A crise financeira mundial 2008

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• A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL.

Como a crise afeta o mundo e o Brasil?

Atualizado em dez / 2009

Realizado por: Prof. Fernando Pinto Coelho

COMO TUDO COMEÇOU?COMO TUDO COMEÇOU?

• O estopim da crise se iniciou com a chamada bolha imobiliária americana em 2007.

• Como o mercado de imóveis começou a se valorizar muito pela facilidade de aquisição com financiamentos para 30 anos, empréstimos sem avalistas ou garantias rigorosas, houve uma sobrevalorização dos imóveis com falso inflacionamento dos preços, esse inflar na verdade era uma bolha.

COMO TUDO COMEÇOU?COMO TUDO COMEÇOU?

• Quando se descobriu que os preços eram irreais e os imóveis não podiam ser pagos a bolha estourou e com ela boa parte das instituições financeiras de crédito imobiliário.

• Com a inadimplência explícita dos chamados “subprime” os imóveis não eram pagos, os financiamentos eram prorrogados e iniciou-se as numerosas hipotecas dos imóveis americanos.

CLASSE MÉDIA HIPOTECADACLASSE MÉDIA HIPOTECADA

• Na última década, a classe média americana hipotecou em massa seus imóveis.

• Como funciona a hipoteca: empresas especializadas em hipotecar concedem empréstimos as pessoas e tomam suas casas como garantia.

• Por sua vez, essas empresas na verdade só funcionam como intermediárias desse financiamento. Para levantar o dinheiro elas buscam junto a investidores o dinheiro para oferecer nos empréstimos.

A HIPOTECAA HIPOTECA

AS GIGANTES DO CRÉDITOAS GIGANTES DO CRÉDITO

• Por sua vez as empresas que creditavam as hipotecadoras com empréstimos, conseguiam seus ativos junto as gigantes do crédito imobiliário americana; a Fannie Mae e a Freddie Mac; aquelas que foram nacionalizadas recentemente apesar de seus ativos de US$ 5 trilhões.

• Com o aumento da inadimplência, as empresas especializadas em hipoteca começavam a não pagar a seus credores que financiavam os empréstimos.

““O CRASH”O CRASH”

• Como ninguém pagava a ninguém, descobriu-se que o dinheiro era especulativo e todos contraiam dívidas sem ter dinheiro ou garantias concretas.

• Houve uma brusca redução do preço dos imóveis nos EUA em razão do imenso volume de oferta de casas novas e de muita gente que se viu pagando dívidas de financiamento maiores do que o bem a elas atrelado, o que acarretou um movimento de "desistência" por parte dos mutuários.  

REFINANCIAMENTO DOS IMÓVEISREFINANCIAMENTO DOS IMÓVEIS

• Como os juros estavam baixos nos EUA, muita gente trocou de financiamento, recebendo dinheiro na troca (leasing).

• O problema, segundo especialistas, é que esse "troco" não foi investido na dívida dos imóveis, mas usado para comprar bens não-duráveis no mercado de consumo ou para saldar outras dívidas. Ou seja: muita gente refinanciou o imóvel para pagar o cartão de crédito.

O AVANÇO DA CRISEO AVANÇO DA CRISE

• Com o aumento da inadimplência fecharam-se as torneiras do crédito no país.

• As taxas de juros aumentaram para se frear o crédito.

• O consumo diminuiu e a produção por conseqüência passou a produzir menos para atender apenas a baixa demanda.

A RECESSÃOA RECESSÃO

• Com a baixa produtividade e o comércio retraído no atacado e no varejo, começaram a vir as demissões para se cortar custos, o que trouxe o desemprego.

• Em resumo: Baixa produtividade, queda no PIB, diminuição no consumo e desemprego, acabaram afetando drasticamente a economia do país (2 trimestres).

A DEPENDÊNCIA AMERICANA E O EFEITO A DEPENDÊNCIA AMERICANA E O EFEITO DOMINÓ NA ECONOMIA MUNDIALDOMINÓ NA ECONOMIA MUNDIAL

• Os EUA são os maiores importadores do mundo, com US$ 2,2 trilhões, quase o dobro da Alemanha, segunda colocada com US$ 1,2 trilhão e, estão na 3ª posição nas exportações mundiais com um volume de US$ 1,3 trilhão (2008).

