados nas universidades brasileiras, algumas secretarias de educação de
municípios e estados iniciaram o processo de formação dos professores para
implementação da lei.
Nesse caminho, entende-se que os esforços para se tornar possível o ensino
da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana vão além da formação continuada dos
professores e pelo compromisso do Estado em efetivar ações que marquem novos
olhares quanto às relações étnico-raciais. O caminho estende-se desde a percepção
da sua importância no contexto histórico brasileiro ao estudo aprofundado da
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, até as possibilidades de se trabalhar
esses conteúdos no currículo escolar de maneira diferenciada, como forma de
promover um enfrentamento ao preconceito.
35
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APÊNDICE
AJES – FACULDADE DO VALE DO JURUENA PÓS – GRADUAÇÃO/HISTÓRIA DA ÁFRICA
Eduardo Rohling
1- Você considera a mestiçagem existente no Brasil como um obstáculo para o desenvolvimento do País? ( ) SIM ( ) NÂO Por que? 2- Você conhece a lei 10639/03 que tornou obrigatório a inclusão nos currículos dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio conteúdos relacionados à História da África e à Cultura Afro-Brasileira? ( ) SIM ( ) NÂO 3- O que acha da lei? 4- Tendo em vista que a lei é recente, você considera que a escola onde trabalha existe professores preparados para trabalhar com o ensino de História e Cultura Afro-brasileira? Por quê? 5- Em sua opinião existe preconceito na Escola em que trabalha? ( ) SIM ( ) NÂO 6- Se sua resposta for (SIM) é feito algo para solucionar esse problema?
Obrigado por colaborar com a pesquisa! Eduardo Rohling