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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
A UTILIZAÇÃO DO BAMBU NA CONSTRUÇÃO CIVIL:
CARACTERÍSTICAS E DIVERSIDADE DE USOS.
Mariane Franco Ferreira - 57672
Orientador: Professor Lauro Gontijo Couto
Trabalho final apresentado à
Universidade Federal de Viçosa
como parte dos requisitos de
avaliação da disciplina CIV 352,
Materiais na Arquitetura.
Viçosa - MG
Junho / 2010
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Sumário 1. Introdução ..................................................................................................................... 3
1.1 Justificativa ................................................................................................................... 6
2. Objetivos ........................................................................................................................ 6
3. Metodologia ................................................................................................................... 6
4. Revisão de Literatura ................................................................................................ 7
4.1 Características do bambu ........................................................................................ 7
4.2 Tratamento ................................................................................................................. 11
a - Secagem ................................................................................................................... 12
b – Fervura ou cocção ................................................................................................ 15
c - Tratamento Químico ............................................................................................. 15
d – Boucherie ................................................................................................................. 16
e - ÁGUA .......................................................................................................................... 16
4.3 Características quanto a esforços solicitantes ............................................... 17
a. Compressão axial ................................................................................................. 17
b. Tração ....................................................................................................................... 19
c. Flexão ........................................................................................................................ 21
d. Cisalhamento e esmagamento ........................................................................ 22
4.4 - Alguns usos do Bambu na construção civil ................................................. 24
a - Uso do Bambu na construção de habitações de baixa renda ............... 24
b - Uso do Bambu para contenção de encostas ............................................... 29
c - Painéis laminados de Bambu ............................................................................. 32
d – Exemplos de construções pelo mundo que aplicaram o uso do
bambu ............................................................................................................................... 33
5. Discussão e Conclusões ......................................................................................... 41
6. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 44
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1. Introdução
Atualmente a necessidade de
repensar o consumo de materiais na
construção civil a fim de tornar esta
atividade mais econômica e sustentável
atrai olhares para o desenvolvimentos de
novas alternativas. É esse o caso do
Bambu, um vegetal que tem o cultivo
adequado ao clima do Brasil, além de
possuir facilidade de integração entre
plantio, corte, transporte, manuseio e
resistência, é também uma fonte
renovável de matéria prima, que se
mostra uma alternativa eficiente na
substituição do uso de madeiras, que para
serem utilizadas, causam graves danos
como desmatamento e degradação de floras nativas; e sendo o bambu uma
alternativa que reduz o consumo de energia e a produção de resíduos, e
consequentemente de poluição causados pelo canteiro de obras. É o que
pode ser atestado por LAUS (2010): “O maior exemplo de Desenvolvimento
Sustentável e Preservação Ambiental: Uma árvore demora sete anos para
ser cortada uma ÚNICA VEZ. O bambu pode ser cortado em três anos e
NASCE NOVAMENTE!”
A espécie vegetal conhecida vulgarmente como bambu pertence à
família das gramíneas e apresenta mais de mil espécies espalhadas pelo
mundo. A maioria das espécies encontra-se distribuída nos continentes
asiático e americano. Seu caule lenhificado é empregado na confecção de
vários objetos como instrumentos musicais e móveis e, atualmente, vem
ganhando espaço na construção civil. Outro trunfo do bambu, é a sua fibra,
similar ao algodão ou linho também assume variados empregos. (MARÇAL
2008).
No Brasil ainda há preconceito com a sua utilização para construções,
por estar associado a equipamentos temporários e sem muito valor
Figura 1. Bambu chinês. Fonte: MONITORIA DE ENGENHARIA. 2010.
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agregado, além do desconhecimento sobre suas propriedades físicas e
mecânicas.Entretanto em países como o Equador, Colômbia e Costa Rica,
por exemplo, o bambu tem um papel socializador servindo de matéria-
prima para a construção de casas para populações carentes, enquanto na
ásia, constata-se sua larga utilização por japoneses, chineses e indianos em
estruturas de pontes penseis, enormes vãos tensionados com corda de
bambu e grandes templos, como o Taj Mahal que inicialmente teve sua
cúpula construída em bambu. (LIMA, 2006).
Outro fator de desprestígio da utilização da planta no Brasil está
ligado a questões culturais, pois sua utilização foi abandonada no contexto
do combate à doença de chagas, (no caso das antigas construções precárias
de pau-a-pique que serviam de habitat para o barbeiro transmissor da
doença), e o fato de que o brasileiro a prefere a construção de alvenaria,
sendo que, atualmente o emprego do bambu se limita a construções
improvisadas como galinheiros, ou cercas no meio rural.
Entretanto estudos atuais comprovam que devidamente tratado, o
bambu possui resistência igual à qualquer outra madeira, sendo isolante
térmico e podendo entrar na armação das lajes de edifícios; e, quando
aplicado em paredes, combina com argamassas de diversos tipos, além de
reduzir o tempo de execução de residências em 50% do tempo
convencional de obra, e por reduzir os custos com material por metro
quadrado na obra acabada. (NETO, 2010). Ainda baseado em NETO (2010)
pode-se afirmar que:
Os defensores do uso do bambu na construção defendem a questão
econômica como o grande diferencial, por apresentar um custo por
metro quadrado da obra acabada cerca de 50% do custo
convencional da construção civil, obtida em cerca de 3 mil metros
quadrados desde 1999, além de garantirem ser tão resistentes
quanto as construções em alvenaria.
A redução do custo da obra executada com o uso do bambu se
mostra fator favorável ao seu uso, entretanto a tecnologia de execução
exige mão de obra especializada, o que segundo estudos realizados com o
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bambu gigante com manejo voltado à produção de colmos1 correspondem a
35% do custo da obra. (GUARNETTI, BONILLA, ALMEIDA, GIANNETTI.
2007). Isso pode ser justificado pelo fato de que, apesar do processo
construtivo ser simples ele ainda e praticamente artesanal - pois não
existem grandes fornecedores, sendo todo o processo de tratamento e corte
feito na obra - e pelo fato de que o bambu exige um acompanhamento de
profissionais competentes para a execução do projeto estrutural, uma vez
que existem inúmeras possibilidade de associações com outros materiais
com características diferentes, e inúmeras possibilidades de conexões e
amarrações. (MARÇAL, 2008). É o que defende Marçal:
Como qualquer outro material o bambu é bastante resistente a
certos esforços e não tão resistente a outros. Por essa razão é
necessário um estudo e acompanhamento de profissionais para a
confecção de conexões e de posicionamento das varas para um
adequado projeto estrutural.
Como meio de compensar essa carência de recursos no uso do
bambu, sua utilização é preferencialmente aconselhada em locais próximos
a extração da matéria prima como meio de facilitar o acesso e reduzir os
custos com transporte e manutenção.
Mas em se tratando de diversidade de utilização, a versatilidade do
vegetal também pode ser ressaltada observando a possibilidade da sua
utilização para a fabricação de móveis e de objetos de decoração; como
vedação através de painéis laminados, forros, pisos, molduras, esquadrias e
revestimento; como estrutura sob forma de coluna, viga, lastro e até para
determinados encanamentos; estruturas e contenções de encostas; sendo
que, quando adotadas as medidas certas de tratamento deste é considerado
um material de excelente qualidade e uma ótima alternativa de mercado
que atende as necessidades físicas e ambientais atuais. (VASCONCELLOS,
2010).
1Colmos: caules do bambu que crescem apenas horizontalmente e permanece com o mesmo
diâmetro por todo a sua vida. (GUARNETTI, BONILLA, ALMEIDA, GIANNETTI. 2007)
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1.1 Justificativa
A investigação das propriedades do bambu e sua utilização como
material alternativo para a construção civil se mostra necessária nos
tempos atuais, devido a necessidade de reduzir os impactos ambientais de
produção de resíduos na obra, e de impactos pela extração de matéria
prima de forma que degrade a natureza. Por ser um material renovável e de
características físico-mecânicas adequadas à produção de edificações, é
importante que se faça um esclarecimento destas características,
disseminando suas possibilidades e potencialidades de forma a contribuir
com a expansão de seu uso.
2. Objetivos
O objetivo deste trabalho é abordar algumas possibilidades de
utilização do bambu na construção civil como material alternativo e de baixo
custo e impacto ambiental.
É também objetivo deste trabalho expor alguns exemplos de
utilizações que já se encontram em uso corrente na construção civil, como a
utilização do bambu na construção civil em estruturas de pontes e
coberturas; habitações de interesse social; contenções de encostas;
revestimentos - após o processo de laminação ; entre outros.
3. Metodologia
Este trabalho toma como objeto de estudo o bambu e a sua
utilização na construção civil, buscando avaliar a adequabilidade desta
aplicação, bem como a possível redução dos impactos ambientais.
Para tal fez-se uso de uma revisão bibliográfica que contemplou
artigos, trabalhos acadêmicos e sítios da internet dedicados a discussão da
utilização do bambu na construção civil, os quais se referem ao
desenvolvimento de técnicas e do estudo das características deste como
material alternativo para redução dos impactos ambientais e de capital
gerados por obras de engenharia.
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Diante da impossibilidade de realizar ensaios técnicos com o material
analisado, em razão dos prazos exigidos para cura do material, preparo dos
corpos de prova e execução dos ensaios, baseou-se em teses de mestrado e
doutorado que apresentaram os resultados utilizados para o estudo dos
principais aspectos de resistência mecânica (compressão axial, tração,
cisalhamento e flexão) para então apresentar suas aplicações e realizar uma
análise a respeito do bambu.
4. Revisão de Literatura
Uso do bambu na construção civil
4.1 Características do bambu
O bambu é uma das espécies vegetais de maior produtividade.
Segundo Marçal (2008), após dois anos e meio de ter brotados, o bambu já
possui boa resistência mecânica estrutural. Além disso a forma tubular,
estruturalmente estável somado a uma baixa massa específica e a
geometria circular oca, tem um resultado ótimo na relação a resistência /
massa do material. Essas características resultam a num baixo custo de
produção, facilidade de transporte e trabalhabilidade, características as
quais são importantes para classificar a qualidade e reduzir os custos com
materiais de construção.
De acordo com MARÇAL (2008) as espécies mais comumente
utilizadas na construção civil são as Entoucerantes e as Alastrantes.
As Entoucerentes possuem
crescimento radial. Crescem
formando uma touceira (Figura 2),
próximos um do outro. É o caso do
Dendrocalamus giganteus (bambu
gigante) e oBambusa Vulgares. (Vide
figuras 3 e 4).
Já as espécies alastrantes possuem o
crescimento descentralizado e
crescem de forma desordenada
Figura 2. Touceira / moita de
bambus paquimorfos. Fonte: Bambu Brasileiro.
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Figura 4.Bambusa Vulgares
Fonte: PLANTAE
propagando-se continuamente para os lados. São exemplos a Phyllostachys
áureae a Phyllostachys heterocyclapubescens(Mossô). (Vide Figura 5 e 6).
Figura 3. Dendrocalamus
giganteus, Bambu gigante.
Fonte: EXOTISC HEZADEN
Figura 5. Phyllostachys áurea
Fonte: COMPLETE BAMBOO Figura 6. Phyllostachys
heterocyclapubescens , Mossô
Fonte:CARRIER ZONE
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Cada tipo de bambu possui
diâmetros diferentes entre si, isso varia
também de acordo com a maturidade
dos colmos. As partes componentes do
vegetal estão apontadas na figura 7.
Essas diferenças na conformação do
vegetal, segundo MARÇAL (2008) vão
influir nas propriedades mecânicas do
bambu. Algumas de suas características
foram tabeladas por estudos anteriores
(vide tabela 1).
Tabela 1. Dimensões e massas de colmos de diversas espécies (valores
médios).
Fonte: SALGADO (1994) apud MARÇAL (2008)
Como o crescimento do bambu se da do solo para o topo
(crescimento diferente das madeiras convencionais) as partes mais baixas
Figura 7. Partes componentes do
bambu.
Fonte: RIBAS, 2007.
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são as mais antigas e possuem maior resistência e durabilidade. Pode-se
explicar melhor conforme explicitado por Marçal (2008)
O sistema de fibras de sustentação do bambu composto por feixes
dispostos na mesma direção longitudinal, quase que paralelos,
porém o posicionamento das fibras sofre uma mudança junto ao nó.
As fibras que vinham paralelas se misturam e fazem do nó um local
de maior concentração de fibras em diversos sentidos, tendo o
mesmo uma maior resistência a compressão e impedindo que haja
separação das fibras longitudinais nos entrenós. Os nós exercem
uma amarração transversal e proporcionam maior rigidez ao colmo
de bambu (LOPEZ, 1974). O bambu possui uma flexibilidade muito
boa podendo quando “verde” entortar até certo limite e não fissurar
ou romper (MARÇAL 2008).
Como os estudos sobre o bambu ainda são limitados, ainda não
existem normas da ABNT que regulamentam a utilização do bambu.
Entretanto, baseado nos estudos já realizados sobre o assunto, segundo
GAVAMI (2003)apud MARÇAL (2008) :
o International Network for Bamboo and Rattan INBAR (1999) usou
os resultados dessas pesquisas mundiais e propôs normas para a
determinação das propriedades físicas e mecânicas dos bambus. As
normas propostas foram analisadas pelo ICBO- International
Conference of Building Officials e publicadas no relatório AC 162:
Figura 8. Foto microscópica de corte transversal - fibras
de bambu. Fonte: BAMBU BRASILEIRO.
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Acceptance Criteria for Structural Bamboo, em março de 2000
(ICBO, 2000), as quais permitem a aplicação do bambu na
construção, nos Estados Unidos da América.
4.2 Tratamento
Para um melhor aproveitamento das características do bambu para a
construção civil, aconselha que se faça o correto tratamento do vegetal a
fim de otimizar os resultados no canteiro de obras. Segundo Vasconcellos,
as primeiras medidas que se deve tomar a fim de obter um material de boa
qualidade são os cuidados na hora do corte, devendo sempre se observar a
idade e o período em que se executa tal atividade.
Indica-se que, segundo botânicos especializados, que no inverno,
época de aparecimento de novos brotos, é o período que o bambu guarda a
maior parte de suas reservas nas raízes, tendo uma menor concentração de
açúcar no caule, atraindo um menor número de insetos e fungos que se
alimentam de sua seiva, podendo obter-se assim culmos mais resistentes.
(VASCONCELLOS, 2010)
Já quanto a idade, deve-se
observar a finalidade da utilização,
pois para fins de tecelagem ou
cestaria, indica-se a utilização de
bambus mais jovens por serem mais
flexíveis, enquanto para fins de
construção civil, é aconselhável que
use-se bambus maduros com cerca de
3 a 4 anos, período em que estes
atingem sua resistência ideal.
Aconselha-se fazer o corte horas
antes do amanhecer, e após o corte,
deixar o bambu sob um período de
cura de duas a três semanas, de pé, e
ainda no local da colheita apoiado aos
vizinhos por volta de 2 a 3 semanas.
Entretanto outras medidas de
secagem devem ser tomadas, levando ai em consideração a disponibilidade
Figura 9. Cura do bambu in loco
após o corte. Viçosa. 2009.
Fonte: acervo de Riane Ricceli do
Carmo.
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de recursos, transporte e rapidez disponíveis e necessárias à obra.
(VASCONCELLOS, 2010)
A seguir seguem alguns métodos de tratamento do bambu para sua
utilização.
a - Secagem
A secagem é uma forma de tratamento importante para a utilização
do bambu em obras de engenharia, pois ela confere maior resistência e
durabilidade ao material, uma vez que mesmo após o período de secagem
in loco deste, o interior do
vegetal ainda possui certa
umidade. O bambu pode ser
submetido a um processo de
secagem simples, apenas
apoiando-o, ainda com as
folhas em local arejado, e
sob a proteção da chuva e
do sol. Entretanto este é um
processo mais demorado,
que leva de 2 a 8 semanas
dependendo das condições
climáticas do local.
(VASCONCELLOS, 2010).
Quando deseja-se resultados mais rápidos, pode-se submeter o
bambu ao processo de secagem com fogo. Segundo Johan Van Legend em
“o manual do Arquiteto descalço” apude Vasconcelos, deve-se fazer um
buraco pouco profundo no chão, forrando-o com tijolos a fim de conservar o
calor, e depois submete-se o bambu ás chamas, virando-os em intervalos
regulares para que sequem de maneira uniforme. A fim de que não se
danifique a madeira, deve-se manter o bambu a uma distância de 50 cm do
fogo, pois este, se estiver muito forte, pode abrir ou deformar os colmos.
Figura 10. Processo de secagem simples do
bambu. UFV, 2009.
Fonte: acervo de Riane Ricceli do Carmo.
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Há também métodos alternativos de secagem à fogo. Há o método de
utilização pontual de calor, o método do maçarico, um método muito
eficiente, porém demorado, pois se aplica vara a vara. Neste processo,
ilustrado na figura 12, consegue-se um material com alta resistência e
brilho. A vara deve ser rodada e limpa com pano com diesel ou gasolina na
medida em que se passa o maçarico, pois nessa queima o bambu libera
sílica. Essa substância é responsável pelo aspecto amarelo e envernizado do
bambu.O que pode ser feito também é defumar o bambu, introduzindo as
varas num compartimento com pouca saída de ar no qual contenha fogo e o
bambu seja submetido à fumaça.
Figura 11. Secagem do bambu com fogo.
Fonte: BAMBU BRASILEIRO.
Figura 12. Tratamento do bambu com maçarico. S. d.
Fonte: ARQUITETURA UFMG
14
Figura 13. Tratamento adequado x inadequado do bambu com maçarico.
S.d.
Fonte: arquitetura ufmg.
A secagem em estufas também é um método eficiente embora seja
um método que demande uma infra-estrutura mais elaborada:
Na Colômbia existem estufas verticais de muitos metros de altura,
onde o bambu é colocado em pé. Geralmente as estufas
são horizontais. As estufas devem coletar o calor dos raios do
sol durante o dia, sem incidir diretamente sobre os bambus e sem
causar calor excessivo, e manter seu interior quente durante a
noite. Este processo dura algumas semanas. Mais uma vez Van
Lengen nos dá um pouco de seu conhecimento: “constrói-se um
armazém com um aquecedor solar de ar. O aquecedor é construído
com blocos, latas pintadas de negro e vidro ou plástico. O armazém
deve ter paredes isolantes, para que o calor não escape durante a
noite. De dia, controla-se o fluxo de ar com painéis, que ficam
fechados à noite” (VASCONCELLOS, 2010).
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b – Fervura ou cocção
Outro modo bastante utilizado no tratamento do bambu é submeter a vara
à fervura. Alguns fornecedores de bambu aconselham que seja passada
uma camada de óleo diesel no bambu, e depois submetê-lo a períodos de
15 a 60 minutos para cada lote. Outra forma mais rápida de proceder este
método é misturar à água de fervura uma porção de soda cáustica na
proporção 10/1 (água/soda cáustica), mantendo a cocção por
aproximadamente 15 minutos. (VASCONCELOS, 2010)
c - Tratamento Químico
O tratamento químico do bambu consiste em submeter o vegetal à
uma solução química, na qual o ácido bórico é o elemento mais utilizado.
Pode-se utilizar um produto pronto (como o BORAX) ou preparar uma
solução, como a sugerida na tabela 2 por Johan Van Lengen apude
Vasconcelos (2010):
Figura 14. Secagem do bambu com aquecedor solar.
Fonte: VASCONCELOS, 2010
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tabela 2. Produtos para a elaboração de solução para tratamento químico do
bambu.
substância Kg
sulfato de cobre 1
ácido bórico 3
cloreto de zinco 5
dicromato de sódio 6
O material deve então ser embebido na solução indicada, sob banhos de
imersão.
d – Boucherie
Um método mais sofisticado de
tratamento do bambu, o boucherie,
consiste em “fazer passar, sob pressão, a
solução química através dos culmos e
fibras do bambu.” (VASCONCELLOS
2010). O processo é feito com uma
bomba de ar comprimido que possuem
mangueiras adaptadas ao bambu.
Entretanto esse método se utiliza
de substâncias tóxicas muito agressivas
e pode causar além da intoxicação e até
morte do operador, sérios danos ao meio
ambiente (VASCONCELLOS, 2010). Assim, ao pensar o bambu como
fonte renovável de matéria-prima, com baixos impactos ambientais para
sua utilização, esse método não é de aconselhável utilização.
e - ÁGUA
O bambu pode ser tratado apenas pela permanência em água parada
(piscina ou tanque). É o tratamento chamado de “lavagem”, ou “troca de
seiva” e consiste em deixar os culmos submersos em água por várias
semanas para melhorar a resistência contra insetos e fungos. Entretanto
Fonte: VASCONCELOS, 2010.