• Os EUA possuem a maior economia do mundo com 25% do PIB mundial, atingindo US$13,8 trilhões, três vezes o PIB do segundo colocado que é o Japão com US$ 4,3 trilhões.

A DEPENDÊNCIA AMERICANA E O EFEITO A DEPENDÊNCIA AMERICANA E O EFEITO DOMINÓ NA ECONOMIA MUNDIALDOMINÓ NA ECONOMIA MUNDIAL

• As multinacionais americanas estão presentes em 193 países com exceção da Coréia do Norte, Cuba e Mianmar.

• A seguradora AIG, a maior do mundo está presente em 130 países com apólices de seguros de 100 mil empresas alcançando mais de 100 milhões de clientes com 44 mil funcionários.

O EFEITO DOMINÓ NA ECONOMIA O EFEITO DOMINÓ NA ECONOMIA MUNDIALMUNDIAL

• Quando a economia americana entrou em recessão diminuiu-se em grande volume as importações afetando países de todo o mundo, principalmente China, Japão e também o Brasil.

Protestos na China de investidora que não conseguiu resgatar o seu

dinheiro do Lemann Brothers

A QUEBRA DA BOLSA DE VALORESA QUEBRA DA BOLSA DE VALORES

• Muitos dos grandes investidores americanos que perderam dinheiro e ativos em suas operações de empréstimo, recorreram a vender suas ações na bolsa de valores para recompor os prejuízos, o problema é que todos queriam vender, isso gerou um “CRASH” nas bolsas de todo o mundo.

• Até mesmo as holding e multinacionais que perderam ativos com a retração no consumo queriam vender suas ações.

O EFEITO NAS BOLSAS DE VALORESO EFEITO NAS BOLSAS DE VALORES

• Com a crise no crédito muitas empresas procuram vender seus papéis na bolsa de valores para conseguir suprir os investimentos para os seus negócios.

• Como ninguém queria comprar mais ações pelo enorme risco, os recursos não são gerados para conseguir capital para os investimentos.

• O crédito passa a não existir nas instituições bancárias ou financeiras e nem nas bolsas de valores, devido ao risco da grande volatilidade das ações.

FUGA DE CAPITAISFUGA DE CAPITAIS

• As empresas multinacionais localizadas no Brasil por exemplo começaram a transferir seus lucros para o exterior para recuperar perdas na produtividade, isso gerou fuga de capitais no Brasil e diminuição dos investimentos aqui no país.

QUAL SERIA A SOLUÇÃO?QUAL SERIA A SOLUÇÃO?

Injetar dinheiro na economia para irrigar o crédito e continuar assim os investimentos, possibilitando aumento na produtividade e no consumo.

Câmara dos EUA aprova pacote de US$ 850 bilhões

QUAL SERIA A SOLUÇÃO?QUAL SERIA A SOLUÇÃO?

• Diminuir a taxa de juros em todos os países para ampliar o crédito e, com isso vimos a ação orquestrada dos países da União Européia e EUA em reduzir as taxas de juros em 0,5% conjugadamente e no mesmo dia, fato inusitado na história econômica mundial.

O presidente do BCE, Wim Duisenberg reduziu em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros,

que agora passou para 2,75%.

A REDUÇÃO DOS JUROSA REDUÇÃO DOS JUROS

• Os bancos que agiram com redução em suas taxas de juros foram: Banco Central Americano – FED, Banco do Canadá, Banco da Inglaterra (BC britânico), o BCE (Banco Central Europeu), o Sveriges Riksbank (da Suécia) e o SNB (Banco Nacional da Suíça, na sigla em inglês).

Tela em Bolsa nos EUA indica o corte emergencial de juros pelo Fed

QUAL SERIA A SOLUÇÃO?QUAL SERIA A SOLUÇÃO?

•Diminuir os depósitos compulsórios nos bancos centrais para que os bancos privados tenham mais dinheiro disponível para empréstimos, vários países fizeram isso inclusive o Brasil.

CONSEQUÊNCIAS DA CRISECONSEQUÊNCIAS DA CRISE

• Aumento da dívida pública de todos os países devido ao socorro financeiro as instituições financeiras e as operações de crédito.

