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NÍVEL 11. Estética e narrativa da fotografia
2. Técnicas da fotografia digital
3. Retoque e manipulação das imagens
4. A fotografia digital na prática
Aula Digital Nikon > Nível 1 > 1. Estética e narrativa da fotografia
1.1. Enquadre e tema
Enquadrar é a ação de selecionar, através do visor, aquilo que o fotógrafo deseja captar numa fotografia. Enquadrar significa, por tanto, estabelecer os limites da fotografia e decidir que elementos aparecerão na imagem. Esta decisão tem grande importância, já que o tema da fotografia está em função dos elementos que se incluam no enquadre.
Do maior ao mais pequeno, qualquer cena fecha no seu interior infinidad de temas possíveis: enquadrar é saber vê-los e
sellecionar o que melhor expressa a nossa visão do tema.
Fotografias: Francesc Crespo, Mònica Ribas.
Uma das principais características das câmaras digitais consiste na capacidade de aplicar o método de
"apontar e disparar", sem que seja imprescindivel um controlo manual sobre os parâmetros de exposição. No
entanto, se não se presta atenção aos elementos que aparecem no visor, que são os que ajustam a fotografia,
corre-se o risco de malograr a fotografia.
Uma máxima a recordar consiste em que na fotografia só devem aparecer os elementos que facilitam o
entendimento do tema e, se for o caso, aqueles que podem ajudar a potenciar a intenção do fotógrafo.
Enquadrar ou a importancia de isolar o essencial.
Fotografías: Pedro Leitao.
O fotógrafo deve dedicar tempo a analisar todo aquilo que vê através do visor e ser capaz de selecionar só o
estritamente imprescindível. Por norma geral, uma fotografia será mais fácil de compreender para o espetador
quando contêm menos elementos . Neste sentido, a imagem deve incluir só o que sintetize a intenção expresiva
ou comunicativa do fotógrafo.
Aula Digital Nikonistas
Curso online Dicionário
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Nesta série de fotografias pode apreciar-se a importância do enquadre. Na fotografia que inicia a série, uma visão geral e muito
afastada reduz o impacto visual do edifício, com resultado pouco satisfatório. Na segunda fotografia, a fragmentação e o detalhe
aumentam o grafismo. Na terceira, o plano general aproveita o reflexo na água contribuindo um jogo gráfico. A quarta constitui
um meio-termo entre a visão geral e o detalhe isolado. Por último, a quinta captura mostra que as visões gerais podem estar
muito justificadas quando as condições de luz e a atmosfera assim o requerem. Em general, convêm que ao fotografar um tema
combines capturas de detalhe com capturas de conjunto, e que jogues também com um meio-termo entre ambos. Fotografias:
Rafael Marín (duas primeiras bichas), Ana Pombo (inferior esquerda), Francisco Asencio (inf. direita).
Como enquadrar melhor
A melhor fórmula para aprender a enquadrar estritamente o necessário é muito simples mas, ao princípio,
requer um pouco de paciência. Resulta imprescindible dedicar um certo tempo a analisar todo o que aparece no
visor.
Uma vez que o fotógrafo decidiu a posição, o ângulo da imagem e a distância de trabalho, deve comprovar se
tudo o que aparece no visor resulta necessário na fotografia. Se algo não favorece à imagem, deve mudar a
posição, tentar o modificar ou, em último caso, esperar a que as condições possam ser mais favoráveis para a
captura.
O meio do motivo principal, o fundo, as cores, a posição do sol e a importância das sombras, são os aspectos
fundamentais que se devem controlar. Um meio confuso perto do motivo, fundos demasiado claros ou
graficamente muito potentes, cores chamativas ou o sol situado por trás do protagonista, podem fazer com que
a imagem não cumpra com os requisitos mínimos para ser considerada uma boa fotografia.
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Uma vista geral demasiado afastada não destacava nenhum elemento em concreto e o enquadre resultava disperso. Depois de
se ensaiar várias imagens mais próximas, desde diferentes ângulos, conseguiu-se finalmente uma composição mais
interessante, isolando as três barcas e aproveitando os brillos da luz na orla. Fotografias: Gladys Farias.
