Post on 07-Apr-2016
A Educação em PortugalNotas para reflexão
Pedro Telhado PereiraUniversidade da Madeira, CEPR and IZA
Os trabalhadores portugueses apresentam uma baixa instrução
Gráfico 1 - Anos de Estudo dos Trabalhadores, 1982-1998Fonte: "Quadros de Pessoal"
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Years
4 6 9 11+12 14+15 16+17
As populações mais jovens não parecem estar a recuperar a atraso a um bom ritmo
População com o Secundário Completo (1999), por grupos de idade
País 25-64 25-34 35-44 45-54 55-64
Espanha 35 55 41 25 13
Grécia 50 71 58 42 24
Irlanda 51 67 56 41 31
Itália 42 55 50 37 21
Portugal 21 30 21 15 11
• Todos os países, com excepção de Portugal, apresentam um crescimento de mais de 30% entre a geração dos 55-64 e a dos 25-34
• Portugal apresenta um crescimento de 20%
Portugal é o país dos considerados que apresenta maior rendibilidade da educação
Graph 6 - Returns to Education, Western Countries, 1995 (or closest year)
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
• A taxa de rendibilidade média para os países considerados é de 7,8%.
• A taxa mínima é de 4.1% para a Suécia
• A taxa máxima é para Portugal 12,6%
A rendibilidade da educação tem apresentado uma tendência crescente (cerca de 1% por década).
Graph 3 - Returns to Education, Linear Specification, 1982-1995
8.0%
8.5%
9.0%
9.5%
10.0%
10.5%
11.0%
11.5%
12.0%
12.5%
13.0%
1982 1985 1986 1987 1988 1989 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Years
All Men Women
O aumento de rendibilidade não resultou de uma diminuição dos salários reais das pessoas com menor
educaçãoGraph 4 - Average Hourly Real Wages, Different Skill Groups, Men, 1982-1998
1998 Escudos
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1982 1985 1986 1987 1988 1989 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Years
Young, Low Ed Old, Low Ed Young, Med Ed Old, Med Ed Young, High Ed Old, High Ed
A cohort dos mais velhos e mais educados é a que apresenta evolução mais crescente
Graph 5 - Average Hourly Real Wages, Different Skill Groups, Men, 1982-1998Base Period: 1982
80%
90%
100%
110%
120%
130%
140%
150%
160%
170%
180%
1982 1985 1986 1987 1988 1989 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
Years
Young, Low Ed Old, Low Ed Young, Med Ed Old, Med Ed Young, High Ed Old, High Ed
A licenciatura é o grau que apresenta maior rendibilidade
Graph 8 - Average Marginal Returns to School Degrees , 1982, 1991 and 1998
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
2nd/1st cycles 3rd/2nd cycles Sec/3rd cycle Bachar/Sec. Licenc/Sec.
School Degrees Compared
1982 1991 1998
• A Licenciatura apresentava uma taxa de rendibilidade média por ano de 18%
• Esta taxa é 10% superior à do Ensino Secundário
As engenharias, a gestão e a economia lideram
Table 1 – Returns to Degree Type and Content, 1995
Degree Type Degree Content All Men Women
"Bacharelato" Management and Economics 270% 262% 267%
"Bacharelato" Engineering 368% 325% 408%
"Bacharelato" Human and Social Sciences 240% 224% 262%
"Bacharelato" Other Degrees 318% 327% 319%
"Licenciatura" Management and Economics 500% 471% 498%
"Licenciatura" Engineering 504% 450% 548%
"Licenciatura" Human and Social Sciences 431% 331% 492%
"Licenciatura" Other Degrees 438% 373% 492%
Na rendibilidade do superior….
Quanto à formação profissional:
• Parece não haver aumentos de salários com o sistema de aprendizes ou nas escolas profissionais.
• Existem aumentos de salários quando a formação profissional se executa em instituições de ensino superior ou nas empresas
Os resultados utilizando o ECHP
• Confirmam os resultados obtidos utilizando os Quadros de Pessoal
• A rendibilidade da educação é maior no sector privado que no público (como veremos a seguir)
• Não existe problema de selectividade na amostra feminina• Não confirmam a teoria do sinal. Discutiremos mais
adiante esta teoria.
O sector público parece oferecer menor rendibilidade à educação do que o sector privado.
Existe, no entanto, um prémio salarial de cerca de 40% no sector público.
All sample Public Private
Education
8.2% 7.4% 8.9%
Table 4 – Returns to Education in the Public and Private Sector
Os resultados não confirmam a teoria do sinal
Table 6 – Returns to Education, Employees and Self-Employed
Employees Self-Employed
Education
.099 .117
As regressões de quantis mostram uma grande dispersão nos resultados
Graph 9 - Returns to Education, Quantile Regression, 1982, 86, 91 and 95
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
1982 1986 1991 1995
Years
10th percentile 50th percentile 90th percentile
Existe uma relação negativa entre o nível e o riscoTable 5 - Country Rankings, OLS and QR results
Portugal 12.6 1 8.9 16Austria 9.7 2 5.6 15
Switzerl. 9.5 3 1.9 5
Ireland 8.9 4 2.6 8Finland 8.9 5 3.3 11Spain 8.6 6 2.4 7
UK 8.6 7 4.8 14Germany 8 8 0.3 2France 7.6 9 3.4 10Netherl. 7 10 3 9
Greece 6.5 11 -1.9 1Denmark 6.6 12 0.8 4
Italy 6.4 13 0.4 3US 6.3 14 4 13
Norway 6 15 2.1 6Sweden 4.1 16 3.8 12Average 7.8 2.8
Country OLS Rank1 Diff Rank2
St Deviation
2 2.5
A soma das duas ordens dá cerca de 17 para grande número de países. Verifica-se que a alta rendibilidade está associada ao alto risco.
Table 5 - Country Rankings, OLS and QR results
Portugal 12.6 1 8.9 16Austria 9.7 2 5.6 15
Switzerl. 9.5 3 1.9 5
Ireland 8.9 4 2.6 8Finland 8.9 5 3.3 11Spain 8.6 6 2.4 7
UK 8.6 7 4.8 14Germany 8 8 0.3 2France 7.6 9 3.4 10Netherl. 7 10 3 9
Greece 6.5 11 -1.9 1Denmark 6.6 12 0.8 4
Italy 6.4 13 0.4 3US 6.3 14 4 13
Norway 6 15 2.1 6Sweden 4.1 16 3.8 12Average 7.8 2.8
Country OLS Rank1 Diff Rank2
St Deviation
2 2.5
Existe uma relação negativa entre a rendibilidade e o apoio público às famílias
Ordem na Rendibilidade
Ordem no Apoio Financeiro
Soma
Portugal 1 7 8
Áustria 2 7 9
Irlanda 3 5 8
Espanha 4 9 13
UK 5 4 9
Alemanha 6 6 12
Holanda 7 3 10
Grécia 8 11 19
Dinamarca 9 2 11
Itália 10 11 21
Suécia 11 1 12
Os países que apresentam mais alta rendibilidade são os que menos apoiam os alunos e as suas famílias
Ordem na Rendibilidade
Ordem no Apoio Financeiro
Soma
Portugal 1 7 8
Áustria 2 7 9
Irlanda 3 5 8
Espanha 4 9 13
UK 5 4 9
Alemanha 6 6 12
Holanda 7 3 10
Grécia 8 11 19
Dinamarca 9 2 11
Itália 10 11 21
Suécia 11 1 12
Será o baixo nível educacional parte do DESTINO dos Portugueses?
Vejamos o caso dos portugueses em França….
Probabilidade estimada de um indivíduo do sexo masculino ter um certo nível educacional em 1995
Com 45 anos de idade
Emigrantes Franceses Em Portugal
FQ=1 FQ=0 FQ=1 FQ=0
9 ou menos 76.5 87.3 23.9 19.4 87.5
9 a12 anos 21.9 11.7 65.2 55.5 7.3
Mais que 12 1.6 0.9 10.9 25.1 5.2
Mas para a população mais jovem, os números são muito diferentes!
Com 25 anos de idade
Emigrantes Franceses Em Portugal
FQ=1 FQ=0 FQ=1 FQ=0
9 ou menos 22.1 32.9 9.5 6.8 73.2
9 a12 anos 71.1 60.6 74.2 59.6 20.4
Mais que 12 6.8 6.5 16.3 33.6 6.5
Comparemos os “emigrantes” com os que ficaram…
• Em Portugal• A percentagem com 9-12
anos de educação aumenta cerca de 13%.
• A percentagem com mais de 12 anos aumenta 1,5%.
• Em França• A percentagem com 9-12
anos de educação aumenta cerca de 50%.
• A percentagem com mais de 12 anos aumenta 5%.
Resultados de estudos apresentados na Conferência: Desenvolvimento Económico Português no Espaço Europeu:
Determinantes e Políticas Lisboa, Maio 2002
• Avaliação da Eficiência em Portugal nos Sectores da Saúde e Educação – Miguel St. Aubyn
• As taxas de graduação no final do secundário são muito baixas
• O desempenho dos alunos portugueses é medíocre em comparações internacionais
• Veremos mais sobre este assunto noutras aulas
• Qualificações Requeridas e Qualificações Obtidas em Portugal, 1985-1997 – M. Clementina Santos e Manuel Mendes de Oliveira
• …os resultados obtidos justificam algum cepticismo quanto à capacidade demonstrada pela economia portuguesa no período pós adesão à UE para absorver os contingentes populacionais mais qualificados…
Sugestões para a reforma
• Discussão da provisão versus produção pública.• Melhoria dos incentivos para os professores e administradores. Maior
transparência e responsabilização face aos alunos, pais e contribuintes.• Estudo de quais as competências em falta no mercado de trabalho. Ensino
académico ou tecnológico. • O desenvolvimento de um programa de educação ao longo da vida.