• O economista Dean Baker, do Center for Economic and Policy Research, prevê uma queda entre 3,6 e 4,5 pontos porcentuais na taxa de crescimento do PIB americano caso as coisas continuem como estão.

CONSEQUÊNCIAS DA CRISECONSEQUÊNCIAS DA CRISE

• A Organização Mundial do Trabalho (OIT) prevê que 51 milhões de pessoas ficarão sem emprego até o final de 2009 e, outras 200 milhões que conseguirão continuar trabalhando passarão a ganhar menos de US$ 2 por dia e cairão para a faixa abaixo da linha de pobreza.

CONSEQUÊNCIAS DA CRISECONSEQUÊNCIAS DA CRISE

• A freada no consumo em todo o mundo resultaria na eliminação do efeito riqueza, sombreando maus dias para o capitalismo.

• Crise econômica pode representar alívio para planeta; o pesquisador Paul J. Crutzen, disse que as nuvens negras formadas sobre a economia mundial poderiam tornar menos pesado o fardo ambiental carregado pelo planeta hoje em dia.

CONSEQUÊNCIAS DA CRISECONSEQUÊNCIAS DA CRISE

• Uma menor expansão da economia no mundo todo ajudaria a brecar a emissão de gases do efeito estufa e provocaria uma utilização mais cuidadosa dos recursos energéticos.

• O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert B. Zoellick, defendeu nesta segunda-feira uma reforma no G-7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) para ajudar a solucionar a crise financeira global.

CONSEQUÊNCIAS DA CRISECONSEQUÊNCIAS DA CRISE

• “Para uma melhor cooperação econômica e financeira, nós deveríamos considerar a formação de um novo grupo que incluiria o Brasil, a China, Índia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e os países do atual G-7”, afirmou.

CONSEQUÊNCIAS DA CRISECONSEQUÊNCIAS DA CRISE

• Segundo o diário americano, a crise no setor financeiro americano “picou” os mercados emergentes e enfureceu líderes que “engoliram” durante anos os conselhos americanos sobre responsabilidade fiscal.

CONSEQUÊNCIAS DA CRISECONSEQUÊNCIAS DA CRISE

“Lula enfatizou que 'a ganância sem limites' de poucos não poderia ser carregada por todos, e que as economias emergentes haviam feito seu melhor para seguir boas políticas fiscais, não podendo ser vítimas do cassino erguido pela economia americana”.

OS CULPADOS DA CRISEOS CULPADOS DA CRISE

• O FBI prende 406 pessoas, incluindo corretores e empreiteiros, como parte de uma operação contra supostas fraudes em financiamentos habitacionais, que alcançaram valor de US$ 1 bilhão.

A CRISE NO BRASILA CRISE NO BRASILO DESEMPREGO NO BRASIL EM 7 MESES

282.841

61.401

-654.946

-101.748

9.179

-2.100.000

-40.000

-2.500.000

-2.000.000

-1.500.000

-1.000.000

-500.000

0

500.000

Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar.

MESES 09/ 08 a 03/09

de e

mp

reg

os

Fonte: IBGE - 2009

A CRISE NO BRASILA CRISE NO BRASIL

-6,1

-3,6 -3,3

-2,1-1,6

-0,9

6,8

5,3

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

TAXA %

Tailândia Brasil Japão Alemanha EUA Islândia China Índia

PAÍSES

DESEMPENHO DO PIB NO ÚLTIMO TRIMESTRE DE 2008 - OS PAÍSES MAIS AFETADOS PELA CRISE

Fonte: IBGE, FMI, BANCO MUNDIAL - 2009

CRECIMENTO DA ECONOMIA NO GOVERNO LULA

1,1

5,7

3,2 3,5

5,1

-0,2

4,0

5,7

-1

0

1

2

3

4

5

6

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

ANOS

% C

resc

.

Fonte: IBGE, FMI, IPEA e Banco Mundial - 2009

Taxa acumulada em 7 anos

1,1

5,7

3,2

4,0

5,75,1

-0,2

6,0

3,8

-1

0

1

2

3

4

5

6

% -

Per

cent

ual

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Média em 8Anos

Anos de Governo

PREVISÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO ACUMULADO NO GOVERNO LULA

PREV.

CRESCIMENTO ECONÔMICO POR CRESCIMENTO ECONÔMICO POR CONTINENTE E REGIÕESCONTINENTE E REGIÕES

PAÍSES COM CRESCIMENTO DO PIB PAÍSES COM CRESCIMENTO DO PIB ACIMA DE 10%ACIMA DE 10%

PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE BRASIL E PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE BRASIL E CHINACHINA

DÍVIDA PÚBLICA DE BRASIL E CHINADÍVIDA PÚBLICA DE BRASIL E CHINA

RESERVAS CAMBIAIS PARA SUPORTAR RESERVAS CAMBIAIS PARA SUPORTAR A CRISEA CRISE

COMO O BRASIL REAGIU A CRISE?COMO O BRASIL REAGIU A CRISE?

• Diminuiu o compulsório em depósitos bancários dos bancos privados para aumentar a oferta de crédito.

• Se utilizou de sua reserva cambial de US$ 200 bilhões para comprar dólares, diminuindo a oferta da moeda americana no mercado, pressionando o aumento do dólar e a desvalorização do real, melhorando assim a receita das exportações, devido a maior demanda por produtos brasileiros.

CUSTO DO DÓLAR PARA CUSTO DO DÓLAR PARA EXPORTAÇÕESEXPORTAÇÕES

• 1 SACA DE SOJA = 60 Kg60 Kg = R$ 100,001 DÓLAR = R$ 2,0060 Kg = U$ 50

• AUMENTO DO DÓLAR EM 25%60 Kg = R$ 100,001 DÓLAR = R$ 2,5060 Kg = 100/2,50 = U$ 40

VANTAGENS DO DÓLAR ALTO PARA VANTAGENS DO DÓLAR ALTO PARA EXPORTAÇÕESEXPORTAÇÕES

• O importador vai gastar menos pela mesma quantidade e vai ter a possibilidade de comprar mais pelo mesmo preço que ele pagava antes.

• O produto brasileiro amplia seu mercado porque passa a ter um preço melhor do que a concorrência.

• Com o dólar alto o valor total das exportações aumenta porque as operações de venda ao exterior são feitas em dólar

• Beneficia ainda o superávit na balança comercial

COMO O BRASIL REAGIU A CRISE?COMO O BRASIL REAGIU A CRISE?

• Aumentou o financiamento do crédito para as exportações com o aporte de R$ 5 bilhões para o BNDES.

• Socorreu a agricultura com ampliação de R$ 800 milhões para as operações de crédito no mercado interno.

• O ministério da Fazenda concedeu R$ 5 bilhões em crédito para as concessionárias de veículos automotores financiarem seus clientes e, reduziu o IPI diminuindo o preço final do veículo.

DADOS CONFIRMAM QUE O BRASIL SAIU DADOS CONFIRMAM QUE O BRASIL SAIU DA CRISE?DA CRISE?

• Crescimento de 1,9% do PIB no 2º trimestre de 2009 (IBGE)

• Crescimento de 2,1% indústria no mesmo período

• A taxa de desemprego caiu de 7,7% em setembro para 7,5% em outubro

DADOS CONFIRMAM QUE O BRASIL SAIU DADOS CONFIRMAM QUE O BRASIL SAIU DA CRISE?DA CRISE?

• Os movimentos da balança comercial brasileira apontam que as exportações em relação ao PIB caíram de 22,9% para 21,3% e as importações cresceram de 18,1% para 19%. (queda do dólar)

• A agência Internacional de classificação de risco Standard & Poor´s alerta que os indicadores fiscais do Brasil ainda se mostram fracos e podem aumentar seu risco de BBB - .

A BOLHA DO CRÉDITO NO BRASILA BOLHA DO CRÉDITO NO BRASIL

• A expansão do crédito no Brasil chegou a R$1 trilhão em 2008.

• Segundo o Banco Central houve um crescimento de 47% do endividamento dos clientes bancários com dívidas acima de R$ 5.000 em apenas dois anos -2006/2008

• O universo de clientes com alguma dívida chega a 80 milhões de brasileiros