Figura 15. Bomba de ar
comprimido e sistema de
mangueiras para boucherie.
Fonte: VASCONCELOS, 2010.
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ao se submeter a esse processo o vegetal
precisará passar por um processo de
secagem demorado após o banho. Pode-se
banhar também em água corrente
(riachos).
4.3 Características quanto a esforços solicitantes
Como anteriormente mencionados, os principais fatores que
influenciam as características mecânicas do bambu são segundo
Marçal(2008) apud Ghavami (1989), são a espécie, a idade, o tipo de solo e
as condições climáticas no qual foi cultivado, o teor de umidade das
amostras, o comprimento do colmo, a presença ou ausência de nós nas
amostras e o tipo de teste realizado. Sua volumetria tubular, confere ao
vegetal ótimo desempenho estrutural quando a Compressão, torção, flexão
e sobretudo quanto a tração.
a. Compressão axial
As amostras utilizadas para os ensaios com bambu, são geralmente
feitas com um pedaço da vara, sendo que a ausência ou presença de nós na
fração deste influi significativamente nos resultados. Como a resistência
média dos corpos de prova cilíndricos é maior do que a resistência com
outras características geométricas, evidencia-se que colmos com a presença
de nós são mais enrijecidos (MARÇAL, 2008 apud BERALDO, 2003).
Outro fator apontado por Marçal (2008) apud Beraldo (2003) é que, o
fato da camada externa do bambu deformar-se menos do que a interna,
aliada ao fato de que a localização de onde insere-se o sensor de medição
de deformação (extensômetro – figura x) podendo ser próxima à camada
externa ou a um nó, pode apresentar uma variação no valor da resistência,
sendo até três vezes maior do que a média de cada espécie.
Figura 16. Pocesso de
tratamendo pela água.
Fonte: VASCONCELOS, 2010.
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O extensômetro é inserido no corpo de prova (colado em uma das
faces) para medir simultaneamente as deformações longitudinal e
transversal. Conforme mostrado na figura g.
Figura 17. Colocação do medidor de deformação no corpo de prova de bambu.
Fonte: MARÇAL, 2008.
Segundo estudos realizados por Lopez (2003) apude Marçal (2008)
que foi um dos primeiros a realizar testes de resistência com bambu, para
corpos de prova usinados de 30 cm de altura, e 3 cm de diâmetro,
encontrou-se uma tensão de ruptura de 80 MPa e um módulo de
elasticidade e torno de 20 Gpa. A resistência à compressão estava na faixa
de 20 MPa a 120 MPa, e o módulo de elasticidade variou entre 2,6 Gpa e 20
Gpa.
Beraldo (1987) apude Marçal (2008) ensaiou algumas espécies de
bambu apresentando os seguintes resultados:
Para Phyllostachys sp de diâmetro externo 43 mm e diâmetro
interno igual a 34 mm, o autor obteve uma resistência à
compressão de 55 MPa; corpos-de prova paralelepipédicos de
Dendrocalamus giganteus apresentaram 93 MPa, enquanto que os
de Phyllostachys purpurata, de diâmetro igual a 22mm e diâmetro
interno de 10mm, e distância ente dois nós a 120 mm,
apresentaram uma valor médio de 65 MPa. Para essa espécie
observou-se que corpos-de-prova dispondo de três nós
apresentavam uma resistência à compressão 10% superior àquelas
dispondo de dois nós. (MARÇAL,2008).
Além disso, é oportuno ressaltar que devido a alta flexibilidade do
bambu, ao receber uma alta carga de compressão este tende a uma
flambagem lateral, sendo maior quanto maior for o seu comprimento.
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Indica-se assim a utilização de peças para travamento a fim de diminuir o
momento exercido sobre a peça, impedindo que esse deslocamento ocorra.
b. Tração
A resistência à tração do bambu, pode ser considerada um dos
pontos mais fortes na sua possibilidade de utilização na construção civil.
Os relatos de pontes pênseis asiáticas mais duradouras e resistentes
construídas em bambu são as que foram produzidas através de colmos
que não possuíam as camadas internas, sendo, como já dito
anteriormente menos deformáveis e com menor probabilidade de ataque
de insetos (MARÇAL, 2008).
Segundo Marçal (2008) apude Schniewind (1989) a resistência à
tração do bambu é de 2,5 a 3,5 vezes maior do que a de compressão, o
que torna o bambu uma alternativa à utilização do aço, o que pode ser
reforçado pela razão entre sua resistência à tração e sua massa
específica quando comparada com outro materiais, segundo a tabela 3.
Tabela 3 – Razão entre tensão de tração e a massa específica de alguns
materiais.
Tipo de MaterialResistência à tração (MPa)
Peso específico N/mm³ x 10²)
y(
R = &/y x 10² R / Raço
Aço CA 50
Alumínio
Ferro Fundido
Bambu
500
300
280
120
7,83
2,79
7,70
0,8
0,64
1,07
0,39
1,5
1,00
1,67
0,61
2,34
Fonte: MARÇAL, 2008.
O ensaio de tração no Bambu é um ensaio complicado pois envolve
alguns fatores característicos da sua conformação. O bambu por não
possuir boa resistência a compressão transversal, deve se colocado na
máquina de ensaios de forma a não ficar muito comprimindo, pois pode
romper facilmente, enquanto se for colocado com pouca pressão pode
escorregar durante o processo. Assim, faz-se necessária a colocação de
20
proteções de borracha, resinas ou placas de alumínio de forma que esse
escorregamento não ocorra. (MARÇAL, 2008)
Ao se utilizar espécies de diâmetro maior, deve se confeccionar
corpos de prova paralepipédicos, como o que esta demonstrado na
figura 18:
Figura 18. Corpos de prova já testados no Laboratório de Materiais Conjugados –
LMC doInstituto Militar de Engenharia - IME. Rio de Janeiro. 2006 Fonte: MURAD, 2007.
21
No caso de bambus com menor diâmetro e curvatura do colmo mais
acentuada deve-se envolver suas extremidades em pasta de cimento ou
resina a fim de garantir um encaixe adequado com o corpo de prova.
Recomenda-se que o ensaio seja realizado com um corpo de prova
onde não haja a presença de nós, uma vez que a região do corpo de
prova de onde foi extraído não influencia nos resultados, porém a
presença de nós no corpo de prova pode alterar significativamente os
resultados. Isso ocorre pelo fato de, na região dos nós, as fibras do
bambu possuírem um desvio lateral, sendo estes, pontos de menor
resistência. (MARÇAL, 2008)
c. Flexão
Ao analisar dados sobre a resistência à flexão do bambu, percebe-se
que os estes estão compreendidos em grandes variações. Isso ocorre
pelo fato de que cada espécie de bambu possui diferenças na
distribuição dos nós e no tamanho das áreas internas a estes, sendo que
o tipo de teste de flexão e o tamanho da amostra utilizada influenciam
nos resultados, uma vez que ainda não existem normas que
regulamentam esses ensaios. Em geral segundo os valores de
resistência a flexão do bambu variam de
30 Mpa a 170 Mpa (MARÇAL, 2008).
O módulo de elasticidade dos
colmos de bambus estudados por
Beraldo (2003) apud Marçal (2008)na
flexão, usando segmentos de bambu,
variou entre 6 Gpa e 14 Gpa, e sua
resistência à flexão variou de 57 MPa a
133 MPa (BERALDO, 2003).
No caso de se utilizar bambus de
pequeno diâmetro, pode-se,
teoricamente, calcular os resultados
Figura 19. Ensaio de tração com corpo de prova de bambu. LMC –
IME. Rio de Janeiro. 2006
Fonte: MURAD, 2007.
Figura 20. Ensaio de flexão
com corpo de prova de
bambu.
Fonte: MARÇAL, 2008.
22
supondo-se que os corpos-de-prova sejam tubos de paredes finas e
homogêneas. No entanto, os colmos de bambu apresentam espessuras
variáveis significativamente diferentes nas vizinhanças dos nós. Nessa
região ocorre um aumento na espessura da parede, além de mudanças
na direção dos feixes de fibras. Dessa forma é difícil promover uma
comparação entre as espécies devido as peculiaridades de cada uma
como na tabela 4.
Tabela 4 – Resistência dos bambus à flexão (BERALDO, 1987).
Nome botânico Limite elástico(MPa)
Tensão na ruptura(MPa)
MOE(GPa)
B. tuldoides
B. vulgaris
B. v. Vittata
D. giganteus
P. pupuratta
95
48
40
86
42
153
106
75
151
69
20
8
5
12
8
Fonte: MARÇAL (2008) apud BERALDO (1987).
Observa-se, no entanto, que o módulo de elasticidade é da ordem
daquele observado em madeiras de boa resistência.
d. Cisalhamento e esmagamento
A resistência ao cisalhamento, segundo ensaios realizados, se
mostrou o ponto fraco do bambu. A força aplicada no sentido das fibras,
faz com elas se rompam, uma vez que as ligações entre essas são
fracas, e ao se movimentarem são facilmente quebradas, podendo
promover sua fissuração com baixas cargas. (MARÇAL, 2008).
O ensaio de cisalhamento, segundo Murad (2007), é procedido por
uma adaptação de normas que definem os parâmetros para ensaios
feitos em madeira. Sendo produzidos corpos de prova da mesma forma
dos que foram utilizados para o ensaio de resistência a tração (com e
sem nó) fez-se fissuras nestes até o eixo de simetria, não
ultrapassando-os como demonstrado na figura 21 para que o corpo de
23
prova não seja rompido por tração, tornando duvidoso o resultado do
ensaio.
Um agravante a esse fato é que as fissuras além de diminuírem a
resistência de possíveis estruturas feitas com o bambu, são local de
infiltração de água e entrada de insetos que diminuem a vida útil do
material. Um exemplo é o fato de que se pode cortar um colmo de
bambu facilmente com um facão no sentido longitudinal, o que apesar
dos pontos negativos é uma característica que dá maior trabalhabilidade
ao bambu na confecção de certas peças. (MARÇAL, 2008).
A relação entre a resistência ao cisalhamento perpendicular ás fibras
e à flexão só bambu, segundo Marçal (2008) apud Beraldo (2003) é em
torno de 30% da sua resistência à flexão, estando em torno de 32 MPA.
Já em relação á resistência a compressão, a resistência ao cisalhamento
longitudinal é de aproximadamente 15%, em torno de 6 MPa.
A umidade é um fator que influência na resistência ao cisalhamento
do bambu, sendo quanto maior, menor a resistência do material. Neste
caso, um processo de secagem mais eficiente pode ajudar a reverter tal
quadro.
Figura 21. Corpos de prova e ensaio de resistência ao cisalhamento
longitudinal.
Fonte: MURAD, 2007.
24
4.4 - Alguns usos do Bambu na construção civil
a - Uso do Bambu na construção de habitações de baixa renda
Retomando a discussão do bambu como material que aumenta o
caráter sustentável das construções e alternativa de redução de custos,
a sua inserção no campo das obras sociais é um exemplo de que novos
materiais vêm sendo estudados buscando alternativas, de forma a
aproveitar todas as potencialidades disponíveis.
Assim como já dito, países como a Colômbia, Venezuela e China já
empregam programas desse cunho o que se mostra uma opção
promissora para o Brasil.Segundo o site A Ponte, além do caráter de
sustentabilidade, o bambu influi significamente nos custos da obra:
O alto grau de resistência das fibras do bambu dispensa, na
construção de casas, estruturas de ferro, além de reduzir a
necessidade de cimento, tornando-as, assim, cerca de 40% mais
baratas que as erguidas totalmente em alvenaria. Economia que
resulta também em vantagens ecológicas. A produção de cimento e
tijolos necessita de fontes de energia tradicionais que, de modo
insustentável, liberam uma grande quantidade de gás carbônico (A
PONTE, 2008).
A Costa Rica é considerada atualmente um dos países mais
desenvolvidos na produção de habitação de baixa renda com bambu. A
produção, iniciada em 1995, gira em torno de 200 casas por mês, que
atendem a todos os pré-requisitos exigidos pela ONU. É interessante
comentar que a Costa Rica não tinha espécies próprias para construção
nem a tradição de utilização. A primeira muda de bambu para este fim
foi levada para o país em meados dos anos 80, pelo então chefe de
Estado, após uma visita ao Brasil (A PONTE, 2008).
Frente a essa necessidade, o Instituto do Bambu, juntamente com
professores da Universidade Federal de Alagoas desenvolveram um
protótipo de habitação social, em regime de mutirão abrangendo desde
25
de a fase de extração do material, até a habitação terminada, bem como
um estudo de pós ocupação apresentado por alunos do programa de
engenharia civil da Universidade Federal de Alagoas. A execução da obra
utilizou o bambu em várias fases da construção. (BARBIRATO,
BARBOZA, SILVA. 2008)
A edificação se constituía numa residência unifamiliar de um
pavimento, composta de dois quartos, um banheiro, uma sala conjugada
com a cozinha, um terraço e área de serviço na parte externa da
edificação, como mostrado na planta baixa (figura 22).
Figura 22. Planta baixa da edificação em estudo (unidade de medida: m)
Fonte: (BARBIRATO, BARBOZA, SILVA. 2008)
26
A técnica utilizada foi a desenvolvida na Colômbia, com a utilização
de esterilhas para execução dos painéis de vedação. Essas esterilhas
tem a finalidade de proporcionar um colchão de ar entre as camadas
internas e externas, servindo como um isolante térmico. O acabamento
do piso foi feito em cimento queimado em todos os cômodos e a
cobertura executada com treliças de bambu e telhas de fibrocimento
pintadas. Uma avaliação pós-ocupação indicou que para um melhor
isolamento acústico seria indicado a utilização de um forro, que também
poderia ser de bambu a fim de seguir o mesmo padrão estético-
construtivo. (BARBIRATO, BARBOZA, SILVA. 2008)
O corte do bambu foi feito de forma que se aproveitasse o máximo do
colmo. Os que possuíam quatro metros de extensão foram utilizados
para a execução dos pilares e vigas, por possuírem colmo de maior
espessura, os que tinham aproximadamente três metros de
comprimento foram utilizados para a confecção das esterilhas de
vedação da casa.
Depois de feito o tratamento, os colmos foram transportados para um
pátio aberto e deu-se início à fabricação das esterilhas, utilizando-se
como ferramentasfacões, machados e marretas. Com esses
Figura 23. Processo de fabricação das esterilhas.
Fonte: (BARBIRATO, BARBOZA, SILVA. 2008)
27
instrumentos, aplicavam-se golpes nos nós dos bambus, quebrando-os
em toda a sua circunferência, para em seguida proceder à abertura dos
colmos e à retirada dos nós internos. Após esse procedimento os
bambus foram submetidos novamente à secagem natural em local seco
e sombreado.
Em seguida procedeu-se a locação da obra e a execução da fundação.
Indica-se que nas fundações sejam utilizados outros materiais
conjugados ao bambu, uma vez que se este estiver em contato direto
com o solo, absorve muita umidade, o que é desaconselhável.
No caso do protótipo da UFAL as fundações foram feitas em sapata
corrida, de concreto armado, sob as paredes e bloco de concreto no pé
dos pilares, os quais foram assentados após a execução do baldrame
com blocos de concreto que serviram de travamento destes.
(BARBIRATO, BARBOZA, SILVA. 2008)
Os painéis de vedação da habitação foram produzidos depois de
verificar in loco o distanciamento dos pilares. Eles consistem em uma
grade de madeira feita com ripas às quais serviam de sustentação das
esterilhas nos dois lados da mesma, sendo revestidos com argamassa
dos dois lados. As aberturas (portas e janelas) foram previstas na hora
de sua execução. A esterilha foi posicionada a fim de proporcionar uma
Figura 24. Concretagem dos pilares
Fonte: (BARBIRATO, BARBOZA, SILVA. 2008)
28
melhor aderência à argamassa conforme explicitado por Barbirato,
Barboza e Silva, 2008:
Os painéis foram revestidos com argamassa nos dois lados, sendo a
aderência dela garantida pelopos icionamento da esterilha com a
parte interna do bambu voltada para fora e pela aplicação de um
chapisco. A argamassa de revestimento, numa dosagem de 1:8
(cimento e areia), foi aplicada debaixo para cima, comprimindo-a
contra a esterilha para o total preenchimento dos espaços. Estimou-
seque a espessura média do revestimento ficou em torno de 2,0
cm. Os painéis foram fixados nos pilares e no baldrame por meio de
parafusos.
Também se aproveitou o espaço interno das esterilhas para fazer a s
instalações e tubulações, conforme mostrado na figura 27.
Figura 25. Painel de vedação
de bambu sendo revestido
com argamassa. S.d.
Fonte: AMBIENTE BRASIL. 2010.
Figura 26. Fixação dos painéis
nas fundações por meio de
aparafusamento.
Fonte: BARBIRATO, BARBOZA,
SILVA. 2008.
29
O resultado final do processo
construtivo, a habitação de interesse social que utiliza bambu embora
parte das fases de sua construção, pode ser visto na Figura 28.
b - Uso do Bambu para contenção de encostas
Os deslizamentos de terra são fenômenos que podem ocorrer por
diversos fatores, tanto naturais, quanto pela ação antrópica. A incidência
de chuva e ventos fortes no terreno pode causar instabilidade, o que
acaba gerando o escoamento das terras superficiais. Porém, esse
fenômeno é agravado por algumas práticas como cortes muito íngremes
no terreno, ou o desvio de cursos d’agua que geram erosão do solo.
Figura 27. Tubulação na parte
interna do painel de vedação.
Fonte: BARBIRATO, BARBOZA,
SILVA. 2008.
Figura 28. Resultado final do protótipo de
habitação social realizado na UFAL. Alagoas.
2008.
Fonte: BARBIRATO, BARBOZA, SILVA. 2008.
30
Nesse aspecto, o bambu é um elemento que pode ser usado na
contenção de encostas potencializando a drenagem nos terrenos e
aumentando a resistência destes a fim de prevenir ou conter os
deslizamentos de terra.Sua distribuição subterrânea de rizomas forma
uma malha resistente que reforça a estrutura natural do solo. Para obter
bons resultados são utilizados os bambus de rizomas (caules
subterrâneos) leptomorfos, que se espalham na área mais rapidamente,
e dão mais coesão ao solo. (VASCONCELOS, 2010).
Quanto a drenagem, pode-se utilizar feixes de bambu enterrados
transversalmente de forma a promover uma “canalização da água
infiltrada reduzindo o escoamento superficial, ou simplesmente com a
utilização do bambu para conter a terra, por meios de suportes verticais
com colmos mais grossos dando apoio aos colmos mais finos que são
amarrados transversalmente a estes de forma a conter esse
escoamento, sendo seu papel de drenagem potencializado quando
empregado em conjunto com o plantio de árvores, constituindo os
chamados “muros de Drenagem”, conforme indicado na figura tal.
(BAMBUSC, 2005).
Figura 29. Estrutura
subterrânea do bambu.
Fonte: Plante Bambu. 2010.
31
Outro modo de utilização é na a construção de muros de arrimo com
bambu. Para tal, fazem-se nichos de bambu, os quais são preenchidos com
terra intercalando-a a camadas de cascalho, o que permite também a
drenagem do solo. Deve-se fazer a compactação deste material dentro dos
Figura 30. Exemplos de muros de drenagem e sua
composição.
Fonte: BAMBUSC, 2005.
32
nichos de bambu, de forma que essa massa ganhe resistência para conter
o terreno natural, evitando os deslizamentos do terreno contido.
(BAMBUSC, 2005).
Essa prática é aconselhada quando os muros não são muito altos por
ser quase artesanal que demanda mão de obra especializada embora não
apresente altos custos de implantação como os muros de arrimo
tradicionais.
c - Painéis laminados de Bambu
Além do potencial do bambu na
construção civil na construção de
estruturas, é valido ressaltar outra
potencialidade
do material,
como na
confecção de
painéis laminados para vedação.
Figura 32. Piso
confeccionado em
laminado de bambu.
Fonte: RASBAMBU. 2010.
Figura 31. Compactação das camadas na confecção do muro
de arrimo de bambu.
Fonte: BAMBUSC, 2005.
33
A fabricação do laminado de bambu se dá através de um processo
industrial no qual se procede a confecção de lâminas do bambu
devidamente tratado, que são coladas entre si, com as fibras dispostas
paralelamente ao comprimento da peça, e depois prensadas.Estas peças
são geralmente moduladas, e podem ser empregadas em pisos, forros,
rodapés e até mesmo como e divisórias e revestimentos de paredes.
(BERALDO, RIVERO. 2006).
No Brasil o potencial ainda é pouco explorado, o lâmina o de bambu
está em crescimento no mercado, entretanto a grande maioria dos
produtos comercializados no país é proveniente da China. (FIBRA
DESIGN, 2010.)
Algumas vantagens desse material é o fato de que é leve, resistente
quando produzido sob padrões de qualidade e de estética notável.
Dentro desse contexto o laminado de bambu se mostra uma alternativa
viável a utilização na construção civil e no design.
d – Exemplos de construções pelo mundo que aplicaram o uso do
bambu
Centro de Cultura Max Feffe, Pardinho SP
Figura 33 . Piso confeccionado
em laminado de bambu.
Fonte: RASBAMBU. 2010.
Figura 34. Terminal T4
Barajas Airport .
Madrid,Espanha.
Fonte: RASBAMBU. 2010.
34
Figura 35: cobertura de bambu protege o palco e o espaço multiuso. Fonte: ARCOWEB, 2010.
Figura 37: Acesso principal ao centro de cultura.
Fonte: ARCOWEB, 2010.
Figura 36: Detalhe da estrutura em bambu.
Fonte: ARCOWEB, 2010.
Projetado pela arquitetaLeiko
Motomura, em Pardinho SP, o
centro de cultura de Max Feffe, foi
feito seguindo preceitos de baixo
consumo de água e energia, e
emissão de poluentes. O material
alternativo para a combertura é o
bambu com mais de 800m de
comprimento.
Com linhas sinuosas, áreas
vazadas que possibilitam a entrada
de luz natural pelas duas laterais e
partes opacas com telhas de fibra
vegetal pintadas de branco
recobrindo o bambu, a cobertura
que é apoiada em vigas de
eucalipto é o diferencial do
projeto. (ARCOWEB, 2010.)
35
Residência em Pequim, China.
Esta residência é uma obra
do escritório japonêsKengo
Kuma & Associates. Finalizada
em 2002, esta casa situa-se
em um condomínio de 100
unidades, projetada por 10
arquitetos asiáticos perto da
muralha da China.
A residência possui 720 m² e
além do emprego do bambu
em pilares no piso e no forro,
o arquiteto japonês
desenvolveu uma técnica a
fim de tornar o bambu mais resistente e seguro, na qual ele retira os nós
do das varas de bambu de forma que os colmos fiquem ocos e introduz
perfis metálicos e concreto, deixando a estrutura mais estável.
Para Kengo Kuma o bambu possui grande importância de intercâmbio
cultural entre os países asiáticos uma vez que a espécie foi introduzida
por chineses no Japão. (CABRAL, 2010.)
Figura 38: Fachada da residência com fechamentos em vidro e bambu.
Fonte: CABRAL, 2010.
Figura 39: Interior da casa, com revestimento no forro e nas paredes.
Fonte: CABRAL, 2010.
36
Edifício de estacionamentos. Leipzing, Alemanha.
Construído todo com varas de bambu presas por cintas de açõ, o
edifício do estacionamento do zoológico municipal em Leipzig, na
Alemanha, impressiona por sua beleza.Inaugurado em 2004, o edifício
de 4 pavimentos é obra dos arquitetos do escritório alemão HPP
Hentrich-Petschnigg & Partner KG, e segundo estes a opção não teve
nada de experimental: baseou-se em pesquisas publicadas na Europa na
Europa depois da Expo 2000 em Hannover, onde o pavilhão
Figura 40: Fachada posterior do edificio.
Fonte: ARQUITETURA UFMG, 2010.
Figura 41: Fachada principal do edificio.
Fonte: ARQUITETURA UFMG, 2010.
Figura 42: Detalhe da abertura
zenital.
Fonte: ARQUITETURA UFMG, 2010.
37
colombiano,desenhado pelo arquiteto Simón Vélez, empregou essa
matéria-prima.
As varas utilizadas tem entre 10 e 12cm de diâmetro e estão a 7,5cm
uma da outra, fixadas nas cintas de aço. Esses espaços permitem a
ventilação do interior. Para tal, vagas dos carros estão afastadas dos
fechamentos para que uma vez que chova, os veículos não se molhem.
Aberturas zenitais estão localizadas em cima das rampas para
aproveitamento da ventilação e iluminação natural. (QUEIROZ,
CAPELLO, WENZEL. 2007.)
Ponte de Santo Antônio, Colombia.
A passarela projetada pelo arquiteto Simón Velez em Santo Antônio
na Colômbia é um grande exemplo das possibilidades do bambu na
construção civil. O engaste da ponte foi feito em associação desta com
concreto armado, entretanto a estrutura de sustentação da mesma e da
sua cobertura são todas feitas em bambu. Nas peças que necessitavam
de uma maior resistência a esforços solicitantes, foram usadas várias
varas, amarradas com cintas metálicas a fim de se conseguir maior
resistência.
Figura 43. Vista do interior da
passarela de Santo Antônio.
Fonte: Arquitetura UFMG.
38
Terminal 4 do aeroporto internacional em Barajas, Madri.
Espanha.
Figura 45. Detalhe do
engastamento da ponte,
mostrando a associação do
bambu com concreto armado.
Fonte: Arquitetura UFMG.
Figura 44. Estrutura da
passarela vista de baixo.
Fonte: Arquitetura UFMG.
Figura 46. Vista da estrutura do telhado revestida em bambu.
Fonte: CONSTRUCTALIA. 2010.
39
Finalizado em 2006, o Terminal 4 do aeroporto internacional em Barajas,
Madri, Espanha, projeto do renomado arquiteto britânico Richard
Rogers possui uma cobertura curvilínea de estrutura de aço e chapas de
alumínio, forrada com bambu. O efeito das vigas em S alem de dar
movimento ao conjunto, permite nichos
para a entrada de luz. A predominância do
material natural quebra a robustez do aço e
promove uma atmosfera tranquila. O
aeroporto venceu o Stirling Prize,
premiação britânica em arquitetura.
(CABRAL, 2010)Com 1.200.000 m2 de
superfície, a Nova Área Terminal de Barajas
é considerada como a maior obra
recentemente edificada na Europa, com
tudo o que implica quanto a transcendência
urbanística, econômica e social para a
região de Madrid e para a Espanha.
(CONSTRUCTALIA, 2010)
Figura 48. Vista do Exterior do terminal.
Fonte: CONSTRUCTALIA. 2010.
Figura 47. Vista da estrutura
do telhado revestida em
bambu.
Fonte: CONSTRUCTALIA. 2010.
40
Outros exemplos
Catedral da cidade de Pereira, Colômbia.
Arquiteto Simón Vélez.
