A era napoleônica 2014

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A Era Napoleônica:

1799 - 1815

Napoleão Bonaparte:

• Desde 1794, após a derrubada de Robespierre, a burguesia havia retomado o controle da revolução, no entanto o novo governo - o Diretório - enfrentava sucessivas revoltas internas, organizadas por grupos populares de tendência jacobina, assim como a ameaça externa, representada principalmente pela Áustria.

• Essa situação não representava apenas uma ameaça ao poder da burguesia, mas principalmente às suas conquistas sociais e econômicas.

• Os movimentos populares representavam uma ameaça direta aos privilégios burgueses, enquanto que a Áustria pretendia recolocar no poder um rei com poderes absolutos na França.

• Através da ação do exército, a burguesia buscou estabelecer no país um governo estável, forte, que eliminasse a possibilidade de participação política da plebe de Paris e de seus líderes "radicais". Somente um governo militarizado poderia garantir as conquistas burguesas da revolução.

• Napoleão Bonaparte, líder do golpe, nasceu na Córsega, em 1769 e ficou conhecido pela sua invejável habilidade militar e sua capacidade de vencer batalhas que pareciam estar praticamente perdidas. Em pouco tempo, a população francesa reconheceu em sua imagem a figura de um herói defensor do ideal revolucionário.

Córsega:

• Castigada pelas crises internas, a burguesia viu em Napoleão a oportunidade perfeita para que os problemas políticos acabassem houvesse desenvolvimento econômico. Por isso, em 1799, Bonaparte teve o apoio político necessário para derrubar o Diretório e organizar o Consulado.

O Consulado - 1799 a 1804 :

• O governo do consulado foi instalado depois da queda do Diretório. O consulado possuía caráter republicano e militar. No poder Executivo, três pessoas eram responsáveis: dois cônsules e o próprio Napoleão (Napoleão, Roger Ducos e Sieyés). Apesar da presença de outros dois cônsules, quem mais dispunha de influência e poder era o próprio Napoleão, que foi eleito primeiro-cônsul da República.

• No consulado, a burguesia detinha o poder e assim, foi consolidada com o grupo central da França. A forte censura à imprensa, a ação violenta dos órgãos policiais e a repressão à oposição ao governo colocaram em questão os ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade” características da Revolução Francesa.

• Entre os feitos de Napoleão (na época), podemos citar: Economia – Criação do Banco da França, em 1800, controlando a emissão de moeda e a inflação; criação de tarifas protecionistas, fortalecendo a economia nacional.

• Logo em seguida, reatou as relações do Estado com a Igreja, que passou a reconhecer a perda de suas propriedades e todas as demais satisfações que os clérigos deviam ao regime republicano.

• Religião – Elaboração da Concordata entre a Igreja Católica e o Estado, o qual dava o direito do governo francês de confiscar as propriedades da Igreja, e em troca, o governo teria de amparar o clero e não poderia interferir nas questões religiosas.

• Direito – Criação do Código Napoleônico em 1804, representando em grande parte os interesses dos burgueses, como casamento civil (separado do religioso), respeito à propriedade privada, direito à liberdade individual e igualdade de todos perante à lei, etc.

• Educação – Reorganização e prioridades para a educação e formação do cidadão francês.

• Os resultados obtidos neste período do governo de Napoleão agradaram à elite francesa. Com o apoio destas, Napoleão foi elevado ao nível de cônsul vitalício, em 1802.

O Império Napoleônico:

• Um plebiscito realizado em 1804, a nova fase da era napoleônica foi aprovada com quase 60% dos votos, e a monarquia foi restabelecido na França, Napoleão foi indicado para ocupar o trono. Em 2 de Dezembro foi oficializado Napoleão I, na Catedral de Notre Dame.

Notre-Dame:

Napoleão coroa sua esposa:

Josefine Bonaparte:

• Nesse período, podemos destacar o grande número de batalhas de Napoleão para a conquista de novos territórios para a França. O exército francês tornou-se o mais poderoso de toda a Europa.

Arco do Triunfo:

Europa no Período Napoleônico:

• O principal e mais poderoso inimigo francês, na época, era a Inglaterra. Os ingleses se opunham a expansão francesa, e vendo a força do exército francês, formaram alianças com Áustria, Rússia e Prússia. Embora o governo francês dispusesse do melhor exército da Europa, a Inglaterra era a maior potência naval da época, o que dificultou a derrota dos ingleses.

• Em 1805 a França tentou invadir a Inglaterra, mas foi derrotada na Batalha de Trafalgar. Por causa desta derrota, Napoleão tentou enfraquecer a Inglaterra de outras maneiras.

Batalha de Trafalgar:

Localização da Batalha de Trafalgar:

Almirante Lord Nelson:

Praça Trafalgar – Londres:

O Bloqueio Continental:

• O Bloqueio Continental foi um decreto de 21 de novembro de 1806, que impedia o acesso a portos dos países dominados pelo Império Francês a navios do Reino Unido da Grã Bretanha (Inglaterra) e Irlanda. Com isso, o principal objetivo era isolar economicamente a Inglaterra, sufocando suas relações comerciais.

• Em contraste aos ganhos militares, o governo francês tinha enormes dificuldades para melhorar sua economia. O principal e mais poderoso inimigo francês, na época, era a Inglaterra; além disso o domínio industrial britânico era o seu principal obstáculo para o desenvolvimento da economia francesa e os ingleses se opunham a expansão militar francesa.