O essencial de una cena às vezes são pocos elementos.
Fotografías: Agustí Peña
CONSELHO:
Antes de capturar uma imagem dedica um tempo a analisar se tudo o que aparece no visor te interessa. Com a prática, o tempo necessário para esta operação vai diminuindo; e, com o tempo, terminarás adquirindo a
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capacidade de um fotógrafo experiente.
Um conceito chave: a distância focal
A distância focal é um importante conceito importantíssimo na fotografia.
O que é a distância focal numa objectiva? Para compreendê-lo, pode ser útil realizar um pequeno exercício de
imaginação. Pensa num tubo de cartão (assim como os de papel higiénico, por exemplo). Imagina que olhas a
través de um tubo, como se fosse um telescópio. Que verias? Pois, naturalmente uma porção da imagem que
tenhas à frente (uma paisagem, por exemplo.
Agora imagina que com fita adhesiva e juntas o cano com outro de igual medida. Se a seguir olhasses através
do cano (que seria o dobro de longo), verias uma porção bem mais limitada da paisagem, e o efeito seria como
se o cano “aproximasse” os elementos que vês. Pois bem: o que acabas de fazer é duplicar a distância focal da
tua “objectiva”. Ou, dito de outro modo, construíste uma tele-objectiva, que te permite isolar elementos da cena
que tens à frente.
Agora, por último, imagina que fazes o contrário: divides ao meio o cano original. Se olhasses através dele,
verias então uma porção bem mais ampla da cena. O que terias feito é reduzir a distância focal à metade,
ampliando deste modo o ângulo de visão. Noutras palavras, terias criado um angular.
Com canos de diferente longitude, muda a visão do que temos em frente: cada objectiva “vê” de maneira diferente em função da
sua distância focal. Observa o amplo campo de visão do angular (esquerda) comparado com o estreito campo do teleobjetivo
(direita).
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O angular transmite uma grande sensação de amplitude, enquanto a tele-objectiva concentra a atenção numa pequena porção
do tema.
Fotografias: Luis Lobo, Alberto Alvarruiz
Nos nossos dias, o mais habitual é que as câmaras venham dotadas com uma objectiva de distância focal
variável, também denominado zoom”, que permite conseguir diferentes distâncias focais com o deslocar de um
anel (situado ao redor do botão de disparo nas câmaras compactas, e na parte frontal da objectiva nas câmaras
réflex. Em ambos casos, jogar com o zoom permite-te “aproximar” ou “afastar” instantaneamente do tema.
O anel do zoom de uma câmara compacta, situado no botão de disparo, permite, com um leve gesto do dedo,
passar progressivamente da posição de máximo tele-objectiva (assinalado com o “T”) à de angular (indicado
mediante uma “W”).
No caso de uma objectiva réflex, o anel de zoom (situado na parte frontal da objectiva) vem marcado com
diferentes cifras, correspondentes às distâncias focais que abarca o zoom. Neste caso, a faixa disponível
estende-se desde os 16mm (angular curto) até os 85mm (teleobjectiva média).
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Do angular à tele-objectiva: algunos ejemplos
Saber quando é melhor escolher uma distância focal ou outra é questão de prática: a experiência ir-te-á ditando
em que casos é mais útil “aproximar com o zoom em posição de tele-objectiva e quando é preferível aproximar-
te a pé, escolhendo uma distância focal pequena.
Ao usar o zoom em posição de tele-objectiva, a sensação é de aproximação com respeito ao objecto; assim
mesmo, parece que os elementos longínquos e próximos estejam mais perto entre si (é o que chamamos
compressão da perspectiva”. Com o angular, pelo contrário, a sensação de profundidade exagera-se e parece
que os elementos próximos aumentam de tamanho, destacando-se com força com respeito aos do fundo. Por
último, se escolhes uma posição intermediária entre o angular e a tele-objetiva, estarás a usar uma distância
focal “normal”, isto é, mostrarás as coisas sem distorções, um pouco como se as visses à simples vista..
Vejamos alguns exemplos.
Com o angular (zoom em posição “W”, as capturas adquirem uma grande sensação de profundidade,
revestindo em ocasiões uma grande espectacularidade:
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Fotografias: Francisco Carrasco, Eduardo J. Cabaleiro, Marco A. López Grande
A tele-objetiva (posição “T” do zoom), em compensação, permitir-te concentrar-te em detalhes, isolando o meio:
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Fotografias: José Manuel Roque, César García, Luis Lobo
Por esta razão, a tele-objetiva é a opção mais apropriada para os retratos de primeiro plano:
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Fotografia: Jorge Campo Serrano
Por sua vez, com o zoom em posição intermédia (focal normal) conseguirás uma visão directa e sem distorções
do tema que estejas a fotografar. Usa-o quando queiras fotografar as coisas “tal e qual”, com uma visão o mais
natural possível:
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Fotografias: Álvaro Marchena Díaz, Carlos Sánchez Espada, Antonio de Frutos
A prática é a chave. Quanto mais pratiques fotografar os mesmos temas com diferentes distâncias focais,
melhor. Nas próximas lições iremos vendo casos e situações nas que pode ser mais conveniente usar uma
distância focal ou outra. Tudo depende do tipo de foto que estejas a realizar, uma paisagem ou um retrato, uma
imagem de uma flor diminuta ou uma imagem desportiva.
Para experimentar, realiza diferentes fotografias de um mesmo tema, usando diferentes posições do zoom.
Primeiro, experimenta desde uma posição fixa, sem te moveres do lugar, três fotografias de um mesmo tema
com angular, normal e tele-objetiva, aproximando-te progressivamente ao tema:
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Fotografias: Carolina Martínez
Experimenta agora algo ligeiramente diferente: realiza outras três fotografias com angular, normal e tele-
objetiva: desta vez, no entanto, desloca-te tu também, aproximando-te ou afastando-te para tentar que o sujeito
seleccionado como tema ocupe o mesmo espaço no enquadre nos três casos.
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Fotografías: Alberto Burguillo, David Cuevas
Se observas, nestes dois exemplos a modelo aparece enquadrada igual, não muda de tamanho, mas o fundo
muda por completo de uma fotografia a outra. Deste modo, jogando com o zoom e com tua posição mais ou
menos afastada, ao tirar a fotografia, podes decidir exactamente que porção do fundo vais mostrar,
conseguindo assim um grande controle sobre o conteúdo da tua fotografia. Voltaremos a abordar o tema do
retrato, ao termo deste nível.
Ajustar o tema
Quando em fotografia se faz referência ao tema, se costumam incluir neste conceito duas grandes
possibilidades: o próprio conteúdo da fotografia e o género fotográfico ao que possa pertencer (paisagem,
retrato, reportagem, etc.). Por exemplo, uma fotografia pode ter como tema o retrato e fazer parte de uma
reportagem. Ou, talvez, o tema poderia ser a contaminação ambiental e a fotografia, isto é, o género, de
paisagem. No nosso caso, quando fazemos referência ao tema estamos a referirmo-nos ao conteúdo da
fotografia, e não ao género a que pertence.
Como já se indicou, o melhor método para definir o tema consiste em incluir poucos elementos na fotografia.
Basta uma rápida observação das fotografias publicadas em revistas, jornais e anúncios publicitários para
comprovar que as imagens constam de poucos elementos. Em muitos casos a fotografia tem um único
elemento. Um maior número de elementos pode gerar confusão ao espetador.
Fá-lo simples… mas não demasiado. O elegante contraste visual entre as linhas da parede do establo e a bela estampa do
cavalo sobre o fundo negro constituem um excelente tema. Num caso assim, seria empobrecedor centrar-se unicamente no
cavalo. Procura à volta do tema principal: muitas vezes, encontrarás algum outro elemento que pela sua forma, cor ou textura,
combine especialmente bem com o tema que vais fotografar. Combinar com simplicidade dois ou três elementos pode dar-te
grandes resultados.
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Fotografia: Valeria Prosseda.
Quanto mais próximo melhor
Um dos aspectos que costuma ter em conta o fotógrafo experiente é a distância a que se tira a fotografia. O
melhor conselho consiste em tirar a fotografia à menor distância possível. Pelo contrário, o fotógrafo
principiante, que com frequência não quer imiscuir-se na ação que vai fotografar, costuma por isso ter certa
tendência a pensar que quanto mais longínqua seja a captura mais espontânea será a fotografia.
As capturas a pouca distância transmitem sensação de proximidade e calidez, especialmente em temas
humanos. As fotografias realizadas a curta distância, ao excluir meios pouco adequados, são bastante mais
espetaculares e reforçam o protagonismo do motivo.
Fotografia: José Manuel Estrada
CONSELHO:
Nas capturas de retrato de primeiro plano evita os fundos confusos e situa ao teu modelo sobre um fundo liso e, se é possível, desfocado.
Fotografias: Ignasi Roig, Pedro Martínez
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Aproximar-se com a câmara
Sempre que seja possível, resulta recomendável aproximar a câmara em vez de utilizar o zoom em posição de
tele-objetiva. A aproximação óptica, mediante o zoom incorporado à câmara, provoca uma compressão da
perspetiva e a imagem transmite certa sensação de distanciamiento. Pelo contrário, uma captura próxima e
realizada com o zoom em posição de angular transmite um maior envolvimento no tema e o espetador percebe-
o como algo mais próximo.
As duas opções podem ser válidas, tudo dependerá das intenções do fotógrafo, mas não há dúvida que a
proximidade surpreende muito mais ao espetador que a distância.
O dragão de ferro, guardião da casa, apresenta um aspecto mais amenaçador devido ao angular e à proximidade da captura.
Desde longe e com tele-objetiva, seria muito menos feroz.
Fotografia: Luis Miguel Cale.
Destacar o motivo
Uma excelente forma de reforçar o protagonismo do motivo consiste em emoldurá-lo ou realçar mediante o
meio. Por exemplo, uma pessoa à janela, situada em uma zona iluminada pelos raios de sol, ou um clarão entre
a vegetação, são algumas das diversas fórmulas para destacar o motivo aproveitando o meio que o rodeia.
Este método também é muito utilizado para transmitir situações ou sensações relacionadas com a intimidade, a
calidez ou, inclusive, a claustrofobia ou a ânsia.
Fotografía: Olga Osorio.
Vertical / horizontal
Na fotografia digital, e especialmente segundo o tipo de câmara que se utilize, se tende a realizar as fotografias
no sentido horizontal. Isso oferece um maior conforto ao expectador, já seja através do ecrã LCD ou do monitor
do computador. No entanto, este conforto não significa que, da mesma forma que na fotografia química, não se
deva ter em conta a orientação do formato.
Naturalmente, a última decisão é do fotógrafo, mas resulta fácil encontrar situações nas que o formato vertical
pode resultar mais interessante que o horizontal e vice-versa.
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������ a) Recortar a fotografia
������ b) Seleccionar o estritamente necessário
������ c) Captar a máxima informação possível
������ d) Olhar através do visor
������ a) Desde a posição mais comoda
������ b) O mais rápido possível
������ c) Antes que @ modelo se dê conta
������ d) Quando o sol está por trás do fotógrafo
������ e) Desde o mais próximo possível
O formato horizontal não faz justiça à espetacularidade desta cena. Com o vertical, em contrapartida, sente-se muito melhor a
vertiginosa altura que se encontram os protagonistas. Para além disso, a composição sublinha o contraste entre a enorme
massa escura da falésia e a paisagem esmaecida ao fundo.
Fotografia: nikonista 187217.
Passar de um formato horizontal ao vertical, ou ao vice-versa não é apenas uma alteração estética, ao
modificar o enquadre e a composição podem-se produzir mudanças no conteúdo da fotografia. O fotógrafo
deve controlar se a mudança resulta positiva tanto na composição como na força estética e expresiva da
fotografia.
O enquadre horizontal inclui espaço sobrante e elementos desnecessários. Para além disso, o sinal de tráfico e o sinal do hotel,
com as suas cores vivas, atraem excessivamente a atenção e distraem o olhar da sobria beleza da fachada. A mudança de
orientação de vertical a horizontal serve para definir muito melhor o tema da fotografia.
Fotografias: Roberto Yuste.
1. Enquadrar significa:
1. A fotografia deve realizar-se:
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