Pavilhão da Colômbia na Exposição de Hannover 2000, em Manizales.
Arquiteto Simón Velez.
Figura 49. Vista do Exterior da
Catedral.
Fonte: ARQUITETURA UFMG. 2010.
Figura 50. Vista do interior da
catedral.
Fonte: ARQUITETURA UFMG. 2010.
Figura 51. Vista da estrutura do
pavilhão
Fonte: ARQUITETURA UFMG. 2010.
Figura 52. Vista da estrutura do
pavilhão
Fonte: ARQUITETURA UFMG. 2010.
41
5. Discussão e Conclusões
Frente as ínumeras possibilidade apresentadas de utilização do
bambu na construção civil pôde-se frisar sua importância como
alternativa conveniente no âmbito das novas necessidades de
conservação e de manejo do meio ambiente, uma vez que o material é
uma fonte renovável de matéria-prima permitindo o desenvolvimento de
novas técnicas como uma alternativa menos agressivas ao meio
ambiente frente ao caráter agressivo que obras de engenharia podem
possuir.
Aliado ao fato do vegetal ser adequado a climas tropicais e de fácil
manejo e plantio, a utilização do bambu se mostrou alternativa
promissora para o Brasil, visto que outros países da América latina já se
utilizam desse meio com sucesso. Outro ponto positivo a ser ressaltado é
a redução de custos da obra, que conforme retratado, em alguns casos
pode representar uma redução de até 40% nos custos do material,
dependendo da finalidade da construção.
Pode-se também perceber através da análise de algumas de suas
características botânicas que o bambu pode ser um material resistente e
durável, mas para tal recomenda-se um tratamento adequado após o
seu corte a fim de garantir essas propriedades, podendo ser esses
tratamentos através de processos químicos ou naturais. Os processos
químicos se mostraram mais eficientes quando se analisa o fator tempo,
entretanto, ao se ver o bambu como um elemento de caráter
sustentável, esses processos são desaconselháveis, sendo preferível que
se utilize os sistemas naturais de tratamento.
Nas análises realizadas sobre as características a esforços mecânicos
o bambu se mostrou um material de grande potencial construtivo. A
presença ou não de nós nos corpos de prova estudados se mostrou fator
de grande influência nos ensaios uma vez que nessa região há uma
mudança na configuração de distribuição das fibras do vegetal em
direção perpendicular, influindo diretamente quando as forças eram
aplicadas na sua região.
42
Quanto á resistência à compressão axial, os resultados estudados de
55 MPa para corpos de prova cilíndricos, de diâmetro externo 43 mm e
diâmetro interno igual a 34 mm, e de 93 MPa para corpos de prova
paralepipédicos, quando comparados à resultados de compressão de
madeiras resistentes, como no caso do jatobá, em ensaios realizados em
aula pratica no laboratório de materiais de construção da Universidade
Federal de Viçosa, se mostrou satisfatório.
Nos ensaios de resistência a tração do bambu, constatou-se ser este
o seu ponto forte, uma vez que ela é de 2,5 a 3,5 vezes maior do que a
de compressão. Outro fator positivo que qualifica o bambu como um
possível substituto para o aço é a sua relação ótima entre resistência à
ruptura por tração e a sua massa específica, com um índice apresentado
de 2,34 uma vez que o bambu é um material leve.
A definição da resistência à flexão é a que mais é afetada pelas
diferenças entre as espécies de bambu. As tensões de ruptura podem
variar em torno de 100 MPa de uma espécie para outra de acordo com a
tabela apresentada, o que mostra a grande importância de uma escolha
adequada da espécie em estruturas que será submetidas a esse tipo de
esforço. No entanto os resultados observados condizem com os
resultados de madeiras de boa resistência.
Visto pelos ensaios anteriores que o bambu é um material de grande
potencial para a utilização em estruturas, o ensaio de cisalhamento
apontou o um ponto fraco do bambu. Devido a constituição de suas
fibras, quando procedido um esforço no sentido destas, seu
deslocamento provoca a ruptura do corpo de prova sob baixas cargas.
Entretanto se observado esse fato, sua baixa resistência ao esforço no
sentido das fibras dá uma característica de boa trabalhabilidade ao
vegetal, sendo seu corte para a produção se peças de estrutura
facilitada.
Retomando a idéia de redução de custos na obra pela utilização do
bambu e tomando o exemplo de outros países que se utilizam desta
técnica, o estudo do protótipo de habitação destinada a população de
baixa renda realizado pela UFAL, e a descrição do seu processo
construtivo mostrou, além do fator sustentável o grande potencial que o
bambu tem nessa área, sendo de fácil manuseio e podendo até ser
43
procedida a construção por mutirão, uma vez que se tenha a supervisão
de um profissional habilitado.
Também explicitando a versatilidade do bambu, sua utilização para a
contenção de morros e encostas é colocada como uma alternativa para
driblar alguns problemas enfrentados nas cidade, podendo ser uma
alternativa de infra-estrutura barata para regiões menos favorecidas,
mas que não limita-se apenas a essa áreas, devido a sua versatilidade
estética.
Além disso, através do estudo de painéis laminados de bambu,
mostrou-se outra forma de exploração do material na indústria e na
construção civil, que possui um caráter decorativo, mas é também
material conveniente para a produção de isolantes para conforto térmo-
acústico.
Finalmente os exemplos de construções executadas com a utilização
do bambu serviram para ilustrar e comprovar as características
estudadas e as possibilidades de utilização do bambu na Construção Civil
e em diversas outras áreas sendo um material pouco agressivo ao meio
ambiente, e explicitando a potencialidade de sua utilização que suprem
as necessidades de vida atuais .
44
6. Referências Bibliográficas
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Figura 1:MONITORIA DE ENGENHARIA. Disponível em:
http://www.monitoriadeengenharia.com.br/arquivos\Contribuicoes\/200
9/07/BambuEngenheirojpg.jpg
Figura 3: EXOTISC HEZADEN.Disponível em:
http://www.exotischezaden.nl/exotische_zaden/images/dendrocalamus-
giganteus.jpg
Figura 4: PLANTAE. Disponível em:
www.plantae.ca/Plantae/Poaceae/Poaceae.php
Figura 5: COMPLETE BAMBU. Disponível em:
http://www.completebamboo.com/species_bamboo/phyllostachys_aurea
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Figura 6: PRO STORES. Disponível em:
http://prostores2.carrierzone.com/servlet/bamboo4salecom/Detail?no=7
68
Figura 12:ARQUITETURA UFMG.Disponível em:
http://www.arquitetura.ufmg.br/mom/11_alternativos/estrutura_bambu
/tratamento_com_macarico.htm
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Figura 13:ARQUITETURA UFMG.Disponível em:
http://www.arquitetura.ufmg.br/mom/11_alternativos/estrutura_bambu
/tratamento_com_macarico.htm
Figura 25: AMBIENTE BRASIL.Disponível em:
http://www.ambientebrasil.com.br/images/noticias/casa_bambu_02.jpg