• Todo o país que desobedecesse este tratado, seria implacavelmente invadido pelas tropas francesas. Em pouco tempo, não resistindo à dependência com relação aos produtos ingleses, várias nações desobedeceram ao acordo e foram invadidas por Napoleão. Aliás, a invasão das tropas napoleônicas em Portugal foi o que levou à fuga da família real para o Brasil.

A Fuga da Família Real Portuguesa:

Exército Napoleônico:

Rendição espanhola:

• Em 1812, a Rússia descumpriu o Bloqueio Continental e Napoleão preparou uma grande investida militar que contava com seiscentos mil soldados.

Território percorrido pelos franceses na Rússia:

• Os generais franceses acostumados com grandes vitórias conduziam suas tropas pelo imenso território russo, enquanto as tropas czaristas recuavam colocando fogo nas plantações e em tudo que servisse aos invasores.

Palácio Imperial Russo – Krenlim:

• Em Moscou as tropas russas começaram a enfrentar as tropas francesas que estavam mal-alimentadas e cansadas, por isso, Napoleão não teve outra escolha a não ser em ir embora.

• Surpreendido pela tática de terra arrasada e o rigor do inverno siberiano, Napoleão perdeu milhares de soldados. Calcula-se que dos 600 mil soldados franceses que foram para a Rússia, só 40 mil voltaram à França. Existem alguns historiadores que falam em 55 mil ou 37 mil sobreviventes. Mas, qualquer que sejam a quantidade de mortos, foi uma perda muito grande e enfraqueceu Napoleão.

• A desastrosa campanha militar na Rússia encorajou outros países europeus a reagirem contra a supremacia francesa. Em 6 de Abril de 1814 um exército formado por ingleses, austríacos, russos e prussianos tomaram Paris e capturaram Napoleão enviando-o para a Ilha de Elba. O trono francês foi entregue a Luís XVIII, irmão de Luís XVI (que foi morto na Revolução).

Luís XVIII:

Ilha de Elba:

Casa de Napoleão na Ilha de Elba:

• Assim que assumiu o trono, Luís XVIII tentou restabelecer o absolutismo na França, o que desagradou a população da França e encorajou soldados leais a Napoleão a irem até a ilha de Elba, libertá-lo e trazê-lo de volta à França, onde foi recebido com festa pela população de Paris, aos gritos de “Viva o Imperador” e “Viva Napoleão”, em março de 1815.

Governo dos cem dias:

• Napoleão reassumiu o governo da França e Luís XVIII e sua família fugiram do país. Este novo governo de Napoleão durou apenas Cem dias, porque pouco tempo depois, a Inglaterra, Prússia, Áustria e Rússia decidiram recomeçar a guerra contra Napoleão.

• O imperador francês aproveitou o entusiasmo na França para organizar um novo exército e, em seguida, marchou com 125 mil homens e 25 mil cavalos para a Bélgica, para impedir a união dos exércitos da Inglaterra e da Prússia.

• Napoleão vai para a Bélgica com seu exército e vence os prussianos, comandados por Blucher, em Ligny. Mas, em 18 de junho, em Waterloo, o exército de Napoleão foi definitivamente derrotado pelo Duque de Wellington e pelo general Blucher, que comandavam um exército coligado.

Batalha de Waterloo:

• No dia 21 de junho, Napoleão renunciou pela segunda vez e foi deportado para a ilha de Santa Helena,que fica no meio do Oceano Atlântico (entre Brasil e África). Ele permaneceu em Santa Helena até a sua morte em 5 de maio de 1821. Alguns historiadores. Afiram que Napoleão morreu de câncer no estômago ou de úlcera.

• Há quem diga que ele foi envenenado com chumbo acidentalmente. Alguns afirmam que o envenenamento foi proposital. Ele tinha 52 anos quando morreu.

• Depois que Napoleão foi deposto em 1815, Luís XVIII voltou a reinar na França. Era o fim da Era Napoleônica.

Ilha de Santa Helena:

Residência de Napoleão em Santa Helena:

Túmulo de Napoleão:

Túmulo de Napoleão:

O Congresso de Viena e a "Santa" Aliança

• Assim que o Império Napoleônico acabou Áustria, Prússia, Rússia, Inglaterra, Suécia ,se reuniram no Congresso de Viena para reorganizar o mapa político da Europa.

• Dois princípios básicos orientaram as resoluções do Congresso de Viena :

• A restauração das dinastias destituídas pela Revolução e consideradas "legítimas" ;

• A restauração do equilíbrio entre as grandes potências, evitando a hegemonia de qualquer uma delas ;

• Para garantir, em termos práticos, a aplicação das medidas conservadoras do Congresso de Viena, o Czar da Rússia propôs a criação da Santa Aliança . Esta servia de ajuda mútua das monarquias européias em nome "da religião, da paz e da justiça" .

• Seu objetivo era estabelecer o direito de intervenção em qualquer região européia em que se iniciasse um movimento liberal ou uma revolução burguesa . Porém após a independência das Colônias Latino-Americanas, a Santa Aliança se enfraquece e a Inglaterra por motivos econômicos se retira da Santa Aliança .

O Mapa da Europa depois do Congresso de Viena:

A Santa Aliança: